julho 04, 2012

O porquê da estupidez da mudança da hora, e a necessidade da sua imediata revogação.

O que seria se duas vezes por ano a posição dos pedais de um carro alternassem? Pode parecer um exemplo exagerado, mas ter que travar o sono e o despertar alternadamente, duas vezes por ano, tem sobre todo o nosso organismo implicações semelhantes.

Duas vezes por ano, os habitantes de algumas partes do mundo, são sujeitos à violência da mudança do horário, chamadas respectivamente, horário de Inverno versus horário de Verão e vice-versa,  mas que melhor e com mais propriedade deveria receber o título de Agressão Irracional Biorrítmica (AIB, digo eu, sigla que poderia ser também as iniciais de "Acho Isto Burrice").

A pretensão falaciosa e  anti-natural de que uma simples alteração de rotinas dos ciclos do sono / vigília não tem quaisquer implicações sobre a saúde e produtividade das sociedades é antes de mais anti-científica e só o ponto de vista sob este prisma  bastaria para que de imediato se procedesse à sua extinção.

São por demais sabidos, pelas evidências  estatísticas, dos aumentos de acidentes, de crises cardíacas, de ocorrências e falhas de segurança em coisas tão importantes e perigosas como centrais  nucleares e tráfego aéreo e equipamentos que implicam riscos no seu manuseamento, mas também nas situações mais comezinhas das nossas próprias vidas. Durante o período de adaptação, os esquecimentos são recorrentes até mesmo em pessoas cujas profissões exigem a violência das rotações de horários, conduzindo muitas vezes a situações de perigo: gás ligado, luzes ou aquecedores que ficam a funcionar sem que ninguém esteja em casa, doentes em tratamentos que sofrem de esquecimentos e enganos, etc. Isto nada tem a ver com prenúncios de perturbações de ordem mental típicas das idades que vão avançando mas sim pela simples alteração das rotinas do sono.
Podem argumentar que  perdemos noites e que recuperamos sem problemas de maior. Este argumento cai de imediato pela base, pois se perdemos uma noite, recuperamos porque voltamos a uma rotina anterior, ou seja ao padrão básico do nosso biorritmo que está em sintonia com os ciclos do sol. Ou seja, para que façamos uso da nossa espontaneidade e  haja espaço para a nossa criatividade, é necessário que um determinado número de gestos sejam rotinas, dados adquiridos e de tal forma tidos como invariáveis que nem sequer pensamos neles. São até a base da nossa segurança individual. Alguém já pensou o que seria se duas vezes por ano a posição dos pedais de um carro alternassem? Pode parecer um exemplo exagerado, mas ter que travar e acelerar o sono e o despertar alternadamente duas vezes por ano tem sobre todo o nosso organismo implicações semelhantes ao que aconteceria ao normal fluir do tráfego automóvel de repente sujeito a uma mudança de comportamentos automáticos dos condutores.


Os estudiosos  descobriram recentemente de que forma as plantas "sabem" quando é Inverno, Primavera, Verão e Outono,  ou seja, as estações do ano. De alguma forma desconhecida ainda, os organismos vegetais relativamente simples conseguem medir o tempo de exposição solar, ou seja, as quantidades de luz  durante o período do dia e assim, a partir um relógio interno sincronizado com o Astro-Rei, espoletam de forma automática as reacções químico-orgânicas a que chamamos de vida. E se a vida está sincronizada nos seus ciclos mais básicos com a necessidade fundamental  da rotina e estabilidades temporais, por que razão é que nós, os seres que se arrogam de ser os mais inteligentes da "Criação", julgamos estar-lhe imunes?

As implicações  das mudanças da hora são falaciosamente contabilizadas, mas mesmo assim, não levando em conta os inúmeros factores negativos, não conseguem apresentar quaisquer vantagens económicas, o que nos leva a concluir que, se fossem levados em conta todos os inconvenientes - devidamente expressos em €uros, já que aparentemente a saúde humana não conta - os prejuízos seriam tremendos. Recentemente, e após alguns estudos que conduziram a esta conclusão, a do prejuízo, a Rússia aboliu a mudança da hora e - passe a redundância - em boa hora o fez.
Só esperamos que  o bom senso emerja e que em breve os restantes países também sigam este bom exemplo.

Quanto antes, que se faz tarde...

                                                                          Charlie

2 comentários:

  1. Boa malha!
    E agora, vais à página do Serviço de Informações aos Cidadãos, da UE, para pedires... informações?

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  2. Já cu dizes, lá irei...... mái logo, né? :)

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