setembro 21, 2012

O desafio dos pontos de interrogação


Seria fácil aceitar qualquer uma das explicações mais ou menos rebuscadas, mais ou menos científicas, para os vários mistérios que envolvem o surgimento das pirâmides de Gizeh. De resto, as respostas em falta criaram terreno fértil para a especulação e a necrópole mais famosa deste planeta começou a surgir no firmamento de alguns ilustres pensadores como a estrela do Norte para as teorias que envolvem gente de fora.
Muito de fora.

Começo por recordar a minha referência ao agnosticismo que pauta um estilo pessoal de abordagem aos imensos mistérios e deuses e outrasparanormalidades que existem ou a malta inventou. Não contem com isenção, sinto-me no direito de pender mais para este ou aquele lado, mas igualmente não esperem certezas absolutas ou convicções firmes.
Até prova em contrário, coisas por provar não fazem nem farão parte das minhas crenças ou fés.
E neste contexto, as Pirâmides só me servem como ponto de partida para raciocínios elementares acerca de tudo quanto se vai sabendo (ou especulando) acerca daquele prodígio tão impressionante que às tantas até começaram a questionar-lhe a autoria.

Sempre que determinada teoria ou hipótese desencadeia reacções de fúria ou de pânico por parte de sumidades ou de instituições fico de imediato de pé atrás, pois a História ensina-nos que essas reacções só acontecem quando as ideias têm pernas para andar e constituem alguma espécie de ameaça para poderes vários e interesses obscuros.
No caso concreto das Pirâmides o simples facto de uma delas ter sido o edifício mais alto do mundo durante mais de quatro mil anos bastaria para, no mínimo, deixar alguém curioso por dar uma vista de olhos nos registos deixados por quem planeou e executou tão brilhante obra da engenharia e da arquitectura.
E é aqui que entra em jogo a minha primeira interrogação: alguém faz acontecer algo que não é superado por mais de quatro milénios, milhares de pessoas esgravatam ao longo do tempo as entranhas dos edifícios e o solo adjacente, encontram múmias, encontram artefactos, encontram tudo menos qualquer referência a como a coisa se fez?

Enquanto uns, mais realistas, se desdobram em cálculos que comprovam possibilidades mecânicas ao alcance dos egípcios da época (mas não possuem qualquer confirmação de corresponderem à realidade do que se passou), outros mais arrojados reparam em coincidências em catadupa que são um facto em si e por isso sustentam ainda melhor as suas teorias que para os outros não passam de fantasias.
Mas a verdade é que ninguém explica, como ninguém pode desmentir, a realidade (a coincidência) do paralelo no alinhamento das três pirâmides principais com o das estrelas no cinturão da constelação de Orion. Tal como surpreende um nadinha a sintonia perfeita das esquinas na base dos monumentos com os pontos cardeais, isto numa altura em que não existiam bússolas. E depois ainda temos a curiosidade de aparecerem estruturas similares num ponto bem distante do planeta, a América Central, quando ainda não havia net para estas coisas se propagarem nem retroescavadoras para a sua concretização.

A ausência de registos acerca daquele milagre nascido no meio do pó, com calhaus acima das duas e até às vinte toneladas trazidos de locais distantes há milhares de anos atrás, é mesmo uma motivação pertinente para tentarmos descobrir o que se passou afinal.
Bem vistas as coisas, as respostas em falta podem desmentir uma caterva de pressupostos e demolir milénios de deturpações.

11 comentários:

  1. Quanta razão existe nas tuas dúvidas, caro Shark. E se pensarmos que a «criança do Lapedo», ali por Leiria e com cerca de 28.000 anos (!!!), já usava um diadema razoavelmente sofistiocado e profusa ornamentação na vestimenta, mais perplexo se fica. Para além do convencimento óbvio de que há muita História que nos está mal contada...

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    1. Se até na História recente...

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    2. Sim, há muita coisa por explicar, muito conhecimento colado com cuspinho a fazer de História, muita mentira convenientemente arranjada para dar apoio a orgulhos que dão jeito a quem manda.
      No caso presente das pirâmides, só a titulo de exemplo, a de Keops tem no mínimo 2.500.000 de pedras talhadas que dizem alguns - que ainda por cima querem ser levados a sério-, foram cortadas, talhadas, transportadas e montadas em 23 anos. Não falamos sequer do trabalho de massa cinzenta, o projecto da pirâmide, mas apenas do trabalho de construir a obra.
      Peguemos no tempo com a ajuda de Chronos: 23 anos, são aproximadamente 8400 dias. Ou seja, em cada dia teriam de ser montadas 2.500.000 : 8400= (noves fora nada) 297 pedras. Considerando que apenas se pode trabalhar enquanto houver luz, ou seja doze horas por dia, este número de duzentos e noventa e sete pedras, teriam de ser colocadas em doze horas, o que dá um número impressionante de execução de 297:12=24, 75 pedras por hora, ou seja de uma pedra de várias toneladas em cada dois minutos e picos. Montadinha e alinhadinha à perfeição para receber as outras que se lhe seguiriam segundo o projecto.
      Considerando que nada correu mal com a obra, que não houve erros, nem imprevistos, é uma obra ainda hoje impossivel de fazer. Não se trata de despejar betão num molde, é cortar pedra, talhar, e transportar durante 800 km e chegar ao estaleiro de obras e levar pedra a pedra para o seu sítio pré-determinado....
      E depois, desde miudo que me queriam meter na cabeça a coisa dos rolos. Pedras transportadas em cima de rolos. Para quem experimentou o que é fazer algo assim, entende de imediato que não é possível levar volumes de determinado peso em pisos muito inclinados. 2% é o máximo aconselhável pelo que teriam de construir rampas que na parte final, no caso da de Keops, teriam sete quilómetros, ou seja, teriam de acompanhar a obra com uma obra 1500 vezes mais volumosa do que a própria pirâmide. Para não falar na questão de que o piso dessas rampas não poderia ser de areia pois pedrinhas de três toneladas umas e de cinquenta outras, em cima de rolos quer dizer o mesmo que ficar com os rolos enfiados na areia e a pedra travada pela pequena montanha que á sua frente o arrastamento iria fazendo. O piso teria de ser rijo e polido. E tudo isto em concerto perfeito ao ratio de uma pedra em cada -menos do que- três minutos!
      Ou seja, nada bate certo nas explicações das pirâmides.
      Mas tal como no caso dos Gaspares e as Troikas, eles querem que a gente acredite que não há outra alternativa, só em cima de rolos é que a coisa foi feita.
      E a malta, que gosta de ser acéfala acredita, mesmo que fiquemos todos enrolados.

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    3. Terão sido calhaus atirados numa manifestação contra o Faraó quando assinou um acordo com a Troika?

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    4. (Não digas isso em voz alta senão ainda dás ideias aos infiltrados das manifes...)

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    5. E atiram as pedras com rolos de madeira?

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    6. Se calhar seria uma boa maneira de fazer pirâmides, só que por mais e melhor que se atirem pedras para um monte, o formato deste tende sempre a ser cónico e não piramidal. Se bem que muitos tendam a desacreditar todo um complexo de valores, tais como massa da terra e distância da terra ao sol, e ainda o valor de Pi, todos eles a concorrer em valores matermáticos com as medidas da pirâmide, a verdade é que a altura da pirâmide representa a milionésima parte da distância entre a terra e o sol, e a sua massa de igual modo se relaciona com a massa do planeta na ordem de uma milionésima parte. A sua área de 5.2 hectares é uma bilionésima parte da superficie da terra que se fosse perfeitamente esférica teria 511187128 Kilómetros quadrados, mas dada a sua forma irregular tende para o arredondamento ao número inteiro superior tal como a superficie do dito monumento apresenta. O alinhamento em relação aos pontos cardeais é perfeita. Para evitar especulações, estas medidas batem sempre certas pois são uma relação abstracta entre valores, e sejam quais forem as bases de medida que se adoptem. a razão de um para um milhão é sempre a razão de um para um milhão. Algo que é um milhão de vezes mais alto ou mais pesado do que se toma como padrão de medida, não depende da unidade de medida adoptada mas sim da relação entre os dois objectos que se tenham em comparação. E tal como a velha máxima de que não há almoços grátis, também não existem coíncidências todas juntas e num mesmo edifício. Foi construído com outros propósitos que um simples e sumptuoso mausoleu e, ou levou mais tempo a ser feito, ou foi feito por processos ainda hoje desconhecidos, mas nunca por nunca o que nos querem meter pelos olhos adentro de que foi durante 23 anos e ainda por cima, dizem alguns historiadores ????, nas horas vagas ou seja, durante três meses por ano. O cálculo que apresentei sobre o ratio por pedra tem de ser multiplicado por quatro ou seja uma pedra em cada 50 segundos....
      Já se viu como, como no caso do nosso Gaspar, que um diploma não confere a capacidade inata de fazer-se cálculos mentais rápidos, mas meus queridos co bloguistas, acreditar que construir uma coisa daquelas em setenta meses ou seja em menos de seis anos, nas horas vagas e com os meios de que dispunham é uma tarefa possível, é não ter qualquer noção das grandezas e das proporções. Infelizmente é desta massa que é feita a gente que nos governa e tal com o brilhante Gaspar apresenta nas folhinhas Excell que batem sempre certas, para levantar uma pedra de duas toneladas são precisos não dez homens pois duzentos quilos por homem é muito peso. Se forem cem, já o peso se divide e fica cada homem com vinte quilinhos a seu cargo, coisa que é já bastante acessível. Só que os Gaspares deste mundo, não viram que se duzentas mãos levantam bem uma pedra de duas toneladas, apenas o poderiam fazer se houvesse espaço físico para que cem pessoas se pusessem á volta da pedra. Uma pedra com duas toneladas considerando a densidade da pedra - o granito é de 2.75 e o mármore 1.6.- cada uma daquelas pedras mais pequenas teria de tamanho apenas o suficiente para que umas vinte mãos pudessem pegar nelas. Usariam gruas? Bem possível, Mas já se sabe que uma grua movida à mão e dada a desmultiplicação entre roldanas levaria horas para elevar uma pedra de alguns centímetros, coisa que não se compadece com o tempo atribuido à construção da obra.
      Portanto permanece o mistério, que se adensa ainda mais, se atendermos ao que por volta do ano 1000 se tentou fazer. Um vaidoso e irrascível chefe árabe, via na pirâmide de Keops um insulto à sua própria grandeza. Vai daí, e mandou demoli-la. Para tal mandou que cem mil homens procedessem ao desmantelamento. Durante um ano o exército de escravos batalhou duramente, mas ao fim deste período o chefe desistiu, Não tinham conseguido retirar mais de que um metro de pedra à volta da base. Portanto, está no que toca à verosimilidade da sua construção, tudo dito...

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    7. As coisas que tu m'ensinas...

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  2. As coisas caprendemos uns(umas) com os(as) outro(a)s

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