portuguesa apresentada em revista chinesa...
Raim on Facebook
novembro 30, 2012
novembro 29, 2012
novembro 28, 2012
A corrida de sapinhos
Esta parábola foi-me dada a conhecer recentemente, a propósito de uma situação
concreta, de cariz profissional; adapta-se a tanta coisa que me limito a
deixá-la, para que cada um a leia como entender.
Corrida de
Sapinhos
Era uma vez uma corrida de
sapinhos. O objetivo era atingir o alto de uma grande torre. Havia no local uma
multidão a assistir à prova: muita gente para vibrar e torcer por eles. Começou
a competição. Mas, como a multidão não acreditava que os sapinhos pudessem
alcançar o alto daquela torre, o que mais se ouvia era: "Que pena...! Estes
sapinhos não vão conseguir... não vão conseguir..."
E os sapinhos começaram a
desistir. Mas havia um que persistia e continuava a subida em busca do
topo.
A multidão continuava a
gritar: "Que pena...! Voltem! Vocês não vão conseguir!..."
E os sapinhos estavam
mesmo a desistir, um por um, menos aquele sapinho que continuava tranquilo...
embora cada vez mais arfante.
Já ao final da competição,
todos desistiram, menos ele. A curiosidade tomou conta de todos. Queriam saber o
que tinha acontecido: quando foram perguntar ao sapinho como ele havia
conseguido concluir a prova, aí sim, conseguiram descobrir... que ele era
surdo.
Em terra de cegos quem tem olho é rei.
Por estes dias li esta coisa extraordinária e nunca
anteriormente pensada, escrita por gente daquela que ganha a vida à custa dos
que acham que os neurónios só servem para encher o crânio ou cujo desespero lhes
tolhe a lucidez (vulgo empresas de coaching ou treino de vida, como se
auto-denominam):
"A dor emocional pode ser combatida e negada. Normalmente isso faz com que seja alimentada e expandida. A dor emocional pode ser observada e aceite. Normalmente isso faz com que se dissolva e seja uma fonte de aprendizagem e crescimento!"
Ora portanto: se dói e não é físico, há que observar (como é que se observa o emocional, dir-me-ão?) e aceitar, mas nunca combater porque, já se sabe, combater leva necessariamente (e sem mais discussões) à expansão e alimento da dor (hã???). Se aceite, dissolve-se.
Espectáculo.
Não sei como sobrevivi até aqui sem esta sapiência toda.
(Estas cabecinhas que se acham donos de verdades de e para a vida deviam parar para pensar, antes de mais, no modo como pensam. Já que querem treinar os outros, era giro que começassem por passar a informação de modo, ao menos, verosímil. Era o mínimo, pelo que recebem.)
"A dor emocional pode ser combatida e negada. Normalmente isso faz com que seja alimentada e expandida. A dor emocional pode ser observada e aceite. Normalmente isso faz com que se dissolva e seja uma fonte de aprendizagem e crescimento!"
Ora portanto: se dói e não é físico, há que observar (como é que se observa o emocional, dir-me-ão?) e aceitar, mas nunca combater porque, já se sabe, combater leva necessariamente (e sem mais discussões) à expansão e alimento da dor (hã???). Se aceite, dissolve-se.
Espectáculo.
Não sei como sobrevivi até aqui sem esta sapiência toda.
(Estas cabecinhas que se acham donos de verdades de e para a vida deviam parar para pensar, antes de mais, no modo como pensam. Já que querem treinar os outros, era giro que começassem por passar a informação de modo, ao menos, verosímil. Era o mínimo, pelo que recebem.)
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novembro 27, 2012
Estamos a viver dias do Monsieur de Lapalice!
Jacques II de Chabannes de La Palice |
O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, admite que existe uma «crise de crédito» em Portugal que necessita de resolução «urgente».
A sééééérioooooo?!
A austeridade excessiva "levará Portugal para a insolvência", disse ontem em Lisboa o académico belga Paul De Grauwe.
A sééééérioooooo?!
novembro 26, 2012
A maior das falácias
"A tua opinião/posição/ponto de vista é fraquinho porque não concordas comigo"
(ou "eu não concordo contigo", vai dar ao mesmo.
E basicamente é isto, sem mais salamaleques.
A-do-ro, sobretudo pela consistência e arrojo argumentativos.
Mas a coragem também desarma.
E basicamente é isto, sem mais salamaleques.
A-do-ro, sobretudo pela consistência e arrojo argumentativos.
Mas a coragem também desarma.
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novembro 25, 2012
Desistir
É complicado desistirmos de algo. A desistência é muitas vezes encarada como uma derrota ou como um esgotar de forças. Não é possível continuar mais. Podemos desistir de tanta coisa. Pode ir desde a situação ou objeto mais banal até à desistência de um sonho. Pode ser porque já fez mas já não faz sentido ou até porque não apetece mais. No meu percurso tenho desistido de várias coisas e de alguns sonhos também. Não é guardar numa gaveta para depois ir recuperar quando apetece ou quando já tenho novo animo. É mesmo desistir e abandonar por completo. Há aquelas situações ou até desejos que sei serem difíceis ou até impossíveis de alcançar mas não desisto deles de forma alguma. E depois surgem outros cenários em que o melhor mesmo é desistir e começo um processo interno. Conheço-me tão bem que sei quais são os primeiros sinais.
Mas quando se desiste de algo nem sempre é mau ou desolador. Bem pelo contrário: é libertador. O início do processo é que é amargo porque estou em carne vida a dar tudo de mim e a expor a minha alma e os meus argumentos e a dar tudo de mim. Faço-o uma e outra vez até esgotar todas as minhas forças para poder sentir no mais profundo da minha consciência que fiz tudo o que estava ao meu alcance. O culminar deste processo é o mais simples de se fazer: é desistir. Simples porque já estive todo o tempo a mentalizar-me e a mostrar em todas as frentes o que sinto. Simples porque a consciência está preparada. Simples porque depois da dor só pode haver morte ou alívio e se é para morrer que morra a vontade de acreditar que há pessoas que ainda valem a pena, porque na verdade não valem mesmo. E sinto alívio. Alívio em todas as partes, como se se soltasse um balão e ele voasse para longe, sem destino. E a vida continua porque é no que vale realmente a pena que eu devo concentrar todas as minhas forças.
Mas quando se desiste de algo nem sempre é mau ou desolador. Bem pelo contrário: é libertador. O início do processo é que é amargo porque estou em carne vida a dar tudo de mim e a expor a minha alma e os meus argumentos e a dar tudo de mim. Faço-o uma e outra vez até esgotar todas as minhas forças para poder sentir no mais profundo da minha consciência que fiz tudo o que estava ao meu alcance. O culminar deste processo é o mais simples de se fazer: é desistir. Simples porque já estive todo o tempo a mentalizar-me e a mostrar em todas as frentes o que sinto. Simples porque a consciência está preparada. Simples porque depois da dor só pode haver morte ou alívio e se é para morrer que morra a vontade de acreditar que há pessoas que ainda valem a pena, porque na verdade não valem mesmo. E sinto alívio. Alívio em todas as partes, como se se soltasse um balão e ele voasse para longe, sem destino. E a vida continua porque é no que vale realmente a pena que eu devo concentrar todas as minhas forças.
novembro 23, 2012
O Aeroporto de Beja, e as atoardas.
Quando o aeroporto de Faro sofreu os acidentes atmosféricos que o deixaram inoperativo durante meses, este Governo tudo fez para que os aviões fossem pousar no aeroporto mais próximo: Sevilha, Espanha!
Corria o já distante (nos tempos que correm uma hora atrás é
já ontem) Ano de 2010 quando na então plena pré-campanha política o Aeroporto de
Beja saiu como notícia, agora de novo repetida.
Desde a falta de vias de comunicação, aos problemas com a construção das pistas, o despesismo inútil, tudo servia para o combate político de forma a desacreditar o já moribundo governo de Sócrates.
Diziam para começar, que "um erro na construção das pistas não permitia a aterragem de aeronaves comerciais".
Oportunamente esse facto foi de imediato desmentido e ridicularizado pelos especialistas. A manobra jornalística, de mau jornalismo, não investigava nem as fontes nem os preceitos técnicos e científicos. A notícia não tinha qualquer fundamento e dava por isso todos os indícios de ser mais um golpe baixo encomendado.
Na verdade o aeroporto foi finalmente acabado e não foi construída qualquer pista! As pistas de
Beja, duas paralelas, - a maior das quais tem mais de quatro quilómetros de comprimento e quase cem de largura-, tem mais de quarenta anos e são as únicas onde em
Portugal podem poisar e levantar os gigantes do ar, Tupolev, Antonov e o
Galaxy, cujas pontas das asas, apesar da enormidade da pista, ultrapassam as suas margens laterais.
Terminal civil no topo sul do complexo de pistas militares |
Desde a falta de vias de comunicação, aos problemas com a construção das pistas, o despesismo inútil, tudo servia para o combate político de forma a desacreditar o já moribundo governo de Sócrates.
Diziam para começar, que "um erro na construção das pistas não permitia a aterragem de aeronaves comerciais".
Oportunamente esse facto foi de imediato desmentido e ridicularizado pelos especialistas. A manobra jornalística, de mau jornalismo, não investigava nem as fontes nem os preceitos técnicos e científicos. A notícia não tinha qualquer fundamento e dava por isso todos os indícios de ser mais um golpe baixo encomendado.
Instalada na vasta planície Alentejana pelos especialistas Alemães no quadro da estratégia da Nato, em plena Guerra Fria, o simples facto de se argumentar que a pista está mal feita é tão ridicula como as exigências que o nosso Estado faz aquando da importação de ambulâncias: nunca são aprovadas, pois há sempre qualquer coisa a apontar pelos cabeçanas da nossa praça e é necessário mudar uma coisa qualquer, que não faz falta alguma na óptica dos construtores, mas já se sabe que eles, os que as fabricam, não sabem fazer ambulâncias...
Mas voltemos à BA 11: Os coeficientes do piso são três vezes superiores em qualidade e resistência ao que comumente se exige para a aviação comercial. Não nos esqueçamos que se destinava a cenários de voos intensos e em condições de possivel bombardeio em caso de conflito.
Felizmente nunca aconteceu e à medida que a Base, com o fim da Guerra Fria, foi perdendo o interesse militar, tornou-se palco de actividades ligadas ao uso civil. Durante décadas a TAP utilizou as pistas da Base para voos de treino e formação e dadas as excelentes condições das pistas foi desde cedo proposto que a vertente civil fosse ampliada através de um terminal aeroportuário, ideia que deu corpo ao projecto agora terminado.
O preço dessa obra também foi mais uma vez o paradigma do que nunca acontece em portugal: orçamentada em 35 milhões, foi feita por 33 e picos, ou seja, uma única vez na história em que não foi preciso rectificar orçamentos e onde houve verba devolvida! E é falso, totalmente FALSO que tenha necessidade de mais 39 milhões. Mais uma atoarda, um golpe baixo.
As únicas obras para o Aeroporto foram o terminal civil e a placa de estacionamento. Por outro lado, as obras não foram do Sócrates, mas terminadas por ele. Vinham já da era Barroso que anunciou prever ser em 2007 o ano de conclusão do projecto.
Se não há vias rodoviárias de perfil mais rápido, esse facto deve-se exclusivamente a este Governo. A auto-estrada quase pronta, com expropriações, pontes , terra-planagens e pontões construídos, foi abandonada sine die. As justificações as do costume, não há dinheiro. Não se sabe em que condições estarão e quanto custará recuperar as infra-estruturas quando um dia se retomar a obra, fundamental entre Sines, Espanha passando por Beja, cruzando com a A1 entre Algarve e Lisboa. A saída da Auto-estrada, com as suas portagens fica juntinho ao terminal cívil do Aeorporto e é obviamente incontornável para dar sentido e viabilidade ao investimento.
Quanto à linha férrea, esta passa a poucas centenas de metros do topo Norte da Pista e já desde os tempos dos Alemães que existe a terra-planagem para um ramal ferroviário que serviria uma eventual estação da Base Aérea, que nunca foi construída.
Vista aérea das pistas, a principal em primeiro plano, Do lado direito em baixo e obliquamente, o terminal aeroportuário. |
Aqui os critérios de distância não
tiveram qualquer importância, destacando-se por isso a falácia do argumento. Estando o terminal do Aeroporto de Beja terminado
e pronto a receber passageiros e a pouco mais de uma hora de carro do seu
destino, (só porque a auto estrada não
estava pronta senão era menos) , foram estes obrigados a ter que deslocar-se desde Sevilha a Faro e vice-versa
a mais de duzentos e cinquenta quilómetros. Durante meses. A justificação para tal facto foi dada pelos porta-vozes do
poder actual: a pista não estava certificada(!!!???)
Ou seja, uma pista onde desde há quarenta e tal anos pousam aviões
de todos os tamanhos, civis e militares, “não tinha certificado”! Podemos
perguntar quanto tempo é que um primeiro ministro leva a assinar um papel de
forma a agilizar qualquer procedimento bacoco de carácter burocrático, mas se
calhar não teve tempo nem a situação de urgência derivada da ocorrência em Faro justificava qualquer tomada de posição. Como consequência, além do incómodo dos passageiros e os custos adicionais, todo o dinheirinho dos serviços aeroportuários que tanta
falta nos faz, até para amortizar o investimento do aeroporto, foi direitinho
para Espanha…
É por isso triste que Pedro Rolo Duarte no seu programa diário na
Antena Um tenha dado voz ao
Blogue 31 da Armada que desenterra a “notícia “ de Outubro de 2010 como
novidade. Triste porque o Pedro não precisava de repetir a mentira nem as
piadolas tolas que à sua volta se construíram. O 31 da Armada foi buscar a
rolha da espingarda de pressão de ar, puxou o cordel e atirou de novo, e o
Pedro achou piada. Eu não!
novembro 22, 2012
Cá temos a Europa a duas velocidades
1ª e marcha atrás!
(e há quem diga que a Europa está em ponto morto)
(e há quem diga que a Europa está em ponto morto)
novembro 21, 2012
Revolução no presépio
Claro que me preocupa sobremaneira a amputação de uma imagem que a Igreja Católica me impingiu ao longo de uma vida inteira repleta de diversidade animal no presépio, eliminando a vaca e o burro do cenário. Ficam apenas os camelos (os dos Reis Magos) e os memés (enquanto não for desmentido o pastoreio) na fotografia do nascimento de Jesus.
Contudo, fico ainda mais em alerta com a necessidade de reafirmação da virgindade de Maria, reforçadas as minhas cautelas com as certezas que o Papa afirmou quase com a convicção de quem esteve presente em ambas as ocasiões.
Ainda não cuidei de averiguar o que teria instado Sua Santidade a regressar à ribalta com mais uma declaração polémica, mas presumo que algum de entre os seus mais próximos o terá avisado da ameaça das repercussões de algo proferido pela voz de um Santo Padre.
Uma das consequências imediatas de afirmações daquele teor é precisamente das que ao longo dos séculos mais intimidaram a Igreja: as pessoas põem-se a pensar demais e às tantas aleijam-se onde mais dói, na fé que sai sempre um nadinha beliscada quando se escrutinam os dogmas.
Se virmos para além do potencial humorístico da exclusão das vacas e dos burros da iconografia da Quadra (daqui a uns séculos ainda vamos ver a Coca-Cola revelar verdades perturbadoras acerca do Pai Natal), quando olhamos podemos deparar-nos com uma questão potencialmente ainda mais desconfortável para a instituição que o Papa chefia que é a da incoerência, um pecado mortal para todas as histórias difíceis de explicar mas que se querem verossímeis.
Incoerência da mais óbvia é a de várias igrejas por todo o mundo andarem há demasiado tempo a venderem um embuste nos presépios orgulhosamente instalados à sua porta, com o Cristo nas palhinhas da manjedoura deitado mais a família próxima, tendo por detrás as orelhas de um burro e os cornos de uma vaca.
A associação de ideias moderna de todos estes símbolos conduz-nos à complexa situação do casal de progenitores (embora José fosse assumidamente, no entender da Igreja, um mero pai adoptivo do rebento de Deus). A reafirmação da virgindade da mãe Maria por parte do Papa leva-nos a interrogar de imediato: quem de facto confirmou a dita cuja, ao ponto de existir tanta certeza?
Teoricamente, apenas José estaria em condições de o garantir e até podemos partir do princípio de que ele e Maria preferiram ficar em cima do galho de uma árvore quando lhes ofereceram ajuda para um problema qualquer, o que explicaria a paciência do carpinteiro em aceitar estender muito para lá da tradicional espera pelo casamento a eventual consumação do dito.
Não querendo levantar suspeitas acerca da idoneidade de, esse sim, garantidamente, um santo homem, torna-se difícil a um herege engolir algo de tão difícil de explicar em termos racionais e ainda mais suspeito tudo se torna quando o Chefe de Estado do Vaticano vem reafirmar o milagre com o ar de quem possui algum tipo de provas.
Quase de quem estava lá para ver.
Sinceramente, embora ache piada a tudo isto, às vezes it gives me the creeps.
As regras da atracção
Qualquer aluno de Psicologia no ensino secundário o debita com à-vontade, de tão
simples que é: aproximamo-nos e mantemo-nos perto de quem nos faz globalmente
bem (e se não digo "absolutamente bem" é porque nem a Madre Teresa de Calcutá
era sempre correcta), rejeitamos e tentamos manter afastado quem genericamente
nos maça, quem nos faz mal, quem não respeitamos (estes hão-de ter um qualquer
lado bom, e daí o advérbio, embora, assim de repente, não esteja à
vista).
Pelos primeiros, tudo.
(e não tem de ter lógica, nem ser racional)
Pelos segundos, nada.
(a não ser uma imensa vontade de fugir, quando se os avista - e não é de medo...)
Não importa se alguém do primeiro grupo começou por pertencer ao segundo, ou se por lá passou, graças a um qualquer mal-entendido ou má-vontade, ou graças a circunstâncias por que somos responsáveis ou a outras, que nos são alheias. Não tem interesse o percurso de quem faz agora parte do segundo grupo, mesmo que provenha do primeiro (a viagem neste sentido também ocorre, embora com menos probabilidade): se se quis bem a alguém que agora não nos diz nada, que importa o bem que se quis quando o que vale é o que ora se sente?
Acresce que é verdade que pode haver esta transferência entre grupos mas que, normalmente, só acontecem uma vez e a coisa depois estabiliza. De resto, e a despeito desta situação inicial, é tudo muitíssimo simples. Se não vejam:
Bem = Perto
Mal = Longe (e vale abusar da distância)
Não me parece que seja assim tão complicado.
Pelos primeiros, tudo.
(e não tem de ter lógica, nem ser racional)
Pelos segundos, nada.
(a não ser uma imensa vontade de fugir, quando se os avista - e não é de medo...)
Não importa se alguém do primeiro grupo começou por pertencer ao segundo, ou se por lá passou, graças a um qualquer mal-entendido ou má-vontade, ou graças a circunstâncias por que somos responsáveis ou a outras, que nos são alheias. Não tem interesse o percurso de quem faz agora parte do segundo grupo, mesmo que provenha do primeiro (a viagem neste sentido também ocorre, embora com menos probabilidade): se se quis bem a alguém que agora não nos diz nada, que importa o bem que se quis quando o que vale é o que ora se sente?
Acresce que é verdade que pode haver esta transferência entre grupos mas que, normalmente, só acontecem uma vez e a coisa depois estabiliza. De resto, e a despeito desta situação inicial, é tudo muitíssimo simples. Se não vejam:
Bem = Perto
Mal = Longe (e vale abusar da distância)
Não me parece que seja assim tão complicado.
novembro 20, 2012
«Olho por olho por olho...»
Patrick Chappatte - PressEurop
ex-senhorio...
de V. Azevedo aguarda extradição deste para Inglaterra...
cobrança de rendas em atraso e... outras despesas em causa
Raim on Facebook
novembro 19, 2012
Algarve...
a ajuda... possível de M Macedo e do governo vai a caminho...
Verborreia (auto-)aniquiladora
Tenho-me deparado amiúde com uma nova (creio que apenas para mim, pelo
menos em quantidade) estirpe de gente que se satisfaz com palavras. E não me
entendam mal, eu adoro palavras que constroem frases e dão voz a raciocínios e
adjectivam e se vestem de figuras de estilo. Adoro.
Mas não gosto de gente que se basta com palavras, como se o que dissesse fosse maior do que o que faz efectivamente (e o substituisse). Nesta categoria entram tanto os-que-fazem-e-acontecem mas não passam disso mesmo (do dizer que farão e acontecerão) como os que se convencem que o que lhes é dito ou que eles próprios proferem é maior do que a realidade que vêem (aqui, os que, por exemplo, engordaram dois quilos mas fazem de conta que não, se ninguém lho apontar, os que passam fome mas dizem comer que nem bestas ou, pelo contrário, os que dizem engordar "com o ar que respiram").
Entram igualmente os falinhas-mansas que se transformam em cobras, convencidos de que os alvos do veneno não reparam na metamorfose, bem como os que primam pela forma em detrimento do conteúdo.
E, finalmente, os mais difíceis de identificar, porque estão por todo o lado: aqueles que acreditam tão piamente no que dizem que só isso lhes chega - como os que vão deixar de fumar ou fazer a tal pós-graduação ou deixar de comprar roupa/sapatos/discos ou declarar-se ao vizinho ou saltar de pára-quedas ou os que chegam a convencer-se de que são (ou foram) excelentes alunos e só não tiram (ou tiraram) notas de excelência porque não se dedicaram. Estes nunca farão nada do que afirmam mas comprazem-se na audição da sua própria voz e sentem-se o máximo com as proposições (o que não é mau, porque dá pouco trabalho e ainda menos chatice).*
Kant não dormia quando afirmou que "pensamentos sem conteúdo são vazios e intuições sem conceitos são cegas": na integração do binómio está a idealidade; na sua ausência, a manifestação de algo que se situa ali entre a verborreia pura e a cobardia travestida de armanço.
*todos nós já dissemos que faríamos algo que nunca chegámos a fazer, seja por que motivo for; mas fazer da atitude uma constante há-de prejudicar, em última análise, uma só pessoa: o próprio.
Não temos pena.
Mas não gosto de gente que se basta com palavras, como se o que dissesse fosse maior do que o que faz efectivamente (e o substituisse). Nesta categoria entram tanto os-que-fazem-e-acontecem mas não passam disso mesmo (do dizer que farão e acontecerão) como os que se convencem que o que lhes é dito ou que eles próprios proferem é maior do que a realidade que vêem (aqui, os que, por exemplo, engordaram dois quilos mas fazem de conta que não, se ninguém lho apontar, os que passam fome mas dizem comer que nem bestas ou, pelo contrário, os que dizem engordar "com o ar que respiram").
Entram igualmente os falinhas-mansas que se transformam em cobras, convencidos de que os alvos do veneno não reparam na metamorfose, bem como os que primam pela forma em detrimento do conteúdo.
E, finalmente, os mais difíceis de identificar, porque estão por todo o lado: aqueles que acreditam tão piamente no que dizem que só isso lhes chega - como os que vão deixar de fumar ou fazer a tal pós-graduação ou deixar de comprar roupa/sapatos/discos ou declarar-se ao vizinho ou saltar de pára-quedas ou os que chegam a convencer-se de que são (ou foram) excelentes alunos e só não tiram (ou tiraram) notas de excelência porque não se dedicaram. Estes nunca farão nada do que afirmam mas comprazem-se na audição da sua própria voz e sentem-se o máximo com as proposições (o que não é mau, porque dá pouco trabalho e ainda menos chatice).*
Kant não dormia quando afirmou que "pensamentos sem conteúdo são vazios e intuições sem conceitos são cegas": na integração do binómio está a idealidade; na sua ausência, a manifestação de algo que se situa ali entre a verborreia pura e a cobardia travestida de armanço.
*todos nós já dissemos que faríamos algo que nunca chegámos a fazer, seja por que motivo for; mas fazer da atitude uma constante há-de prejudicar, em última análise, uma só pessoa: o próprio.
Não temos pena.
novembro 17, 2012
A posta que alguém tem que fazer
Embora as culpas costumem morrer solteiras e existam prioridades mais prementes do que a atribuição das mesmas (as culpas, não as solteiras), talvez esteja na altura de chamarmos os bois pelos nomes quanto ao estado da Nação em vez de apontarmos baterias às Jonet, àsMerkel e outros alvos de circunstância que se coloquem a jeito para umas vergastadas.
De todos os problemas que o país enfrenta, o maior deles é não haver quem os resolva. Ou seja, os problemas estão cá, a malta identifica-os com clareza, mas depois a coisa arrasta-se.
E é aqui que se levanta a inevitável questão que o povo refilão coloca sempre em cima da mesa, seja em casa ou na esplanada: Alguém tem que fazer qualquer coisa!
O povo é sábio e topa com a precisão de uma mira telescópica os alvos camuflados por entre as figuras do momento que, de resto, para o efeito têm a mesma utilidade dos treinadores de futebol: a catarse colectiva da chicotada psicológica.
O povo acha que tá mal a sua equipa perder e é logo mata e esfola. Rescindir contratos com o plantel quase por inteiro é inviável, o povo sabe, e Pinto da Costa só há um (por muito que o presidente do Sporting de Braga tente apanhar-lhe o jeito). Resta o malandro, o incapaz, o imbecil do treinador. O povo exige o sacrifício de um cordeiro mas tem em conta a crise e as associações de defesa dos direitos dos animais e consola-se com um bode expiatório, de preferência tenrinho.
Contudo, nas raras excepções em que se percebe que a coisa não se resolve com petições virtuais inócuas ou movimentos espontâneos de indignação nas redes sociais o povo também não se atrapalha: Alguém tem que fazer qualquer coisa!.
Pois é. Não há fuga possível para essa entidade sem nome, essa arma secreta que tanto pode encontrar-se com um simples recuo no tempo (o cliché mais corrente envolve nevoeiro, mas a malta prefere uma repescagem mais contemporânea e vem logo à ideia um “grande português” eleito na tv – os mais crentes contam ainda com Deus) ou na inapelável nomeação de uma alternativa.
É aqui que entra em cena o tal Alguém.
Melhor que rachar lenha é poder mandar bitaites, mas de fora na mesma
O povo não gosta de greves, são uma maçada, tal como tem ideia de que as manifestações destes dias não levam a lado algum. Por outro lado, o povo não confia na classe política.
Postas as coisas nestes termos, o povo arregaça as mangas da palheta e recruta de imediato Alguém. Alguém que só possui uma missão: fazer qualquer coisa. E essa coisa qualquer implica a resolução rápida e definitiva do problema, seja qual for.
O povo aprecia a ideia de ser quem mais ordena e começa por pôr ordem na lógica de funcionamento nacional: se não há volta a dar, por faltar quem e como, alguém terá que dar um passo em frente. E fazer qualquer coisa, no mínimo o milagre de fazer acontecer coisas sem ninguém mexer uma palha porque é para isso que alguém é pago.
O povo prefere aguardar com serenidade e sem fazer fitas como os outros pelintras lá de fora.
Com a firmeza estampada no rosto e no vigor do cruzamento dos braços, aguarda-se que alguém pegue ao serviço para fazer o que lhe compete. Sem chatices como eleições, revoluções, intervenção directa nos mecanismos da Democracia e outros transtornos que fazem a pessoa perder o dia de praia, o jogo da bola ou a noite das nomeações na casa dos segredos.
É esta a convicção do povo, denunciada pela sua postura perante uma das maiores aflições que Portugal já enfrentou no nosso tempo de vida.
Amanhã havemos de encontrar uma solução para qualquer problema, basta ter um pouco mais de paciência e o milagre acontecerá.
Mas convém que alguém seja mesmo Deus a tratar do assunto, pois se alguémpossui alguma certeza é a de que de outra forma ninguém o fará.
novembro 16, 2012
O fisco paranóico e iletrado versus o iletrado e paranóico «povo»
1.
Não sei se já receberam o e-mail do director geral das finanças acerca do incentivo à exigência de factura mas, se não receberam, devem estar para receber.
Tirando a parte propagandística da referida mensagem, a minha preferência recai já na parte final do Aviso de Confidencialidade, que reza assim:
É estritamente proibido o uso, a distribuição, a cópia ou qualquer forma de disseminação não autorizada deste e-mail e de quaisquer ficheiros nele contidos. O correio electrónico não garante a confidencialidade dos conteúdos das mensagens. Caso o destinatário deste e-mail tenha qualquer objecção à utilização deste meio deverá contactar de imediato o remetente.
Ora, estou proibido de distribuir o conteúdo do e-mail (gostava de saber qual a lei que me obriga a cumprir isso…), mas não se garante a confidencialidade do mesmo, ou seja, assume-se que ele é passível de uso e distribuição por quem quer que seja…
Se eu tiver alguma objecção devo contactar de imediato o remetente… Ora, o remetente é o endereço no-reply-qsc@at.gov.pt, logo não contactável.
Será talvez este um dos casos em que há alguma coisa a expurgar nos serviços prestados pelo estado. Mas não se fala aqui de gorduras supérfluas, não, senhores, mas antes de quistos purulentos ou «pontos negros», daqueles que os namorados escarafuncham na praia…
*
2.
Pergunto-me o que levará um tipo a pegar num calhau da calçada e atirá-lo contra uma barreira policial que protege de invasão qualquer coisa, mormente a nossa Assembleia da República…
E não encontro em mim resposta. Ainda se fosse ao Passos Coelho da austeridade, ao Gaspar do esbulho, ao Relvas das licenciaturas e das privatizações, aos Belmiros da precariedade, ao Ulrich que sabe que a malta aguenta, à Jonet dos pobrezinhos alimentados a bife, com rock mas sem raio-x, ainda percebia, mesmo concordando muito, pouco ou nada. Mas a estes…?!
Qual é o fito ou intenção? Contestar o facto daquela barreira estar formada, ali, pespegada em contenção daquele povo cheio de razões para reclamar de tudo e de todos? Mas para quê? A malta queria entrar na Assembleia? Para assassinar os deputados, por mero turismo ou para verter águas?
Ah, é só porque eram polícias, logo, representantes da autoridade, logo agentes do Estado, aquele que nos anda a tramar? Mas se é lá por isso, os professores e os médicos e os enfermeiros e os amanuenses e etc., também o são, funcionários do Estado, claro. Pedrada neles, também?
Depois, a carga policial: obscura, excessiva, redundante. Como sempre. Mas também como é de supor que ela seja, ou então não seria policial, não é? De uma carga de cavalaria não se espera que os cavalos peçam desculpas ou perdões aos espezinhados. Nem os cavaleiros, quanto mais…!
Levou quem não devia? E não é sempre assim? Mostrem-me uma novidade, depressa!
Ah, Portugal, Portugal, que vens assistindo descansadinho à destruição da nação, sem tugir nem mugir, sem sequer votar, vai para décadas, naquela bovina sapiência de que «a minha política é o trabalho e dou-me muito bem com isso», em arroubos esporádicos de colocar à janela uma bandeira porque um homem da bola o diz… até que, afinal, não.
E agora? Atiras uma pedra contra ti próprio, emigras ou vais à luta, acordando finalmente para a vida?
(Notas do autor – As aspas que emprego no «povo» do título destinam-se, obviamente, a relativizar muito o conceito.
No penúltimo parágrafo atente-se bem que o interlocutor Portugal é aquele onde todos nós somos. Eu também.)
novembro 15, 2012
Uma espécie de Lei de Talião
O que se passou no dia de ontem deixa-me com os nervos em
franja.
Que se faça greve e se gritem palavras de ordem, tudo bem, muitas palminhas: cada um deve lutar com as armas que a lei confere, quando as acha apropriadas e, preferencialmente, se lhes reconhecer eficácia (e esta seria toda uma outra discussão, que não interessa nada agora).
Não acredito na violência física, em circunstância alguma e só a admito em casos de legítima defesa, no que sou coadjuvada pela lei. O que se passou hoje foi uma vergonha injustificável.
Vejamos:
Se um dos meus gatos me arranha, eu nao o arranho de volta.
Quando um qualquer nabo me bate no veículo-que-me-custou-tanto-a-pagar, eu não lhe faço o mesmo, tipo carrinhos de choque.
Quando, em pleno centro comercial, já pesada de sacos e consciência, por ter gasto mais do que devia, algum simpático me dá um encontrão, eu nao me armo em wrestler.
Se um desconhecido for injusto comigo, não lhe respondo da mesma forma.
Se um vizinho antipático não me disser bom dia, faço questão de o cumprimentar (normalmente, passam a funcionar por imitação).
Se um colega decide fazer sua a missão de me denegrir perante quem estiver para lhe ouvir as balelas (não me conhecendo se não de passagem e só porque não tem nada de mais interessante que fazer), certamente não lhe farei o mesmo, mesmo que me apeteça (muito).
Quando alguém é condenado por um tribunal, por ter matado outrem, que legitimidade tem um estado para matar quem matou sem que se lhe passe o mesmíssimo rótulo de assassino?
Quando a menina do supermercado arremessa as minhas compras, em vez de as colocar simpaticamente num saco, nao lhe atiro com o cartao MB à cara.
... se assim é, por que raio me passaria pela cabeca aceitar como normal que se fundamente a atitude de um bando de meia dúzia de cobardolas de cara tapada que, hoje, resolveram atiçar membros de um corpo policial treinado para reagir e anular comportamentos violentos? Estão desesperados? Têm fome? E o facto de terem arremessado pedras da calçada (quero ver quem paga a reparação) e garrafas de minis (espero que vazias, ao menos isso) deu-lhes serenidade e crença no futuro, foi?
Mais: a justificação de que se limitam a retorquir as agressões que o governo vem exercendo sobre os portugueses é, no mínimo, insensata: se me apetecer encher de bolachadas a cara de A e A não estiver a jeito, bato em B, só para dar o exemplo? Foi o que se fez hoje. Não estavam os membros do governo, ateste-se nos polícias que é o que há de mais parecido. (seriously?)
E a populaça toda contente, que aquilo é que é heróico e mais-não-sei-quê e que deveríamos era estar todos agradecidos. Sim senhores, país do caraças, em que nem a ultrapassadíssima justiça do olho-por-olho-e-dente-por-dente se sabe aplicar. Atira-se ao lado.
(Sim, sim, e levou na tromba muita gente que se limitou a assistir ao disparate, quando a polícia reagiu. E isso é péssimo. Agora pense-se que nada disso teria acontecido se meia dúzia de delinquentes cobardes não quisesse aparecer no telejornal)
É por estas e por outras que, às vezes, também me apetece sair por aí a distribuir galhetas.
Muitas e com alvos bem específicos.
A diferença entre mim e os responsáveis por barbáries como a de hoje, aquilo que me distingue de outros animais (como eles) é a posse da consciência que me trava o puro instinto. Só.
Que se faça greve e se gritem palavras de ordem, tudo bem, muitas palminhas: cada um deve lutar com as armas que a lei confere, quando as acha apropriadas e, preferencialmente, se lhes reconhecer eficácia (e esta seria toda uma outra discussão, que não interessa nada agora).
Não acredito na violência física, em circunstância alguma e só a admito em casos de legítima defesa, no que sou coadjuvada pela lei. O que se passou hoje foi uma vergonha injustificável.
Vejamos:
Se um dos meus gatos me arranha, eu nao o arranho de volta.
Quando um qualquer nabo me bate no veículo-que-me-custou-tanto-a-pagar, eu não lhe faço o mesmo, tipo carrinhos de choque.
Quando, em pleno centro comercial, já pesada de sacos e consciência, por ter gasto mais do que devia, algum simpático me dá um encontrão, eu nao me armo em wrestler.
Se um desconhecido for injusto comigo, não lhe respondo da mesma forma.
Se um vizinho antipático não me disser bom dia, faço questão de o cumprimentar (normalmente, passam a funcionar por imitação).
Se um colega decide fazer sua a missão de me denegrir perante quem estiver para lhe ouvir as balelas (não me conhecendo se não de passagem e só porque não tem nada de mais interessante que fazer), certamente não lhe farei o mesmo, mesmo que me apeteça (muito).
Quando alguém é condenado por um tribunal, por ter matado outrem, que legitimidade tem um estado para matar quem matou sem que se lhe passe o mesmíssimo rótulo de assassino?
Quando a menina do supermercado arremessa as minhas compras, em vez de as colocar simpaticamente num saco, nao lhe atiro com o cartao MB à cara.
... se assim é, por que raio me passaria pela cabeca aceitar como normal que se fundamente a atitude de um bando de meia dúzia de cobardolas de cara tapada que, hoje, resolveram atiçar membros de um corpo policial treinado para reagir e anular comportamentos violentos? Estão desesperados? Têm fome? E o facto de terem arremessado pedras da calçada (quero ver quem paga a reparação) e garrafas de minis (espero que vazias, ao menos isso) deu-lhes serenidade e crença no futuro, foi?
Mais: a justificação de que se limitam a retorquir as agressões que o governo vem exercendo sobre os portugueses é, no mínimo, insensata: se me apetecer encher de bolachadas a cara de A e A não estiver a jeito, bato em B, só para dar o exemplo? Foi o que se fez hoje. Não estavam os membros do governo, ateste-se nos polícias que é o que há de mais parecido. (seriously?)
E a populaça toda contente, que aquilo é que é heróico e mais-não-sei-quê e que deveríamos era estar todos agradecidos. Sim senhores, país do caraças, em que nem a ultrapassadíssima justiça do olho-por-olho-e-dente-por-dente se sabe aplicar. Atira-se ao lado.
(Sim, sim, e levou na tromba muita gente que se limitou a assistir ao disparate, quando a polícia reagiu. E isso é péssimo. Agora pense-se que nada disso teria acontecido se meia dúzia de delinquentes cobardes não quisesse aparecer no telejornal)
É por estas e por outras que, às vezes, também me apetece sair por aí a distribuir galhetas.
Muitas e com alvos bem específicos.
A diferença entre mim e os responsáveis por barbáries como a de hoje, aquilo que me distingue de outros animais (como eles) é a posse da consciência que me trava o puro instinto. Só.
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valores
presuntos... implicados?
PJ - (*) !Raim... tu não me digas que isto é um camelo deficiente?
por isso é melhor lerem a notícia aqui
Raim on Facebook
novembro 14, 2012
novembro 13, 2012
Faz de conta que é exagero
Nem um grande amor pode ser tido como um dado adquirido. Requer cuidado, requer atenção, exige uma vontade permanente de o cultivar como algo de precioso, de absolutamente fundamental enquanto pilar da felicidade como a entendemos e gostamos de sentir.
Contudo, se o amor é indissociável de uma vida feliz como a sonhamos e queremos usufruir, cada pessoa desenvolve ao longo da existência outros amores que igualmente entende como essenciais. Os valores que nos norteiam, construídos tijolo por tijolo ao longo do caminho pela educação, pela cultura, até pelas contingências com que a vida nos confronta, circunstâncias e conjunturas, devem estar presentes no quotidiano para que possamos sentir-nos em casa no enorme lar que um país constitui.
Como qualquer pessoa, defini para mim mesmo os requisitos que considero indispensáveis para poder viver uma vida plena e feliz na terra onde nasci e foi simples a definição de prioridades, sobretudo porque não esqueci o tempo em que vivi antes da Revolução de Abril.
De todos os medos que o futuro me acena, de todos os papões que assombram o amanhã da Pátria onde ambiciono ver crescer a minha filha, só o espectro de uma qualquer ameaça à liberdade consegue aterrorizar-me. Ou mobilizar-me para a luta, qualquer luta, por algo que acredito ser um valor digno de preservar à custa de uma vida se necessário.
Sem liberdade a paz não é possível. O vazio que a falta de liberdade implica é preenchido pelo medo, pelo ódio, pelo abuso do poder por parte daqueles que o controlem pela força que é o único meio de impor aquilo que um povo considere injustiça.
Tenho a sorte de ter experimentado na maior parte da minha passagem o gosto da liberdade que milhões de seres humanos não conhecem nas suas terras e muitos, a esmagadora maioria, dos meus antepassados portugueses nunca chegaram a provar. Sou privilegiado por essa coincidência de ter nascido no tempo certo e uma das minhas maiores alegrias é a de poder ter esperança de que a minha filha não conhecerá outra realidade que não aquela que me compete em seu nome preservar, tal como deverá ser essa uma prioridade para os meus conterrâneos, sem excepções.
Porém, as lições da História ensinam-me a nunca tomar a liberdade como certa.
Uma morte que a Democracia já experimentou
Uma crise tão profunda como a que atravessamos é demasiado parecida com outras que a precederam e apanharam desprevenidas pessoas que julgavam a liberdade intocável até ao momento em que a viram sucumbir às mãos de regimes prepotentes ou mesmo ditatoriais. Aconteceu um pouco por todo o Mundo e aconteceu, prolongando-se por quarenta e oito anos, em Portugal.
Parecia impossível aos democratas de toda a Europa uma hecatombe como a que se abateu sobre todo um continente quando, nos anos 30, as circunstâncias abriram caminho ao desespero que cega as populações e as arrasta para armadilhas cujas consequências se fazem sentir tarde demais para impedir o pior.
Parece impossível agora. Mas aos poucos constatamos que governos democraticamente eleitos reagem, amedrontados, com força cada vez mais descontrolada à contestação popular daqueles que, igualmente amedrontados, se juntam nas ruas em busca de uma liderança mais forte, mais capaz de bater o pé a tudo e a todos quantos permitem o declínio que destrói vidas porque as torna insustentáveis.
Parece impossível, mas palavras como fome e miséria regressam ao Portugal da Europa dos ricos, como já fazem parte do vocabulário na Grécia e mesmo na Espanha que tantos invejavam na abastança até há pouco tempo atrás.
As vidas despejadas de pessoas despojadas de esperança
Uma crise extrema posições a um ritmo absolutamente impossível de prever ou de controlar. Nesse contexto, os valores, mesmo os mais importantes, assumem o papel de simples figurantes num filme que pode ser de terror.
A liberdade não mata a fome nem parece proteger-nos, com o poder entregue a gente incapaz de se fazer respeitar e de mostrar competência para dar a volta ao texto, de um futuro imediato que é feito de medo, de ansiedade, de colapsos individuais que se multiplicam ao ponto de se temer a falência de toda uma nação com tudo o que de mau isso implica.
É este o terreno fértil para todo o tipo de extremistas, para toda uma escória de oportunistas que aguardam na sombra as condições reunidas para erguerem das cinzas uma voz sonante, mais grossa, mais radical, perante a impassividade dos que lucram em qualquer circunstância, o desnorte dos que fingem governar sem qualquer capacidade decisória em matérias fundamentais e o desespero de multidões cada vez mais permeáveis à promessa de soluções miraculosas para os seus dramas pessoais.
É este o caminho traçado, como num passado não muito distante deste país e no presente de tantos outros, para o fim da liberdade, mesmo que de forma mais discreta, menos violenta, depois de degradados os mecanismos democráticos que a podem proteger.
É isso que está a acontecer, sem que a maioria se dê conta. Cada vez mais polícia, cada vez mais censura, cada vez menos confiança entre eleitores e eleitos, cada vez menos esperança nas alternativas que o sistema disponibiliza. Passo a passo até ao vazio de poder que é o de um poder eleito e nem assim reconhecido como legítimo por se revelar incapaz, em ambos os lados do espectro político, até se instalar o caos.
É esse o rumo seguido, como o passado o provou e o presente já ilustra na Grécia fascista que desponta e que em Portugal é mais de se produzir sem ondas, no discurso austero e musculado de figuras discretas que emergem quando se esgotam as forças a qualquer oposição para as denunciar enquanto caciques capazes de fazerem tábua rasa de valores que soam dispensáveis e, ainda pior, ficam ligados ao fracasso que os párias aproveitam para manipularem vontades e consciências até, repito, ser tarde demais para os impedir.
Por vezes, mesmo um grande amor sucumbe a pressões esmagadoras, a medos constantes, ao desespero permanente de pessoas sem emprego, sem dinheiro, sem perspectivas.
E tal como acontece com a liberdade, depois de perdido torna-se quase impossível de recuperar.
aprouvera que me fosse mais fagueiro este tempo
(Adiro à greve do dia 14 de Novembro, sim senhores. Porquê? Ora, ainda é preciso dizê-lo...? )
aprouvera que me fosse mais fagueiro
este tempo só de impostos e ameaças
que de tudo preservasse o costumeiro
e vivesse sem me cuidar de pirraças
que bastasse p’ra ter luz um candeeiro
que de protecção sobrassem as vidraças
e por dar cá uma palha ser inteiro
peito aberto aos ardores das arruaças
porque roubam tudo ao pobre esfomeado
tão esganado à míngua de um seco pão
quando a alguns sobra pão por todo o lado
e assim fazem de mim o refilão
truculento ferrabrás e desbocado
não calando a aleivosia do ladrão
nem ao rico lhe desculpo o exagero
de viver só na riqueza… e das misérias
ao colher benefício ao desespero
de quem vive sem viver e sem dar férias
à vontade de comer e sem tempero
só lhe darem p’ra comer algumas lérias
e é neste entretém feito fumaça
que medramos num talvez-não adverso
sem passarmos do cuidado que esvoaça
fracamente na candura de algum verso
e se a cor ou o ser nos é diverso
que se apure que o Sol nasce p’ra quem passa
e se é nosso o mar todo e o universo
fomos todos moldados na mesma massa.
- soneto e seu simétrico da autoria de Jorge Castro
(publicado em simultâneo no Sete Mares)
aprouvera que me fosse mais fagueiro
este tempo só de impostos e ameaças
que de tudo preservasse o costumeiro
e vivesse sem me cuidar de pirraças
que bastasse p’ra ter luz um candeeiro
que de protecção sobrassem as vidraças
e por dar cá uma palha ser inteiro
peito aberto aos ardores das arruaças
porque roubam tudo ao pobre esfomeado
tão esganado à míngua de um seco pão
quando a alguns sobra pão por todo o lado
e assim fazem de mim o refilão
truculento ferrabrás e desbocado
não calando a aleivosia do ladrão
nem ao rico lhe desculpo o exagero
de viver só na riqueza… e das misérias
ao colher benefício ao desespero
de quem vive sem viver e sem dar férias
à vontade de comer e sem tempero
só lhe darem p’ra comer algumas lérias
e é neste entretém feito fumaça
que medramos num talvez-não adverso
sem passarmos do cuidado que esvoaça
fracamente na candura de algum verso
e se a cor ou o ser nos é diverso
que se apure que o Sol nasce p’ra quem passa
e se é nosso o mar todo e o universo
fomos todos moldados na mesma massa.
- soneto e seu simétrico da autoria de Jorge Castro
(publicado em simultâneo no Sete Mares)
O negócio obscuro. Esse, o da caridadezinha.
....os grandes interesses, que dêem o que deixam estragar por razões de manutenção de preço e de lucro ...
Quem me conhece sabe por experiência própria, que raramente me recuso a dar uma mão, a ajudar, a como se diz em Portugal, desenrascar.
Mas, neste mundo injusto onde a FOME se escreve com letras maísculas, recuso essa coisa da caridadezinha. A caridade é a má consciência da injustiça.
Tenho o trabalho de explicar o porquê às meninas e meninos que de boa vontade estão ali horas a fio a pedir convencidas da boa causa ( e em tese, é) aquando das campanhas dos Bancos Alimentares.
Já fui em tempos colaborador deste tipo de organizações, e por mais de uma vez. Nessa idade em que somos novos e temos todos sonhos... O que vi e assisti depois foi uma vergonha, um saque aos melhores produtos, não por parte dos colaboradores mas sim pelos responsáveis. A campanha "Pirâmide" foi uma delas e é ainda hoje me irrita pensar nela.
Tenho o trabalho de explicar o porquê às meninas e meninos que de boa vontade estão ali horas a fio a pedir convencidas da boa causa ( e em tese, é) aquando das campanhas dos Bancos Alimentares.
Já fui em tempos colaborador deste tipo de organizações, e por mais de uma vez. Nessa idade em que somos novos e temos todos sonhos... O que vi e assisti depois foi uma vergonha, um saque aos melhores produtos, não por parte dos colaboradores mas sim pelos responsáveis. A campanha "Pirâmide" foi uma delas e é ainda hoje me irrita pensar nela.
No caso dos Hipers, o que se estraga nas traseiras, nas chamadas "contra-lojas" é uma dor de alma. Os produtos que devolvem e que se acabam por deitar fora por estar fora de prazo neste mundo cheio de fome, são um crime. Os hipers compram em grandes quantidades para terem direito a melhores preços mesmo sabendo que o mercado não absorve determinadas quantidades. É a lógica da maximização de lucros a todo o custo. Comprando em grandes quantidades acabam por ter um preço que não teriam se apenas comprassem o que de facto prevêem vender. Por outro lado, adquirindo mais do que precisam, promovem uma relativa escassez de produtos no mercado o que prejudica a concorrência.
Depois devolvem, e não se importam de deixar estragar o que ainda está em perfeitas condições para ser por exemplo, dado. Mas os produtos alimentares fora de prazo acabam quase na totalidade por serem deitados fora sem que isso lhes custe mais.Os contratos leoninos penalizam, não a garganeirice sôfrega dos Hipers, mas sim os produtores que tem de receber de volta os produtos, devolvidos sem qualquer cuidado, muitas vezes transformados em lixos.
Uma corja!
Eles, os Hipers, não dão nada rigorosamente: NADA! O negócio deles é tirar. Mas de cada vez que há campanhas, lá surgem nas TV's como beneméritos a fazer caridade, com o esforço dos outros. Ou seja, dão "licença" para que uma equipa da boa vontade recolha o que as pessoas solidariamente e com muita boa vontade - e muitos com sacrifício certamente -,COMPRAM NO HIPER, PARA DEPOIS DAR.
Ou seja, na óptica dos Mega-merceeiros, mais uma boa oportunidade de negócio.
Mas o descalabro e pouca vergonha continua depois já noutra escala, com os produtos recolhidos a terem encaminhamentos muitas vezes inconfessáveis acabando paradoxalmente, muitas vezes, no lixo!
Eu não dou nem um bago de arroz.
Os Hipers, os grandes interesses, que dêem o que deixam estragar por razões de manutenção de preço e de lucro, TODOS OS DIAS! E poderiam desde logo por começar por quem os fornece e a quem eles espremem até ao limite da insustentabilidade, logo, falências, desemprego, fome. Sim, a tal...fome...
Eu não dou nem um bago de arroz.
Os Hipers, os grandes interesses, que dêem o que deixam estragar por razões de manutenção de preço e de lucro, TODOS OS DIAS! E poderiam desde logo por começar por quem os fornece e a quem eles espremem até ao limite da insustentabilidade, logo, falências, desemprego, fome. Sim, a tal...fome...
E quanto ao que acontece ao que depois é dado, é talvez já mais assunto de polícia
p.s. - É descabido neste tema aprofundar mais, lateralizando, mas sou, nesta coisa da caridade, todo a favor de dar a cana ao pobre em vez da entrega do peixe, e neste particular colo a situação geral do País, cada vez com menos canas e cada vez mais dependente das sobras das espinhas de peixe alheias...
novembro 12, 2012
Os peidos da avó - uma aulinha para quem não sabe o que são
Amigos e colegas de trabalho já me ouviram pelo menos 300 vezes (cada um) comparar a Economia aos Peidos da Avó.
Raros são os que sabem a que me estou a referir e, assim sendo, não compreendem esta associação.
Por isso, aproveitei um passeio à serra do Caramulo para fotografar alguns exemplares do Peido da Avó:
Pois. O Peido da Avó, como é conhecido na minha terra (e em Trás-os-Montes... pelo menos em Carrazeda de Ansiães), é o cogumelo Lycoperdon Perlatum, popularmente conhecido como "Peido-de-lobo, bufa-de-velha, bexiga-de-lobo, fungo-de-sapo ou ventosidades-do-demónio. (...) Quando maduro, adquire um tom amarelo pardo e, se apertado, liberta uma nuvem de esporos cinzentos de odor desagradável. Talvez seja essa a razão do seu estranho nome. Apesar da sua singular designação, este fungo era tradicionalmente usado como anti-séptico para desinfectar feridas e tratar doenças de pele" [Fonte: Ecotura]. "Na maioria das vezes desenvolvem-se em madeira morta e, se crescem no solo, geralmente tal significa que existe madeira enterrada" [Fonte: Movimentos de Luz]
Infelizmente, na foto em que estou a pisar um destes Peidos da Avó, já não se vê a nuvem de esporos que se soltou quando o pisei. Mas têm belas imagens desse momento aqui, aqui, aqui e aqui.
E o que encontrei de melhor mesmo para se aperceberem do que estamos a falar de "nuvem de esporos" é este vídeo, em que rapazes brincam com um destes cogumelos, atirando-o ao ar para que um deles lhe acerte com um pau:
Vejam também a pág. 41 do «Guia de Campo - Cogumelos Silvestres» da Federação dos Produtores Florestais de Portugal.
A partir de agora, certamente já me entenderão quando vos repetir, pela 301ª vez, que a Economia é como os Peidos da Avó: transmitem uma imagem que nos ilude, mas são ocos por dentro!
Raros são os que sabem a que me estou a referir e, assim sendo, não compreendem esta associação.
Por isso, aproveitei um passeio à serra do Caramulo para fotografar alguns exemplares do Peido da Avó:
Pois. O Peido da Avó, como é conhecido na minha terra (e em Trás-os-Montes... pelo menos em Carrazeda de Ansiães), é o cogumelo Lycoperdon Perlatum, popularmente conhecido como "Peido-de-lobo, bufa-de-velha, bexiga-de-lobo, fungo-de-sapo ou ventosidades-do-demónio. (...) Quando maduro, adquire um tom amarelo pardo e, se apertado, liberta uma nuvem de esporos cinzentos de odor desagradável. Talvez seja essa a razão do seu estranho nome. Apesar da sua singular designação, este fungo era tradicionalmente usado como anti-séptico para desinfectar feridas e tratar doenças de pele" [Fonte: Ecotura]. "Na maioria das vezes desenvolvem-se em madeira morta e, se crescem no solo, geralmente tal significa que existe madeira enterrada" [Fonte: Movimentos de Luz]
Infelizmente, na foto em que estou a pisar um destes Peidos da Avó, já não se vê a nuvem de esporos que se soltou quando o pisei. Mas têm belas imagens desse momento aqui, aqui, aqui e aqui.
E o que encontrei de melhor mesmo para se aperceberem do que estamos a falar de "nuvem de esporos" é este vídeo, em que rapazes brincam com um destes cogumelos, atirando-o ao ar para que um deles lhe acerte com um pau:
Vejam também a pág. 41 do «Guia de Campo - Cogumelos Silvestres» da Federação dos Produtores Florestais de Portugal.
A partir de agora, certamente já me entenderão quando vos repetir, pela 301ª vez, que a Economia é como os Peidos da Avó: transmitem uma imagem que nos ilude, mas são ocos por dentro!
«Ich Bin Ein Berliner» - um filme para a malta mandar à Merkel...
novembro 11, 2012
Pode ser que saia
Daniel Abrunheiro
Rosário Breve n.º 282 - crónica em O RIBATEJO - www.oribatejo.pt
Nos antigamentes da “Outra Senhora” era naturalmente à boca-pequena que se murmurava um chiste anti-salazarista de largo espectro de acção perfurante. Tratava-se de determinar com exactidão qual era, de facto e deveras, o número de saias com acesso ao gabinete privadíssimo do ditador. Ao contrário da boa prática tão própria dos mais exímios contadores de anedotas, começo pelo fim, esclarecendo desde já o enigma. Eram sete, as tais saias. Contai-as comigo.
A da D. Maria, criada de e para todo o serviço. Uma.
A do Cerejeira, cardeal-patriarca do regime tão mais católico quão menos cristão. Duas.
O doutor Bissaya Barreto, influente e reservado confidente da tenebrosa aventesma, conta sozinho por mais duas (bi+saia). Vamos, portanto, em quatro.
E as outras três?
As outras três eram todas, e só, do Povo. Do Povo, sim, posto que quando, por absurdo, distracção ou milagre, o Povo lograva penetrar no tugúrio oficial do Salazar, este, histérico de repugnância e eriçado de nojo à vista da comum gente, apalitava-se logo nas aracnídeas canelas e guinchava: “Saia! Saia! Saia!”
Eis que assim temos, pois, as tais sete saias bem contadinhas: se não pela anémica narração minha, ao menos por exacta e pragmática aritmética.
Pronto, esta já está. Já está mas ainda me sobram papel que encher e tinta com que o fazer. É com contada e contida liberalidade que proverei ao devido número de caracteres, para satisfação e alívio do departamento gráfico deste jornal que dá riba ao Tejo e voz com rosto ao largo Vale. De saias, passo a ruas. Tome-se nota: não estou a dizer que é meu travestido costume passar de saia pela rua. Chiça, não. Do tema das saias passo ao tema da toponímia arterial urbana. Isso. Vamos lá então.
Sempre gostei muito dos nomes das terras portuguesas. Tenho até um caderno exclusivo para anotar os baptismos da nossa geografia. Dos nomes das terras e dos nomes das ruas dessas terras. Foi por causa disso que me lembrei de escrever às câmaras e às juntas de freguesia (enquanto elas existem) no sentido de me oferecer como padrinho de vielas, de becos, de pátios, de travessas, de arcos, do que for. Não peço avenidas, nem praças, nem grandes passeios como aquele das Águas de Santarém à Coreia do Sul que ninguém sabe para quê mas toda a gente conhece por quem. Mas adiante, que hoje tenho a pólvora molhada. Exemplo: a rua daquela escola primária que fechou. Proponho que deixe de ser banalmente chamada Rua da Escola. Em lugar disso, que seja Rua Miguel Relvas, por motivos carecas do conhecimento geral. Outro exemplo: a rua onde em Santarém pernoitava, quando alegadamente edil, o senhor Moita Flores. Não sei como ela se chama, mas sei como deveria passar a chamar-se: Rua D. Sebastião. Estão a ver a ideia? Uma campanha esquizóide e algo pulha contra o mouro vadio, uma cortina de nevoeiro e já está: nunca mais ninguém o viu, nem espera voltar a vê-lo.
Termino em apoteótica trindade. Isto é: com três ruas. Duas condições: a) todas as terras do Ribatejo as comungarem e b) o uso da vírgula. A vírgula no nome dessas três ruas é fulcral, como vereis. A figura tutelar que invoco para o triplo baptismo é não mais nem menos do que Pedro Passos Coelho. E todas as ribatejanas localidades, para bom exemplo das portuguesas restantes, passariam a exibir uma tríade de artérias cuja nomeação valeria a triplicar. Desta maneira:
Rua, Pedro
Rua, Passos
Rua, Coelho
!!!
Rosário Breve n.º 282 - crónica em O RIBATEJO - www.oribatejo.pt
Nos antigamentes da “Outra Senhora” era naturalmente à boca-pequena que se murmurava um chiste anti-salazarista de largo espectro de acção perfurante. Tratava-se de determinar com exactidão qual era, de facto e deveras, o número de saias com acesso ao gabinete privadíssimo do ditador. Ao contrário da boa prática tão própria dos mais exímios contadores de anedotas, começo pelo fim, esclarecendo desde já o enigma. Eram sete, as tais saias. Contai-as comigo.
A da D. Maria, criada de e para todo o serviço. Uma.
A do Cerejeira, cardeal-patriarca do regime tão mais católico quão menos cristão. Duas.
O doutor Bissaya Barreto, influente e reservado confidente da tenebrosa aventesma, conta sozinho por mais duas (bi+saia). Vamos, portanto, em quatro.
E as outras três?
As outras três eram todas, e só, do Povo. Do Povo, sim, posto que quando, por absurdo, distracção ou milagre, o Povo lograva penetrar no tugúrio oficial do Salazar, este, histérico de repugnância e eriçado de nojo à vista da comum gente, apalitava-se logo nas aracnídeas canelas e guinchava: “Saia! Saia! Saia!”
Eis que assim temos, pois, as tais sete saias bem contadinhas: se não pela anémica narração minha, ao menos por exacta e pragmática aritmética.
Pronto, esta já está. Já está mas ainda me sobram papel que encher e tinta com que o fazer. É com contada e contida liberalidade que proverei ao devido número de caracteres, para satisfação e alívio do departamento gráfico deste jornal que dá riba ao Tejo e voz com rosto ao largo Vale. De saias, passo a ruas. Tome-se nota: não estou a dizer que é meu travestido costume passar de saia pela rua. Chiça, não. Do tema das saias passo ao tema da toponímia arterial urbana. Isso. Vamos lá então.
Sempre gostei muito dos nomes das terras portuguesas. Tenho até um caderno exclusivo para anotar os baptismos da nossa geografia. Dos nomes das terras e dos nomes das ruas dessas terras. Foi por causa disso que me lembrei de escrever às câmaras e às juntas de freguesia (enquanto elas existem) no sentido de me oferecer como padrinho de vielas, de becos, de pátios, de travessas, de arcos, do que for. Não peço avenidas, nem praças, nem grandes passeios como aquele das Águas de Santarém à Coreia do Sul que ninguém sabe para quê mas toda a gente conhece por quem. Mas adiante, que hoje tenho a pólvora molhada. Exemplo: a rua daquela escola primária que fechou. Proponho que deixe de ser banalmente chamada Rua da Escola. Em lugar disso, que seja Rua Miguel Relvas, por motivos carecas do conhecimento geral. Outro exemplo: a rua onde em Santarém pernoitava, quando alegadamente edil, o senhor Moita Flores. Não sei como ela se chama, mas sei como deveria passar a chamar-se: Rua D. Sebastião. Estão a ver a ideia? Uma campanha esquizóide e algo pulha contra o mouro vadio, uma cortina de nevoeiro e já está: nunca mais ninguém o viu, nem espera voltar a vê-lo.
Termino em apoteótica trindade. Isto é: com três ruas. Duas condições: a) todas as terras do Ribatejo as comungarem e b) o uso da vírgula. A vírgula no nome dessas três ruas é fulcral, como vereis. A figura tutelar que invoco para o triplo baptismo é não mais nem menos do que Pedro Passos Coelho. E todas as ribatejanas localidades, para bom exemplo das portuguesas restantes, passariam a exibir uma tríade de artérias cuja nomeação valeria a triplicar. Desta maneira:
Rua, Pedro
Rua, Passos
Rua, Coelho
!!!
banco a lamentar
Já muito foi dito sobre o tema, ainda que continue sempre a ser oportuno desemburrar as mentes... A propósito das recentes e elucidativas (im)posturas de Isabel Jonet (talvez deva ler-se «xoné», ainda que eu duvide de que o termo, na verdade, lhe assente com toda a propriedade...), lembrei-me de um artiguelho meu, já publicado em Maio de 2008 (!), no Sete Mares, a propósito desta despudorada hipocrisia de criar «pobrezinhos» para, depois, na urgência da fome, lhes estender uma côdea de pão e uma malga de sopa. Aqui fica, com a lamentável actualidade que ocorre num país que não sai da cepa torta.
A solidariedade é, para mim, muito mais do que uma palavra, uma atitude. A razão de ser de integrarmos esse clube gigantesco que se chama Humanidade.
Redistribuir, por aqueles que mais precisam, o excedente dos demais é, nesse contexto, uma lógica óbvia e coerente, mesmo levando em conta uma imensa diversidade de patamares de práticas e opiniões sobre a matéria.
Mas, no estadio civilizacional a que nos guindamos, somos pródigos em desvirtuar ou distorcer até ao irracional aquilo que partiu de uma intenção salutar nesse dar os braços humanitário que nos enforma.
Lembro-me da caricatura (e do insulto) que eram, nos idos salazarentos, os hipócritas chás de beneficência ou de caridade, onde as «colunáveis» da época estouravam escandalosos milhares de escudos para angariar misérrimos tostões, num suposto favor das mais nobres causas e em prol dos «pobrezinhos».
Do mesmo modo, debato-me, hoje, numa angústia quando assisto a uma imensidão de intrépidos jovens voluntários, que recolhem alimentos nas «grandes superfícies», apelando à dádiva solidária dos cidadãos, dádiva essa que, sem dúvida, contribuirá para minorar a fome que bate já a tantas portas portuguesas...
Mas não posso deixar de atentar na estupidez e desperdício que significa, por exemplo, fazer o apelo a oferta de alimentos adquiridos nessas mesmas «grandes superfícies», a preço de mercado, e cujos milhares de toneladas vão contribuir largamente e antes de mais para os destemperados lucros dessas mesmas «grandes superfícies»!
E pensar, depois e para cúmulo, que tantas dessas «grandes superfícies» são também fomentadores da precariedade ilegal no emprego, uma das grandes geradores do incremento da fome e de todo o tipo de carências sociais a que vimos assistindo, de forma galopante e descontrolada.
Afinal, ao adquirir um quilograma de farinha numa «grande superfície» para destinar ao Banco Alimentar, estou a alimentar quem?
Não é suposto caber ao Estado a redistribuição da riqueza criada, através da recolha de impostos - e são tantos! -, matando a fome a quem a tenha, dando a educação e a saúde aos que mais delas precisam, fomentar o emprego e vigiar pelo cumprimento das leis que a toda a comunidade deviam abranger?
Nesta inconsistência constante de atoardas que a comunicação impinge, quem se lembra, ainda, do ensinamento segundo o qual, mais importante do que dar o peixe, é ensinar a pescar?
A solidariedade é, para mim, muito mais do que uma palavra, uma atitude. A razão de ser de integrarmos esse clube gigantesco que se chama Humanidade.
Redistribuir, por aqueles que mais precisam, o excedente dos demais é, nesse contexto, uma lógica óbvia e coerente, mesmo levando em conta uma imensa diversidade de patamares de práticas e opiniões sobre a matéria.
Mas, no estadio civilizacional a que nos guindamos, somos pródigos em desvirtuar ou distorcer até ao irracional aquilo que partiu de uma intenção salutar nesse dar os braços humanitário que nos enforma.
Lembro-me da caricatura (e do insulto) que eram, nos idos salazarentos, os hipócritas chás de beneficência ou de caridade, onde as «colunáveis» da época estouravam escandalosos milhares de escudos para angariar misérrimos tostões, num suposto favor das mais nobres causas e em prol dos «pobrezinhos».
Do mesmo modo, debato-me, hoje, numa angústia quando assisto a uma imensidão de intrépidos jovens voluntários, que recolhem alimentos nas «grandes superfícies», apelando à dádiva solidária dos cidadãos, dádiva essa que, sem dúvida, contribuirá para minorar a fome que bate já a tantas portas portuguesas...
Mas não posso deixar de atentar na estupidez e desperdício que significa, por exemplo, fazer o apelo a oferta de alimentos adquiridos nessas mesmas «grandes superfícies», a preço de mercado, e cujos milhares de toneladas vão contribuir largamente e antes de mais para os destemperados lucros dessas mesmas «grandes superfícies»!
E pensar, depois e para cúmulo, que tantas dessas «grandes superfícies» são também fomentadores da precariedade ilegal no emprego, uma das grandes geradores do incremento da fome e de todo o tipo de carências sociais a que vimos assistindo, de forma galopante e descontrolada.
Afinal, ao adquirir um quilograma de farinha numa «grande superfície» para destinar ao Banco Alimentar, estou a alimentar quem?
Não é suposto caber ao Estado a redistribuição da riqueza criada, através da recolha de impostos - e são tantos! -, matando a fome a quem a tenha, dando a educação e a saúde aos que mais delas precisam, fomentar o emprego e vigiar pelo cumprimento das leis que a toda a comunidade deviam abranger?
Nesta inconsistência constante de atoardas que a comunicação impinge, quem se lembra, ainda, do ensinamento segundo o qual, mais importante do que dar o peixe, é ensinar a pescar?
Pois é verdade, já escrevi isto em Maio de 2008… Há coisas que custam a mudar…! E há pessoas que nem mudam nunca.
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indignações,
opinião,
pensamento crítico
Gregos e Troianos
São sempre duais, a roçar a esquizofrenia.
Ora se apresentam extrovertidos e dinâmicos, nas relações interpessoais, ora calados, quase tímidos, na tentativa de passarem despercebidos.
A primeira hipótese acontece quando estão na presença de gregos, sem que haja troianos por perto, ou vice versa. A segunda ocorre quando, estando gregos e troianos nas imediações, tentam agradar a ambos ou, pelo menos, não desagradar a nenhuns.
Evitam opinar, para não se comprometerem, ou tomar partidos, para não ferirem susceptibilidades.
Raramente assumem a posição de líderes e, aparentemente, deixam-se conduzir, sempre disponíveis e dispostos a agradar; não é comum reclamarem ou marcarem posições indubitáveis, salvo se estiverem claramente no seio de um dos grupos, sem que o outro tenha hipótese de saber o que ali se passa (e, se eventualmente o souber, conta a história com outros contornos, os seus). São o que vulgarmente se designa por manada: vão onde os outros (quaisquer que os outros sejam) forem e parecem ficar contentes com isso. O seu principal medo é ficarem sem um grupo a que pertencer; por isso asseguram dois, não vá um deles chatear-se.
Nisto radica o seu principal problema: a vontade de pertença é tanta que, anulando-se, não são senão parte da imensa maioria dos amorfos, dos pobres de espírito, dos que fazem da cobardia uma forma de estar. Almejam ser respeitados por gregos e troianos sem entender que, a curto prazo, ambos lhes perceberão a dualidade flagrante e os remeterão para o saco daqueles que se suportam mas em quem não se confia.
O que é que sinto relativamente a seres que querem agradar a gregos e troianos?
O mesmo que por uma mosca: não me assusta como uma centopeia (com quem não consigo partilhar a mesma divisão), mas reconheço-lhe o aspecto de quem já pousou em muita merda e pousará em muita mais, porque é essa a sua natureza.
Ora se apresentam extrovertidos e dinâmicos, nas relações interpessoais, ora calados, quase tímidos, na tentativa de passarem despercebidos.
A primeira hipótese acontece quando estão na presença de gregos, sem que haja troianos por perto, ou vice versa. A segunda ocorre quando, estando gregos e troianos nas imediações, tentam agradar a ambos ou, pelo menos, não desagradar a nenhuns.
Evitam opinar, para não se comprometerem, ou tomar partidos, para não ferirem susceptibilidades.
Raramente assumem a posição de líderes e, aparentemente, deixam-se conduzir, sempre disponíveis e dispostos a agradar; não é comum reclamarem ou marcarem posições indubitáveis, salvo se estiverem claramente no seio de um dos grupos, sem que o outro tenha hipótese de saber o que ali se passa (e, se eventualmente o souber, conta a história com outros contornos, os seus). São o que vulgarmente se designa por manada: vão onde os outros (quaisquer que os outros sejam) forem e parecem ficar contentes com isso. O seu principal medo é ficarem sem um grupo a que pertencer; por isso asseguram dois, não vá um deles chatear-se.
Nisto radica o seu principal problema: a vontade de pertença é tanta que, anulando-se, não são senão parte da imensa maioria dos amorfos, dos pobres de espírito, dos que fazem da cobardia uma forma de estar. Almejam ser respeitados por gregos e troianos sem entender que, a curto prazo, ambos lhes perceberão a dualidade flagrante e os remeterão para o saco daqueles que se suportam mas em quem não se confia.
O que é que sinto relativamente a seres que querem agradar a gregos e troianos?
O mesmo que por uma mosca: não me assusta como uma centopeia (com quem não consigo partilhar a mesma divisão), mas reconheço-lhe o aspecto de quem já pousou em muita merda e pousará em muita mais, porque é essa a sua natureza.
novembro 10, 2012
A posta numa vida despejada
Uma cidadã espanhola não suportou a pressão durante uma acção de despejo e suicidou-se, lançando-se da janela. Esse gesto desesperado, infelizmente não inédito, é o último degrau de uma escadaria que se desce aos trambolhões. A banca, inflexível, assume as regras normais de funcionamento do mercado perante circunstâncias excepcionais da existência de pessoas e de nações, mobilizando todos os recursos ao seu dispor em nome de valores que se colocam no patamar superior de uma hierarquia que, na prática, esmaga as vidas de quem comete o supremo pecado do incumprimento.
Os valores de topo são patrimoniais. E perante essa verdade que estas mortes nos gritam, saímos aos poucos de uma espécie de coma induzido e despertamos para uma realidade feita de monstros financeiros que formatam seres humanos ao ponto de estes desprezarem, escudados por uma obrigação profissional, os dramas pessoais dos seus semelhantes.
Números. Lucro ou prejuízo. Sentimentos proibidos num jogo onde não cabe a palavra perder, mesmo que isso implique alguém ter que morrer de desgosto, de aflição. Pessoas. Lucro ou prejuízo. Contratos para cumprir, execução de hipotecas, sem tempo a perder no cumprimento da Lei que protege os interesses superiores, os da maioria do capital que não chora porque não vê. Porque não precisa, escudado pela definição de prioridades que contraria o pressuposto do bem comum que é traído pela soma dos males que o sistema dispara quando chega a hora de se defender.
Parece que mais vale alguém morrer do que abrir os precedentes que possam corromper a afinação do mecanismo cobrador, o bom funcionamento de uma máquina impiedosa e sem margem de manobra para excepções.
Frieza capitalista que se assume terrorista por saber que o medo é um método eficaz. E as forças da ordem avançam como aríetes, mais os legítimos representantes de um poder conferido pela Lei que não protege os cidadãos mas sim as instituições mais sagradas, os símbolos mais destacados de um sistema desenhado para benefício de uma minoria sem escrúpulos. Arrombam as vidas dos que entendem prejudiciais, não cumpridores daqueles que são afinal os valores que nos tiranizam, que aos poucos nos escravizam pelo temor da exclusão social dos que apenas lutam pela sobrevivência.
E depois de acossados por todos os meios, sem escrúpulos ou consideração, alguns já nem a força para essa luta conseguem reunir.
novembro 09, 2012
No Brasil, ao contrário de Portugal, os professores são respeitados
"15 de Outubro - dia da profissão mais importante que existe"
Campanha brasileira do movimento «Todos pela Educação» para celebrar o Dia do Professor.
Drauzio Varella é um médico oncologista, cientista e escritor brasileiro, conhecido por popularizar a medicina no seu país, através de programas de rádio e TV.
Paulo Freire foi um educador e filósofo brasileiro, falecido em 1997. Em Abril deste ano, foi publicada uma Lei que declara Paulo Freire Patrono da Educação Brasileira. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da Pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento denominado pedagogia crítica.
Reparem no texto final de cada anúncio:
"O Todos Pela Educação é um movimento social que tem como missão ajudar o Brasil a garantir Educação de qualidade a todas as crianças e jovens. E isso só vai ser possível se todo mundo der aos professores a importância que eles têm".
A minha vénia a este Movimento do Brasil.
E muitas vénias para os Professores que, em Portugal (não só Portugueses), me ensinaram, educaram e ajudaram praticamente desde que nasci.
Campanha brasileira do movimento «Todos pela Educação» para celebrar o Dia do Professor.
Drauzio Varella é um médico oncologista, cientista e escritor brasileiro, conhecido por popularizar a medicina no seu país, através de programas de rádio e TV.
Paulo Freire foi um educador e filósofo brasileiro, falecido em 1997. Em Abril deste ano, foi publicada uma Lei que declara Paulo Freire Patrono da Educação Brasileira. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da Pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento denominado pedagogia crítica.
Reparem no texto final de cada anúncio:
"O Todos Pela Educação é um movimento social que tem como missão ajudar o Brasil a garantir Educação de qualidade a todas as crianças e jovens. E isso só vai ser possível se todo mundo der aos professores a importância que eles têm".
A minha vénia a este Movimento do Brasil.
E muitas vénias para os Professores que, em Portugal (não só Portugueses), me ensinaram, educaram e ajudaram praticamente desde que nasci.
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