Nessa ocasião fiz referência ao facto de IGDP ter procedido, nos últimos 12 meses, à emissão de obrigações do estado para financiamento do governo português, sem necessidade nenhuma, visto que já havia – e foi depois aumentado - um excedente de tesouraria de 20 mil milhões de euros, suficientes para pagar as despesas do estado durante mais do que um ano, pagando-se por isso taxas de juro superiores a 5% ao ano. Um absoluto desperdício, praticado sob pretexto de que convém testar o mercado. Mas a que custo!
Pois esta notícia vem confirmar o pior em relação a todo este processo.
Com efeito, tal como afirma o Público e foi hoje largamente comentado nas televisões, Portugal vai na quinta feira proceder à recompra de dívida pública que se há de vencer em outubro de 2014 e outubro de 2015.
À partida, o caso não seria merecedor de comentário não se desse o caso de isso confirmar que não havia necessidade de se ter contraído novos empréstimos no último ano, criando o tal excedente de tesouraria e implicando o pagamento de juros de 600 milhões de euros, e, além disso, de se estar a passar uma coisa verdadeiramente incrível, como passo a descrever.
Os dois empréstimos que o IGDP se propõe recomprar, ou seja, comprar antes da data do seu vencimento, foram contraídos há vários anos e vencem juros à taxa de 3% e 3,5%, respetivamente. Para pagar antecipadamente estes empréstimos o IGDP vai utilizar o dinheiro resultante dos últimos empréstimos contraídos, que estão a pagar juros a uma taxa superior a 5%.
Sendo assim, se os novos pedidos de empréstimo se destinavam a pagar antecipadamente os empréstimos antigos, teria sido preferível deixar estar as coisas como estavam, ou seja, não se ter contraído os novos empréstimos e, ao mesmo tempo, deixar que os antigos se vencessem nas datas próprias, assim se poupando cerca de 2% em juros, além das elevadas comissões de intermediação pagas aos bancos que colocaram a dívida recente e as que irão ser pagas para promoverem o pagamento antecipado da antiga.
Realmente, para o sucedido haverá razões que a razão não compreende.
António Pimpão
Eu entendo perfeitamente:
ResponderEliminarÉ o Cocó, Ralheta e Facadas, e no meio do redondel um Coelho a tirar Relvas da Cartola.
Um Circo onde não é o público que ri mas sim os artistas.
Senão atente-se no riso aberto e franco do homem do chapéu alto que sem parecer que o é, é quem dirige o circo e que desde director até o malabarista, muda de boné, de caraça e de vestimenta e faz todos os papelinhos; Senhoras e Senhores, Meninos e Meninas; Paulo Portas.
É mesmo: um circo em que nós somos palhaços - pobres! - à força.
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