janeiro 05, 2012

Notícias de última hora - do arco da velha!

- Algures na Covilhã, nasceu uma criança sem um pé, situação perfeitamente detectável numa ecografia. Dizem as más línguas, por essa net fora, que a médica que acompanhou a gravidez terá decidido omitir o pormenor, para que os pais não se decidissem por uma interrupção da gravidez. E eu pergunto quem é essa mulher que, à guisa de senhora do universo, decide armar-se em deusa, pondo e dispondo da vida dos que se entregam nas suas mãos com a confiança que um profissional de saúde deveria merecer a todos. Espero que a justiça seja dura, muito dura, tão dura quanto vai ser a vida daquela criança e daqueles pais. E que nunca mais volte a exercer medicina quem usou o privilegiado lugar que ainda é reservado aos médicos, nesta sociedade adoradora de vassalagem, para impôr a sua ideologia, contra uma lei aprovada por maioria. A democracia é tramada, não é, xotôra?

- Parece que o Otelo Saraiva de Carvalho vai ser responsabilizado (ok, ok, estou a pressupor que a justiça funciona efectivamente, mas ainda assim...) pelo  crime de diarreia verbal (se não é crime, devia ser!) que vem cometendo de há pelo menos 35 anos a esta parte. O senhor diz que está tranquilo e eu acredito. De resto, o meu amigo D. do Blog do Katano já advertiu (numa rede social perto de nós) para o facto de este caso dever ser analisado não em sede de Ministério Público mas de Ministério da Saúde. Mental, claro.

- Ninguém aproveita a boleia do senhor do ponto anterior e leva este pelo mesmo caminho? Na verdade, "uma opinião não poder ser considerada um crime", tão só. Mas depende sempre de quem vem e em que circunstâncias.  Acho que isto só com panos encharcados no focinho não vai lá.

- Pois diz que os partidos (no caso, PS e CDS-PP) estão a cobrar ao Estado (nós!) cada despesa eleitoral duas vezes, na medida em que pagam o que têm a pagar com uma subvenção estatal e, a posteriori, pedem a devolução do IVA sobre essas despesas ao mesmo Estado. Se me choca a pedinchice? Nadinha, até tenho inveja, não sou grande espingarda na arte do regateio. O que me choca é que o Estado pague efectivamente em duplicado porque, ao que parece, a legislação dá abertura a este tipo de situações, desde que a despesa seja superior ao financiamento somado ao valor do IVA. Extraordinário, não é? Tudo a apertar o cinto, minha gente, e a ouvir e calar, que isto não são coisas para o zé-povinho, essa massa de gente acrítica e conformada... (oh porra, espera lá, a verdade é que são mesmo!!)


Boa noite, eu sou a AnAndrade, este foi o vosso Blogjornal e agora vou ali vomitar um bocadinho que o meu estômago sempre foi muito sensível à anormalidade dos idiotas.

(tenho a dizer que, no Câimbras, só o primeiro ponto deu direito a discussão madrugada adentro, e eu nem estive lá para acicatar espíritos!)

12 comentários:

  1. É natural que só haja discussão sobre o primeiro os outros. Os outros já ultrapassam a capacidade de despertar polémica.

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  2. Acho que já há muito foi ultrapassado o limiar do vómito.
    Não podemos continuar a ser espectadores passivos da nossa depredação.

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  3. Sugiro que saiamos da casca, ou seja, que deixemos de ser ostras, cheios de autocomiseração e pena de nós mesmos e que vamos à luta.
    Uma das formas é precisamente algo que tu sabes fazer bem: ser persuactivo, ou seja, aglutinar interesses comuns e potencialidades individuais no sentido desse objectivo. Fazer no fundo a catarse da culpa que nos incutem com base na dívida. A dívida não pode ser vista como uma culpa, mas é isso que eles fazem e isso é uma forma terrível de dominação. É contra isso mesmo que é preciso levantar a cabeça. Pagar o que se deve mas com dignidade e de cabeça levantada e não de cu para o ar!!!

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  4. Mas este país é simultaneamente tão pequenito e tão grande...

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  5. Somos sempre "culpados" de deixar transformar a nossa grandeza em pequenez..

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  6. O tamanho, então, conta ou não conta?

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  7. Conta, claro. A incomensurabilidade da estupidez conta. A enormidade da aldrabice conta. O despautério da cobardia conta. Tudo com valores negativos, claro. Se calhar é por isso que «os mercados» não confiam em Portugal: porque há demasiadas atitudes a geral saldos negativos.

    Por isso é que eu continuo a dizer que devemos sempre plantar uma couve. A sério. Ides ver, metáfora a metáfora, ficará este país um jardim (salvo seja!).

    E que faz a «real economia» em relação às couves? Ora, pois, alimenta-se com elas. E algum Vítor Gaspar que queira cobrar algum imposto por cada couve ver-se-á constrangido a entalar um talinho.

    Ana, bela, tens tanta razão em tudo, entretanto... Só que o Otelo é meio-parvo. Parece que sempre o foi um pouco. É já um dado adquirido. Só lhe dão relevo quando querem fazer dele palhaço. Mais preocupantes serão os novos parvos. E desses devemo-nos acautelar das novas calinadas, como das novas caneladas. Não sei porquê, ocorreu-me aqui um Relvas, o tal Miguel (de Vasconcelos) Relvas...

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  8. ... Ali em cima queria dizer-se «a GERAR saldos negativos», claro.

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  9. Por isso é que a couve é aquilo que tem talo.

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  10. Se é daquilo «que t'entalo» que se fala, valha-nos a penca de talo curto, mas carnudo, ou, melhor ainda, a bela couve galega que, à medida que se lhe vão retirando as folhas, cresce, cresce, cresce...

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