Foto: Virgina Gálvez
Num parapeito faz-se a capital do
mundo, o ponto de partida ou a meta de uma chegada. E tem sido assim…de
partidas e chegadas e de momentos em que não pensamos em nada. Absolutamente
nada. Pode parecer estranho mas é verdade que um parapeito não é uma coisa
qualquer, é onde se deixa assentar um peito cheio de tudo, é onde se vê o cair
da noite ou o romper do dia, é onde se ouvem e soltam vozes. Uma linha, uma
dimensão que muda abruptamente e ali fica tantas vezes entre dois lugares, a
realidade e o sonho, a linha onde se fita ou se finta a vida, num misto de
equilíbrio e desafio entre os pés firmes e o abismo.
O parapeito que muitas vezes
dividido mas poucas vezes partilhado, suporta esperas, esperanças, dúvidas, mas
mantêm-se ali firme, robusto, e mesmo que pareça oferecer apenas um palmo, está
ali como um verdadeiro amparo de peito.
Um lugar, um reduto, uma ilha que
surgiu despontando réstia de destino como se toda a nossa vida tivesse
acontecido para que aqueles momentos de partilha se proporcionassem.
E bebemos. E sorvemos tudo o que
o destino nos quis dar.
Vi sempre um lado livre naquele
parapeito, livre mas não desocupado, é como se estivesse reservado desde
sempre, para suportar o peso de uma alma debruçada que procura forças para
viver a luz dos dias.
No parapeito bate o coração extenso
ResponderEliminarfeito areal e espuma onde o infinito do olhar
liga o céu ao mar
Madalena, bem hajas por usares este nosso cantinho como parapeito.
ResponderEliminarObrigada eu
ResponderEliminarNão. Eu!
Eliminar:O)