fevereiro 19, 2014

«Portugal, herói surpresa para o Financial Times» - António Pimpão

Ultimamente estamos a ser inundados com notícias com indicadores positivos sobre a situação económica portuguesa, de que o governo se tem aproveitado para se promover.
Oxalá os indícios desses indicadores se concretizem e que as coisas melhorem no futuro, embora o mais provável, mesmo que isso ocorra, é que as próximas eleições levem os nossos políticos a, mais uma vez, nos atirarem alguns cobres para o bolso, mera cosmética, e mais poeira para os olhos. E, a seguir, voltamos a estar como há 3 anos.
Por mim, ainda dou um moderado crédito a esses indicadores e dou mais, muito mais, ao que pessoalmente sinto, como é o caso da crescente carga dos impostos, que se vão agravar mais este ano, indiferentemente à melhoria dos indicadores, da inexistência de qualquer reforma do estado, apesar dos cortes e do guião, do desemprego, cujos efeitos são dramáticos, sobretudo para casais ambos desempregados, das vozes que de todo o lado vão reclamando mais despesa do estado.
Mas o que de todo não consigo compreender é que o governo continue a ser o único ator sobre o palco, sem que se note, ainda que moderadamente, a ação de uma oposição forte. Bem sei que não é fácil fazer-se oposição, mas se ela não se nota em período de crise o que poderá fazer quando as coisas estiverem realmente melhor?
O que esperaria era que o PS se fizesse eco do geral descontentamento das pessoas e se fizesse ouvir com propostas alternativas. Infelizmente, o PS falante entretém-se a reclamar, por exemplo, que Sines se transforme numa plataforma intercontinental (como se para os navios com carga para o centro da europa não fosse mais prático e económico continuarem a fazer as suas descargas em portos como o de Hamburgo, em vez de o fazerem em Sines e depois a mercadoria seguir por comboio para a Alemanha, Holanda, etc) ou que se criem tribunais especializados para grandes empresas que cá se instalem.
Infelizmente – e os meus amigos do PS que me perdoem a franqueza, mas é o que sinto – António José Seguro quando não diz banalidades está a dizer banalidades. Não é nada convincente.

António Pimpão

3 comentários:

  1. Para mim, a frase "Portugal, herói surpresa para o Financial Times»" tem tanto de epitáfio como de ridículo.

    Há uns dias, perto da meia noite, assistia como resultado do zapping a um canal cabo onde o tema eram as doenças provocadas pelas pessoas que tinham de viver(?) nos cemitérios. As casas eram simples telhas de zinco sobre as campas e algumas parcas protecções laterais.
    O enfoque da reportagem era o misto entre a miséria e crendice primitiva dos habitantes das ilhas Filipinas.
    Decerto que nos tempos da vida na floresta onde os recursos naturais e o espaço abundavam, umas ervas e umas rezas resolviam as maleitas. As ervas pelas suas propriedades, as rezas e benzeduras, massagens etc, pelo que de positivo desencadeiam no sistema simpático de quem se sujeita e acredita no processo de cura.
    Pois bem, perante uma septicémia gravíssima provocada pela contaminação com emanações e fluídos dos corpos em decomposição, nem ervas nem rezas deram outro resultado que não fosse o do agravamento do estado do paciente: uma criança de dez anos.

    No entanto de cada vez que um curandeiro repetia com poucas variantes, os processos de cura que anteriores curandeiros já tinham experimentado, as respostas eram sempre as mesmas:

    " Estás curado! Já te tirei o demónio do corpo. O demónio vivia no pequeno rebento de árvore que tu cortaste ali junto à campa, ficou zangado mas agora está dentro deste copo. Nunca o abras..."

    A saga acabou com uma intervenção cirúrgica de emergência e uma forte de dose cavalar de antibióticos, mas poderia ter acabado com uma mudança de posição relativa no que ao solo da casa, umas campas, dizia respeito....
    Assim, a frase dita como o título do post indica, é tão ridícula que poderia perfeitamente ter sido dita tanto pelo Passos como o Seguro, ambos o outro lado um do outro, ambos mais do mesmo. Com esta frase e esta gente, todos armados em curandeiros convencidos das suas perversas mésinhas, vamos decerto e a passos seguros a caminho do herói morto, já que continuamos a ser todos, a ser - e a ser tratados como - uns meros cobardes vivos...

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    1. E lá estás tu a deixar escondido num comentário o que bem podias publicar num post.

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  2. p-----Prontes patrôa...
    Vai já logo à noitinha... ;)

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