novembro 04, 2015

Quando a rosa não arredonda a saia

Ele havia uma musiquinha, premonitoriamente intitulada A Cavalo Dado e constante do álbum não menos premonitoriamente nomeado Dos Benefícios de um Vendido no Reino dos Bonifácios, dos Banda do Casaco e editado em 1974, cuja letra, da autoria de António Pinho, assim rezava:

Imperador... a tua imperatriz é por um triz que não se diz ser meretriz... e merecia!

Perante a oportunidade, extemporânea e trânsfuga, de um Assis (e mais uns quantos assanhados com cartão do PS mas de presente duvidoso), que se agita e palpita em ânsias de se guindar a um lugar ao sol se as coisas correrem mal a António Costa, fazendo lembrar um bando de necrófagos à espera da carniça, tudo aquilo me saltou à memória.

Com mil perdões ao António Pinho que, porventura, não mereceria o despautério, aqui fica o que tenho andado a trautear, nesta cinzenta manhã e com o anúncio do almoço dissidente de Assis y sus muchachos para o próximo sábado:

- Ó Costa… esse teu Assis é por um triz que não de diz ser meretriz… e merecia!  

Deixem lá, pelo menos, chegarmos a segunda-feira, cambada. Se, então aí, as coisas, por fim e como é vosso desidério inflamado, correrem mal com o Bloco e com o PCP ao António Costa, façam lá esse funeral mexicano ao homem, pelo qual tanto desesperais, carais!  

Agora, até lá, não quereis imaginar que a vossa destemperada gesticulação pode cheirar a traição a uns milhõezitos de portugueses? Qual direito de tendência, qual escaramantilhão! É que, em tempo de guerra – e metaforicamente é este o tempo que vivemos, cá pelo burgo –, aos traidores fuzilam-nos.

Claro que no partido da rosa não se usam os fuzilamentos, a não ser com pétalas da dita – ou as facadas nas costas ou, na circunstância, no Costa –, mas que eu, se fosse a ele, providenciaria correr com essa gente dali para fora, ai, isso, eu faria…! A bem de alguma pureza do ar que respiramos.

Porque, no fundo, o que é que os desgostosos com o Costa, no seio angustiado do PS, preconizam, em alternativa e objectivamente? A coligação abstrusa do PS com o já coligado PàF, viabilizando a aberrante (des)governação que nos caiu na sopa para mais quatro anitos? Que belíssima perspectiva! Que magnífico vislumbre democrático!! Que raio de gentinha!!!

Ou, então, não: se a coisa pintar, saiam umas eleiçõezinhas antecipadas para a mesa do canto, que talvez haja oportunidade para algum poleirito agora assisadamente inalcançável.

3 comentários:

  1. Isto é tudo tão... folclórico...

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    1. Depois, volto por cá a comentar. Agora, vou ao Aeroporto.

      Beijos, São!

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  2. Bem, este folclore, como diz a São, é um bailinho mal mandado....

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