outubro 23, 2013

«Para quê?» - António Pimpão

Conforme refere esta notícia do “i”, as administrações central e local possuem uma frota de 16.653 viaturas, com a qual se gasta anualmente 200 milhões de euros. Não se incluem as viaturas das empresas públicas, cujo número não deixará de ser elevado.
Desconhecem-se os critérios para a atribuição de viatura no Estado, mas seguramente que isso está para além daquilo que os nossos impostos podem suportar.
Numa visão mais analítica da notícia poderia surpreender a quantidade de viaturas afetas ao ministério da agricultura (3.256), designadamente às direções regionais do norte e centro e à direção geral da alimentação e veterinária, com 1.050 unidades no conjunto.
Digo que pode parecer surpreendente mas apenas a quem está fora do assunto: quem o conhece, sabe que os técnicos do Ministério da Agricultura andam permanentemente numa roda-viva a apoiar os agricultores no campo, a quem não faltam com os seus conselhos, divulgação de novas técnicas agrícolas e conhecimento de novos mercados. O mesmo se diga no tocante à conservação e preservação das florestas, como, aliás, se nota todos os verões.
O que se passa com as viaturas do Estado é um escândalo, a merecer atenção urgente. Além do mais, o novo-riquismo no uso e abuso destas viaturas contrasta chocantemente com o agravamento agora introduzido na tributação de viaturas de serviço detidas pelas empresas (do que não discordo), mais uma vez numa manifestação de dois pesos e duas medidas.

António Pimpão

5 comentários:

  1. Não sei os números de viaturas nem a sua quantidade mas o que sabemos é que são muitas e ue o seu uso nem sempre é o mas justo nem o mais correcto.
    Seria bom fazer um bom corte e as que são extremamente necessárias deveriam ser controladas

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O problema, quanto a mim, é que a decisão cabe a quem usufrui desta "benesse".

      Eliminar
  2. ao mesmo tempo, ouvi na rádio ontem que a PJ tinha este ano ZERO euros para munições e uma redução de 80% nos combustíveis. Ou seja, quando virmos um gajo de bicicleta de "ni-nó-ni" azul a piscar no capacete e à fisgada com um pintas que lhe foge à frente ao volante de um carro, desviem-se que é uma perseguição policial...
    Em paralelo, enquanto a GNR rural tem uns jipes a cair de podre para cobrir áreas cada vez maiores dado o fecho local dos postos, o governo aumentou os seus próprios gastos de funcionamento ministeriais em 47 milhões de euros. Aposto que muito desses gastos serão em automóveis.
    Nunca percebi porque é que o Estado não tem um parque auto independente dos ministérios ou de outros serviços do Estado. Se houvesse um património comum que alimentasse a rubrica: transportes, se calhar o mesmo carro trabalharia de forma autónoma para os diversos ministérios.
    Por via de requisição, ou qualquer coisa parecida, e deixaria de haver o abuso que surge sempre com a utlização abusiva que um carro à disposição acarreta.
    Se muitas empresas utilizam "rent a car" porque é que o Estado não pode pegar num telefone e dizer "amanhã preciso de dois serviços de transporte para tal parte de durante x tempo"?
    Se calhar será uma utopia alargar a 100% este procedimento mas penso que muitos serviços podem funcionar perfeitamente com um parque comum e muito mais pequeno.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Não tenho qualquer dúvida que seria bem possível... e ninguém ficaria a pé... excepto familiares e amigos dos beneficiários.

      Eliminar
    2. e para esses existiria sempre a possibilidade de pediram a bicicleta aos gajos da judite...

      Eliminar