junho 07, 2012

A posta que está na hora de acordar antes que tenha de ser à bruta


Ver um porta-voz de um partido político de um Estado de Direito agredir alguém no meio de um debate televisivo não é inédito, mas nunca deixa de nos surpreender.

Em Portugal permitimos a indivíduos como Duarte Lima o acesso ao poder, pelo que não devemos estranhar que na Grécia, onde também estão mais longe do abismo porque continuam a avançar para o subsolo, seja possível eleger como deputado da nação um grandessíssimo cabrão que eu muito desejaria apanhar a sós num espaço qualquer.
O porco que fala pela extrema-direita grega não é diferente dos porcos que falem por qualquer outra organização ou ideologia. Os porcos não se distinguem tanto pelas ideias sujas mas sim pelas acções badalhocas que protagonizam.
E este suíno personificou ao vivo e em directo o tipo de dejecto que não podemos permitir nas instituições que nos governam e representam.

Não gosto da extrema-direita nem da maioria das pessoas que perfilham tal ideologia. Desprezo cobardes capazes de permanecerem sentados quando uma mulher é agredida. Mas odeio bandalhos cuja baixeza conduz a este tipo de comportamento. Odeio, sim, e não renego a minha vontade de os deixar incapazes de se moverem ao longo de meses numa cama de hospital. Ou pior.
Sou (tento ser) uma pessoa de bem até onde as minhas limitações o permitem, mas perante estes cenários o meu único instinto é conseguir ser pior, ainda mais violento e desprezível do que os canalhas como aquele porco que não vejo como de esquerda ou de direita, apenas porco.
E eu não avalio os porcos pelas respectivas tendências políticas, até porque nem lhes reconheço capacidade intelectual para as distinguirem. Um porco segue por onde calha, embora tenda a optar pelo maior chiqueiro e parece-me ser o caso.

Contudo, para lá do nojento que as imagens em causa representam está o sinal de alerta para aquilo que espera os gregos no futuro próximo e que, em circunstância alguma, poderemos tolerar no nosso país.
Mais vale arriscarmos a democracia do que a entregarmos de forma indigna a gente que queremos longe de todo e qualquer tipo de poder, pois a ameaça que representam não é um mal em potência mas sim um facto ignóbil que precisamos afastar ou mesmo abolir.
Cada vez mais não escolho partidos ou ideologias mas sim pessoas. Pessoas de bem sabem sempre escolher em função da sua consciência, sabem definir prioridades, têm mecanismos naturais de defesa contra instintos ou ideias hostis ao que entendemos como decência.
São essas as que quero no poder, qualquer que seja a sua visão do mundo, e nunca as bestas como o suíno grego ou qualquer versão menos espalhafatosa mas igualmente perniciosa que possamos albergar por cá.

A Democracia está em profunda agonia e não é com escolhas ao estilo Sporting ou Benfica, o meu clube é para sempre, o meu partido é igual, que podemos defendê-la ou dar a volta aos cacos em que imbecis e incapazes de esquerda ou de direita ou de nem se sabe bem o quê deixaram a Pátria que temos o imperativo moral de proteger, pelo voto, pela intervenção directa nas decisões importantes.

E se está em causa impedir os porcos de qualquer raça, ideologia ou pretexto de poderem aproximar-se sequer dos mecanismos de poder, perante a ameaça que representam nenhuma arma me parece excessiva.

9 comentários:

  1. Uma moca de Rio Maior. Ou ainda pior.

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  2. Eu, confesso, já houve tempos em que os meus instintos assassinos andaram mais adormecidos... Infelizmente (felizmente a uma distância segura, com excepção de desastrosos acasos) tenho constatado que a abundância de certa estirpe de animais é muito excessiva para o meu gosto... Pelo sim, pelo não, tranco-me na jaula...

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