novembro 28, 2012

Em terra de cegos quem tem olho é rei.

Por estes dias li esta coisa extraordinária e nunca anteriormente pensada, escrita por gente daquela que ganha a vida à custa dos que acham que os neurónios só servem para encher o crânio ou cujo desespero lhes tolhe a lucidez (vulgo empresas de coaching ou treino de vida, como se auto-denominam):

"A dor emocional pode ser combatida e negada. Normalmente isso faz com que seja alimentada e expandida. A dor emocional pode ser observada e aceite. Normalmente isso faz com que se dissolva e seja uma fonte de aprendizagem e crescimento!"

Ora portanto: se dói e não é físico, há que observar (como é que se observa o emocional, dir-me-ão?) e aceitar, mas nunca combater porque, já se sabe, combater leva necessariamente (e sem mais discussões) à expansão e alimento da dor (hã???). Se aceite, dissolve-se.
Espectáculo.
Não sei como sobrevivi até aqui sem esta sapiência toda.

(Estas cabecinhas que se acham donos de verdades de e para a vida deviam parar para pensar, antes de mais, no modo como pensam. Já que querem treinar os outros, era giro que começassem por passar a informação de modo, ao menos, verosímil. Era o mínimo, pelo que recebem.)

9 comentários:

  1. Por acaso nunca percebi esse tipo de empresas... Fazem uma ciência de coisa nenhuma! ;)

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  2. Bem que ela fala no post seguinte no sapinho, diminutivo de sapiencia...

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  3. Ana, estou solidário com a tua estranheza quanto à proliferação destes avencerragens. E quanto à aversão, também.

    Sempre iluminados; sempre detentores de um saber que aos outros terá escapado durante milhares (milhões?) de anos; sempre dispostos a orientar os fracos, criando coros de conformados; sempre, afinal, servindo o poder dominante nas suas tácticas de moldar escravos, formatados e disponíveis.

    Será que alguma dessas bestas iluminadas (e vendidas) terá alguma vez ouvido falar dessa mola impulsionadora do mundo que é o livre arbítrio?

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    1. Livre arbítrio é o que não encontras num jogo de futebol!

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