foto «Diário as Beiras» |
A capacidade de «construir», e mais importante, vender, um produto ou conceito, a inteligência para constituir, desenvolver e manter talentos, equipas motivadas e empenhadas e a resiliência para responder com sucesso às mutações constantes que as empresas dos nossos dias enfrentam constituem uma marca distintiva das empresas que buscam e alcançam o sucesso. Estas são, por definição, as empresas que se empenham em manter, e melhorar, uma situação económico-financeira equilibrada, que são capazes de captar recursos para os investimentos necessários, que apostam no reforço das suas posições nos diferentes mercados e encaram a internacionalização como algo, mais do que natural, necessário à sua consolidação. Estas empresas são as que procuram e alcançam a excelência. Por norma, à imagem dos seus líderes, que imprimem às organizações a sua cultura de iniciativa e empreendedorismo, de exigência e orientação para os resultados.
Em Portugal existe também uma primeira divisão das empresas, cuja performance é anualmente reconhecida e destacada, as PME Excelência. As empresas galardoadas beneficiam não só de notoriedade e prestígio, o que por si só já seria útil, como garantem o acesso a financiamento e a serviços bancários em condições preferenciais, quer em termos de preço, quer muitas vezes no que aos colaterais se refere. No entanto, só uma minoria aproveita esta possibilidade. Se no nosso País são bem mais de trezentas mil as empresas existentes, o facto do grupo de PME Excelência ser de 1.100 diz tudo sobre o trabalho que há a fazer.
Ainda assim, importa ressalvar que, em termos genéricos, a nossa região registou uma evolução positiva. O Centro, que em termos de empresas representa 22% do todo nacional, tem um peso de um terço nas PME Excelência, 476 empresas, tendo aumentado no último ano mais de cem empresas. Mais de 43%, quase metade das PME Excelência da Indústria estão na região Centro. O facto de a nossa indústria apresentar tão bons indicadores de desempenho é sinal da nossa pujança e, mais importante, da nossa capacidade de criar riqueza internamente.
Estas organizações são o benchmark, são o exemplo que deve ser exaltado, disseminado e repetido, devem dar a conhecer a forma como evoluíram, como criaram o ambiente necessário para atingiram um patamar de reconhecida qualificação.
Se a nossa região e as nossas empresas conseguem ter um peso tão superior à sua proporção nos grupos das melhores, teremos de apostar no exemplo destas práticas, contagiando outras empresas para a melhoria do seu desempenho. Estas empresas já demonstraram que perante tanta incerteza, existe um caminho que vale a pena. É difícil, é um caminho de pedras, mas compensa!
José Couto
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Texto publicado no jornal «as Beiras»
José Couto é presidente do Conselho Empresarial do Centro (CEC)
Às vezes o Benchmark é a panaceia que ainda pode afundar mais a crise. Num ambiente de forte concorrência e em toada recessiva, o facto de todos fazerem a mesma coisa e pelos mesmos métodos, não acrescenta, mas antes tira valor ao esforço dispendido, não permitindo proveitos substanciais, quer para destribuir pelos colaboradores, quer para re-investir.
ResponderEliminarTalvez a saída seja regressar aos exemplos do nosso passado e ir para o desconhecido, inventar novos mares e desbravar....
Assino por baixo, Charlie. Na empresa onde trabalho, quando vou a uma reunião da associação do sector, gasto a minha garganta a transmitir que o associativismo é importante para criar sinergias... mas não para fazermos de cuscas do que os outros fazem para os copiar.
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