Já é uma notícia de Setembro mas na altura passou-me despercebida (agora inscrevi-me na newsletter em português da PressEurop.eu):
"«A verdade» – é o título do Handelsblatt, que baseando-se em números espantosos, põe termo ao mito da alegada parcimónia do Estado alemão. Oficialmente, a dívida alemã, em 2011, é de 2 biliões de euros. Mas isso é apenas uma meia verdade, porque a maior parte das despesas previstas com reformados, doentes e pessoas dependentes não foram incluídas nesse cálculo. De acordo com os novos números, a dívida real ascende a mais 5 biliões de euros. Por conseguinte, a dívida da Alemanha atingiria 185% do seu produto interno bruto e não os 83% oficialmente anunciados. Como termo de comparação, a dívida grega em 2012 deverá ascender a 186% do PIB da Grécia e a dívida italiana é atualmente de 120%. O limiar crítico a partir do qual a dívida esmaga o crescimento é de 90%. Desde que chegou ao poder, em 2005, Angela Merkel «criou tantas novas dívidas como todos os Chanceleres das quatro últimas décadas juntos», refere o economista principal deste diário económico. «Estes 7 biliões de euros são um cheque sem provisão que nós assinámos e que os nossos filhos e netos terão que pagar.»"
É mais um dado a corroborar a tese de que a dívida é algo mais psicológico de que outra coisa. Pois se todos devem uns aos outros, seria fácil um encontro de contas para se tirar a limpo quem deve a quem e quanto, e se calhar ficariamos todos estupefactos ao constatar a implosão efectiva das dívidas. Como escrevi há pouco tempo neste blogue, os tais "mercados" somos todos nós que queremos bons juros dos dinheiros a prazo, que queremos boas pensões de reforma, que queremos saúde e ensino com boas performances etc, e que não pensamos que tudo isso é pago com o dinheiro que depositamos nas contas destinadas a esse efeito nas mãos de agentes financeiros que depois aplicam e especulações a nível mundial de forma a rendabilzar essas verbas e assim agradar aos clientes e com esse agrado conseguir mais dinheiro em depósitos.
ResponderEliminarEsta aldrabice funciona durante algum tempo até que um dos agentes da roda querer, não titulos, mas dinheiro vivo, real money, e aí se descobre que apenas se tem papéis a prometer o céu mas só para o dia depois de amanhã.
O que corre mal?
Seria lícito esperar que este sistema, se funcionou durante x tempo, poderia funcionar - duas vezes ou mesmo três, quem sabe quatro ou mais vezes, quem sabe até ao infinito - bem.
Afinal, o dinheiro é ou não é uma aldrabice? Uma coisa fiduciária, algo baseado no acreditar do valor absoluto de um ícone?
É de facto! Mas derrubar um Deus é tão facil com dizer que o Rei vai nú e mesmo que não vá: da nudez ninguém o safa.
A Alemanha deve um infinito. Pergunto se não terá outro infinito a receber. E os que devem à Alemanha, de quem serão eles credores?
Não será tempo de dar-se uma pausa para pensar e reflectir?
Acho que os donos do mundo sabem disso e que todos sabem. No entanto, persegue-os o terror. O terror dos homens descobrirem o tamanho real do Deus para o qual deram todo o seu esforço, a sua força vital. Descobrir que o dinheiro,neste caso o €uro, não vale nem metade é um drama. Quiçá não para nós que poucos €uros temos, mas sim para os que os tendo em muita quantidade vêem o seu poder pessoal reduzido à expressão real da moeda.
Damo-nos sempre bem com um mercado em expansão, mas mal com um em recessão, no entanto as regras são exactamente as mesmas. Só que os donos do dinheiro apenas as querem quando elas lhes são a favor e nunca ao contrário.
No entanto....falam-nos sempre dos mercados, sempre dos mercados, sempre dos mercados....
Ou vocês começam a pôr estes vossos comentários mais "trabalhados" como posts ou eu ainda retiro a caixa de comentários, c'um catano...
ResponderEliminarProntes melhér, isto é só a gente a conversar, prontes, prontes...
ResponderEliminarOlha, comentários para quê? Ainda se esta seita seguisse os mandamentos dos bonobos e desatassem a fazer um imenso comboio, muito agarradinhos uns aos outros... Tipo, devedor por trás do credor, outro devedor atrás de outro credor, todos muito encaixadinhos e tal, talvez a coisa fizesse algum sentido e, pelo menos, não se perdia tudo.
ResponderEliminarAssim como estamos, nem se goza, nem se sai de cima... ou de trás, que é como quem diz...
E a música para cantarem é óbvia.... "apitó comboio, que coisa tão linda..."
ResponderEliminarÉ verdade amigos
ResponderEliminarAinda ninguém se compenetrou (que palavra tão a propósito) de que a economia é uma activudade do fecha a roda, que quando interrompida faz um participante colher proveitos sem que nada dê em troca.
E o último do círculo fica encaixadinho no... primeiro.
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