Nem vale a pena responder….
Portugal está a perder a liderança das energias renováveis.
foto:http://aproer.org.br/ |
É triste?
É!
Mas era expectável.
Quando a Three Gorges engoliu a EDP, o sector nacional
ligado ao estudo e produção de equipamentos destinados ao aproveitamento das
energias alternativas ficou de imediato sob tensão.
Se bem que houvesse o caderno de salvaguardas de interesse, nada
foi cumprido.
Mais: (neste caso; menos)
Nem se investiu mais no estudo, nem a EDP adquiriu às
empresas nacionais do sector mais equipamentos, não só para cobertura nacional,
mas principalmente para exportação, dito de outro modo, para aplicar nos projectos no estrangeiro.
Era de admirar?
Não.
A Alemanha, país que de sol estamos conversados, e principal
parceira económica da China, está a investir fortemente em… painéis solares!
Existe um défice energético histórico na chamada locomotiva da União Europeia e
esta não quer depender do seu fornecedor principal, a Rússia.
Portugal tinha atingido nos finais da década passada uma posição
mundial de destaque no sector deste tipo de aproveitamento energético. Quer em
qualidade, quer em preço, os nossos painéis revelavam-se competitivos e os centros de investigação não paravam de apurar e melhorar constantemente os produtos.
Tudo isso está agora ameaçado.
Não é de admirar que, após a entrada dos Chineses na ex-nossa
EDP, o negócio tenha sido canalizado para outros fornecedores, por acaso... Chineses.
A desculpa dada recentemente para a não construção (como
estava expressamente posto em compromisso escrito) da fábrica e do centro de estudos
no campo das renováveis, cai pela base quando se sabe que os investimentos
mundiais nas renováveis são a aposta comum.
Todos os países estão a recolocar as fontes de produção de energia privilegiando as limpas e auto sustentáveis.
Todos, excepto Portugal, onde tirando cortes e aumentos de impostos, tudo parou.
Para este ano o Governo reduziu inexplicavelmente (ou talvez não) a participação da componente renovável.
foto. http://www.alentejolitoral.pt |
Todos, excepto Portugal, onde tirando cortes e aumentos de impostos, tudo parou.
Para este ano o Governo reduziu inexplicavelmente (ou talvez não) a participação da componente renovável.
O resultado é mais do mesmo.
Há falências e despedimentos numa área em que Portugal dava
cartas.
Nem os vinte e três por cento de IVA fazem tanto mal como faz
o dumping, a osmose de patentes e a absorção das carteiras de clientes.
E podemos perguntar: Valeu a pena vender-se tudo ao
desbarato? Ao menos o défice foi contornado?
- E a PT?
ResponderEliminar- Ôi?
- E a PT!...
- Ôi?
- Estou a falar da PT, carais!
- Ôi!
- Ôi?
ResponderEliminar- Sim, cara. Ôi, né mêizmo?
EliminarANA pá!!! E (até ver...) bato palmas: TAP! TAP! TAP! TAP!...Mas espanto-me: CCCCTTTTTTTT! CCCCTTTTTTTT!!!
EliminarFilme porno legendado!
EliminarA "venda" dos CTT faz-em lembrar o negócio dos burlões que iam pelas aldeias e montes a comprar ouro velho e a troca-lo por novo.
ResponderEliminar-É ouro velho, já não tem valor, Olhe bem para este; brilhante e mais clarinho....
Os CTT com 500 anos, estão exactamente na mesma onda.
Vende-se, que já tá velho, num bale um c.....
Faltam-me coordenadas para conseguir ler por dentro este post e apreender a sua razão de ser.
ResponderEliminarA questão das energias renováveis – neste caso, da energia fotovoltaica – pode ser encarado do ponto de vista da produção de equipamento ou da produção da própria energia, muito embora haja um certo grau de dependência recíproca.
O autor parece tratar sobretudo da produção de equipamento, lamentando que Portugal tenha perdido a liderança. Desconhecia que Portugal tivesse sido leader na produção de painéis, pois só conhecia a Martifer como produtora, cujo desenvolvimento assentou sobretudo na subsidiação dos painéis solares e da produção fotovoltaica, ou seja, à custa dos impostos dos portugueses.
De passagem, acusa a The Tree Gorges de não ter levado avante o compromisso de instalar em Portugal uma fábrica de painéis solares e inerente centro de competências.
A empresa chinesa argumenta que quando comprou a EDP esse compromisso não constava do contrato. E que, não obstante, estaria disposta a concretizá-lo, não fora o excesso de produção instalada na europa.
A questão que se deve colocar é a seguinte: se a EDP não tivesse sido vendida e permanecesse em poder do estado, será que concretizaria este investimento? Tenho dúvidas que o fizesse, pois não tinha mercado interno (sem subsidiação).
Outra questão é: se o referido investimento era tão importante, por que razão não foi incluído no contrato de venda da EDP, como um compromisso cujo incumprimento faria reverter a EDP para o estado português?
A produção de energia fotovoltaica é cara, implicando duas coisas: uma taxa de rendibilidade interna de cerca de 17% para quem a produz e uma sobrecarga nos custos da energia elétrica, com reflexos no deficit tarifário.
Lamentar que o governo tenha reduzido a componente renovável é, penso, apelar à melhoria da rentabilidade para alguns (produtores de equipamento e de energia) à custa de muitos outros. Não será?!
Bem haja pela visita e pelo comentário, caríssimo Pimpão. E é um bom treino para os seus textos que vou começar a publicar também aqui.
EliminarCharlie, Pimpão... Pimpão, Charlie. Estais apresentados.
Obrigado pelo douto comentário, ~Exmo sr Pimpão.
EliminarNa verdade, o subsídio deve ser entendido como algo que pretende ser a quebra numa atitude que no Homem tende a ser atávica; a inércia.
Visto de uma forma objectiva e a médio prazo, a produção de energia pelos métodos tradicionais e poluentes, é um suicídio colectivo, Os incentivos iniciais são um apelo, um despertar para um novo paradigma. Quando à rendibilidade de 17% , é baixa de facto, mas se considerarmos a curva de transferência de energia pelos métodos térmicos, ( a curva de Carnot) então temos um valor semelhante: por cada cinco litros de combustivel apenas um (em condições ideiais) é convertido em energia útil. Os motores antigos tinham um aproveitamento apenas de 10% e a evolução feita fundamentalmente através da investigação em múltiplos campos permitiu levar o rendiimento destes até próximo dos 20%, o valor máximo de qualquer máquina térmica.
As usinas nucleares, complexas e perigosas tem um rendimento ainda mais baixo e um custo imediato incomparavelmente mais alto, tanto na sua construção, exploração e ainda no que toca ao custo deixado como herança para dezenas e dezenas de gerações futuras. E isto se tudo correr menos mal pois não há uma única em que as coisas tenham corrido 100% bem como sabemos da nossa má vizinha sita em Almaraz e pior os acidentes de Three Miles Island, Chernobil, e Fukusihma.
As energias renováveis são por isso a única saída, e esgotado na prática o potencial hidro eléctrico só podemos ir pelo caminho das renováveis, Os custos iniciais acrescidos pelos subsidios são por outro lado compensados na diminuição da importação de energia sob as suas diversas formas.
Quanto ao pormenor do cadernos de encargos e compromissos relativos ao post basta seguir o link:
http://www.portugalglobal.pt/PT/PortugalNews/RevistaImprensaNacional/Turismo/Documents/ThreeGorges_jneg110913.pdf
Oito hectares de área em compromisso para a instalação do complexo industrial dedicado à fabricação de turbinas eólicas e um centro I&D além de outras contrapartidas.
Assim, mesmo a 17% ( e sempre a crescer à medida dos investimentos em investigação e conhecimento) a energia produzida pelo aproveitamento do sol) é rentável na medida em que não necessita de qualquer componente importada nem tem impactes ambientais.
É tão bom ver pessoas a argumentar e contra-argumentar racionalmente...
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