outubro 24, 2011

Tributo

Dois clichés:
1. Os tributos fazem-se em tempo próprio, não a posteriori;
2. Quem faz as aulas são os alunos.

Tenho tido a sorte, ao longo de já sete semestres, de ter tido alunos de excelência. Tão bons que passo sempre pelo medo, quando já lhes disse um "até breve" que sei que as mais das vezes significa um "até nunca", de não vir a ter outros do mesmo calibre.
Felizmente, estou sempre enganada.
Que nunca me tirem a satisfação de chegar a casa a explodir de realização quando o meu trabalho consiste em moderar (e participar, não consigo ser passiva e meramente observadora, não vale a pena), feita advogada do diabo, debates de ideias bem construídas, entre gente bem formada, respeitadora, que sabe pensar e quer aprender a pensar ainda melhor com os outros.
clichés que são muito mais do que frases feitas. Daí a minha homenagem, aos meus alunos, que todos os dias me tiram do sério (que maçada seria se não o conseguissem!), me desafiam, me interpelam, falam por cima de mim e apercebem-se do erro, lançam argumentos novos, se entusiasmam comigo e fazem da minha vida uma vida com (de entre muito poucas certezas) um factor inegável: se não fosse professora de Pensamento Crítico na Escola de Direito da Universidade Católica do Porto, seria certamente muito menos gente.
Obrigada.

9 comentários:

  1. Que pena eu não ser gente, mas partilho a admiraSão... ;)

    (Já tinha lido isto nas cãibras)

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  2. Grande Ana! Sempre te digo, do outro lado da secretária, que, das grandes referências da minha vida, algumas ou são professores que tive - verdadeiros mestres - ou ensinamentos que me transmitiram.

    O amor à transmissão de conhecimentos que nos transmites e, acima de tudo, o teu próprio contentamento pelo desafio de pôr ligações neuronais a funcionar nos teus ouvintes, é o capital primordial que os aprendizes de feiticeiro que vão passando pelo Ministério da Educação tanto descuraram... Para grande desgraça de toda uma nação.

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  3. Eu li primeiro! Eu li primeiro!
    (arredai-vos, pá!)

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