janeiro 14, 2013

As impossibilidades dos outros

É impossível que não torças por nenhum clube de futebol ou que não tenhas cor partidária.
Não acredito que não faças nada para não engordar.
Estás a dizer que X, mas o que pensas é Y, eu é que sei.
Não me venhas dizer que não gostas de novelas nem do programa que toda a gente vê, isso és tu a armar ao intelectual.
É impossível que te metas em todas essas coisas ao mesmo tempo, vais falhar nalguma.
Não podes não gostar de tripas, de sardinhas assadas nem dos doces do Natal.
Não tem lógica que gostes de literatura e de sapatos, cremes e filosofia, batons e cinema, estás a ser incoerente.

[E é assim que, pela voz dos outros, eu vou sabendo aquilo que posso ou não ser, o que vejo e defendo, os interesses que me é permitido ter e o limite para além do qual vou falhar.
Obrigadinha, é sempre bom ter a vossa voz a centrar-me, de outro modo nem sei o que seria de mim.]

13 comentários:

  1. Olha se não fosse eu a centrar-te para publicares aqui os teus textos...

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    1. Como aquele fado:
      "Andava a desgraçadinha no gamanço... plim, plim, plim, plim...
      P'ra sustentar o pai tuberculoso... plim, plim, plim, plim..."

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    2. Ahhhahahahahaha!!!!!
      (adoro fadunchos de faca e alguidar)

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  3. Ó, Ana, agora que ninguém nos está a ouvir, deixa-me aqui confessar-te umas coisitas, que talvez te permitam algum conforto:

    - não torço por nenhum clube; não faço nada para não engordar (o facto é que estou gordo!); quando não posso/devo dizer qualquer coisa que quero, calo-me - e quem me conhece, já sabe que está a apetecer-me dizer qualquer coisa...;não gosto de novelas, nem de programas da treta, nem do Tony Carreira; quando me meto nas coisas , o que me falha é o tempo... e, por vezes, sinto umas dorzitas nos joelhos, é verdade...; gosto, entretanto muito de tripas, razoavelmente de sardinhas e tolero bem os doces de Natal; mas gosto de literatura e de sapatos, de filosofia e, quanto a cremes, mais os comestíveis; cinema sim e batons,para além daqueles para o cieiro, houve tempos em que gostava muito de os experimentar em aplicações de terceiras...

    Aqui fica a minha solidariedade possível e já com grande exposição, diga-se!
    ;-)»

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    1. A tua sorte é teres cabelo. Caso contrário, descobriam-te a careca :O)

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  4. :)))) Obrigada! (ou obrigadinha, como o outro)

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    1. Já eu não posso dizer o mesmo, ando sempre de careca destapada. Quanto à Ana, ela é uma mocinha sempre bem centrada, ou não fosse ela seja em que circunstância for, o centro das atenções (toma lá São, para não seres convencida).
      E sim Orca, Tony's Carreira e Emanueis, (principalmente este último pela formação que tem) não fazem de todo o meu género.
      Música pimba, ou há de ser a ouvir - no ambiente próprio- o Quim Barreiros, ou a repetí-lo numa festarola de carne assada e copos, assim para a desbunda, (eu a tocar quitara e a São na parte da bunda). Pretender que uns versos de pé quebrado, pobres e superficiais, a cavalo de umas vozes de papel de arroz, sejam apresentados como grandes obras, é uma ofensa ao talento das grandes obras e um encher de ridículo aos que assim se apresentam: tanto mais ridículo quanto maior os Coliseus ou Pavilhões Atlânticos das suas pretensões.

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    2. Tu muito gostas da minha bunda...

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    3. E quem é que não gosta de uma bunda, quanto baste de abundante?

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    4. Olha que para quem tem a "careca destapada", ó Charlie, já me chamaram egocêntrica com mais pinta e mais à descarada. Quanto ao bem centrada, lá está, obrigadinha por me dizeres quem sou, "seja em que circunstância for" - o que não é para qualquer um(a), estou deleitada.

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