Esta notícia do Público merece uma reflexão séria.
Enquanto o governo vai apregoando aos quatro ventos a melhoria da economia nacional, como se isso fosse obra sua, baseado no afinal inconsistente aumento das exportações, a situação do país degrada-se a olhos vistos, mais parecendo um barco sem rumo e a caminho de se afundar. Com efeito:
- de janeiro a março de 2014 a dívida pública aumentou 7 mil milhões de euros (!!!!), tendo passado, em apenas 3 meses, de 129 para 132% do PIB. E esta situação de agravamento incomportável da dívida vai persistir enquanto o orçamento do estado for deficitário, que é o que está previsto para os próximos anos;
- de janeiro a abril a despesa da administração central cresceu 3,5%, contra uma redução de 0,9% prevista no orçamento para 2014.
- este aumento da despesa pública deu-se a par da diminuição em mais de 4% dos gastos com o pessoal;
- as aquisições de bens e serviços aumentaram quase 2%, enquanto que, para o mesmo período, o orçamento previa uma redução de 9,1%;
- em contrapartida, o orçamento do estado para 2014 previa um aumento dos impostos de 2,71%; na realidade, estes aumentaram 4,3%.
- está em vigor uma Lei dos Compromissos nos termos da qual nenhum dirigente/decisor público pode autorizar uma despesa sem a mesma ter o devido cabimento. Se a lei estivesse a ser aplicada, não seria possível a derrapagem que se verificou nas despesas com a aquisição de bens e serviços. Esta lei não está a ser cumprida e ninguém é punido por isso nem ninguém quer saber do assunto. As leis responsabilizadoras e sancionatórias apenas se aplicam aos cidadãos comuns, nunca aos políticos.
- enquanto as famílias viram significativamente reduzidos os seus rendimentos e nível de despesa, a partir de 2011; enquanto as empresas sofreram uma quebra muito importante da sua atividade, à custa do encerramento de algumas e da redução da produção (e das despesas) das outras; enquanto tudo isso se passava, o estado não só não reduziu as suas despesas como, pelo contrário, as tem vindo sistematicamente a aumentar, sem qualquer controlo nem pudor.
Isto revolta!!!
António Pimpão
A falência total do suporte ideológico que quer fazer desaparecer o Estado.
ResponderEliminarDespedem e fecham com o pretexto da poupança e depois contratam outsourcings para fazer o mesmo que o Estado fazia, pagando muito mais..
Tá clarinho com a água.....