Aqui vos deixo o meu poema para este Abril, com estes cravos
não
era nada, quase nada, e era Abril
não era nada
quase nada
e era Abril
flor sem tempo entretanto mais
urgente
invadindo-nos a alma de
repente
amorosa
airosa
mas febril
era um cravo ardente e a arma
em punho
era um olhar furtivo e tão
contido
a surgir na madrugada
destemido
era a nossa mão erguida em
testemunho
era um ser sem ser que a
pátria era
era um ser sem querer de
estar à espera
era um andar pelas ruas
clandestino
e era de homem o olhar – de
alma o menino
e houve um santo e uma senha
na alvorada
a erguerem-se numa só
feitas
à estrada
as vontades de ser livre e
ser inteiro
a rasgarem entre o denso
nevoeiro
o alvor
a alegria
a liberdade
e mostraram ao país outra
verdade
não era nada
quase nada
e era Abril
e esse cravo no cano de uma
espingarda
era a voz que gritava em
vozes mil
deste povo que envergando a
verde farda
soube dar novas cores ao mês
de Abril.
- Jorge Castro
Grândola, Vila Morena!
ResponderEliminarMeu sinal de alerta.
Armem-se todos de cravos:
Enfim, a Liberdade desperta.
Grândola, Vila Morena!
Sabem aqueles que vêm à luta,
Ancestrais foram contidos,
Servindo aos luxos.Plena labuta.
Grândola, Vila Morena!
Nunca mais serás proibida
Hoje e sempre na lembrança,
Da História não ficarás esquecida.
Da ditadura fascista,
Das guerras com irmãos, tantos anos.
Não queríamos fogo nas armas...
Só cravos e amor, cantamos.
Com cravos vermelhos, quisera,
Estar à tua espera, Soares.
E que por toda Lisboa querida:
Grândola, Vila Morena, entoassem.
(Criado, agora, com carinho da Mamãe Coruja)
Meu carinho ao povo português e, em especial, ao Orca, Charlie, Paulo Moura, Madalena, que tive prazer em me deparar neste espaço que, de certa forma, é um canal - mantendo a chama acesa e um alerta - , para que esses fatos históricos jamais se repitam, em nação alguma.
E, naquelas nações que esse tipo de regime ainda vigora, que o povo saiba uma flor, por mais simples que seja, pode conter e ser o símbolo de sua liberdade.
...E todos que fazem espaço, claro, ainda que indiretamente.
ResponderEliminar25 Abril 4ever... Orca. (vénia x n)
ResponderEliminarGrato Mamãe, por entenderes o Abril que sendo neste instante Português, é, tal como o poema depois de feito, um filho para toda a Humanidade.
Muito bom!
ResponderEliminarE vai sair em post ;O)
Está a ser bonita a festa, pás, fico contente. Ainda veremos alguma girândola de cravos a atravessar o Atlântico!
ResponderEliminarDaí para cá, ou de cá para lá. Uma ponte, quem sabe?
ResponderEliminarpon<------>te