Lembro-me de ser pequenina e de ter o cabelo comprido e rebelde até meio das costas. Nas tardes de calor, entrava de rompante pela porta adentro e corria pelo corredor que me parecia enorme. A cozinha era o destino. Matar a sede era o objetivo. A minha mãe, sempre com aquele penteado curto, loiro olhava para mim e dizia-me para pelo menos ir lavar as mãos e a cara antes de tocar o que quer que fosse na cozinha. E ia. Quando voltava da casa de banho tinha um copo cheio de água que me saciava a sede. Em cima da bancada a ventoinha de sempre. Sei que durou largos anos. Mesmo quando as modernices vieram para arrefecer ou aquecer as casas, aquela ventoinha manteve-se fiel à cozinha e àquela bancada. Eu adorava colocar os joelhos em cima do banco e aproximar-me para sentir o vento refrescar-me a cara molhada onde não se distinguiam as gotas doces das salgadas. Da minha mãe ouvia sempre um “cuidado” e eu mantinha a distância certa. Adorava aquela sensação. E ria-me e falava com a minha mãe e trauteava músicas frente à ventoinha deixando que ela alterasse e “trepidasse” a minha voz. E ria-me. E riamo-nos. E depois voltava para a rua, para o Sol, para o calor, para os amigos e amigas que me esperavam para continuarmos as fantásticas aventuras que tantos livros escreveriam e que tantos filhos e netos vão escutar.
Eppur si muove....
ResponderEliminarLa donna e mobile :)
ResponderEliminarQuem é a dona do telemóvel?
EliminarÉ tão fácil imaginar-te naquele tempo, Madalena...
ResponderEliminarÉ tão fácil que eu às vezes até me esqueço.
EliminarNão podes! Eu tento "estar sempre lá".
Eliminar"Madalena/O meu peito percebeu/Que o mar é uma gota/Comparado ao pranto meu...." (de Ivan Lins/Ronaldo Monteiro), prefiro ainda ouvir na voz de Elis Regina.
ResponderEliminarMadalena (inteira, porque viveu uma infância alegre - pela sua descrição), por isso eu queria fosse o filme O Curioso Caso de Benjamin Button fosse uma realidade, mas não com os desencontros da idade, como no filme, e sim para essa fase criança, sem compromissos..ser o final.
A vida assim teria sem dúvida uma outra beleza, concordo.
EliminarE vocês não queriam mais nada...
EliminarEu (ainda) iria querer....ah! se ia...
Eliminar:)
Utópica (eu não disse que o Tó pica!)
EliminarEsse assunto de pica pra lá, pica pra cá...me persegue. Não bastassem os"poeminhas pica ...ntes" recentemente publicados, hoje, ao me dirigir para uma sexta-feira de lazer, pela manhã, eis que vejo à frente do meu carro uma CHANA (utilitário da linha Chana Motors no Brasil). Parece brincadeira, mas mais à frente, paralelo ao meu, um Citroen Xsara PICASSO. E, quando ia estacionando... adivinha o que vejo? Um PICANTO, da Kia.
ResponderEliminarBom, a Chevrolet já tem o CELTA, faltando lançar o BU. Aí alguém compra o BU, e outro alguém o CELTA.
Então estará formada a "família" de veículos adequadas para São Rosas:PICASSO, PICANTO, BU, CELTA e CHANA.
(^.^)
No «Diário de Coimbra» sempre apareceram anúncios de curandeiros. Mas agora há um MESTRE KONATE.
EliminarPutz! O cara deve ser bem melhor do que qualquer ginecologista...rsss
ResponderEliminarSó pode (eu disse pode!)
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