Também neste particular a Igreja mostrou ser inventiva.
Hoje em dia esta caraterística deixou de ser exclusiva da Igreja, tendo-se laicizado.
Nos nossos dias passou a ser governo a criar e vender as bulas. Fê-lo quando, no governo Sócrates, criou os famosos projetos PIN (Projetos de Potencial Interesse Nacional), em que se davam todas as facilidades a quem investisse em empreendimentos turísticos, em que não eram respeitadas as regras comuns; fê-lo quando, há 2 anos, permitiu a repatriação das fortunas que os ricos tinham evadido, pondo-as a salvo em off-shores, mediante o pagamento do ridículo imposto extraordinário de 5% dessas quantias (com isso, o dinheiro sujo ficou completamente lavadinho); fá-lo presentemente, ao atribuir o visto dourado (“golden visa”) a qualquer estrangeiro endinheirado que se disponha a investir em Portugal mais de 500 mil euros na compra de um imóvel, bastando-lhe estar pelo menos 7 dias por ano em Portugal. O visto de residência dourado permite aos seus titulares o fácil acesso ao mercado europeu, onde depois vão investir a sério e, até, adquirir a nacionalidade portuguesa.
Já aderiram a esta facilidade mais de 500 investidores, dos quais 79% são chineses e 6% russos, ou seja, quase exclusivamente cidadãos de regimes comunistas.
Creio que qualquer jogador de futebol que compre um prédio nas referidas condições passa imediatamente a ter visto português, sem ter que esperar os 6 anos a que até há pouco estava obrigado.
Como é evidente, este tipo de investimento não gera qualquer riqueza nem cria qualquer posto de trabalho, uma vez que incide sobre bens pré-existentes e não produtores de riqueza.
Quem ganha com o esquema? Os ricos proprietários de casas apalaçadas e as agências imobiliárias, claro!
Faz falta um novo Martin Lutero!
António Pimpão
Faz falta Cicuta, Sócrates?
ResponderEliminarrsss
Queres pôr o Sócrates a andar de Scooter?
Eliminar