São sempre duais, a roçar a esquizofrenia.
Ora se apresentam extrovertidos e
dinâmicos, nas relações interpessoais, ora calados, quase tímidos, na tentativa
de passarem despercebidos.
A primeira hipótese acontece quando estão na
presença de gregos, sem que haja troianos por perto, ou vice
versa. A segunda ocorre quando, estando gregos e troianos nas
imediações, tentam agradar a ambos ou, pelo menos, não desagradar a
nenhuns.
Evitam opinar, para não se comprometerem, ou tomar partidos, para
não ferirem susceptibilidades.
Raramente assumem a posição de líderes e,
aparentemente, deixam-se conduzir, sempre disponíveis e dispostos a agradar; não
é comum reclamarem ou marcarem posições indubitáveis, salvo se estiverem
claramente no seio de um dos grupos, sem que o outro tenha hipótese de saber o
que ali se passa (e, se eventualmente o souber, conta a história com outros
contornos, os seus). São o que vulgarmente se designa por
manada: vão onde os outros (quaisquer que os
outros sejam) forem e parecem ficar contentes com isso. O seu principal
medo é ficarem sem um grupo a que pertencer; por isso asseguram dois, não vá um
deles chatear-se.
Nisto radica o seu principal problema: a vontade de
pertença é tanta que, anulando-se, não são senão parte da imensa maioria dos
amorfos, dos pobres de espírito, dos que fazem da cobardia uma forma de estar.
Almejam ser respeitados por gregos e troianos sem entender
que, a curto prazo, ambos lhes perceberão a dualidade flagrante e os remeterão
para o saco daqueles que se suportam mas em quem não se confia.
O que é
que sinto relativamente a seres que querem agradar a gregos e
troianos?
O mesmo que por uma mosca: não me assusta como uma
centopeia (com quem não consigo partilhar a mesma divisão), mas reconheço-lhe o
aspecto de quem já pousou em muita merda e pousará em muita mais, porque é essa
a sua natureza.
E a malta que limpe as pegadas deles...
ResponderEliminarSempre achei graça a essa expressão que de forma habilidosa limita o universo disponivel de opções: ou gregos ou troianos. Assim do tipo dos inquéritos que tem as respostas já pre-formatadas: Como gosta dos ovos? Bem passados, mal passados, em omoleta ou estrelados?
ResponderEliminarE assim, o inquirido só pode escolher entre as respostas previstas, e nunca dizer simplesmente que não gosta de ovos, ou que só gosta em gemadas com cerveja preta...
Entre Gregos e Troianos, porque não gostar dos dois, de nenhum em particular, ou de fazer como na rábula do "Estado de Graça" dizer " Ah.. Teresa...éu nunca foi a Setubali mas axe que já óvi falare dos iiogurtis...Axe que foi na tlevisão..". Ou seja, nem sei quem são nem de onde vem, nã çê se goste...
O limitar o universo de opções a dois tem muito a ver com esta necessidade da bipolarização de onde a palavra "diabolis" deriva.
Uma coisa muito "humana" se considermos homem uma pessoa que tinha nome de arbusto de que dizia aquando da guerra do Irak que "nem é a nosso favor é nosso inimigo" Ora ai está, ou és Grego ou és Troiano, como agora no caso da crise do €uro, ou és alemão, ou vês-te Grego
Eu sempre associei os raciocínios do Bush às histórias de cowboys (os gregos) e índios (os troianos).
EliminarMas agora vejo isso nos nossos desGovernantes...
A mim só afligem os cavalos de Tróia. (Isso e as filas intermináveis para o ferry, no Verão). :)
ResponderEliminarMoscavide é do lado de Tróia? :O)
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