julho 23, 2011

Por analogia

É por analogia que, tacteando, vamos conhecendo o mundo.
É porque um sítio nos faz lembrar outro que nos faz recordar emoções felizes que passamos a gostar dele. Compramos o livro seguinte de um autor que já nos agradou e recusamos o de outro, porque o anterior pusemo-lo de parte aos primeiros parágrafos. Do mesmo modo, o inverso: porque uma música parece possuir acordes semelhantes aos de uma outra, que nos enerva, pômo-la de parte. Porque um país tem um clima similar ao de outro, que nos desagradou, guardamos a viagem para as calendas gregas.
Mas isto é o mundo e com o mundo lidamos bem.
O problema são as pessoas, cada uma dona de infinitos mundos, de que só conhecemos a ínfima parte que nos é mostrada. Vai daí, há que tactear: se A tem um comportamento que nos recorda B e a nossa relação com B não é das melhores, temos tendência a anular A, para cortar caminho e poupar dissabores; se C tem uma gargalhada que nos remete para D e D nos faz feliz, mantemos C e, injustamente, esperamos dele o mesmo que D nos dá (ou deu).
E assim vamos engavetando pessoas e, em cada pessoa, características. Como se de um catálogo de tratasse. Porque é mais fácil engavetar do que adoptar a postura destemida de quem se predispõe a conhecer alguém que deixamos que seja uma novidade absoluta.
E proporcionalmente a catálogos e gavetas arrumadinhas, vamos perdendo tudo o que não podemos arrumar em lugar algum.

20 comentários:

  1. Por ana...logia, Ana...Andrade:

    Como dizia o outro, "Isto anda tudo ligado", e vai dai, antes de ir ao "cherne" da questão, queria só alertar para as calendas que gregas nesta altura não parecem ser a melhor medição de tempo;

    Quanto ao tactear nas pessoas..., parece que isso será mais para outros fundos, ou para "a funda São"...

    Quanto ao "cherne":

    É de facto o problema de enfrentar o desconhecido, mas isto também nos enviava para caminhos tortuosos:
    O conhecido antes de o ser o que era? como passamos a apreciar uma coisa que parece uma novidade, ou será que lá no meio algo nos fez um "click" e reparámos, que afinal muito escondida, há qualquer coisa de familiar...

    Mas por esta ordem de ideias, como nos surgiu (e falo num colectivo e não em cada individuo), como nos surgiu e aceitámos a "Primeira Novidade" ???

    Quanto à questão dos catálogos, há agora uns programas informáticos que dão muito jeito para catalogar.Quanto às gavetas arrumadinhas,no IKEA há uns armários muito jeitozinhos...

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  2. Muito obrigada pelo seu comentário, Eduardo Martins. (francamente, não sei que mais lhe diga)

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  3. "Falo num colectivo"... és um taradão, Eduardo Martins :O)

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  4. Ai eu è que sou um taradão???

    Sua, sua alergica!!!

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  5. Pronto! Amuei!
    Escrevo "Falo", forma do verbo falar, e a São Rosas pensa logo em substantivos "mangalhos",e (consta) que até nem aprecia a utilização dos mesmos, pelo menos na própria.

    Quando a invectivo com pronomes possessivos (no meu tempo penso que se designavam assim), vem ela com verbos sudativos!!!

    Assim não se pode ( atenção São: escrevi "pode" do verbo poder!!!)escrever nada! Porra!!! ( Do verbo Correr com P)

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  6. Tu amuas-me? Eu também te amuo!
    Vem a meus braços, meu amuor!

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  7. Oh São! Atenção aos tempos dos verbos! Eu escrevi "Amuei", que tanto quanto sei (e não "suei"!) é passado, e passado que é não é dado a reflexões como indicia o comentário escrito num português que de vernáculo tem o u, mas nem cú tem, e muito menos (m)amas!

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  8. Bom, eu sou pequenito mas tenho muita arrumação...

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  9. Eduardo, tu amuaste-me mas já não me amuas? Sinto-me uma tola amuei-o da ponte.

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  10. Oh São! Com a ponte amuada é que me lixaste!Já "vistes" qu'isto arrincou com ana logia cu não anal folia, e já vai em sua delas anu adelas e essa da ponte então não me está a dar ponte nenhuma...

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  11. Daqui a pouco a Ana é q'amua...

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  12. Fá-lo tu que eu o farei... - isto só mesmo para me introduzir na conversa, claro.

    O que a Ana nos traz é muito o que vamos fazendo, no nosso dia a dia. A vida é complicada e tanto que, se queremos sobreviver, temos mesmo de ir dispondo os assuntos (e as pessoas?) em prateleiras.

    Mas há uma coisa que a vida ensina a quem quer vivê-la: no que toca às pessoas (e às coisas?), às duas por três, amontoadas que estão nas tais prateleiras, começam a resvalar e a misturarem-se umas com as outras e tudo a descambar da prateleira abaixo e, quando menos esperamos, damos com a arrecadação transformada num imenso arraial, com bombos e acordeões e ferrinhos e sei lá que mais e descobrimos que aquela colectividade, afinal, se chama Natureza Humana e que toda a arrumação previamente feita não serviu de grande coisa...

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  13. São - Não temas! A Ana (isto de falar de mim na terceira pessoa é magnífico) rosna muito, morde às vezes (e não no bom sentido do termo) mas nunca amua, porque não há pachorra. ;)

    OrCa - Que desespero e que delícia, quando nos aniquilam a arrumação...

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  14. OrCa, estás PROIBIDO de entrares no meu roupeiro!

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  15. Por anal o quê?
    Alto lá que eu nunca disse que queria lá entrar ao mesmo tempo que ele...

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  16. (eu sabia que deveria ter feito primeiro a piada da palavra "analogia")

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  17. Bem .----- Analogia é uma palavra Neleira, já se está mesmo a ver, né? E depois o roupeiro da São é de facto um bordel, disso não há duvida...

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