setembro 15, 2012

A culpa em Portugal é de todos nós

Excerto da crónica de Ricardo Araújo Pereira na revista Visão de 6 de Setembro de 2012, «a culpa morre poliândrica»:

A culpa da crise? "Nos Estados Unidos, os organismos oficiais designados para apurar essa responsabilidade concluíram que a crise foi causada pela desregulação do mercado, pelos excessos do sistema financeiro e por um vasto leque de aldrabices avulsas em grandes instituições de crédito. Em Portugal, uma comissão informal de economistas e comentadores reuniu-se e, a olho, decidiu que os culpados pela crise eram aqueles que tinham vivido acima das suas possibilidades. Quem eram, exactamente, essas pessoas?, perguntaram alguns ingénuos, esperando uma lista com nomes e moradas. Somos todos nós, responderam os severos comissários, santos agostinhos do pecado económico-financeiro: todos tínhamos estado em falta. Adão pecou e transmitiu-nos o pecado original, e ao mesmo tempo terá contraído uma dívida (provavelmente, junto do proprietário da macieira), transmitindo-nos também o endividamento original."

Para ilustrar, escolhi a mensagem deixada pela Deolinda no Facebook e no Twitter para a manifestação de hoje (em Detroit, "numa sala decorada com os históricos murais do Diego Rivera"):

2 comentários:

  1. Jà em tempos tinha feito aqui um post a dizer como é que os nossos espertalhaços faziam em Africa; mal o "colonizado" chegava com um saco de amendoím para vender na squitanda do branco, este punha duas garrafas de aguardente, um saco de feijão e outro de arroz em cima do balcão, e quase sem olhar para a balança fazia as contas. -" estavas a dever um conto e seiscentos, agora levas mais o arroz e o feijão e a bebida... deixas ficar o saco do amendoím...noves fora nada... e vão três, oito mais dois são dez e vai um, mais um são doi...ora deixa cá ver...deves agora dois contos e cinquenta escudos, mas como sou teu amigo, faço-te a conta por dois contos. Tás a dever dois contos...

    E por mais que trouxesse
    mercadoria para vender,
    deixava a dita
    ficando sempre a dever.

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