Com o escasso tempo que a televisão permite, o Dr. Jaime Ramos apresentou na RTP Informação algumas das suas propostas para a sustentabilidade da Segurança Social e que constam do seu livro «Não basta mudar as moscas».
Esta é uma obra de fundo, com cerca de 500 páginas onde, como se lê na capa, o autor apresenta “propostas para restaurar a república”, “ideias para o sucesso de Portugal e felicidade dos portugueses” e onde resume numa frase o que eu penso sobre a megalomania da capital: “Lisboa [é uma] amante cara de um país pobre”.
Neste livro o Dr. Jaime Ramos aborda, com o pragmatismo de quem vive as situações e como ele mesmo resume, temas como “o poder e a democracia, educação, saúde, segurança social, combate à pobreza, criação de emprego, apoio à família e aumento da natalidade, economia e estratégias de desenvolvimento com separação de áreas económicas entre o público e o privado (terceiro sector, não lucrativo e o lucrativo, vocacionado para os bens transaccionáveis) e sobre o endividamento publico e o défice da balança externa”.
Comungo da maioria das ideias que o Dr. Jaime Ramos propõe e, mesmo nos casos em que não concordo, têm sempre o mérito de nos ensinar a ver com outros olhos o nosso país e a política.
O Dr. Jaime Ramos defende que o futuro depende das decisões que se tomarem hoje, as quais determinarão se, daqui a 25 anos, seremos um dos povos mais pobres da UE ou se, pelo contrário, “se fizermos as escolhas correctas”, sejamos “um dos mais prósperos, em riqueza, e o melhor quanto ao bem estar”.
Fontes: o próprio livro (que recomendo) e este artigo de «o Despertar».
Tenho que comprar o livro! Quero lê-lo!...
ResponderEliminarEle abordou temas com os quais concordo em absoluto.
Quando foi a primeira onda de despedimentos na Empresa onde eu trabalhei 30 anos, havia 160 trabalhadores e ficaram 90. Aos que ficaram foram distribuidos computadores pessoais e foram instalados computadores de processo! O trabalho que era feito por 160, passou a ser feito por 90, com a ajuda de 100 computadores!
Estavamos em 1995 e nessa altura eu disse que os computadores deveriam pagar um imposto para a segurança social! Os meus colegas riam-se da ideia...
Exactamente. E, como podes ler no livro, a visão do Dr. Jaime Ramos para diversos aspectos da vida económica, política e social do país, é uma pedrada neste nosso pântano.
EliminarÉ certamente um trabalho de grande importância e escrito de mente aberta e lúcida.
ResponderEliminarReceio contudo, que muito em breve não nos restará nada nem mais coisa alguma a que possamos chamar de nossa e que são os suportes físicos do nosso bem estar colectivo. E é a partir dos meios de criação de riqueza que se podem alimentar as componentes sociais.
Esta hecatombe a que estamos a assistir a que se atrevem de chamar de reformas, com privatizações insanas e obscuras dos nossos sectores estratégicos serão a liquidação da nossa independência e com ela toda a capacidade de produzirmos quaisquer medidas de forma autónoma.
Pois... se o Estado se esvazia, como pode ser sustentável o Estado social?
EliminarEu, que sou um rapaz de Coimbra que vive em Lisboa, e não um lisboeta nascido no vale mondego, até quero crer que pode valer a pena o que o autor nos propõe. Não pude foi deixar de reparar no nome da editora...
ResponderEliminarUm abraço
Daniel