A verdade é que não terá sido bem da Feira do Livro...
Foi mais do
stand da Leya onde acabara de entrar (mas que era o último da Feira) e
que me preparava para explorar, depois da paragem obrigatória na Bizâncio para
os livros de banda desenhada (o senhor é tão simpático que creio que se vendesse
livros de Psicologia eu acabaria por trazer um ou outro) e no Círculo de
Leitores (que agora é Porto Editora), para mais um capítulo da História da
Vida Privada, dirigida pelo Mattoso.
Nos anos anteriores, eu e a
mãezinha (a companhia de sempre nas Feiras dos Livros) deixámos lá umas dezenas
de euros, porque eles agregam uma série de editoras que deitam cá para fora boa
literarura e este ano dificilmente seria excepção.
Mas eu cheguei e comecei
por fotografar: a área, um ou outro livro que me interessava, sempre com o fito
de fazer promoção de um evento que cada vez menos entusiasma mesmo os malucos
por livros, como eu. (Para mim, a Feira ainda é um ritual, a que faço toda a
publicidade do mundo.)
Mas veio de lá um marmelo a fumar cigarrilha (não
um segurança, esse não me incomodou) e disse que eu não podia tirar fotografias.
E eu guardei o telefone (com que fotografava) e perguntei porquê. E ele
respondeu que era um espaço privado e não sabia se eu era da concorrência e se
não lhe estava a roubar ideias (e o fumo da cigarrilha a entrar-me nos olhos e
nas narinas). E eu respondi que por acaso estava a fotografar para relembrar a
Feira num blogue, ou seja, estava a fazer-lhe publicidade gratuita, mas que
ordens eram ordens e não fotografaria mais, ainda que não entendesse a
explicação. E ele a insistir que queria que eu compreendesse que estavam a fazer
campanhas únicas que não queriam que a concorrência copiasse. E eu "então
explique-me lá outra vez, porque eu não percebo como é que uma concorrente sua,
vamos dizer, ali da Porto Editora, não viria aqui à mesma, sem máquina, não
veria as tais campanhas especiais e não as roubaria do mesmo modo, mesmo sem
fotografias". "Ahh", respondeu, "mas uma coisa é ver e outra é fotografar" (o
fumo a toldar-me a vista e o fulano é que não discernia). "Pois continuo a não
perceber a lógica da sua argumentação", retorqui. "Mas não pode tirar
fotografias", insistiu. E isso eu já tinha percebido, desde o início (ó
camelo!).
E foi assim que o senhor da Leya me fez sair destemperada da
Feira do Livro (se me tivesse dito apenas que não podia tirar fotografias, sem
mais, eu teria aceitado e ficado, o que me incomodou foi a idiotice do
raciocínio) e ir enfeirar para a Fnac, logo acima.
Ele tinha razão, Ana. Repara que, antes de ti, já alguém lhe tinha roubado o cérebro!
ResponderEliminarSim, e no lugar dessa coisa branca e cheia de curvas, que só faz
Eliminarpeso à cabeça que inevitavelmente se irá repercutir sobre os ombros e posteriormente sobre a coluna vertebral e membros inferiores, no lugar dessa coisa, como dizia, esbranquiçada e perfeitamente dispensável,
foi colocada uma bosta. Fresquíííííínha, já se vê, ainda fumegante.
Daí a razão do tubinho, ou canilha que a Ana teria visto a sair-lhe
do orifício que ela confundiu com uma boca. Levada quiçá pela primeira confusão, julgou tratar-se o respiradouro como sendo um cigarro. Na verdade tratou-se duma vulgar ilusão de óptica derivada da associação de imagens; de uma boca pendem apenas duas coisas: ou bem que é cigarrinhho ou bem que é uma língua a compôr uma careta. E como não era língua, lá foi a Ana convencida do preparozito da variedade legal da
canabis...
Tazaver Ana? Como a gente pode ser facilmente presa do preconceito?
É que toda a gente sabe que ninguém pode aproximar-se da livralhada com um potencial poder de fogo a pender dos beiços. É o mau hálito que deixa nos papeis e ainda mais nas boca que em algumas pessoas fede mais do que um anûs, ambas as coisas, já se vê, de perigosíssimo potencial incendiário...
SEja como for: querias fotografar a coisa para depois ires copiar o
"Stand". Ora ora, com uma ideia de merda destas, diz lá do que é que estavas à espera? Saiu bosta, pois claro...
ai, ai... isto já para não dizer que, nos dias que vão correndo, pretender-se o impedimento de obtenção de imagens onde quer que seja é tarefa manifestamente inglória.
ResponderEliminarMas as coisas são o que são - apenas se não as contrariarmos, claro. Pergunto-me, o que aconteceria se a Ana, magnífica e distante, manifestasse um homérico desprezo pelo tunante e continuasse a obter as imagens que muito bem lhe aprouvesse porque, afinal, não manda em nós quem quer...?
Ou, por outro lado, se a Ana convocasse uma dúzia de amigos, solidários, todos munidos de máquinas fotográficas e eventuais tacos de basebol, para fazerem uma visita cultural ao stand...?
O tempora... o mores...
Tacos de basebol?! Basta e sobra O saco!
ResponderEliminarVocês não querem crer que eu ando a portar-me bem e quase reformei o saco... :)))
ResponderEliminarNão me devias dizer isso...
EliminarNão sei se vou conseguir dormir bem, com medo dos maus :O(
Não irás ter problemas com o sono, Sãozinha,
ResponderEliminarEles é que se devem pôr a pau contigo: You are the worst bad girl I´ve ever seen...
Má, eu?! Sou boa! Comó milho!
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