Muito a propósito da questão da mudança horária a que estamos sujeitos duas vezes por ano, vem publicado uma notícia na revista do semanário "Expresso" que cita a "Proceedings of the National Academy os Sciences " onde está, - para consulta pública-, um estudo sobre as implicações na saúde ao nível genético da alteração do sono.
Dado que um dos argumentos apresentados com algum.- convenhamos-, tique de enfado e sobremacia nas respostas, é o de não haver estudos, apresento pois um feito por entidade cujos créditos não me compete pôr em causa.
Sendo por isso pertinente no contexto da luta contra a mudança da hora, tomo a liberdade de transcrever parcialmente do original, o texto que a seguir se apresenta:
*****
Um novo estudo publicado na revista "Proceedings of the National Academy of Sciences " descobriu uma relação estatisticamente significativa entre a indisposição associada ao jet lag e ao trabalho nocturno e a perturbação do metabolismo e a actividade molecular.
A partir de uma experiência desevolvida com 22 homens e mulheres com idades compreendidas entre os vinte e dois e os vinte e nove anos, o Sleep Research Center da Universidade de Surrey descobriu que a sintonia genética do corpo - programado para estar a dormir de noite e estar acordado de dia- se altera quando os verificam alterações nos ciclos do sono. Durante três dias os participantes foram sujeitos a uma experiência em que se transformava um dia normal num novo dia com vinte e oito horas, alterando por completo os seus ritmos biológicos.
As amostras de sangue retiradas a cada um dos indivíduos antes e depois da experiência permitiram a comparação da actividade genética: no início 6% dos genes apresentavam um ritmo biológico saudável; no final, mais de 97% ficaram dessincronizados, podendo verificar-se a escala, velocidade e rapidez dos danos causados por se estar acordado durante a noite. Náuseas, alterações de humor, e da temperatura corporal são algumas das alterações. A investigação permitiu ainda identificar quais o genes associados aos ciclos do sono e à actividade diária e quais resultam do funcionamento do nosso relógio biológico....(...)
Assinado M.J.B.
****
Sem mais argumentos de ordem mais ou menos vaga ou subjectiva, era bom que de algum modo os inertes burocratas mudassem a postura institucional e aborrecida quanto ao tema da mudança da hora e se limpassem a este guardanapo.
janeiro 31, 2014
Sono Trocado Baralha Genes
janeiro 27, 2014
Mudança de hora - mensagem enviada hoje à entidade responsável, em Portugal
Exmo. Sr.
Professor Jorge Agostinho
Presidente da Comissão Permanente da Hora
Observatório Astronómico de Lisboa
Tapada da Ajuda
1349-018 Lisboa
PORTUGAL
Sou João Paulo Calheiros Proença de Moura, residente em -----------, tenho 53 anos, sou licenciado em Economia e mestre em Ciências Empresariais, sou gestor de empresas e, no que me leva a contactá-lo, desde há alguns anos estudo a mudança de hora («Hora de Verão»), procurando identificar e analisar criticamente os argumentos pró e contra a mudança de hora.
Criei uma página pessoal em que tento sintetizar o que encontrei até agora a esse respeito:
http://afundasao.com/partilha_servidor/horaverao/persuaccao_horaverao.htm
Constatei, com base nos diversos estudos e artigos que li sobre este tema, que existem essencialmente argumentos de cariz económico (que pendem para justificar a «hora de Verão», embora haja alguns estudos que contradizem essa conclusão) e argumentos pela defesa do bem estar (que, de forma retumbante, levam a considerar este procedimento um artificialismo absurdo e lesivo para os indivíduos).
Ora, enquanto estes últimos argumentos estão perfeitamente documentados, são sensatos e intuitivamente passíveis de serem considerados razoáveis por qualquer cidadão que analise esta temática, os argumentos económicos (nomeadamente de poupança de energia) ou não se encontram disponíveis ou, nos casos em que temos acesso aos mesmos, verificamos que são estudos que partem de pressupostos que, logo à partida, enviesam as conclusões a que chegam.
Em 2012, criei uma petição que, assinada por 276 concidadãos nacionais, foi apresentada à Assembleia da República. A petição foi indeferida por este assunto ser da competência da União Europeia.
Contactei entretanto o Parlamento Europeu e a União Europeia, tendo recebido documentação diversa sobre este assunto. Soube então que regularmente a Comissão Europeia questiona os estados-membros sobre a manutenção ou não deste procedimento. Informaram-me ainda que, no contacto mais recente, ou os estados-membros não se pronunciaram ou responderam que eram a favor da sua manutenção. Houve uma excepção: "A Bélgica pronunciou-se a favor da manutenção do actual regime ou, alternativamente, de uma aplicação da hora de Verão durante todo o ano".
Agradeço que me informe:
1) se existem estudos sobre as vantagens e desvantagens da mudança de hora em Portugal;
2) qual tem sido a posição manifestada por Portugal em relação à mudança de hora;
3) quando será a próxima ocasião em que a União Europeia sondará os estados-membros em relação a este assunto;
4) se é possível recolherem a posição daqueles que acham a mudança de hora um artificialismo lesivo para o bem estar dos cidadãos.
Cumprimentos,
Paulo Moura
Professor Jorge Agostinho
Presidente da Comissão Permanente da Hora
Observatório Astronómico de Lisboa
Tapada da Ajuda
1349-018 Lisboa
PORTUGAL
Sou João Paulo Calheiros Proença de Moura, residente em -----------, tenho 53 anos, sou licenciado em Economia e mestre em Ciências Empresariais, sou gestor de empresas e, no que me leva a contactá-lo, desde há alguns anos estudo a mudança de hora («Hora de Verão»), procurando identificar e analisar criticamente os argumentos pró e contra a mudança de hora.
Criei uma página pessoal em que tento sintetizar o que encontrei até agora a esse respeito:
http://afundasao.com/partilha_servidor/horaverao/persuaccao_horaverao.htm
Constatei, com base nos diversos estudos e artigos que li sobre este tema, que existem essencialmente argumentos de cariz económico (que pendem para justificar a «hora de Verão», embora haja alguns estudos que contradizem essa conclusão) e argumentos pela defesa do bem estar (que, de forma retumbante, levam a considerar este procedimento um artificialismo absurdo e lesivo para os indivíduos).
Ora, enquanto estes últimos argumentos estão perfeitamente documentados, são sensatos e intuitivamente passíveis de serem considerados razoáveis por qualquer cidadão que analise esta temática, os argumentos económicos (nomeadamente de poupança de energia) ou não se encontram disponíveis ou, nos casos em que temos acesso aos mesmos, verificamos que são estudos que partem de pressupostos que, logo à partida, enviesam as conclusões a que chegam.
Em 2012, criei uma petição que, assinada por 276 concidadãos nacionais, foi apresentada à Assembleia da República. A petição foi indeferida por este assunto ser da competência da União Europeia.
Contactei entretanto o Parlamento Europeu e a União Europeia, tendo recebido documentação diversa sobre este assunto. Soube então que regularmente a Comissão Europeia questiona os estados-membros sobre a manutenção ou não deste procedimento. Informaram-me ainda que, no contacto mais recente, ou os estados-membros não se pronunciaram ou responderam que eram a favor da sua manutenção. Houve uma excepção: "A Bélgica pronunciou-se a favor da manutenção do actual regime ou, alternativamente, de uma aplicação da hora de Verão durante todo o ano".
Agradeço que me informe:
1) se existem estudos sobre as vantagens e desvantagens da mudança de hora em Portugal;
2) qual tem sido a posição manifestada por Portugal em relação à mudança de hora;
3) quando será a próxima ocasião em que a União Europeia sondará os estados-membros em relação a este assunto;
4) se é possível recolherem a posição daqueles que acham a mudança de hora um artificialismo lesivo para o bem estar dos cidadãos.
Cumprimentos,
Paulo Moura
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janeiro 26, 2014
Olha lá, já alguma vez foste «praxado»?
Quando Portugal se encontra
assolado pelo banditismo e pela aldrabice instituída nos chamados «mais altos
níveis da nação», quando se encontra uma parte muito significativa da população
portuguesa mergulhada na mais perversa indefinição sobre o dia de amanhã,
discutir ou simplesmente discorrer sobre matérias tão imbecis, infantis e vis
como as também vulgarmente chamadas «praxes académicas» poderá parecer
estultícia ou nada mais que mais um argumento deletério a contribuir para a
alienação pura e dura em que vamos mal sobrevivendo.
Ainda assim, este tema, que tende
a ser ressuscitado a cada momento e sempre pelas piores razões, anda para aqui
a titilar-me os neurónios, incomodativo e persistente, pelo que, como quem
sacode mosca merdífera e nojenta, aqui deixo a minha tentativa de catarse.
Tudo se viu. Tudo foi dito. Tudo
foi justificado. Quase tudo foi mostrado… Prendo-me, então, neste quase tudo…
que nada mostra, afinal.
A «praxe», enquanto óbvio
instrumento de dominação e de submissão nunca foi coisa que se desse bem com a
minha mania do livre arbítrio. Coisas, enfim, de que enfermo, desde menino, e
relativamente às quais os meus pais e professores tiveram grande parte activa.
E nunca o foi nem na escola, nem na universidade, nem na tropa, nem nos
empregos que já tive. Enfim, mas não seremos todos iguais... Daí que, pelo que
me toca, este «fenómeno» se me depare algo alienígena e justificado apenas por
uma noção de «sociedade da fartura» que não se sustenta em nada de muito
consistente.
A «praxe», apresentada como
«formadora de vida» só é argumento para quem não saiba viver. A «praxe»,
apresentada como «criadora de espírito de corpo» só é argumento para quem tenha
um novelo de lesmas no lugar do cérebro. A «praxe», apresentada como «ritual
iniciático», só é argumento para os néscios que chegados a um qualquer lugar na
vida nunca pensaram previamente no que iriam para ali fazer.
Ver estes «conselhos de praxe»
constituídos por energúmenos já com curso concluído – que os há, como é
óbvio… - a «organizarem-se» para promover as absurdas, violentas, fascistoides
«praxes» para o ano lectivo vindouro, é – convenhamos, vá lá… - de um nível de
imbecilidade e de inutilidade que ultrapassa a minha pobre capacidade de discernimento.
Curiosamente, algum estranho
pudor e prudente recato por parte das instituições universitárias, castrenses
ou estudantis vão, afinal, pactuando com e alimentando todos os desmandos – que
tendem sempre a evoluir em escalada de violência e de irracionalidade – que
alguns seres mentecaptos arvorados em líderes de pacotilha levam a cabo, com
impunidades no mínimo suspeitas.
E, já agora, se em meio castrense
a coisa pega de estaca pela razão de se seguir rígida e férrea hierarquia como
condição da própria circunstância de se ser militar, o que dizer de um brioso
jovem em fase de abraçar o mundo, munido dos saberes que a comunidade lhe proporciona
já no mais alto nível e tendo como principal arma a sua individualidade, com a
qual irá enriquecer essa comunidade que integra?
Um ser subjugado, humilhado
perante o colectivo, mais ou menos exposto como «voluntário» para se degradar
publicamente perante os seus pares é, afinal, rampa de lançamento para quê?
Enfim, sociologicamente, a
matéria será profunda. Mas não me apetece ir muito mais longe em espúrios ou
nauseantes aprofundamentos, ainda que a realidade aí esteja a incomodar-nos a
vida.
Aos que morrem… nada a dizer,
pois, meus caros, não é mais do que a selecção natural a ditar algumas das leis
a que vocês aderem tão acriticamente, contra todas as réstias de apuro
civilizacional a que até a vossa posição privilegiada na sociedade vos deveria
impor, em termos de consciência individual, lúcida e crítica - que para tal se
deveriam ter formado, acima do nível a
que muitos dos vossos concidadãos tiveram acesso.
Aos que, sujeitando-se,
sobrevivem… só espero não ter de vir a contar com eles na defesa de uma causa,
na mesa de operação hospitalar, na avaliação de um preceito de justiça, na
parceria para a criação de um acto artístico, no gesto solidário, etc. etc.
Desses interlocutores se espera
sempre que sejam seres humanos. E tenho séries dúvidas de que «praxadores» e
«praxados», do quilate que tem vindo a lume nos últimos tempos, tenham ainda
artes de se guindarem a qualquer tipo de humanidade.
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janeiro 25, 2014
O Pidesco do CARRO pela Factura Electrónica
Toda a gente (os que pela idade cabem no intervalo da memória vivida) se lembra dos Bufos da Pide, depois batizada para DGS.
Por vinte escudos, algo assim como os actuais dez cêntimos de €uro, denunciavam as conversas que tínhamos às mesas de café.
Na cidade onde vivo e vivi a maior parte da vida também conheci pessoalmente uma personagem deste jaez. Tínhamos por hábito, na transição dos anos sessenta para os setenta do séc XX, portanto já no final do Estado Novo, umas tertúlias num determinado café.
A configuração do estabelecimento dava um certo recato a um cantinho onde apenas uma mesa cabia e que fazíamos rodear por cinco ou seis cadeiras no espaço feito só para quatro. Uma floreira a fazer de separador com o resto do espaço dava o remate final.
Aí dávamos volta aos livros proibidos, os filmes censurados, a situação política, a par das notícias da BBC e das músicas que ouvíamos em primeira mão na velha Onda Longa de AM em que emitia a Radio Luxembourg. Em voz baixa apenas confiávamos no empregado de mesa, ele mesmo, segundo se constava, detido em tempos pelos esbirros da polícia política e por isso alvo da nossa admiração.
Fazíamos os pedidos das torradas, ou das imperiais com caracóis, enquanto ele discretamente, sempre em voz baixa, também nos dizia pontualmente algumas coisas concordantes com as linhas dos nossos pensamentos..
Foi um espanto quando depois do 25 de Abril, nos arquivos locais da Pide o dito emergiu como um dos informadores com a folha de serviço onde constavam além dos nossos nomes, os pagamentos dos tais vinte escudos por cada dica passada. Coisas tipo, livro X, ou programa de rádio da BBC em dia Y, etc além das nossas opiniões e em particular no que me toca, o livro "Dinossáurio Excelentíssimo"do saudoso Cardoso Pires
Palavra de honra que a primeira coisa a vir ao cimo quando saiu a ideia brilhante do carro sorteado via factura foi a cara simpática do tipo que nos bufava.
E é precisamente essa sensação de dejá vu que me
toma sempre que ao meter gasolina ou pago o café o empregado me
pergunta pelo número de contribuinte.
Não é por nada, mas o ficheiro da pide sai-me logo assim à frente dos olhos.
Traumas, filhos... traumas..
Não é por nada, mas o ficheiro da pide sai-me logo assim à frente dos olhos.
Traumas, filhos... traumas..
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janeiro 24, 2014
«Pai pode ser mãe?» - António Pimpão
Não obstante o que acabo de referir, creio que isso não me pode inibir de registar e partilhar algumas dúvidas, algumas interrogações.
Pelo que entendo, o que está em causa é a possibilidade de, no âmbito de uma relação matrimonial surgida entre duas pessoas do mesmo sexo (para simplificar, vamos admitir que se trata de dois homens; no entanto, vale, mutatis mutandis, para uma relação entre duas mulheres), o filho que um deles tenha trazido de uma anterior relação heterossexual poder ser adotado pelo atual parceiro do pai.
Não me parece que, à partida, isso seja condenável. Mas já não sou da mesma opinião quando o momento da análise passar para um período posterior.
Com efeito, se o casal homossexual se mantiver unido para toda a vida, não me parece que possa vir mal ao mundo por a criança ser educada num ambiente que muitos consideram não natural, embora creio que escasseiam estudos que dêem segurança ao assunto.
Mas, o que se passará se - como acontece cada vez com mais frequência nos casais heterossexuais - os dois se separarem e o pai biológico da criança se voltar a “casar” com outro homem ou, até, com outra mulher? Ou, pior, se morrer o pai biológico da criança?
Segundo o meu entendimento, a lei que está em discussão pretende resolver a situação em que se encontra atualmente o “casal” com um filho de um deles, conferindo a paternidade da criança ao companheiro do pai biológico, tornando-se esta definitiva. Ou seja, a criança nunca mais poderá ter novo segundo pai ou uma segunda mãe adotivos, no caso de o pai biológico se voltar a “casar”. É que não é possível ter mais que dois progenitores legais e, mesmo em caso de “divórcio”, o pai com força legal não perde – não pode perder - essa condição.
Aparentemente, volta tudo à estaca zero, ou seja, à situação que vigorava quando esta lei não existia. Com uma diferença: entretanto criou-se um pai que, depois, deixou de o ser na prática mas que continua a sê-lo legalmente. Tendo-se zangado com o pai biológico, não me parece que queira mais saber do "filho".
Ainda nessa hipótese do divórcio, será que o pai não biológico divorciado – porque é pai legal – poderia reclamar o direito a passar os fins de semana com a criança, apesar de esta ter deixado de ter qualquer relação com ele?
E se o pai biológico voltasse a casar com uma mulher e ele entretanto morresse, quem mantinha o direito a ficar com a criança? O mais provável é que fosse o pai legal, de quem o pai biológico até se tinha afastado, e, não, a companheira com quem a criança e o seu pai tinham passado a viver! Faz algum sentido?
Se as coisas forem assim, o que está a ser reivindicado resolve o problema da relação atual entre duas pessoas do mesmo sexo mas não resolve, antes complica, qualquer acidente de percurso do tipo dos enunciados. Não será?!
António Pimpão
Ver comentários (e comentar, se quiser) aqui.
janeiro 23, 2014
«As boas ações de Marques Mendes» - António Pimpão
Por sua vez, esta sociedade era sócia, com 51% do capital, das sociedades Eneratlântica e Enersistemas que, na Madeira, exploravam parques fotovoltaicos. A Fomentinvest – a tal de Passos Coelho – detinha uma participação de 30% nestas duas empresas.
Em 2010 e em 2011 a Isohidra vendeu à Nutroton as suas participações nas duas referidas sociedades por € 51 000,00. Os contratos foram assinados, pelo lado do vendedor, por Marques Mendes, como gerente, e por Joaquim Coimbra (o tal do BPN), como administrador; pelo lado do comprador foram assinados por Joaquim Coimbra, como administrador da Nutroton.
O fisco considerou que houve aqui negócio simulado, uma vez que as empresas vendidas valiam 3, 09 milhões de euros, ou seja, 60 vezes mais do que o valor constante do contrato. Em consequência, reclama à Isohidra o pagamento em IRC de 773 mil euros, correspondente à fuga ao fisco.
O que está aqui em causa é que, pertencendo a compradora e a vendedora aos mesmos sócios, foi fixado um preço de venda fictício, foi feito um negócio simulado, para evitar a existência de lucro e o consequente pagamento de IRC.
Ora, o Código do IRC estabelece que quando ocorram operações deste tipo, entre duas empresas com relações especiais, em que é fácil fixar preços de conveniência, não se podem aplicar preços de favor, de conveniência, e que devem praticar-se preços de transferência idênticos aos que se praticariam entre entidades independentes. Um preço de contrato inferior 60 vezes ao valor das empresas é um gato escondido com o rabo todo de fora!
Marques Mendes defendeu-se afirmando que o assunto não tem a ver com fuga pessoal ao pagamento de impostos; Joaquim Coimbra argumenta que não é proibido vender ações de empresas e que, não estando as empresas cotadas em Bolsa, o seu preço de venda pode ser livremente fixado.
Nem um nem outro têm razão. Marques Mendes, porque ninguém o acusa de fuga pessoal ao pagamento de impostos. Do que é acusado é de ter participado num negócio simulado com o claro objetivo de poupar à empresa que o empregava o pagamento de impostos, sabendo, como devia saber, porque é advogado, que isso era ilegal.
Joaquim Coimbra não tem razão porque o valor da cotação em Bolsa não é o único referencial para atribuir valor a um negócio. Alternativamente, deve-se utilizar – e o fisco tê-lo-á feito – o método que consiste em estimar os rendimentos futuros num prazo determinado e descontar as despesas previstas, atualizando para o momento presente. E estas estimativas não são difíceis de fazer, uma vez que o preço de venda da energia se encontra previamente fixado para o período de duração da exploração. Além disso, não é verdade que entre empresas com relações especiais, como é o caso, o preço de venda possa ser livremente fixado.
O que se passou não é crime. É, isso sim, um chico-espertismo que não fica bem a Marques Mendes, dadas as suas responsabilidades.
António Pimpão
janeiro 21, 2014
Quando será que expulsamos os vendilhões do templo?
Sinceramente, até receber este e-mail pensei que estava a ter um pesadelo. Mas constato que esta parolice (a que na minha terra chamariam «ideia do caga-cornos») vai mesmo seguir em frente!
Dizem-nos (assumindo que todos os contribuintes com e-mail receberam ou irão receber esta mensagem) eles:
"A implementação do sorteio e-fatura reforça o relevante papel que todos os cidadãos têm no combate à economia paralela e à evasão fiscal".
No que me diz respeito, o efeito é o oposto.
Dizem-nos (assumindo que todos os contribuintes com e-mail receberam ou irão receber esta mensagem) eles:
"A implementação do sorteio e-fatura reforça o relevante papel que todos os cidadãos têm no combate à economia paralela e à evasão fiscal".
No que me diz respeito, o efeito é o oposto.
janeiro 20, 2014
janeiro 17, 2014
«A dívida, segundo Sócrates» - António Pimpão
Em consequência, a economia portuguesa foi atarrachada para que se pudessem libertar fundos para ir pagando a dívida e conduzi-la a níveis aceitáveis.
Os portugueses, acusados de gastarem acima das suas possibilidades, foram submetidos a tratos de polé e obrigados a gastar menos para, por essa via, se poder baixar a dívida pública.
Fizeram-se privatizações de importantes empresas públicas – e o processo continua - para, com a receita obtida, se pagarem as dívidas.
Cessou todo o investimento para não se agravar a dívida.
Não obstante:
- Sócrates disse em Paris que a dívida pública não era para pagar e os bem pensantes caíram-lhe em cima.
- o governo elegeu como seu principal objetivo ganhar a confiança dos mercados para poder continuar a endividar-se a juros mais baixos, dando, assim, razão a Sócrates.
- o povo, com a conivência dos políticos, continua a querer tudo e mais alguma coisa do estado, mesmo que isso implique maior endividamento.
- em nome da dívida e do seu excesso temos sido sujeitos a todos os sacrifícios, sem fim à vista.
Mas vamos a factos: no final de 2012 a dívida tinha aumentado para 130% do PIB; no final de 2013 a dívida aumentou mais 10% e é agora de 140% do PIB.
Será que Sócrates tem afinal razão?
Será que Passos Coelho aderiu às teses de Sócrates, uma sobre a dívida e a outra sobre a tortura?
E nós? Nós não contamos!
António Pimpão
janeiro 15, 2014
«Metro e tal» - António Pimpão
A sociedade para a instalação do Metro Mondego foi constituída em 1996 tendo como acionistas o estado e os municípios de Coimbra, Lousã, Miranda do Corvo e Góis, todos servidos pelo ramal ferroviário da Lousã.
A estimativa inicial do investimento foi de 55 milhões de euros, um ano depois passou para 122 milhões e em 2011 já ia em 512 milhões. É o habitual.
Entre 1997 e 2010 os recursos humanos da sociedade integravam 7 administradores (!!!) e 5 funcionários que despenderam 3,4 milhões de euros.
Os administradores eram principescamente remunerados. Um dos vogais executivos auferia € 51.188 mais € 13.663 em despesas de representação mais € 3.000 de telefone e mais o direito a usar cartão de crédito, no que despendeu € 116.984, dos quais 2/3 em despesas pessoais.
Até agora foram investidos no Metro Mondego, ou melhor, foram gastos 140 milhões de euros sobretudo em remunerações, projetos e expropriações.
Em 2010 o Metro Mondego devia à banca 3,384 milhões de euros, tendo pago nesse ano 726 mil euros de euros de juros (corresponde-lhe uma taxa de 21%!!!).
Um dos anteriores presidentes do Metro Mondego referiu, numa apresentação que presenciei, que os investimentos em infraestruturas de transportes nunca são recuperados, não podem entrar nas contas da exploração.
Em termos de exploração, o ponto crítico (resultado zero) seria atingido com o transporte de 150 mil pessoas/dia, que não se afigura atingível. Uma estimativa realista aponta para um prejuízo anual da exploração de 38 milhões de euros.
Perante estes frios números, faz sentido pedir ao governo e municípios que aqui enterrem mais de 500 milhões de euros, ainda que fortemente subsidiado por fundos europeus, e criar mais um elefante branco em termo de exploração? E que sejam os contribuintes anónimos a suportar estas perdas?
É bem verdade que são os contribuintes anónimos que suportam as perdas da generalidade das transportadoras de Lisboa e do Porto e que há por todo o país demasiadas situações semelhantes, sem apuramento de responsabilidades, sem penalizações e com o zé sempre a pagar. E esses maus exemplos devem replicar-se, deve-se imitar o que se censura nos outros?
E quem garante que a estimativa atual do custo do investimento não volte a multiplicar-se? E quem garante que não se volte a nomear 7 administradores e continuem a sua ineficácia e os seus desmandos? E quem vai suportar as perdas anuais de exploração dos 38 milhões de euros? Se se tratasse de uma empresa privada, a ocorrência sucessiva de prejuízos levá-la-ia inevitavelmente à falência. Mas tratando-se de empresa pública isso nunca acontece porque sempre se arranjará quem pague a conta.
Quando um banco financiou uma empresa e esta entra em incumprimento, o maior dilema para o banco passa a ser se deve conceder mais algum crédito, na expetativa de que a empresa recupere, ou se o deve cortar e, com isso, precipitar o fim da empresa e a perda do financiamento já concedido.
Neste caso do Metro Mondego, o dilema está entre perder de vez os 140 milhões já gastos ou investir mais quase 400 milhões.
A decisão não será pacífica. Ela só não oferece dúvidas a quem entende que o investimento é preciso, deve ser feito e depois logo se verá. E que alguém há de pagar! Não é assim que penso!
António Pimpão
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janeiro 14, 2014
«Alguém ispilica?» - António Pimpão
António Pimpão
janeiro 13, 2014
A CONSCIÊNCIA QUE SE NÃO TEM
Com
certeza, muitos já conhecem aquela história em que um professor tenta,
através de dois pequenos desenhos, explicar a um aluno por que razão
quanto mais se sabe menos parece que sabemos. O douto mestre desenhava
duas circunferências e duas linhas, cada uma menor que a outra. Então
explicava, apontando para a circunferência menor "o interior da
circunferência é aquilo que sabemos; o exterior é o
que não sabemos e a linha do perímetro (e apontava para a linha menor) é
a consciência que temos daquilo que não sabemos, mas existe e queremos
aprender. Quando lemos, estudamos e aprendemos, a circunferência aumenta
de área, logo aumenta a linha do perímetro (e apontava para a linha
maior) e a consciência daquilo que não sabemos e falta aprender".
Por esta explicação se compreende a aurea mediocritas, a feliz inconsciência do desconhecimento: aquilo que não sabemos que existe não nos preocupa. Só se angustia e tem problemas de informática, por exemplo, quem souber que os computadores existem. Só temos problemas com aquilo que temos, aquilo que existe ou pensamos que existe. Eu não tenho problemas de barbatanas tal como Paulo Portas não tem problemas de consciência, como disse este fim-de-semana no seu congresso.
Por esta explicação se compreende a aurea mediocritas, a feliz inconsciência do desconhecimento: aquilo que não sabemos que existe não nos preocupa. Só se angustia e tem problemas de informática, por exemplo, quem souber que os computadores existem. Só temos problemas com aquilo que temos, aquilo que existe ou pensamos que existe. Eu não tenho problemas de barbatanas tal como Paulo Portas não tem problemas de consciência, como disse este fim-de-semana no seu congresso.
janeiro 12, 2014
janeiro 09, 2014
O que Sabia Cristóvão Colombo sobre o Novo Mundo? - IV
Desde sempre o poder envolveu a realidade em formatações tendentes a condicionar a forma como as populações constroem todo o conjunto de referências sobre as quais as máquinas das sociedades rolam.
Mentiras, meias verdades, mas melhor ainda, a verdade contada de um certo modo, seguindo caminhos de retórica que embora serpenteantes, acabam por ser aceites- pela hábil insistência- como uma linha recta.
Nem precisamos de recuar séculos; nos nossos dias, chavões como os de "viver acima das possibilidades" e "o Estado não tem vocação para..." constituem falácias sobre as quais toda uma estrutura de gente habilidosa trabalha as opiniões de forma a colher os seus particulares interesses em prejuízo dos de âmbito colectivo.
Não sendo este no entanto o tema, cabe fazer comparações, para que nos demos conta da forma como nos é induzida a percepção geo-política que temos do mundo.
Se olharmos para o Mapa-Mundi com o qual crescemos, centrado sobre o Atlântico, temos o Alaska no extremo esquerdo, e a Sibéria no direito. No entanto, os mapas apresentam uma distorção enorme. Na verdade o topo dos mapas é um ponto e a Sibéria dista apenas um estreito de mar (estreito de Bering) do continente Americano.Toda a saga da descoberta do Novo Mundo cai se tivermos em conta de que o Alaska já era conhecido há muito pelos Russos embora estes só mostrassem ter interesse económico no século XVII e na sequência da colonização intensiva que a Europa estava levando a cabo no continente "recém descoberto". A possessão, sob uma grave crise económica que assolava o Império Russo, acabou por ser vendida aos Estados Unidos.
No particular que nos importa, - o que sabia Cristóvão Colombo (Colon) sobre o Novo Mundo-, cabe-nos olhar para o segundo mapa que apresenta uma outra perspectiva.
Como se pode verificar, estando o Polo Norte representado na sua verdadeira dimensão, um ponto, temos uma outra percepção das distâncias. Vemos assim como é curta a distância entre a Europa e o Norte da América e como um cordão de ilhas ( ilhas Aleutas) liga o continente Asiático ao Americano.
A colonização do continente Americano no sentido Norte -Sul através do estreito de Bering foi durante muito tempo a única aceite. A genética mostra os marcadores coincidentes com os povos Mongóis, sendo
também comuns os arquétipos linguísticos assim como os hábitos nómadas que caracterizavam as tribos mais a Norte. A migração progressiva na direcção Sul teria feito com que esses hábitos se alterassem até ao ponto da constituição de sociedades sedentárias mais complexas e que viviam nas cidades que os Europeus encontraram no actual México e América do Sul.
Contudo, algumas descobertas arqueológicas puseram em questão esta teoria. No final do Séc. XX a descoberta de um crânio primeiro e de dezenas de outros depois em território Brasileiro mexeram profundamente com a ideia feita e, claro, esbarraram com a forte oposição dos antropólogos Norte Americanos. Apelidada de "Luzia", a morfologia do seu crânio e dos crânios posteriores descobertos em Lagoa Santa e Serra do Cipó é igual ao dos povos da Austrália / Oceania. A datação das descobertas é de aproximadamente 10.000 anos. A ideia de que teriam atravessado o Pacífico nas suas parcas pirogas, é contudo totalmente rejeitada pelos Norte Americanos. Segundo eles a migração teria sido feita a partir do estreito de Bering. Esta hipótese mirabolante esbarra contudo com o facto de não se terem descoberto quaisquer achados que a possam confirmar. Também a hipótese de que a ocupação da Asia teria sido precedida pelos povos que deram origem aos da Oceania esbarra com questões de ordem cronológica. De facto existem na Ásia evidências dessas ocupações mas distam dezenas de milhares de anos e não se encontram mais Norte do continente Asiático, ponto fundamental para que a teoria da vaga do primeiro atravessamento por outros povos antes dos que ficaram conhecidos por "Indios" tenha consistência. Além do mais, a migração de uma segunda vaga de povos a partir do Estreito de Bering teria dado origem aos fenómenos de confronto e miscigenação os quais teriam forçosamente de deixar marcas arqueológicas e genéticas no território do actual Estados Unidos. Ora elas existem sim, mas predominantemente na América do Sul. Assim a teoria do fluxo migratório feito exclusivamente pelo estreito de Bering não tem consistência.
Se dermos - pelas evidências atrás postas- por certo de que pequenas pirogas teriam aportado ao continente Americano, atravessando o imenso Pacífico, qual a razão porque se é tão céptico quanto à possibilidade de os Minoicos, Fenícios, quiçá Egípcios, Vikings, e finalmente os Portugueses, - todos comparativamente dotados de embarcações de grandes dimensões - conhecerem esse continente muito antes da sua "descoberta" oficial?
No texto anterior, fez-se referência a elementos linguísticos Incas comuns a Egípcios assim como a hábitos culturais que se imortalizaram nas construções deixadas como testemunho. Tomemos nota de que o planeta conheceu diversos perfis climáticos e que a Groenlânda significa "terra verde". Teria sido bastante mais amena há cinco mil anos assim como todas as ilhas que constituem o cordão que liga a Europa à América.
Assim a saga Minóica na senda do cobre com que inundaram a Europa, cuja origem Americana está comprovada pelos estudiosos, é totalmente plausível.
A história da Descoberta da América feita "por grosseiro engano" dum ressabiado Cristóvão, é a maior mentira mais propalada nos últimos 500 anos. Como diz o adágio, muitas vezes repetida acaba por ser aceite como verdade. Mas outro, ainda mais sábio diz que ela, a verdade, acaba por vir sempre ao cimo.
Cristóvão Colombo, nome de código, sabia certamente muito sobre esse continente.
Mentiras, meias verdades, mas melhor ainda, a verdade contada de um certo modo, seguindo caminhos de retórica que embora serpenteantes, acabam por ser aceites- pela hábil insistência- como uma linha recta.
Nem precisamos de recuar séculos; nos nossos dias, chavões como os de "viver acima das possibilidades" e "o Estado não tem vocação para..." constituem falácias sobre as quais toda uma estrutura de gente habilidosa trabalha as opiniões de forma a colher os seus particulares interesses em prejuízo dos de âmbito colectivo.
Não sendo este no entanto o tema, cabe fazer comparações, para que nos demos conta da forma como nos é induzida a percepção geo-política que temos do mundo.
Se olharmos para o Mapa-Mundi com o qual crescemos, centrado sobre o Atlântico, temos o Alaska no extremo esquerdo, e a Sibéria no direito. No entanto, os mapas apresentam uma distorção enorme. Na verdade o topo dos mapas é um ponto e a Sibéria dista apenas um estreito de mar (estreito de Bering) do continente Americano.Toda a saga da descoberta do Novo Mundo cai se tivermos em conta de que o Alaska já era conhecido há muito pelos Russos embora estes só mostrassem ter interesse económico no século XVII e na sequência da colonização intensiva que a Europa estava levando a cabo no continente "recém descoberto". A possessão, sob uma grave crise económica que assolava o Império Russo, acabou por ser vendida aos Estados Unidos.
No particular que nos importa, - o que sabia Cristóvão Colombo (Colon) sobre o Novo Mundo-, cabe-nos olhar para o segundo mapa que apresenta uma outra perspectiva.
Como se pode verificar, estando o Polo Norte representado na sua verdadeira dimensão, um ponto, temos uma outra percepção das distâncias. Vemos assim como é curta a distância entre a Europa e o Norte da América e como um cordão de ilhas ( ilhas Aleutas) liga o continente Asiático ao Americano.
A colonização do continente Americano no sentido Norte -Sul através do estreito de Bering foi durante muito tempo a única aceite. A genética mostra os marcadores coincidentes com os povos Mongóis, sendo
também comuns os arquétipos linguísticos assim como os hábitos nómadas que caracterizavam as tribos mais a Norte. A migração progressiva na direcção Sul teria feito com que esses hábitos se alterassem até ao ponto da constituição de sociedades sedentárias mais complexas e que viviam nas cidades que os Europeus encontraram no actual México e América do Sul.
Contudo, algumas descobertas arqueológicas puseram em questão esta teoria. No final do Séc. XX a descoberta de um crânio primeiro e de dezenas de outros depois em território Brasileiro mexeram profundamente com a ideia feita e, claro, esbarraram com a forte oposição dos antropólogos Norte Americanos. Apelidada de "Luzia", a morfologia do seu crânio e dos crânios posteriores descobertos em Lagoa Santa e Serra do Cipó é igual ao dos povos da Austrália / Oceania. A datação das descobertas é de aproximadamente 10.000 anos. A ideia de que teriam atravessado o Pacífico nas suas parcas pirogas, é contudo totalmente rejeitada pelos Norte Americanos. Segundo eles a migração teria sido feita a partir do estreito de Bering. Esta hipótese mirabolante esbarra contudo com o facto de não se terem descoberto quaisquer achados que a possam confirmar. Também a hipótese de que a ocupação da Asia teria sido precedida pelos povos que deram origem aos da Oceania esbarra com questões de ordem cronológica. De facto existem na Ásia evidências dessas ocupações mas distam dezenas de milhares de anos e não se encontram mais Norte do continente Asiático, ponto fundamental para que a teoria da vaga do primeiro atravessamento por outros povos antes dos que ficaram conhecidos por "Indios" tenha consistência. Além do mais, a migração de uma segunda vaga de povos a partir do Estreito de Bering teria dado origem aos fenómenos de confronto e miscigenação os quais teriam forçosamente de deixar marcas arqueológicas e genéticas no território do actual Estados Unidos. Ora elas existem sim, mas predominantemente na América do Sul. Assim a teoria do fluxo migratório feito exclusivamente pelo estreito de Bering não tem consistência.
Se dermos - pelas evidências atrás postas- por certo de que pequenas pirogas teriam aportado ao continente Americano, atravessando o imenso Pacífico, qual a razão porque se é tão céptico quanto à possibilidade de os Minoicos, Fenícios, quiçá Egípcios, Vikings, e finalmente os Portugueses, - todos comparativamente dotados de embarcações de grandes dimensões - conhecerem esse continente muito antes da sua "descoberta" oficial?
No texto anterior, fez-se referência a elementos linguísticos Incas comuns a Egípcios assim como a hábitos culturais que se imortalizaram nas construções deixadas como testemunho. Tomemos nota de que o planeta conheceu diversos perfis climáticos e que a Groenlânda significa "terra verde". Teria sido bastante mais amena há cinco mil anos assim como todas as ilhas que constituem o cordão que liga a Europa à América.
Assim a saga Minóica na senda do cobre com que inundaram a Europa, cuja origem Americana está comprovada pelos estudiosos, é totalmente plausível.
A história da Descoberta da América feita "por grosseiro engano" dum ressabiado Cristóvão, é a maior mentira mais propalada nos últimos 500 anos. Como diz o adágio, muitas vezes repetida acaba por ser aceite como verdade. Mas outro, ainda mais sábio diz que ela, a verdade, acaba por vir sempre ao cimo.
Cristóvão Colombo, nome de código, sabia certamente muito sobre esse continente.
janeiro 08, 2014
Ele há tribunais constitucionais e constitucionais tribunais
Bem nos dizia o Luís Sttau
Monteiro que viver a crise por viver a crise, o melhor era fazê-lo num país
rico…
Se é verdade o que aqui partilho –
e porque não houvera de ser…? – e se nós não vivêssemos numa Terra do Nunca sem
Peter Pan mas com uma data de tipos a fazer ganchos, e a meio caminho de um
País das Maravilhas sem Alice mas com muitos leões empalhados e homens de lata
enferrujada, já viram o sarrabulho que isto poderia gerar?
Ele havia de ser as instituições
em pandarecos, o governo sem abrigo, os partidos com crises de asma... mas o povo,
quiçá, um pouco menos infeliz.
Mas não, aqui só as ondas do mar
agitam qualquer coisa, sem medos de troikas-laroikas, Portas fechadas e maus
Passos dados.
Aqui vai a notícia/informação,
assim mesmo, exactamente como acabou de me chegar:
O Tribunal Constitucional alemão considera que as reformas são um
direito dos trabalhadores idêntico à detenção de uma propriedade privada, cujo
valor não pode ser alterado. O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem segue a
mesma linha.
O Tribunal Constitucional alemão equiparou as pensões à propriedade,
pelos que os governos não podem alterá-las retroactivamente. A Constituição
alemã, aprovada em 1949, não tem qualquer referência aos direitos sociais, pelo
que os juízes acabaram por integrá-los na figura jurídica do direito à
propriedade. A tese alemã considera que o direito à pensão e ao seu montante
são idênticos a uma propriedade privada que foi construída ao longo dos anos pela
entrega ao Estado de valores que depois têm direito a receber quando se
reformam. Como tal, não se trata de um subsídio nem de uma benesse, e se o
Estado quiser reduzir ou eliminar este direito está a restringir o direito à
propriedade. Este entendimento acabou por ser acolhido pelo Tribunal Europeu
dos Direitos do Homem.
janeiro 05, 2014
Documento...
...escrito em 1944 e cujo conteúdo só foi revelado em 2000.
Este ano o Papa Francisco autorizou a exposição do manuscrito pela primeira vez.
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janeiro 02, 2014
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