dezembro 20, 2011

Esqueletos no armário

Não sei exactamente de onde vem a expressão, sei apenas que é a tradução à letra do inglês skeletons in the closet que, segundo o Urban Dictionary, aponta para segredos ou memórias passadas que o sujeito gostaria que não viessem à tona; não tem necessariamente que ver com passados sombrios, pode estar relacionada com momentos embaraçosos, causadores de vergonha (ou sentimentos similares), de que não se quer falar.

Lembrei-me disto a propósito de uma conversa, havida há tempos e provinda de onde menos se esperaria, relativamente à exposição a que me auto-submeto com o este blogue: porque é muito pessoal, porque escarrapachas a tua vida, porque isso pode vir a ser usado contra ti no futuro, porque profissionalmente pode vir a ser um impedimento. E blábláblá, que conversas destas conheço eu de cor e salteado e são mais uma pedra de toque para saber com quem lido.
E lido, normalmente, com quem tem armários carregados de esqueletos (os meus são mais roupa, sapatos e acessórios, sorry) e não concebe que haja alguém que, por não os ter, nada teme. Lido com quem não percebe o que é viver sem máscaras de qualquer tipo e de peito aberto para o feedback de quem gosta, de quem não gosta e de quem odeia (sendo, provavelmente, estes últimos, os que mais avidamente querem saber de mim, o que por si só os caracteriza na perfeição). Lido com quem gostaria de ter a mesma sorte mas não percebeu que, antes de mais, tem de proceder a uma limpeza nos seus próprios armários. Lido com quem vive no medo de não agradar, no medo de não ser querido, uma vez descobertos os seus esqueletos.

E depois há os outros. Os que, iguais a mim (não sendo melhores ou piores do que os demais), escolheram viver de armários limpos de porcaria e que, por isso, podem ser quem querem e quem escolheram. E podem dizer e fazer o que lhes apetece, sem medos. Porque, como me dizia uma amiga ontem, "eu não jogo em duas equipas"; e jogar em duas (ou dez ou cem) equipas é a grande maçada que tem de gramar quem prefere viver de armário cheio de coisas que quer esquecer. Até ao dia em que, de tão assoberbado, o armário se abra. Ou seja aberto. E nesse dia, os medos que as pessoas têm pela minha exposição serão uma ninharia, ao pé da quantidade de lodo que terá de limpar quem escolheu viver como a avestruz: fazendo de conta que não tem podres, espera que os outros não lhos reconheçam.
Até ao dia...

26 comentários:

  1. E olha a peninha que eu tenho deles...

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  2. Chego a interrogar-me se tu, São Rosas, não és o alter ego dessa espampanante e até desconcertante figura da B.D.

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  3. Mais a sério,
    Toda a gente normal (se bem que se possa questionar o conceito de normalidade) tem a sua lista de coisas que não correram bem, situações onde falhamos, sinais vermelhos que passamos sem querer e outros com intenção...
    E até é bom ter presente a lista para que de vez em quando nos possamos situar

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  4. Pois é...
    Mau é fechá-los no armário e fazer de conta que eles não aconteceram.

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  5. Bem... ó Charlie, já me chamaram muitas vezes Olívia Palito...

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  6. Deve ser falta de vista Sãozinha.
    TODA a gente sabe, (não achas Ana, tu que és gaja,) "ca Ção é podri da boa" !!!
    Ou num é, cum catano, mil e seiscentos milhões de c...&$%$#"£4¬½§¬§¬§¬ me f&&((= '4'094u0%&%&%& e re...% e re¬½§½f..§¬{ds odam...!!!!!

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  7. ca Ção? Como... çopa de ca São?

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  8. Tás a ver????
    Nam á isqueleto cu nam goshte duma bela çopa de ca São... (disse-me o P.M.)

    (

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  9. Cá em casa toda a gente come ca Ção.

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  10. Ainda bem qués a Ção, porque se fosses a Chão, aí em casa todos comeriam Cachoeira

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  11. Já eu ouvi tanta vez dizerem-me «Olha que vais ficar queimado...» por dá cá aquela palha, ou sempre que se trate de emitir uma mera opinião publicamente que, quase sessenta anos levados nisto, não haverá já sequer necessidade de recorrer à incineração quando bater, de vez, a bota - se me permitem o negativismo da circunstância... que terá, por outro lado, um aspecto positivo, no que se refere à diminuição de encargos para os que ficarem.

    E tenho uma boa e fácil solução para estes medos, consubstanciada em expressão que aprendi na minha terrinha natal: cagar nisso, de alto!

    Claro que um destes dias me vou queimar com esta atitude...

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  12. Cação frito, já provei sim...
    um pouco antes de queimado.. hehehehe

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  13. Eu já tenho camadas de queimado.

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  14. Eu não sei se é do Natal, se das hormonas, mas gosto mesmo muito de vocês. Pronto.

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  15. Devem ser mesmo as harmónicas de Natal, meninas... :)

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  16. Mas não serve de desculpa:
    Também as adoro, seja em que altura for, mas no natal principalmente, fora dele igualmente, como disse anteriormente, e os meninos que não fiquem melindrados, tomem lá esta palmada nos sete costados
    e um abraço forte e bem aviado.
    Amo-vos ;)

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  17. Eu também vos amo... e às vossas hormonas assassinas :O)

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  18. Hornícias natalonas...um bom nome para uma banda alternativa. Ou para uma biva alternatanda...

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  19. É....
    A mana da Pí Vialterna Deira

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  20. Andas muito criativo. E o estudo, pá?

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  21. O estudo está ser sujeito à releitura e à introdução (linda palavra) do aplicativo que combinámos por mail.
    Logo que tenha uma boa parte composta já te envio o dito cujo.
    Agora o que se passa é que nesta época, pese embora a crise, há um pico de aperto de serviços.
    Mas descansa que pelo que prevejo, para bem do estudo e mal das minhas finanças, em Janeiro irei ter tempo de sobra. E como te disse, isto vai entrar na recta final e conto ter as coisas prontas no primeiro trimestre do ano. Por isso também gostava que o Raim desse uma mãozinha do seu grande talento, mal ele possa, claro ....

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  22. Ah, então é bom sinal. Isso, amealha para o Inverno, amealha... e já estamos no Inverno.

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