julho 01, 2011

Aumentar o IRS? Ora, assim também eu…!

Ele há passos que não deviam ser dados. Maus passos. Passos perdidos. Injustos. Passos denunciadores…

Terá mudado o estilo. Saímos daquele modelo amaricado-histérico para um assertivo-elegante, mas conforme os passos que se vão dando, sem nada se alterar, afinal, na substância.

De repente, apercebemo-nos de um zumbido diferente sobre os excrementos conhecidos. E isso nem á mau. É péssimo. Passos Coelho não tem a ingenuidade de querer ganhar a santa «confiança dos mercados» apenas e só à custa da perda de confiança dos portugueses, em receitas velhas e relhas, com velhos e relhos argumentos.

E será isso que está em causa. A injustiça obscena que recai sempre sobre os mesmos. A recorrente desmotivação que essa injustiça suscita da parte de quem trabalha, pelo que traz consigo de subversão de todo o edifício do chamado estado de direito… que nos devia enformar…

Enfim, na verdade e sem rodeios, a falta de respeito pelo trabalho e seus agentes, a cegueira do «capital» embrutecido perante a avidez do lucro, essas sim são as linhas de força que criam e sustentam as Grécias do mundo e do nosso descontentamento e nos atingirão também, inexoravelmente – ou talvez até já nos tenham atingido – em escaladas de gradação progressiva e exponencial, em que este tipo de atitudes – como o aumento do IRS - favorece.

Começa, pois, pelos mesmos passos o Passos primeiro-ministro. Sempre houve e haverá um argumento extraordinário para sustentar a argumentação falaciosa da «premência do momento face à revelação dos dados mais recentes». Sócrates recorreu a ele, como Cavaco já recorrera e como Passos, agora, recorre. O resultado, invariavelmente, é o mesmo: aumenta-se a carga fiscal.

Só que a «premência» passa e o futuro fica. E com ele fica um presente martirizado pela mentira e pela injustiça, recaindo sobre «os mesmos» desta história mal contada.

A tentação do dinheiro fácil é muita, principalmente em tempos de suposta grande carência.  

Mas não é essa «grande carência» o mesmíssimo argumento que sustenta e justifica um assalto à mão armada num beco esconso da noite escura?

Ora, pelo menos falando por mim, não tinha a ideia de ter sido chamado recentemente a votar para eleger um gang de assaltantes mais sofisticado do que o anterior. Mas, se calhar, eu é que estou enganado, iludido, mal pago e – recorrendo àquele termo extraordinário muito usado no tempo do regresso das colónias – espoliado.

Depois do episódio pouco nobre do Nobre, esta do IRS é a segunda clara decepção do novo elenco. E ainda não colhi uma medida que aponte, a sério, para as mudanças. Que raio de passos…

3 comentários:

  1. Passos trocados...
    Mas se perguntares agora ninguém votou neles.

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  2. Estes são ladrões verdadeiramente sofisticados. Até conseguem roubar o Subsídio de Natal a quem nunca o recebeu?

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