maio 20, 2011

O porquê de eu- inveterado opositor du acordu hortográficu- ser agora seu acérrimo

...Leia por favor as instruções antes de .....


Caros co bloguistas e demais leitores.
Pode dizer-se que um Homem e a sua circunstância é a sua circunstância e assim, só não muda quem não existe e como existir é na sua essência mundança , sou a confessar o que nas linhas seguintes expresso.
Tem assim este post o objectivo, pese embora a ainda ortografia pecar pelo arcaísmo, de vos comunicar o meu volte-face no que toca a um assunto sensível que é precisamente o recente acordo ortográfico.
Levado quiçá pelos rebuços puristas no que toca à observância da palavra escrita para com a sua família etimológica, fui durante algum tempo um duro opositor a algo que considerava aberrante e até ilógico.
Na verdade pensava eu, que simplificar demais poderia ser uma complicação, e que ao perder-se a ligação da palavra com a sua família, ficando tudo dependente do contexto, as confusões surgiriam de forma natural, até pelos mais letrados, quanto mais por quem começasse a aprender de pequeno a lingua herdeira de Camões e Pessoa, Ramalhos e Eças é que são Eças, tantos são eles...
Julgava eu, tontamente já se vê, que não era lógico chamar-se Egito ao país e Egipcio ao habitante e que ao chegar à recepção dum hotel num país em recessão, pudesse às tantas não saber se na recéssão do tal hotel saberiam dizer-me algo sobre a receção que estariam a viver.
Todas estes receios se esfumaram- graçá deus mê rmão- após ter-me chegado às mãos a pérola que agora convosco partilho e que me fez finalmente ver a lúiz-e-Jesúis-eli-salva.
De facto, o mundo Lusófono, a obedecer à bitola continental, teria imensa dificuldade em decifrar umas simples instruções dum projector de halogénio, desses que acendem quando alguém se aproxima e que formam o texto da supra citada pérola a que esta posta dá corpo em anexo.
Concordarão certamente que assim qualquer criança, seja Minhota, ou Algarvia, Angolana ou da Guiné-Bissau, não terá a mínima dificuladade em dar uma mãozinha ao seu pai- ainda da velha ortografia- para que este instale sem dificuldade a nova aquisição a colocar no quintal, varanda, entrada do prédio, etc.
Isto para não falar dos Brasileiros, eles que dantes mais dificuldade tinham em destrinçar na palavra escrita o complexo significado dos "factos" que para nós eram óbvios.

Agora contudo, e eu dou a mão à palmatória, qualquer Carioca- instruído pelo texto em anexo montará em dois ápices o brinquinho tecnológico. Fosse ele escrito nos moldes em que o jarreta M. Sousa Tavares insiste em porfiar, só com muita dificuldade e recorrendo talvez à ajuda de um mestre de línguas, seria possivel ao nosso parceiro Lusófono ultramarino descortinar o significado do texto. Assim, a insistir na grafia anterior, um imenso mercado na América do Sul estaria irremediavelmente perdido, com todas as implicações que sabemos a economia trazer a nivel cultural e neste caso particular aos valores Lusos.
Portanto como é tudo - a economia, estúpido- a bem das relações entre os povos, e no nosso próprio interesse de estar na vanguarda da defesa e promoção da língua , viva o acordo ortográfico.
Eu apoio.....


charlie

16 comentários:

  1. A poia tu, que eu vou mandá-los phoder.

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  2. Eu não dei de que vos queixais. Estas instruções são clarinhas para economistas!

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  3. Eeehhehe :DDDD

    Entre phodas e outras quejandas guluseimas, nada como degustar os desgostos com umas boas instrussões e açim....:DDDDD

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  4. E respondendo mais particularmente à São Rosas, digo-lhe - remetendo ao texto expresso nas instruções, que tudo está ligado aos fios do poder... ;)

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  5. ... do phoder, querida!

    Que textos extraordinários! De um pulo senti-me no século XXIV! Que liberdade de escrita e de pensamento fenomenais! Quais porcas, quais parafusos, quais pesos, quais medidas? Cuspe!! Cuspe, que o que é natural é que é bom!

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  6. Libelinha linda :=)


    De repente senti o mesmo que tu.
    Tou noutra Era hehehehe

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  7. O cuspe! Lá está: o primordial, o intocável... Eu, hoje, estou com esta aura trjjjjj.... oooooommmm...

    Não sei o que hei-de fazer à minha língua. Estou sensível a tantos argumentos e sou lixado por tantos poderes, que estou virado - alienadamente, claro - a cagar nisso e continuar a escrever como sempre soube e fiz, com algum conforto.

    Terei o picante suplementar de saber que estou a escrever oficialmente com erros. Serei confrontado com alguma flor hodierna que me chamará a atenção para o meu passadismo - ao que eu retorquirei que não, que não, é só «retrô»...

    E sentirei cada vez mais dificuldade em entender e fazer-me entender - o que, afinal, já tanto me acontece pela subversão dos conceitos - acordo que ninguém discute ou questiona...

    Pois é, se vocês, por exemplo, tiverem paciência para me aturar, continuarei a escrever do mesmo modo que sempre escrevi. Não porque seja adverso à mudança, bem pelo contrário.

    Mas porque sou visceralmente antagónico à irrazoabilidade aliada à imposição antidemocrática.

    Depois, estou em crer que algum peso teria se houvesse uma generalizada desobediência civil aos novos ditames. Afinal, o povo é quem mais ordena... ou talvez não.

    No fundo, sou daqueles parvos que considera que as cosas evoluem quando a sua lógica intrínseca assim o recomenda e não porque a alguém lhe esteja muito a apetecer. O mesmo acontece com o meu muito querido Português.

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  8. Eu nem me ralo com isso. Para mim, são pintelhos!

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  9. pois, pintelhos porque são penteáveis. Etimologicamente falando é mais correcto dizer pentelhos pois eles podem ser penteados contrariamente aos cabelos que não podem ser cabelados.
    Mas respondendo ao Orca mais concretamente, de facto escrever assim como nós, (eu ainda estou a aprender) é escrever com correcção. Os argumentos usados para a defesa do acordo hortográfico, são falaciosos e vácuos, em nada se melhora um idioma se aumentarmos as palavras homografas pois apenas ajuda a aumentar a confusão. o tal " contexto" sabemos nós, amantes das letras, é um campo fértil para os trocadilhos e duplos sentidos, etc. Mas isso é chover no molhado, ja sabemos.....

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  10. pintar os pintelhos, pentear os pentelhos... hmmmmm ora explica lá?

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  11. Isso de pentear os pentelhos é tirado a saca-rolhas, carais!
    E não se trata de pintar os pintelhos. Pois... quando eras puto, lá pela Jamaica ou lá o que era, os teus amigos não diziam "já pintas" quando um deles começava a ter pêlos... começando a dar ares de um pincel...

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  12. Ora bem explicado,
    ~também tu és um pintas....

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