Exmo. Sr.
Professor Jorge Agostinho
Presidente da Comissão Permanente da Hora
Observatório Astronómico de Lisboa
Tapada da Ajuda
1349-018 Lisboa
PORTUGAL
Sou João Paulo Calheiros Proença de Moura, residente em -----------, tenho 53 anos, sou licenciado em Economia e mestre em Ciências Empresariais, sou gestor de empresas e, no que me leva a contactá-lo, desde há alguns anos estudo a mudança de hora («Hora de Verão»), procurando identificar e analisar criticamente os argumentos pró e contra a mudança de hora.
Criei uma página pessoal em que tento sintetizar o que encontrei até agora a esse respeito:
http://afundasao.com/partilha_servidor/horaverao/persuaccao_horaverao.htm
Constatei, com base nos diversos estudos e artigos que li sobre este tema, que existem essencialmente argumentos de cariz económico (que pendem para justificar a «hora de Verão», embora haja alguns estudos que contradizem essa conclusão) e argumentos pela defesa do bem estar (que, de forma retumbante, levam a considerar este procedimento um artificialismo absurdo e lesivo para os indivíduos).
Ora, enquanto estes últimos argumentos estão perfeitamente documentados, são sensatos e intuitivamente passíveis de serem considerados razoáveis por qualquer cidadão que analise esta temática, os argumentos económicos (nomeadamente de poupança de energia) ou não se encontram disponíveis ou, nos casos em que temos acesso aos mesmos, verificamos que são estudos que partem de pressupostos que, logo à partida, enviesam as conclusões a que chegam.
Em 2012, criei uma petição que, assinada por 276 concidadãos nacionais, foi apresentada à Assembleia da República. A petição foi indeferida por este assunto ser da competência da União Europeia.
Contactei entretanto o Parlamento Europeu e a União Europeia, tendo recebido documentação diversa sobre este assunto. Soube então que regularmente a Comissão Europeia questiona os estados-membros sobre a manutenção ou não deste procedimento. Informaram-me ainda que, no contacto mais recente, ou os estados-membros não se pronunciaram ou responderam que eram a favor da sua manutenção. Houve uma excepção: "A Bélgica pronunciou-se a favor da manutenção do actual regime ou, alternativamente, de uma aplicação da hora de Verão durante todo o ano".
Agradeço que me informe:
1) se existem estudos sobre as vantagens e desvantagens da mudança de hora em Portugal;
2) qual tem sido a posição manifestada por Portugal em relação à mudança de hora;
3) quando será a próxima ocasião em que a União Europeia sondará os estados-membros em relação a este assunto;
4) se é possível recolherem a posição daqueles que acham a mudança de hora um artificialismo lesivo para o bem estar dos cidadãos.
Cumprimentos,
Paulo Moura
Dá-lhe!
ResponderEliminarCom força...
Não posso. Sabes bem que sou franzino...
EliminarTambém sabes que estou contigo... isto é, connosco. Vamos lá ver se colhes respostas dos muros de silêncio.
ResponderEliminarAbraço.
Hora de Verão o ano todo?! Nem pensar! Hora de Inverno o ano todo, isso sim! E mesmo assim, ainda estaríamos 30 minutos adiantados em relação à hora do meridiano central de Portugal (7ºW30').
ResponderEliminar«Hora de Verão o ano todo?!»
EliminarÉ exactamente isso! Destesto dias que acabem antes das 19H30..
A Rússia em 2011 decidiu manter-se sempre na hora de Verão com o argumento que dias curtos deprimem as pessoas e que isso aumentava a taxa de suicídios.
Os dias muito curtos, com anoitecer antes das 19H30, são depressivos e causam-me tristeza.
Paulo, os dias de Inverno são mais curtos, não há volta a dar à natureza. Mas também concordo que a Hora de Verão estaria mais ajustada ao horário solar de Portugal.
EliminarAté 31-12-1911 a hora legal de Portugal Continental era a hora local de Lisboa (TMG-0h36m44,68s), a mais próxima da hora solar. A partir de 01-01-1912 passou a ser a hora do meridiano de Greenwich, ou Tempo Médio de Greenwich (TMG, actualmente designado por Tempo Universal Coordenado, ou TUC), correspondente à actual "hora de Inverno", ou seja, uma hora adiantada 0h36m44,68s (37 minutos, arredondando a coisa) em relação à hora local de Lisboa. Portugal Continental geograficamente está situado no fuso TMG-1 (como se pode ver no seguinte mapa: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/ad/Standard_time_zones_of_the_world.png) e no entanto, por uma decisão PURAMENTE POLÍTICA adoptou-se como hora legal a hora correspondente ao fuso TMG, do final de Outubro ao final de Março (1 hora a mais do que o devido) e a hora correspondente ao fuso TMG+1 do final de Março ao final de Outubro (ou seja MAIS DUAS HORAS do que o devido!). Seria boa altura que Portugal Continental adoptasse a hora legal coincidente com o fuso horário em que se encontra, TMG-1, bem assim como a Madeira que se encontra nesse mesmo fuso, e que os Açores adoptassem a hora TMG-2 do fuso onde se encontram.
ResponderEliminarObrigado, Joca. O que defendo é que se termine com a mudança de hora, duas vezes por ano. Se é fixada pela hora legal ou outra, por mim já nada teria a opor.
EliminarAutoriza-me que publique o seu texto no blog?
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