julho 06, 2012

a exaltação da corja do «arco do poder»


Esta corja andava exaltada para apurar onde divisar pretexto para assaltar, à grande e à francesa, o último reduto do cidadão, a saber, a sua carteira. Tudo para tapar as mazelas que sucessivas desgovernações têm vindo a criar e aprofundar em toda a nação portuguesa.

Eis senão quando – Eureka! – vem de lá a troika mai-los seus mandamentos e a corja, cordeira e organizadamente, repimpa-se e refina-se no esbulho ao cidadão.

No caso, naquele cidadão mais à mãozinha de semear, que dá pelo nome anatemizado de funcionário público.

E, zás!, para além dos congelamentos de carreiras e de salários, de abaixamento de ordenados já de si da treta, incomparáveis por defeito aos congéneres europeus, decidem sacar-lhes, por junto e atacado, o subsídio de férias e o décimo terceiro mês – aquele que, como sabem três ou quatro cidadãos mais avisados, mais não é do que a reposição remuneratória do que vai mensalmente ficando por pagar, por parte da entidade patronal.

Julgaram as almas bem pensantes que se deveria contestar, liminar e cabalmente, a legitimidade de tal esbulho. LE-GI-TI-MI-DA-DE, disse bem. Porque estas coisas regulamentam-se por leis ou documentos congéneres, que prefiguram um qualquer estado de direito.

Não. A corja, nas tintas para as leis, excepto aquelas que criam para favorecimento próprio, sacou à mão armada (de poder, claro) essas componentes remuneratórias e com retroactividade, pois a tanta falta de vergonha chegam os seus desmandos.

Julgaram, outra vez, as almas bem pensantes que o Presidente da República Cavaco, garante último e supremo da legitimidade funcional das instituições, fosse vetar tal despautério. Mas não. Apesar das lágrimas de crocodilo, Sua Excelência promulga. E o não menos excelente governo da corja executa, em conformidade.

Mas acobardou-se com os «privados», os trabalhadores por conta de outrem, fornecedores primeiros, a par dos seus irmãos funcionários públicos, e mais constantes do sangue de que se alimenta a corja.

Passou um escasso anito muito mal medido e o eminente Tribunal Constitucional considera que há inconstitucionalidade em retirar a uns o que outros continuam a usufruir. Fala-se aqui dos tais funcionários públicos já arvorados em antagonistas dos outros funcionários, os que funcionam nas entidades privadas.

Ora, abóbora, meus senhores, a essa notável conclusão até eu que sou um borra-botas em jurisprudência chegaria com facilidade. Uns recebem, outros não – está ferido um elementar preceito constitucional.

«Esqueceu-se» a corja de que a questão que devia colocar-se era, tão-só, aquela da tal LE-GI-TI-MI-DA-DE do acto que já tinha perpetrado!

Agora, em passe de mágica ordinária, de feirante decadente e chulo, a discussão já se pretende rodar para o facto de uns terem e outros não, já se escamoteando a questão primeira que era a de que aquele direito não deveria sequer ser retirado, fosse a quem fosse.

A corja rejubila com a desatenção do cidadão bovino e assesta o seu fogo neste novo pomo de «discórdia», tão oportuno e conveniente.

O chefe do governo da corja já veio anunciar que teríamos de pensar em e matutar em e aldrabar, uma vez mais, quem.. E vai daí anunciar a extensão do esbulho aos trabalhadores das entidades privadas. Tudo, agora, para promover a equanimidade no tratamento do cidadão!

O facto de, nas entidades privadas, estas matérias remuneratórias estarem escudadas por acordos colectivos ou individuais de trabalho, com peso de lei, não incomoda a corja que, desde o imposto extraordinário à criação de lei de conveniência, a tudo recorrerá perante a passividade habitual e já esperada das vítimas da corja.

E assim estamos, assim ficamos e assim não iremos a lado algum com esta corja!


Apontamento breve para quem não saiba o que é uma corja:
s.f. Conjunto de pessoas desprezíveis, de má nota; súcia, malta.
 Sinónimos: escóriaescumalhagentalhamaltaralé

23 comentários:

  1. Somos todos tão ceguinhos, surdos e mudos, que até chateia!

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    1. Somos mesmo... e chateia (muito). Vá lá que a mim ainda me serve um tanto de consolo saber que não foi (nem será (jamais!)) com o meu voto.

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    2. Eu nem assim me consolo...

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    3. (... queres que te empreste uma cenoura? ou assim?)

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    4. Uma cenoura?!
      Quando me ofereceram um massageador Tiani 2, da Lelo, vibrador para casais desenhado para ser usado pela mulher durante a relação sexual, em forma de "U", em que o lado mais fino (sem vibração... mas em minha opinião deveria ter) deve ser inserido na vagina, ficando o lado maior (que tem a vibração) no exterior, de forma a estimular o clítoris, tem um controlo remoto (sem fios) que também pode vibrar e é revestido do mesmo silicone suave, podendo entrar também na... festa ou indicar ao parceiro as vibrações que a unidade principal está a proporcionar, sendo que esse controlo remoto tem várias funcionalidades, permitindo 3 modos diferentes de controlo da vibração (conforme a sua inclinação, pelo seu movimento e vibrações pré-programadas - 6 diferentes) e é à prova de água, para facilitar a limpeza ou para ser usado no banho?
      Não obrigado. Nem este uso...
      :O) ou :O( conforme a perspectiva.

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    5. :O( ... e ... :O( ... e ainda... :O(

      ... e agora sim... :O)

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    6. 3 a 1... grande abada levei :O)

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  2. Ahahaha Cenoura, minhas cenhouras, digo minhas senhoras, :)))
    Mas antenção, às rodelas, às rodelas....hhihii

    Quanto ao que o Orca diz, de não irmos a lado nenhum com esta gente.... Vamos sim, vamos de mal a pior.... :S<=|

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  3. Respostas
    1. (a resposta será dada no próximo post... :O))

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    2. Não me digas que não te satisfaz??

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    3. (Estás exigente!! Eu com esta por muito pouco não molhei a cadeira!!)

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    4. Tu descobres cada coisa...

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    5. Sim meninas, venham, venham que chez nous, perdão, xenu é que se está bem, garanto: um pipo de verdasco, enchidos, e um sofá com um cobertor por cima, tudo lá no barraco... Ai porra, peraí, que isso é lá mais para xima..Pronto, venham xenu, que febra na brasa e bejekas não faltam e se não há sofás no barraco, mas cobertores por detrás de umas azinheiras também se arranjam

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    6. Já lhes criaste um slogan: «Vennez Xenu» :O)

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    7. É um convite, pá!! (E tem boa pinta... paparoca, quentinho, e nada de alicates... (à vista...))

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    8. ... bom... aquela parte do "com um cobertor por cima, tudo lá no barraco"... e dos "cobertores por detrás de umas azinheiras"... é um bocado suspeita... (mas tenho fé que a haver por lá uns alicates ele ataque os teus thetans primeiro... e entretanto eu zarpo... :O))

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