Deslocava-me eu, tranquila e civilizadamente, para o meu local de trabalho, assumindo, como em cada dia, que o meu dia seria eu a fazê-lo, quando, ao virar de uma esquina, um jovem quilométrico, africano e de resplandecente dentadura me entregou um folhetozinho que anunciava:
«Prof. Heraba – Astrólogo Médium Africano Vidente – Prof. Diplomado – Segredo Absoluto – Grande conselheiro com 25 anos de experiência. Especialista em todos os trabalhos ocultos. Conhecido por grandes personalidades do Mundo inteiro…, etc. etc., aconselha rapidamente sobre todos os seus problemas mesmo os mais difíceis e desesperados tais como: amarração, afastamento, problemas profissionais e familiares, negócios e impotência sexual, sorte, justiça, doenças, vícios (…) Pagamento depois do resultado. (…) Trabalho honesto, sério, eficiente e rápido».
E tal arenga não pôde deixar de me suscitar uma comparação óbvia: o nosso ilustre professor Aníbal. Veja-se: vidente, 25 anos de experiência, especialista em trabalhos ocultos, conhecido por grandes personalidades… um nunca acabar de coincidências.
Ora, elucubrações não eram feitas e eis senão quando o nosso vidente de serviço à Presidência nos anuncia, sem dó nem piedade, que o sofrimento a que votaram os portugueses em geral e a grande maioria em particular deverá prolongar-se, no mínimo, até 2035!
Delapida a esperança, trucida o labor, esmaga o sonho. Portugal, até 2035, segundo o vidente – que não previdente professor de meia-tigela, ou não teria feito tantos disparates como até aqui, enquanto primeiro-ministro e presidente da República – não é lugar recomendável nem apetecível.
(Caramba, o que é que esta gente anda a beber…?)
E dei por mim, também obviamente, a imaginar o quão melhor ficaríamos se trocássemos de professor, saltando do Aníbal para o Heraba. Mal por mal e com credenciais tão idênticas, aquele só recebe depois do resultado. E, cá para nós, tenho a certeza de que tem uma dentadura em muito melhor estado.
Enfim, se conseguíssemos levar estes tipos a sério - ainda que receie aqui o tal inconseguimento da Assunção -, o que o professor Aníbal presidente disse, como e onde o disse, talvez justificasse mais um a voar de alguma apropriada janela. Mas isso foi noutros tempos. Agora todos voamos baixinho…
Herabom, era...
ResponderEliminarOs Condes de Andeiro e os Miguéis de Vasconcelos dos tempos de hoje só conhecem as janelas da oportunidade....
ResponderEliminarSim, sim, são os Miguéis Relvalves e os Miguéis Gonçalvas do nosso descontentamento, esses das janelas de oportunidades...
EliminarEh, pá, ainda agora, vindo do meu almoço quotidiano, tropecei com o aparato de dois polícias de moto e mais três a pé e mais um à paisana, à porta de um restaurante, fronteiro ao meu (bastante mais barato), onde um cão «grande» decidiu ir dar ao dente...
E nós pagando....
Serão "janelas da oportunidade", ou "janelões do oportunismo"???
EliminarPara estes, caro Eduardo, talvez se adaptem melhor as janelas de «sacada»... ;-)»
EliminarEu punha-os a espreitar por uma janela de guilhotina...
Eliminarkkkkkkkkk...agora gargalhei com essa do OrCa!!!
ResponderEliminarNão disse? Só mudam cenários, espaços geográficos e personagens, mas o enredo é o mesmo, tal qual o de Romeu e Julieta.
Esse "cão" queria um "cãodápio" melhor, OrCa. Você que não entendeu. rsssss
Juro que gargalhei aqui.
... E por falar em "relva", que é Verde....como anda o processo de anulação da licenciatura do Sócrates (o Não Pensador), obtido na então Universidade Independente de Lisboa?
ResponderEliminarDeu no quê?
Muito vocês gostam de cãoplicar...
ResponderEliminarPois,.
ResponderEliminarEstou a ver onde a conversa quer chegar.
Então vá que ajudo à festa.
Sobre um há duvidas, mas frequentou a escola de forma regular, prestou as provas como toda a gente que frequenta um estabelecimento de ensino mas....fez UM exame ao Domingo.
Tá mal? Tá sim senhor-
Ponto!
Sobre o outro, o tal, é incomparável porque só ha´certezas.
Nunca frequentou curso nenhum e licenciou-se por osmose, assim en passant tanto pelas portas da frente como pelas esconsas.
Depois a personagem fala por ele, e não engana ninguém.
Está metido em "n" trapalhadas que se fosse o outro, tinha edições especiais todos os dias no Correio da Manhã e na TVI.
De tal sorte que quando foi tirado da cartola, a assistência mudou o semblante de citrino laranja para o azedo do amarelo limão.
Querer cão parar o incão parável, para mim não colhe.
Não cãoparei nada, nem ninguém a ninguém. Mas foi perfeita a descrição das cãopetências de cada um. Ajudaste, e muito!
ResponderEliminarNão foste tu, foi a Marilza.
EliminarEla e eu somos da mesma carne e pensamento. Somos a controvérsia da Lei de Newton: ocupamos o mesmo lugar no espaço.
ResponderEliminarMas calma...! Há uma explicação: ela---------->>>> sou eu mesma.
O outro tinha saído da banheira a correr nu pelas ruas aos gritos de "Eureka, Eureka! "
ResponderEliminarQue, na realidade, foi por ter descoberto que o chuveiro nas partes baixas era muito agradável.
ResponderEliminarTão agradável que até transbordava quanto mais ele (ná água) se enterrava..
ResponderEliminarEnterrava ou Enaguava?
EliminarEnfiava..... parece-me bem....
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