outubro 05, 2011

«Occupy Wall Street» - mais informações


Como o Jorge Castro já aqui alertou, está a decorrer desde 17 de Setembro um imenso protesto em Wall Street, Nova Iorque, contra a actual situação política e económica que afecta a grande maioria da população (este movimento assume como número chave 99%, por oposição a 1% - os ricos e poderosos).
A página não oficial do movimento «Occupy Wall Street» é esta: OccupyWallSt.org.
Entretanto, o movimento alastrou a outras cidades dos E.U.A. e o «Occupy Together» está activo actualmente em 266 cidades - OccupyTogether.org/
Há algumas páginas com reportagens em tempo real, como esta.
Aqui podemos ler a Declaração da Ocupação da cidade de New York.
Este protesto tem apoios cada vez maiores, por mais que esteja a ser "esquecido" pela comunicação social.
Embora até agora se mantenha pacífico, pode ser o início de uma revolução.



Michael Moore fala sobre o movimento e apoia-o:



Aqui, quando o protesto passava pelo distrito financeiro de New York, Wall Street, reparem na maltinha que está nas varandas:

18 comentários:

  1. Bravo! O silêncio somos nós que contemporizamos com ele.

    A santa globalização há-de ter este lado positivo: todos nos podemos irmanar pela causa do Mundo e da Humanidade... pelo menos com outra facilidade.

    Depois, Utopia, lirismo, mais ou menos exacerbados... Ora, que cada um tome a mezinha como melhor lhe aprouver.

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  2. Estou a gostar disto. O grupo de hackers Anonymous ameaça pôr offline a página internet da bolsa de Newy York (NYSE).

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  3. O grupo que se ponha a pau, porque graças a esta "globalização" os servidores centrais de todo o mundo, ou seja o topo da pirâmide da nuvem informática - que acreditamos ser em rede mas na verdade é uma rede subordinada a servidores "master"- está algures na Ásia e desconfio que os chinocas tem e controlam toda a informação do mundo .
    Isto que parece gravissimo e ao mesmo tempo ridículo, deve-se às sagradas leis da economia: quando alguém pede nada pouco para colocar informação e outros não nos pedem nada, é natural que algures os que cobram nada (ou quase nada) conseguem concentrar nos seus sistemas a parte maior dos serviços ou seja, todo ou quase todo o tráfego de informação mundial. Devemos por isso desconfiar da fartura e recorrer à expressão cínica anglófona:"There are no lunches for free", mas parece que as coisas mais simples e evidentes ficam por vezes inacessíveis às cabeças que se arvoram em ser supra-pensantes
    Se há uma pergunta que me faço frequentemente é a de questionar a razão pela qual, algumas coisas passam com toda a força pelos meios de informação, e outras, igualzinhas como é o caso destas nos EUÂ, mal se ouve falar.
    Se uma praça na Líbia, e no Egipto etc, com a diabolização incontornavelmente alocada aos dirigentes que umas semanas antes eram os parceiros de todo o tipo de negócios internacionais, faz mexer todos os telejornais, qual a razão porque não se ouve quase falar das centenas de manifestações de perfil igual noutros lados?
    Se os Hackers conseguem mexer na bolsa de New York? Não duvido, mas antes deles já os amarelos o fazem há muito; na Bolsa e nas bolsas de toda a gente. Eles espiam tudo, roubam tudo, falsificam tudo, e no fim do ciclo do fluxo de capitais, de forma incontornavel vai tudo parar ao mesmo sítio: China.
    Assim, esta guerra surda que tem como expressão visível a crise economica global, tem dois contendores principais, China e Eua. A Europa é de alguma forma uma extensão dos EUA no sentido do quintal das traseiras. É assim que nos vêem: não temos força militar integrada, não temos governo central, e lidar com assuntos macro-económicos na Europa, é uma cansativa dispersão de interesses individuais. Nem os chinocas nem os yankees nos levam a sério. Uns vêem-nos como mais um mercado fácil de controlar, outros, como a dispensa onde se pode buscar apoios de ocasião e guardar quando não lhes interessa. Por isso eu digo, que os hackers apenas conseguirão mexer a sério na Bolsa de New York quando isso for interessante para o outro lado. Até lá, duvido...

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  4. Charlie, não se trata de "mexer na Bolsa". Estão "só" a ameaçar deitar abaixo a página internet da Bolsa.

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  5. Sim, entendo, Sãozinha.
    Quando disse mexer, queria obviamente dizer, deitar abaixo.
    Mas isso não será possível, isso quase que te garanto. Se os hackers o fizerem, tiro o meu chapéu, podes crer.
    Por mais paradoxal que possa parecer, é mais fácil "hackar" a rede de informações militares norte americanas- como já foi feito,- do que mexer nessa bolsa em particular e isso pelas razões que atrás (çalvo seija) disse

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  6. Eu estou muito animada com estas reacções! Parece-me muito improvável sairmos "disto" sem uma "guerra". A minha conclusão, também a respeito de outros momentos na história, é a de que os impérios caem sempre que o número de escravos é demasiado. É o caso. 99% para 1%, é demasiado. Resta saber se a "guerra" será desordenada, de fome, violência, crime, desespero, sem rumo, nem alvo... ou se malta atina com o "inimigo". Historicamente, as circunstâncias são muito especiais. Mas desta vez há muita gente instruída e muitas cabeças pensantes do lado de cá das fileiras... ou seja, ainda há esperança...

    Acho que estás a complicar, Charlie. Parece-me que este movimento conseguiu sintetizar muito bem o problema: "Somos 99%". Para mim esta formulação basta.

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  7. Também me parece que acerta na mouche.

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  8. Libelinha querida e Sanita, ai....desculpa, Saozinha...e mais que querida, queridíssima...
    Não estou a complicar, nada disso e antes pelo contrário
    É bom que saibamos onde está de facto o inimigo, ver claro para que - no entusiasmo -, o povo não se vire contra si mesmo, como tantas vezes e quase sempre, acontece...
    Essa é que é essa.
    Porque, tal como em todas as revoluções, é necessário subir ao cimo das estátuas dos estatus, não para embandeirar sobre eles, mas para ver mais longe.
    Fui militar de Abril, como sabeis, e hoje, que tanta coisa se passou sobre um sonho lindo, digo ter sido quase milagre os cravos não terem sido buracos de balas a enfeitar os peitos em vez de flores a florir sobre os canos.
    Contrariamente ao final do filme CasaBlanca, os suspeitos do costume, ficam de fora a brindar com champanhe, exactamente como a ilustração demonstra.
    E isto, porque é mesmo muito raro as cabeças das Maria Antonietas rolarem no cesto das guilhotinas.
    O normal é os abraços de solidariedade das praças verdes acabarem em tragédia enquanto os verdadeiros culpadas de tudo se safam de mansinho.
    Por isso minhas queridas, o Charlie não é complicativo, é antes pelo contrário um bicho descomplicador, embora, obviamente sujeito às armadilhas do pensamento como toda a gente.
    E como diz o torrão de açucar Libular que o pingo de Mel Sãodável secunda, somos 99% contra os tais 1%-
    E digam então minhas queridas e demais leitores; num universo tão pequeno de "culpados" quem garante que ao ser alguém acusado de ser do bando dos tais, não se esteja a assistir a um pequena vingança pessoal, do mesmo teor das que existiram depois do 25 de Abril em que as pessoas exteriorizavam rivalidades entre vizinhos acusando-se mutuamente de pertencerem à PIDE???
    O movimento no Estados Unidos é genuíno, popular e tem o mais importante para espoletar algo de facto determinante, mas para isso, é necessário indentificar e estabelecer de forma coerente as metas a atingir.
    O mais importante agora que a motivação existe, é montar a máquina, mas de tal forma que nunca se percam os condutores de vista, não vão eles pegar nos volantes e fugir rumo aos gajos do champanhe, não é....?

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  9. Meu querido Charlie, para o que pode suceder neste caso, por muitas razões, não há paralelo histórico, senão algo de muito genérico... como os grandes trambolhões que ao longo de milénios foram decorrendo... Não se trata apenas de um "golpe de estado", ou de uma massa inflamada semi-acéfala guiada por algum "iluminado" a um propósito definido. De uma maneira ou de outra, o fim deste sistema que conhecemos já começou. Seja como for, não há razão nenhuma para os risos nas varandas. A dúvida que se poderá pôr é a de se depois disto iremos cair numa espécie de "idade das trevas" ou se estaremos preparados para um despertar individual do sentido crítico e das consciências que nos leve, o mais tranquilamente possível, a um caminho melhor. Pela minha parte, e pela razão única de que essa crença me faz mais feliz, prefiro acreditar que isso seja possível…

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  10. O Charlie está céptico. Eu sempre tentei ser "anticéptico".
    Vamos ver no que dá.

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  11. Minhas queridas meninas,
    O Charlie, não é céptico, e tem levado até muitas vezes nos cornos por ser sonhador. Acredito no sonho, no ideal, no poema e na transposição do limiar que separa a Besta do Homem, ou melhor, deste da besta. Mas repito algo importante e que remete para um Poeta supremo, esse que diz ser Pessoa no meio da multidão e que exprime o pensamento supremo ao dizer não ser da altura da sua estatura mas sim da altura do que via. Sonhemos, mas sonhemos alto, muito alto e cheios de luz e não deixemos os ladrões ( os mesmos do costume) roubarem-nos os sonhos...

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  12. Sim... "tá melhor"... (Eu continuo a não me entender com ele porque a minha fé vai mesmo toda para as capacidades da "besta"... e a propósito disto até já me lembrei de um livro que deixei a meio há uns anos atrás, e que se calhar vale a pena retomar, "A Agressão", de Konrad Lorenz...), (... e ai daquele que me entre aqui pela calada da noite a querer roubar-me um sonho... que leva com uma panela na cabeça!! lol)

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  13. Neim há panelada e açim, melhéres, diria o Nelo :)

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  14. Charlie, foi pouco... mas foi:

    http://www.ionline.pt/mundo/anonymous-atacou-pagina-da-bolsa-nova-iorque-durante-alguns-minutos

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