novembro 03, 2011

serviço público - o (des)acordo ortográfico é ilegal?

Soube agorinha mesmo desta curiosidade que considero da maior utilidade partilhar convosco, mas o atropelo é tanto e tão desvairado que damos por nós sem saber lá muito bem com que linhas é que nos cozemos, como diriam as avozinhas.

Ora, o certo é que existe um Decreto, datado de 08 de Dezembro de 1945, mas muito em vigor, dado não ter sido revogado, que regulamenta o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. É ele o Decreto 35228 que, salvo melhor opinião, está vivinho da costa.

Acontece que, estando ele em vigor, e se ainda estamos num estado de direito, ele retira toda a legitimidade ao mais recente «Acordo Ortográfico» que, apesar de novo, é já de tão má memória e que tanta celeuma tem causado. 

E (mais) esta, hem?

- Claro que, se houver quem saiba mais e melhor o que se está a passar, muito se agradece conveniente esclarecimento.

12 comentários:

  1. Tu achas, como o Ângelo Correia, que o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa tem direitos adquiridos?!

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  2. Não, nada disso - que raio de comparação! Acho que em Portugal se conduz pela direita, que há sete dias na semana, que o metro tem cem centímetros... e tudo é assim porque assim se convencionou e, de um modo ou de outro, assumiu foros de lei, que nos rege no nosso viver diário.
    Acho que vou preso se desrespeitar a bandeira, ou se esbofetear um polícia, ou se andar nu em plena avenida. Tenho isso por dado adquirido de um estado dito de direito, mesmo se não estiver de acordo com algum parâmetro.
    Acho que tenho de mudar a hora no relógio e na TV e no leitor disto e daquilo e etc., mesmo não estando de acordo com a mudança da hora e lutando contra ela.
    Mas vergo-me, enquanto cidadão, ao status que, num determinado momento, vigora LEGITIMAMENTE.
    E é aqui que bate o ponto: para ser cumprido, tem de haver lei. Se não há, ou estamos em guerra e vale a lei do mais forte, ou não estamos. E, então, a única coisa que vale é a lei. Se não há nova lei, vale a velha. C'est ça!

    Acho que

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  3. Pois... só não sei é de achar o quê :O)

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  4. Ó pá, aquilo foi um resquício de texto esquecido... O tal textículo...

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  5. Concordo contigo, caro Jorge Castro!

    Sou professor, de português, em Curitiba, Brasil, e concordo, em parte com o que disse!
    Porém, não com tanto radicalismo!

    VocÇe está certo, mas vamos com calma!

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    1. O Jorge Castro é uma pessoa muito calma.

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    2. Eu vou com calma. Com tanta calma que ainda continuo a fazer as minhas escrevinhações na ortografia anterior ao actual Acordo (?) Ortográfico. Sem precipitações, portanto.

      E sempre li os grandes autores brasileiros (em edições brasileiras) com grande gozo e cabal entendimento, independentemente do «sotaque».

      Eventualmente perderei, talvez, a calma pela imposição nada democrática deste diktat (passe a redundância), cuja principal crítica que lhe possamos fazer é a da sua total inutilidade. Apenas porque apeteceu a alguns literatos, que consideraram oportuno destranquilizar una milhões de falantes do Português. Assim a modos que o cãozinho a demarcar território.

      É pouco. É chato. É inútil. Serve para quê?

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    3. Li agora mesmo o «Eros uma vez», do já saudoso Millôr Fernandes. Aquilo está escrito em português mais que brasileiro, muito criativo. Uma delícia.

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