Carlos Peixoto, deputado do PSD pela Guarda, licenciado em licenciaturas (?), perorando no jornal i, aqui há uns dias atrás, acerca do que é, na sua visão limitada, serôdia e com muitas probabilidades de ser mesmo imbecil, o mal tremendo que assola Portugal, destrambelha-se com o seguinte dislate: “A nossa pátria foi contaminada com a já conhecida peste grisalha.”
E, como forma de debelar o mal, tresvaria numa apologia à fornicação procriativa, como se não houvesse amanhã, para concluir com esta inevitabilidade: «Se assim não for, envelhecemos e apodrecemos com o País."
Contaminação, peste e apodrecimento. Eis como a bestialidade desta criatura, por associação, mimoseia os seus avós, pais e a si próprio, muito em breve, pois conta já este garboso pimpolho com 45 anitos feitos.
Eu não sei em que alfombre foram criados estes cidadãos ou, melhor dizendo, em que entulheira medraram tais fungos que assim se assanham contra quem, afinal, lhes garantiu e garante o sustento.
Sim, porque do alto dos meus grisalhos sessenta anos, com mais de trinta e cinco de vida retributiva, trabalhando por conta de outrem (isto é, pagando efectivamente impostos) e com mais cerca de meia-dúzia de anos de vida activa pela frente, sou um dos que está a sustentar a vidorra da criatura e, até, segundo os cânones distorcidos da sociedade em que vivemos, lhe estou, mesmo, a assegurar a futura reforma que, como deputado que é, lhe deve estar para muito breve.
As grandes questões que se me colocam são as seguintes:
- Esta gentinha não pode ser banida da Assembleia após uma barbaridade deste quilate? Vai tão longe a imunidade parlamentar? Os seus pares (e nós todos) não temos vergonha na cara e permitimo-lo como representante da nação? Os pais dele – se é que não nasceu de geração espontânea, por entre os tais fungos… – convivem bem com este filho ou já lhe pespegaram dois bofetões bem aplicados e o baniram do convívio familiar?
Poucos dias depois, o mesmo inefável Peixoto – que assim apurámos ser homem dado a filosofias pimba -, entulha-nos as consciências com mais este primor: quem aceita «o casamento homossexual pode também vir a aceitar o casamento entre irmãos, primos directos ou pais e filhos…».
Ora estamos aqui com uma contradição tremenda naquela cabecinha pensadora: se é verdade que a união entre homossexuais, no estadio actual da técnica civilizacional, não gera rebentos, pelo menos sem assistência colateral, já o casamento entre irmãos, primos directos ou pais e filhos pode vir a revelar-se um modo airoso de dar bom seguimento ao que o homem acima preconiza: a procriação como desidério nacional. Afinal, sempre se diz que em tempo de guerra não se limpam armas…
O meu receio é tão só que as consanguinidades daí decorrentes venham a dar origem a muitos Peixotos como este desta fábula…
Não conhecia esta ave... e pelos vistos não tinha perdido nada.
ResponderEliminarMas gostava de saber como se tira uma Licenciatura em Licenciatura.
Clap, clap e mais clap.
ResponderEliminar(Também não tinha ainda tido o prazer e, se querem que vos diga, não sei se não preferiria o desconhecimento. :) )
Tira-se uma Licenciatura em Licenciatura de uma forma muito fácil que é frequentando uma Licentiatura.
ResponderEliminarE se estiver muito tempo por lá, (mais do que uma tardinha) pode até ficar licenciado em licenciatura de licenciamento...
E haver uma Licença de Caça de Licenciaturas?
ResponderEliminarXiiimmmm
ResponderEliminarObviamente que sim.
E a propósito da coisa, a revista Visão tem mais umas coisas giras sobre o paradigma do personagem-licenciamento-torpedo, o ingramável Relvas.
Uma espécie de rei Midas mas a seu modo: enquanto um transformava tudo em que mexesse em ouro, este fica cada vez mais doirado de cada vez que alguém mexe com ele, enquanto os mexedores ficam na merda.
É uma jóia, Noé?
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