fevereiro 04, 2014

Os bancos vivem acima das minhas possibilidades!

Há uns vinte e cinco anos, trabalhei com o administrador-delegado de uma empresa que tinha sido, anteriormente, administrador de um banco português.
Ensinou-me ele que "se devemos cem mil contos a um banco, temos um problema. Se devemos dez milhões de contos, o banco tem um problema".
O que eu nunca imaginaria - mas deparo-me com essa realidade, desde 2008 - é que este princípio poderia ser utilizado pelos bancos contra mim! E de uma forma tão descarada que ainda mais me indigna: colocando os desGovernos de alguns países (como Portugal) a fazerem o trabalho sujo de cortar nos rendimentos disponíveis dos cidadãos desses países, com o pretexto de "os bancos não poderem fechar por terem dívidas que não conseguem suportar".
Na mesma altura em que ouvi aquela frase que citei no início, contactei um banco que demorava a responder a um pedido de crédito que tínhamos feito há algumas semanas. Quando insisti na necessidade de obter uma resposta, o «senhor doutor bancário», do outro lado da linha, criticou-me:
- O senhor não sabe falar com um banco!
A resposta formal veio só bem mais tarde, formal e hipocritamente muito correcta e cordata ... mas negativa.
Sempre ouvi críticas à sobranceria dos bancos, ao facto de "emprestarem um guarda-chuva quando não está a chover",... mas esta situação agora, em que não devo um cêntimo a banco algum mas estou a sustentá-los, é o cúmulo!
E se por acaso, ao estar a ler isto, pensa que só eu é que estou a ser penalizado pelos bancos, então leia este artigo da «Visão»:

«Europa gastou um décimo da sua riqueza para salvar bancos»

Deixo-lhe só um número: € 1.330.410.000.000.
Consegue lê-lo? A «Visão» diz que é "um bilião, trezentos e trinta mil, quatrocentos e dez milhões de euros, o montante que a União Europeia usou, até agora, para salvar os bancos do espaço comunitário desde o início da crise financeira que teve origem em 2008".
Não, senhores da «Visão», a crise financeira rebentou em 2008 mas a origem já é de há décadas. E não rebentou tudo. Porque a especulação e manipulação dos mercados continua. Duvida? Eu não!
E sabe de onde vem este dinheiro? Não, não cai do céu... sai do meu bolso, do seu bolso... dos bolsos dos 503 milhões de cidadãos da União Europeia.

2 comentários:

  1. Seria tão fácil se de uma vez por todas se extinguisse a raça parasita dos Banqueiros.
    Sempre achei não haver razão alguma a justificar a sua existência.
    Se são os Estados que "fabricam" a quantidade de dinheiro que numa economia saudável deve representar o universo da riqueza criada, porque razão se há-de alimentar essas mega estruturas que nada produzem?
    Um Banco produz rigorosamente nada e -excluindo os financiamentos-, vive apenas da especulação que é o cancro da economia.
    Na fase financiadora, empresta dinheiro dos seus depositantes a terceiros para que estes lhes tragam mais dinheiro e cobram uma parte que são os juros. Para captar mais dinheiro para emprestar aliciam os depositantes a colocar mais dinheiro nas contas, operação que era cativada com o agitar dos juros dos depósitos a prazo.
    Com o advento dos meios de pagamento electrónicos, tudo se alterou e passou a ser quase obrigatório ter-se uma conta num banco qualquer e os juros de antes, agora " viste-los".
    Os Estados ficaram totalmente reféns da teia bancária, e estes a ficar na posse da quase totalidade do dinheiro pois quase todas as operações passam pelas suas estruturas.
    Mas a gulodice continuou em vara larga e o dinheiro todo já não chega e inventam coisas que não valem um corno: uma mentira portanto.
    E quando a mentira cai, agitam o papão da estabilidade financeira, (os bancos não podem falir,) e vêm-nos ao bolso para transformar o sonho deles no nosso pesadelo.
    Arranjam forma, mafiosos como são, para que de algum modo façam valer os "não valores", e transformar as mentiras que inventaram, em riqueza. Mas como a riqueza não cai do céu, vêm tirá-la à população.
    O plano é perfeito. Arranjam um enorme volume de depósitos que em vez de serem voluntários, são forçados. Em resumo: uma operação muito lucrativa: não dão nada e recebem tudo em troca.
    Já é mais do que tempo de acabar com essa canalha, coisa difícil de acontecer de forma pacífica pois os Estados (que curiosamente somos nós) estão dominados pelos que saltam dos desgovernos para os bancos e vice-versa.
    Assim, não vamos lá não.
    Não podemos ficar reféns da lógica perversa desta Banca que já nem financia a economia e que substituiu todo a sua actividade pelo saque puro e simples de uma cada vez maior fatia da riqueza criada.
    E há culpados, muitos culpados.
    Sem sombra de dúvida coniventes com o descambar geral.
    Quando um Banco de Portugal que representa o interesse do Estado não supervisiona coisa alguma, ou é corrupto ou é incompetente, ou se calhar é as duas coisas ao mesmo tempo
    E estas coisas têm rosto, têm nomes, têm responsabilidades.
    .

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    1. E lá estás tu a deixar em comentários o que deveriam ser posts.

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