janeiro 21, 2014

Quando será que expulsamos os vendilhões do templo?

Sinceramente, até receber este e-mail pensei que estava a ter um pesadelo. Mas constato que esta parolice (a que na minha terra chamariam «ideia do caga-cornos») vai mesmo seguir em frente!





Dizem-nos (assumindo que todos os contribuintes com e-mail receberam ou irão receber esta mensagem) eles:
"A implementação do sorteio e-fatura reforça o relevante papel que todos os cidadãos têm no combate à economia paralela e à evasão fiscal".
No que me diz respeito, o efeito é o oposto.

8 comentários:

  1. Ainda hoje o almocito ficou-me por menos cinco euróis.
    cinco vezes vinte dá cem.
    Com o azar que tenho o carro iria sair-me daqui a uns sete mil, trezentos e setenta anos e dois meses
    e os cem euróis por mês, para compensar os cortes (roubo) nos rendimentos dão um jeitão
    Ora toma lá que já o almoçaste.

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  2. Se pararmos apenas dois miseráveis segundinhos a pensar no que este conceito contém de «atrasadismo mental» atribuído ao cidadão contribuinte e adulto... enfim, bastaria isso para fazermos uma revolução.

    Lamentavelmente não temos dois secundinhos para pensarmos...

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  3. (Aquela dos «secundinhos» tem todo a ver com as secundinas que, como toda a gente sabe, são a placenta e as menbranas que ficam na madre, depois do parto... e que nos fazem tanta falta ao longo da vida...)

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    1. Toda a gente sabe... a partir de agora, pois não fazia ideia :O)

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    2. Por isso nunca é tarde para renovar as merecidas chapeladas a quem sabe e compartilha o conhecimento: Mestre Orca, (mais) uma vénia

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  4. E depois, que idiotice mais Pidesca.
    Toda a gente (os que pela idade cabem no intervalo da memória) se lembra dos Bufos da Pide, depois batizada para DGS.
    Por vinte escudos, algo assim como os actuais dez cêntimos de €uro, denunciavam as conversas que tínhamos às mesas de café.
    Na cidade onde vivo e vivi a maior parte da vida também conheci pessoalmente uma personagem deste jaez. Tínhamos por hábito umas tertúlias num certo café.
    A configuração do estabelecimento dava um certo recato a um cantinho onde apenas uma mesa cabia que fazíamos rodear por cinco ou seis cadeiras no espaço feito só para quatro. Uma floreira a fazer de separador com o resto do espaço dava o remate final. Aí dávamos volta aos livros proibidos, os filmes censurados, a situação política. Em voz baixa apenas confiávamos no empregado de mesa, ele mesmo, segundo se constava, detido em tempos pelos esbirros da polícia política e por isso alvo da nossa admiração.
    Fazíamos os pedidos das torradas, ou das imperiais com caracóis, enquanto ele discretamente também nos dizia coisas concordantes com as linhas dos nossos pensamentos..
    Foi um espanto quando depois do 25 de Abril, nos arquivos locais da Pide o dito emergiu como um dos informadores com a folha de serviço onde constavam além dos nossos nomes, os pagamentos dos tais vinte escudos por cada dica passada. Coisas tipo, livro X, ou programa de rádio BBC em dia Y, etc além das nossas opiniões.
    Palavra de honra que a primeira coisa a vir ao cimo quando saiu a ideia brilhante do carro sorteado via factura foi a cara simpática do tipo que nos bufava.
    E é precisamente essa sensação de dejá vue que me toma sempre que ao meter gasolina ou pago o café o empregado me pergunta pelo número de contribuinte.
    Não é por nada, mas o ficheiro da pide sai-me logo assim à frente dos olhos.
    Traumas filhos...traumas..

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