Para mim, a frase "Portugal, herói surpresa para o Financial Times»" tem tanto de epitáfio como de ridículo.
O artigo ali mesmo ao lado merece ser lido. Até para que fiquemos surpreendidos da forma como falam de um país, que nós não reconhecemos mas que dizem corresponder ao espaço geográfico que nós (os que teimam em viver aqui) ocupam.
Há uns dias, perto da meia noite, assistia como resultado do zapping
a um canal cabo onde o tema eram as doenças provocadas pelas pessoas que tinham de viver(?) nos cemitérios. As casas eram simples telhas de
zinco sobre as campas e algumas parcas protecções laterais.
O enfoque da reportagem era o misto entre a miséria e crendice primitiva dos habitantes das ilhas Filipinas, situação tipificada aquando do súbito adoecer de um dos habitantes.
Decerto
que nos tempos da vida na floresta onde os recursos naturais e o espaço
abundavam, umas ervas e umas rezas resolviam as maleitas. As ervas
pelas suas propriedades, as rezas e benzeduras, massagens etc, pelo que
de positivo desencadeiam no sistema simpático de quem se sujeita e
acredita no processo de cura.
Pois bem, perante uma septicémia
gravíssima provocada pela contaminação com emanações e fluídos dos
corpos em decomposição, nem ervas nem rezas deram outro resultado que
não fosse o do agravamento do estado do paciente: uma criança de dez
anos.
No entanto de cada vez que um curandeiro repetia com poucas
variantes, os processos de cura que anteriores curandeiros já tinham
experimentado, as respostas eram sempre as mesmas:
" Estás
curado! Já te tirei o demónio do corpo. O demónio vivia no pequeno
rebento de árvore que tu cortaste ali junto à campa, ficou zangado mas
agora está dentro deste copo. Nunca o abras..."
Ou seja, os tratamentos sucessivos, sempre iguais que levavam o doente de mal a pior, tinham dado resultado..!
A saga acabou
com uma intervenção cirúrgica de emergência e uma forte de dose cavalar
de antibióticos, mas poderia ter acabado com uma mudança de posição
relativa no que ao solo da casa, umas campas, dizia respeito....
Assim,
a frase dita como o título do post indica, é tão ridícula que poderia
perfeitamente ter sido dita tanto pelo Passos como o Seguro, ambos o
outro lado um do outro, ambos mais do mesmo. Com esta frase e esta
gente, todos armados em curandeiros convencidos das suas perversas
mesinhas, vamos decerto e a passos seguros a caminho do herói morto, já
que continuamos a ser todos, a ser - e a ser tratados como - uns meros
cobardes vivos...
Uma anedota... sem piada nenhuma!
ResponderEliminarDe sorriso amarelo.......
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Deixe-me imitar o mesmo riso teu, amarelo.
ResponderEliminar`´
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Podes apostar:por detrás de um título desses há "acordos" encobertos, porque se nada bate com nada, ou seja, a frase não corresponde à realidade...alguém está ganhando, mas não é o povo (é uma minúscula parte dele)
Sim... no fundo de tudo há sempre o interesse, ou seja a motivação.
EliminarE a motivação de alguns (poucos) consegue ser mais forte do que a imensa motivação (mais fraca?) da grande maioria....
Dá para entender?
Sim, dá para entender o porquê das explosões das panelas de pressão, quando o pequeno interesse de um dedo tapa a válvula de escape do imenso interesse do vapor em sair....
Pois...
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ResponderEliminar-|-
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