abril 25, 2014

25 de Abril, sempre!

Aqui vos deixo o meu poema para este Abril, com estes cravos 



não era nada, quase nada, e era Abril

não era nada
quase nada
e era Abril
flor sem tempo entretanto mais urgente
invadindo-nos a alma de repente
amorosa
airosa
mas febril

era um cravo ardente e a arma em punho
era um olhar furtivo e tão contido
a surgir na madrugada destemido
era a nossa mão erguida em testemunho

era um ser sem ser que a pátria era
era um ser sem querer de estar à espera
era um andar pelas ruas clandestino
e era de homem o olhar – de alma o menino

e houve um santo e uma senha na alvorada
a erguerem-se numa só 
feitas à estrada
as vontades de ser livre e ser inteiro
a rasgarem entre o denso nevoeiro
o alvor
a alegria
a liberdade
e mostraram ao país outra verdade

não era nada
quase nada
e era Abril
e esse cravo no cano de uma espingarda
era a voz que gritava em vozes mil
deste povo que envergando a verde farda
soube dar novas cores ao mês de Abril.

- Jorge Castro

6 comentários:

  1. Grândola, Vila Morena!
    Meu sinal de alerta.
    Armem-se todos de cravos:
    Enfim, a Liberdade desperta.

    Grândola, Vila Morena!
    Sabem aqueles que vêm à luta,
    Ancestrais foram contidos,
    Servindo aos luxos.Plena labuta.

    Grândola, Vila Morena!
    Nunca mais serás proibida
    Hoje e sempre na lembrança,
    Da História não ficarás esquecida.

    Da ditadura fascista,
    Das guerras com irmãos, tantos anos.
    Não queríamos fogo nas armas...
    Só cravos e amor, cantamos.

    Com cravos vermelhos, quisera,
    Estar à tua espera, Soares.
    E que por toda Lisboa querida:
    Grândola, Vila Morena, entoassem.

    (Criado, agora, com carinho da Mamãe Coruja)

    Meu carinho ao povo português e, em especial, ao Orca, Charlie, Paulo Moura, Madalena, que tive prazer em me deparar neste espaço que, de certa forma, é um canal - mantendo a chama acesa e um alerta - , para que esses fatos históricos jamais se repitam, em nação alguma.
    E, naquelas nações que esse tipo de regime ainda vigora, que o povo saiba uma flor, por mais simples que seja, pode conter e ser o símbolo de sua liberdade.

    ResponderEliminar
  2. ...E todos que fazem espaço, claro, ainda que indiretamente.

    ResponderEliminar
  3. 25 Abril 4ever... Orca. (vénia x n)

    Grato Mamãe, por entenderes o Abril que sendo neste instante Português, é, tal como o poema depois de feito, um filho para toda a Humanidade.

    ResponderEliminar
  4. Muito bom!
    E vai sair em post ;O)

    ResponderEliminar
  5. Está a ser bonita a festa, pás, fico contente. Ainda veremos alguma girândola de cravos a atravessar o Atlântico!

    ResponderEliminar
  6. Daí para cá, ou de cá para lá. Uma ponte, quem sabe?

    pon<------>te

    ResponderEliminar