maio 31, 2011
A opinião dos outros
Costumo dizer-lhes que, se sou paga para ensinar os outros a bem fundamentar o que apregoam, tenho a obrigação (ética e profissional) de fazer o mesmo, o que implica o necessário conhecimento do que não defendo, para estar segura do que defendo. Nesse sentido, obrigo-me a aprofundar teses diversas, que não necessariamente as minhas, por que ganho o respeito que me merece qualquer posição bem estruturada, sem falácias nem contradições de qualquer espécie, ainda que patenteadoras de conclusões que não subscrevo.
Por isso, gosto de discutir sobretudo com oponentes ideológicos (com os outros, limito-me a ficar preguiçosamente na mesma: são óptimos para consolidar mas nunca me farão evoluir), desde que não haja:
a) violação das regras da boa educação e do bom senso (e se tiver de explicar o que é o bom senso, temos a regra violada);
b) ataques pessoais (são fáceis mas muito cobardes);
c) amuos;
d) bocas à socapa;
e) manifestação de soberba intelectual (que é sempre a outra face de uma moeda carregada de ignorância acerca da opinião alheia);
f) dogmas camuflados de opinião;
e) zangas e rupturas porque o outro não aceitou a verdade iluminada (a.k.a. dogma) do oponente.
Nestes casos, acabo com a discussão cortando com ela (nas aulas) ou retirando-me de campo (fora delas).Claro que o/a outro/a desgraçado/a pensará que, porque me retirei, ganhou. E eu deixo, coitado/a. Já bem lhe basta carregar a cruz de ser quem é.
maio 30, 2011
Boaventura Sousa Santos defende auditoria à dívida portuguesa
O sociólogo Boaventura Sousa Santos defendeu a necessidade de ser feita uma auditoria pública internacional à dívida portuguesa, que mostre qual é a parte da dívida que é legítima e a que não é legítima.
“Recomendo uma auditoria internacional, credível, à dívida portuguesa”, disse à Lusa o professor catedrático dando como exemplo o caso do Equador e da Argentina, que fizeram auditorias à sua dívida conseguindo, assim, pagar só um terço. Boaventura defendeu que Portugal deve fazer o mesmo, embora considere que neste período de campanha eleitoral niguém tomará essa iniciativa.
Para o académico a atual situação do país “obriga a soluções que não são compatíveis com uma recessão, onde está claro que o país não pode pagar a dívida”. “A auditoria da dívida pressupõe que haja intenção de renogociar a dívida, por iniciativa dos credores ou dos devedores”, disse.
No entanto, considerou que devem ser os devedores a tomar a iniciativa, para marcar a suspensão do pagamento, dado que os credores normalmente só aceitam renegociar a dívida quando já receberam a maioria do pagamento. “É o caso do Conselho Europeu que que diz estar disponível para renogociar a dívida portuguesa em 2013″, afirmou.
Boaventura Sousa Santos salientou ainda que o dinheiro que vier a ser libertado com a suspensão da dívida pode ser investido.
maio 28, 2011
Universos paralelos e multidimensionalidade
maio 26, 2011
Reflexões pré-eleitorais II – ainda o funcionalismo público
maio 25, 2011
Reflexões pré-eleitorais I – melancólicas e deprimentes. Se calhar…
- Pela degradação progressiva e inelutável dos serviços, em desespero de causa e de paciência, decidiu-se pela reforma, cujo limite já ultrapassou bem, em idade e prestação de serviço. Mas terá de permanecer de um a dois anos à espera de despacho favorável (?) pela entidade competente (?) – Pergunto eu, muito lateralmente: já agora e para além de outras eventuais e momentosas considerações, quem é que arca com este um ou dois anos muito para além do tempo devido pelo cumpridor cidadão?
- Ainda plenamente ao activo, vê-se espoliado de alegadamente europeísta quantia mensal de € 300 (trezentos euros), sob a forma de roubo à mão armada pelo Estado que é a sua entidade patronal. Euros supostamente determinantes e ainda há pouco expectáveis, para a salvaguarda de uma condição de vida modesta e regrada, com familiar idoso a cargo…
- Teve um aumento de cerca de 3% no vencimento, em 2009, após cerca de dez anos, dez (!), de congelamento de carreiras e de aumentos, 3% esses que qualquer economista de meia-tijela lhe faz pagar com língua de palmo, de cada vez que são pagos para virem à televisão «denunciar» os exercícios de má governação.
maio 22, 2011
A posta que não me apetece brincar
Cada um de nós vive em função da conjuntura, da personalidade, da formação pessoal, de uma série de factores que nos distinguem por dentro e por fora, a influência do exterior que nos educa e acaba por nos encaminhar para determinada forma de estar que encaixa ou não nos valores que subscrevemos.
Essa diferença que nos torna únicos não impede que exista uma interacção, o apelo social irresistível que lima as arestas ou fornece os pretextos para ultrapassarmos aquilo que nos distingue e pode, pelo conflito de interesses ou mera incompatibilidade de vivências ou de características, afastar.
Por vezes as tais diferenças podem tornar-se obstáculos incontornáveis, quando o comportamento dos outros colide de forma frontal com a escala de valores que abraçamos. O conflito pode (embora não deva) nascer dos termos em que manifestamos a nossa opinião, esse exercício de liberdade de podemos gozar enquanto estiverem salvaguardados os seus limites mais ou menos consensuais.
Por isso confesso que estou a fazer um esforço para reprimir a expressão linear do repúdio que uma das notícias para encher chouriço de uma televisão qualquer me provocou, tentando moderar as emoções que as palavras deveriam transmitir.
Em causa está uma iniciativa levada a cabo em Braga, nomeadamente uma tomatada que um grupo de cerca de mil pessoas entendeu copiar dos espanhóis.
Durante dois ou três minutos vi no ecrã a forma como largas centenas de pessoas investiram a sua energia, o seu tempo e recursos, toneladas de comida, que poderiam salvar vidas noutro lugar qualquer. Mais de mil pessoas, numa praça, divertidas a arremessarem comida umas às outras apenas porque lhes deu para aí e não para encherem contentores com os seus projécteis improvisados e tratarem de os fazer chegar às bocas de outras pessoas que, neste mesmo país, jamais se divertiriam daquela forma por não terem com o quê. Nem força anímica para o conseguirem.
Podia agora dissertar uma moral qualquer, a minha, acerca do que está implícito de hostil na brincadeira tão pueril daquela gente minhota.
Mas prefiro entregar a ti que lês este texto a conclusão que a tua visão das coisas, a tua escolha, entenda extrair.
Já disse o que precisava de dizer.
maio 21, 2011
Convite blogosférico-académico
A minha pretensão primeira é poder expor, aos participantes, métodos e técnicas de argumentação e contra-argumentação, bem como de detecção de falácias, sob a égide de um pensamento autónomo, inquieto e crítico, que será posto em prática in loco.
Vai daí, quem não tiver nada para fazer nos dias 12, 14, 19, 21 e 26 de Julho, entre as 18h e as 20h e gostar destas coisas do pensar (melhor) e do argumentar (estruturadamente), apareça. Todas as informações estão aqui e a ficha de inscrição (para este e qualquer outro curso) aqui.
Lá vos espero, no pico de Verão, para não deixar(mos) o cérebro derreter.
maio 20, 2011
O porquê de eu- inveterado opositor du acordu hortográficu- ser agora seu acérrimo
Caros co bloguistas e demais leitores.
Pode dizer-se que um Homem e a sua circunstância é a sua circunstância e assim, só não muda quem não existe e como existir é na sua essência mundança , sou a confessar o que nas linhas seguintes expresso.
Tem assim este post o objectivo, pese embora a ainda ortografia pecar pelo arcaísmo, de vos comunicar o meu volte-face no que toca a um assunto sensível que é precisamente o recente acordo ortográfico.
Levado quiçá pelos rebuços puristas no que toca à observância da palavra escrita para com a sua família etimológica, fui durante algum tempo um duro opositor a algo que considerava aberrante e até ilógico.
Na verdade pensava eu, que simplificar demais poderia ser uma complicação, e que ao perder-se a ligação da palavra com a sua família, ficando tudo dependente do contexto, as confusões surgiriam de forma natural, até pelos mais letrados, quanto mais por quem começasse a aprender de pequeno a lingua herdeira de Camões e Pessoa, Ramalhos e Eças é que são Eças, tantos são eles...
Julgava eu, tontamente já se vê, que não era lógico chamar-se Egito ao país e Egipcio ao habitante e que ao chegar à recepção dum hotel num país em recessão, pudesse às tantas não saber se na recéssão do tal hotel saberiam dizer-me algo sobre a receção que estariam a viver.
Todas estes receios se esfumaram- graçá deus mê rmão- após ter-me chegado às mãos a pérola que agora convosco partilho e que me fez finalmente ver a lúiz-e-Jesúis-eli-salva.
De facto, o mundo Lusófono, a obedecer à bitola continental, teria imensa dificuldade em decifrar umas simples instruções dum projector de halogénio, desses que acendem quando alguém se aproxima e que formam o texto da supra citada pérola a que esta posta dá corpo em anexo.
Concordarão certamente que assim qualquer criança, seja Minhota, ou Algarvia, Angolana ou da Guiné-Bissau, não terá a mínima dificuladade em dar uma mãozinha ao seu pai- ainda da velha ortografia- para que este instale sem dificuldade a nova aquisição a colocar no quintal, varanda, entrada do prédio, etc.
Isto para não falar dos Brasileiros, eles que dantes mais dificuldade tinham em destrinçar na palavra escrita o complexo significado dos "factos" que para nós eram óbvios.
Agora contudo, e eu dou a mão à palmatória, qualquer Carioca- instruído pelo texto em anexo montará em dois ápices o brinquinho tecnológico. Fosse ele escrito nos moldes em que o jarreta M. Sousa Tavares insiste em porfiar, só com muita dificuldade e recorrendo talvez à ajuda de um mestre de línguas, seria possivel ao nosso parceiro Lusófono ultramarino descortinar o significado do texto. Assim, a insistir na grafia anterior, um imenso mercado na América do Sul estaria irremediavelmente perdido, com todas as implicações que sabemos a economia trazer a nivel cultural e neste caso particular aos valores Lusos.
Portanto como é tudo - a economia, estúpido- a bem das relações entre os povos, e no nosso próprio interesse de estar na vanguarda da defesa e promoção da língua , viva o acordo ortográfico.
Eu apoio.....
maio 18, 2011
A posta na crise de pacotilha e no patriotismo trôpicáu
Para além de desconchavarem as finanças às pessoas, as crises provocam um dano colateral que é o de desconchavarem as próprias pessoas. Isso é fácil de constatar em dois ou três dias de maior atenção às conversas de café, nas quais se expurgam as emoções violentas provocadas pela dificuldade em escolher o destino de férias ou em jantar todos os dias ou em encher por completo os recintos de diversão, nomeadamente os centros comerciais e os estádios de futebol.
Se a pobreza envergonhada é constantemente denunciada por tudo quanto é organização de índole humanitária presume-se que os mais aflitos não falam da crise, antes a calam bem fundo e tentam disfarçá-la a custo perante os olhares atentos da vizinhança habituada a topar esses indicadores de oscilação no estatuto social que tanto pesam nos moldes de relacionamento a adoptar.
Quer isto dizer que as conversas de café são alimentadas precisamente por quem não faz ideia do que é a falta de dinheiro para pagar a prestação ou a renda da casa, apenas ouve falar, e não quer dar nas vistas pela positiva.
Quem fala da crise acaba sempre por denunciar o seu alheamento às respectivas consequências. Claro que não falta por onde pegar, os dramas do quotidiano nos telejornais, o problema dos outros, e o inevitável malandro do Sócrates que provavelmente foi o responsável até pela crise financeira mundial.
E um gajo fica calado a mexer o açúcar na chávena, a ouvir a multidão de entendidos acerca disto das crises, gente de gerações recentes, de camadas da população que não fazem ideia da dimensão que a coisa assume no quotidiano de quem precisa de pedir batatinhas na mercearia porque no hiper ninguém as fia.
É gente que numa altura em que a Pátria mais precisa de força e de coragem para dar a volta prefere rosnar que mais valia entregarmos esta merda aos espanhóis (ou aos filipinos, tanto faz desde que sejam mais abastados).
E um gajo continua calado a mexer o açúcar na bica que já é um luxo enquanto os entendidos nesta coisas das dificuldades de uma pessoa, a prestação do leasing do carrão, a reparação do plasma, a mensalidade do colégio privado, as férias que já não podem ser na Tailândia mas, a muito custo, talvez no Peru ou assim.
E só dá ganas de um gajo romper o silêncio com algo mais do que a pancada da colher na chávena, de lhes chamar estúpidos com as letras todas por não saberem do que falam e por exibirem a estupidez numa coisa tão óbvia como virarem-se para Espanha, preguiçosos, quando toda a gente sabe, ignorantes, que não faltam argumentos para justificar como melhor escolha para a entrega do país, sobretudo em termos de futuro na única preocupação que os move, uma potência emergente como a China.
Ou, na que seria a minha alternativa de eleição (para aproveitarmos o acordo ortográfico e assim, sua gente burra e sem visão estratégica global), o mais ensolarado dos novos-ricos, o nosso irmão Brasil…
maio 17, 2011
A posta na democracia mais filtrada
Há muitos anos atrás estive empenhado na obtenção de um lugar numa força da autoridade. Fui submetido a umas quatro ou cinco provas (psicotécnicos) e duas entrevistas pessoais que eliminaram sucessivamente mais de cinco mil candidatos até restarmos pouco mais de noventa para a prova final, os testes de aptidão física.
Tenho a plena consciência de que se algo de impeditivo houvesse na minha carola ou na minha atitude seria impossível essa falha ficar por descobrir naquele crivo apertado ao qual só faltava submeterem-nos a um detector de mentiras. Não havia nada na minha personalidade que pudesse afastar-me do cargo pretendido, o que muito me orgulhou na altura e foi, de resto, o que restou dessa aventura de meses que culminaram comigo a tentar arrastar um calmeirão, sob um sol incandescente em pleno Verão, até ao final de um teste cooper e acabarmos ambos eliminados por menos de um minuto acima do tempo máximo de duração da prova.
Este episódio estritamente pessoal partilho-o convosco por achar que vem a talhe de foice por causa da notícia da detenção do presidente do FMI por abuso sexual de uma empregada de limpeza do hotel onde pernoitou.
E agora perguntarão: que raio de associação de ideias vai na carola marada deste bacano?
É inegável que enquanto existem povos na fase de reclamarem e instaurarem a democracia nos seus países temos a sorte de já estarmos na fase de a renovarmos, de a expurgarmos de todos os males que a atormentam e levam alguns a questioná-la ou mesmo a abandoná-la à sua sorte.
Um dos problemas de que a democracia padece é o fraco nível dos seus protagonistas. Os líderes nacionais (e mundiais) inspiram cada vez menos respeito e confiança.
Episódios como este que me fez recordar a dureza e o rigor das provas a que me submeteram para depois me negarem o lugar por um minuto a mais e nas circunstâncias que refiro, sem terem em conta, por exemplo, os 150 quilogramas que levantei num halter quando 120 teriam bastado ou o facto de ser muito mais importante o meu calibre mental e moral do que o jeito para as correrias, são golpes letais na credibilidade daqueles a quem confiamos a gestão das mais importantes decisões para as nossas vidas.
Em causa está a personalidade dos mandantes e o quanto é determinante podermos confiar nessa gente com tanto poder e afinal capaz de cometer crimes como o que pode levar o Dominique do FMI a umas décadas de céu aos quadradinhos.
A tal associação de ideias nasceu do facto de para um lugar numa força de segurança uma pessoa ser escrutinada até aos artelhos e, apesar de ser cada vez mais óbvia a necessidade de filtrar o sistema nos topos da hierarquia para salvaguardar os interesses comuns, ser possível um fulano com nítida propensão (existe um histórico de antecedentes neste caso concreto e existem exemplos como o de um antigo presidente israelita, provado na mesma culpa, para vermos que a coisa é possível de acontecer) para os excessos na conduta.
Não acredito numa divisão entre o público e o privado quando estão em causa líderes de nações ou de instituições multinacionais poderosas que possam estar envolvidos em actos criminosos ou mesmo que possam indiciá-los.
Assumo: exijo saber se um líder político é pedófilo. É um direito meu. Jamais votaria em tal criatura ou lhe admitiria sequer o acesso aos corredores do poder. Se é crime deixa de ser privado e passa a público por inerência.
Da mesma forma, e porque não advogo caças às bruxas com base naquilo a que grandes economistas da nossa praça chamariam pintelhices, não acho ser meu direito conhecer as preferências sexuais de um político. Não tenho nada a ver com isso até ao momento em que possa interferir de forma directa no exercício da função desempenhada.
Ou seja, a linha que traço entre o público e o privado passa pela que distingue um crime de um acto normal, partindo do princípio razoável de que se um político favorece qualquer grupo de interesses apenas por coincidirem com os seus a título individual isso é criminoso e lá temos que arrastar algo do foro privado para o domínio público.
Assim sendo, não vejo porque os políticos não são submetidos a provas ainda mais rigorosas do que aquelas com que tentaram perceber-me capaz de utilizar uma arma com bom senso ou de tomar uma decisão racional sob circunstâncias extremas. O princípio é o mesmo, evitar que pulhas e outros indesejáveis possam ter acesso a poderes que interfiram de forma directa no quotidiano dos cidadãos.
E gostava de conseguir dar um palpite acerca de quantos líderes restariam no activo depois de submetidos a tais provas de admissão, mas porque preciso de acreditar nos mecanismos democráticos acho que iria sempre pecar por excesso...
Razão/Emoção - Ponte de interrogação
(Estranha batalha, essa, Senhor. Se a razão ganhar, nada sobrará para a razão arrazoar. A razão perderia de qualquer forma. E tu também. E isso é lógico.)
Sou eu uma serva da emoção; a razão serve-me, eu não a servirei. A razão é aia de sua Rainha, a emoção. Uma aia não poderá desafiar a sua Rainha, a sua vitória seria ao mesmo tempo derrota: o fim do reino.
a História do Carochinho
maio 15, 2011
«Póstroika»
"Num momento de aperto PÓSTROIKA é uma piada de oportunidade.
E é como uma oportunidade para se reestruturar que Portugal tem de encarar este momento. Haja vontade, pois capacidade para fazer melhor não nos falta.
Juntem-se os melhores e rompamos com o passado e com o que nos trouxe até aqui!
Este é o nosso grito de esperança!"
maio 14, 2011
As novas escolas secundárias são lindas, não são?
O programa Biosfera, da RTP2, alertou para os problemas das escolas secundárias que foram remodeladas pela empresa Parque Escolar EPE:
Uma amiga minha, professora numa destas escolas "muito lindas", fez o seguinte comentário a este programa:
"Dei uma escapadela ao trabalho e vi o vídeo. Já tenho visto alguns programas «Bioesfera». Os que vi foram de qualidade, reconheci-lhes rigor e cuidado de apresentação da informação. Mas mesmo que não tivesse este registo na minha memória o simples facto de viver dentro de uma escola «parque escolar» fez-me abanar a cabeça em jeito afirmativo durante os 6.27 minutos do vídeo. Quem me visse diria «Ou tem Parkinson ou está a concordar!».
Infelizmente tenho que concordar (ressalvo as intervenções do Sr. da Parque Escolar)! Sofri horrores de frio nos laboratórios durante o inverno, com temperaturas de 7 e 8 graus medidas com sensores de laboratório altamente fiáveis e agora sofro com o calor deste Verão antecipado. Se abrimos uma janela o sistema dispara e o barulho é tal que me julgo um «pardal parvo que fez ninho no motor de um avião».
Muito teria para conversar sobre isto mas o dever burocrático-administrativo da função docente (que já teve tempos mais interessantes) chama-me. Vou fazer mais uma grelha de monitorização para que os números não faltem!
Que falte o conhecimento, o desenvolvimento de competências, o investimento na construção da cidadania e tudo o mais que gera pessoas capazes de nos garantir uma reforma condigna, mas que não nos falte a estatística!
Desculpa o desabafo e obrigada pelos registos que nos vai enviando.
(assinatura legível)"
privatizando, privatizando, privatizando...
«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos.»
maio 12, 2011
Outros tempos?!...
"Os desassossegos de Portugal são de longo e médio prazo, e só eles nos ajudam a entender o modo como damos resposta às crises de curto prazo. Durante o século XVIII, os barcos que traziam o ouro do Brasil aportavam a Lisboa, mas seguiam muitas vezes para Inglaterra para que a nossa dívida soberana fosse paga. Quem quiser ver paralelos com o que se passa hoje basta substituir barcos por internet e Inglaterra por credores sem rosto."
Boaventura de Sousa Santos
Crónica «O desassossego da oportunidade» na revista «Visão» de 2011-05-05
maio 11, 2011
Uma árvore genealógica que todos os que nos governam deveriam conhecer
Vendo associados ao Capital, termos como "constancia", "ahorro", "firmeza", "honor", "economia", "trabajo", "orden", "prevision", "entendimento", "voluntad", "caracter" e "rectitud", leva-nos a colocar a questão: Serão os nossos governantes demasiado evoluídos ou estes irmãos García Naveira é que eram mesmo do século passado?
por dar que pensar...
"Na última semana beatificámos um papa,
casámos um príncipe,
fizemos uma cruzada e matámos um mouro.
Bem-vindos à Idade Média!"
(autor desconhecido)
A misteriosa Ilha da Páscoa, Fukushima, ou a fábula da rã e o escorpião
...O que queres que eu faça? É da minha natureza...
Quando nos detemos nas misteriosas estátuas gigantes que na orla circundam a Ilha da Páscoa, a primeira impressão que nos toma é a de assombro. Constituída a sua paisagem de uma desolação que nos últimos anos tem vindo a ser muito lentamente alterada pelas politicas introduzidas, interrogamo-nos sobre a origem do povo e como foi possível terem talhado e transportado tanta quantidade de pedra em monoblocos, erguê-los, continuando sempre a construir mais e mais até uma súbita e repentina paragem. Existem, a atestar este facto, sítios onde estátuas de diversos tamanhos, algumas gigantescas, ficaram com o trabalho a meio de ser concluido e outras completas mas certamente intransportáveis.
Os estudos arqueológicos e antropológicos levados a cabo trouxeram à luz do dia parte da história daquela ilha envolta em mistério, que se descobriu ter descambado em tragédia. Descoberta e habitada por Polinésios após longa viagem – quiçá perdidos por via duma tempestade -, rapidamente as gerações sucessivas se dividiram em tribos e iniciaram a estranha e fascinante construção competitiva de estátuas protectoras. Ao que se julga saber, cada tribo empenhava-se por construir uma estátua maior que a da tribo rival, numa toada em constante crescendo. O transporte era feito recorrendo a troncos de madeira sobre os quais as imensas estátuas eram deslocadas até aos locais escolhidos. A madeira servia ainda para a construção das habitações e das canoas com que eles, sendo um povo do mar, se dedicavam à pesca. O processo de desflorestação terá levado séculos. Ao mesmo tempo que a população aumentava, os recursos da ilha iam-se reduzindo e o coberto vegetal, com toda a sua riqueza faunística, ao não serem observados os intervalos de tempo necessários à sua renovação, acabou por desaparecer. Os Rapanui, nome pelo qual os remanescentes habitantes da ilha se intitulam, acabaram por ficar privados do seu recurso mais precioso, a madeira, e sem ela nem podiam transportar as estátuas, nem construir lares e muito menos canoas, nem para pescar e muito menos para sairem na procura de outros destinos, pelo que acabaram por envolver-se em lutas fratricidas pela posse dos recursos remanescentes, tendo resvalado por fim e tragicamente para o canibalismo...
Impõe-se neste ponto da narrativa fazer uma paragem para reflexão: Não teriam os chefes, mais velhos e sábios, a determinado momento, observado que não deveriam continuar a desbastar de foram intempestiva as árvores, que mais tarde lhes fariam falta?
Penso que sim. A idade traz sabedoria e abater uma floresta para transporte de estátuas, privando uma área determinada de caça e expondo os solos à erosão numa ilha pequena onde a terra é escassa, é um dado que ressalta ao mais elementar bom senso.
Então, porque continuaram eles a construir e a transportar as estátuas até esgotarem todos os recursos da ilha em matéria de madeiras, condenando-os definitivamente a permanecer num sítio sem alternativas?
A resposta reside numa característica humana: a sua natureza.
Lembramos a este propósito a fábula da rã e do escorpião. O escorpião pretendia atravessar um rio e, para esse efeito, pediu encarecidamente a uma rã que o fizesse transportando-o às costas. A rã, sabedora do mau feitio do escorpião, consentiu na proposta mas avisando o escorpião que, se a mordesse, acabariam por morrer os dois. Iam ambos já no meio do rio, quando o escorpião de repente mordeu a rã. Incrédula e desesperada a rã gritou:
- Escorpião!... Escorpião!... O que foste fazer... Assim morreremos os dois...
- Eu sei...
- Mas então... porquê? Porque é que me mordeste?
- O que queres que eu faça? - respondeu o escorpião - é da minha natureza...
Saltando da ilha para os tempos actuais, vemos como nada mudou na natureza humana.
Os cientIstas não saberiam dos imensos riscos que as centrais nucleares comportam?
Os acidentes que tem havido não são o aviso de que “nesta ilha que é o planeta”, qualquer dia não haverá um só sítio onde se possa viver sem que esteja fatalmente contaminado? A lei de Murphy é uma curiosidade, ou um facto estatístico cientificamente comprovado?
O paradigma económico baseado na energia que deixa como herança radiações e a desolação, é afinal o quê?
Que sentido faz um futuro sem Futuro? A ilha da Páscoa não ensina nada?
Quando os mega especuladores encetaram o movimento de produtos financeiros chamados agora eufemisticamente de “tóxicos”, não saberiam de antemão de que, tal como no jogo da pirâmide, - e seguindo as curvas de Gauss -, fatalmente se atingiria o ponto crítico e consequente ruptura?
Sabiam, sabia toda a gente, mas todos os Bancos a nível mundial continuaram a investir nas estátuas das acções que destruiriam a ilha da economia.
Então, como agora, o mais importante é o Poder, nem que não sobre uma única árvore, um único peixe, um único homem: no fim é o Dinheiro que reina, não o Homem, tal como a desolação povoada de Estátuas na Ilha da Páscoa demonstra.
Tal como os Rapanui, mais importante que a sensatez é o despique, nem que seja à custa da depredação total do mais importante à sua sobrevivência. Exactamente como o escorpião disse, é da sua natureza.
maio 09, 2011
Eles que se federem
Um dos argumentos que habitualmente me esfregam nas ventas de cada vez que arrisco assumir o meu eurocepticismo é o de que enquanto entraram os milhões que melhoraram a nossa condição de vida não refilei.
Por acaso até refilei, quando percebi que investimos os ditos em cursos de formação da treta enquanto outros apostavam na dinamização da economia onde ela mais precisava. Mas isso não evita deixar-me sempre em maus lençóis perante aqueles que acreditam numa Europa unida e até federada.
Jamé, digo eu, a essa ideia tão peregrina aos meus olhos como a de uma Ibéria que me revolve as entranhas por lhe perceber a única e mesquinha motivação económica, equivalente em muitos aspectos às que impulsionam os euroentusiastas.
No entanto, e mesmo podendo alongar esta posta até quase à fronteira com Espanha com uma argumentação mais sustentada, existem alguns fundamentos que acredito razoáveis para esta minha aversão a qualquer tipo de fusões ou de federações ou mesmo de uniões que transcendam a simples associação de interesses económicos e financeiros, com Schengen e tudo mas sem o alinhar pela mesma bitola dos outros em matérias que dizem respeito apenas à soberania nacional da qual não abdico, ainda que muitos a dêem por perdida na sequência dos nossos problemas com o pilim.
Eu não acredito no modelo europeu de tendência federalista e jamais o levarei a sério enquanto nos Estados Unidos da Europa não deixarem de existir coisas tão estapafúrdias nesse contexto federal como haver diferentes salários mínimos nos Estados-Membro. É como imaginar salários mínimos distintos na Estremadura e no Alentejo.
Também não papo o grupo de uma Europa federada com exército comum enquanto houver países como a França e o Reino Unido a intervirem na Líbia tendo a Alemanha a manifestar o seu repúdio para quem a queira ouvir.
Aliás, isso deixa-me até de pé atrás quanto ao discernimento dos nossos parceiros europeus em caso de conflito de interesses directo entre dois ou mais dos restantes países da União. Basta uma seca prolongada para a questão das fronteiras mudar de figura e percebermos o que vale de facto esta subordinação a um poder central europeu.
Claro que toda a gente adivinha o apocalipse subsequente a deixarmos de pertencer a essa árvore das patacas que afinal produz euros, mas eu sou daqueles que gostam de acreditar que é na adversidade que os portugas mostram o seu melhor e recuso-me a aceitar a noção de que somos um país de putos incapazes de se orientarem a sós e sem a mão que nos embala o berço, sem esses tutores que, de resto, nem se têm revelado tão incólumes assim aos abanões externos desta maravilha que é a economia global.
Por isto e mais uns pós não embarco no grande sonho europeu. Não o acredito viável, não o acredito indispensável e não o acredito capaz de sobreviver aos extremos da adversidade, tão evidentes os nacionalismos à flor da pele.
E por isso, mais uma questão de instinto que me diz ser mesmo uma má ideia e a hesitação finlandesa comprova, só aceitaria uma ligação europeia isenta de interferências em assuntos que, em última análise e com ou sem tratados, quando toca a doer cada país trata dos seus.
Eu sou um português em aflição e mesmo assim sinto-me capaz de tratar dos meus.
proponho que proponhas que se proponha uma proposta...
Mentir ou não mentir? Eis a questão
Um trabalho do Professor Timothy Chappell, de The OpenLearn team (The Open University).
«Primeiro contacto técnico do FMI com um Tuga taxista»
"Hotel Tivoli? Daqui, do aeroporto, é um tiro...
Então o amigo é o camone que vem mandar nisto? A gente bem precisa. Uma cambada de gatunos, sabe? E não é só estes que caíram agora. É tudo igual, querem é tacho. Tá a ver o que é? Tacho, pilim, dólares. Ainda bem que vossemecê vem cá dizer alto e pára o baile...
O nome da ponte? Vasco da Gama. A gente chega ao outro lado, vira à direita, outra ponte, e estamos no hotel. Mas, como eu 'tava a dizer, isto precisa é de um gajo com pulso. Já tivemos um FMI, sabe? Chamava-se Salazar. Nessa altura não era esta pouca-vergonha, todos a mamar. E havia respeito...
Ouvi na rádio que amanhã o amigo já está no Ministério a bombar. Se chega cedo, arrisca-se a não encontrar ninguém. É uma corja que não quer fazer nenhum. Se fosse comigo era tudo prà rua. Gente nova é qu'a gente precisa. O meu filho, por exemplo, não é por ser meu filho, mas ele andou em Relações Internacionais e eu gostava de o encaixar. A si dava-lhe um jeitaço, ele sabe inglês e tudo, passa os dias a ver filmes. A minha mais velha também precisa de emprego, tirou Psicologia, mas vou ser sincero consigo: em Junho ela tem as férias marcadas em Punta Cana, com o namorado. Se me deixar o contacto depois ela fala consigo, ai fala, fala, que sou eu que lhe pago as prestações do carro...
Bom, cá estamos. Um tirinho, como lhe disse.
O quê, factura? Oh diabo, esgotaram-se-me há bocadinho."
maio 08, 2011
Presos por ter net e presos por não ter
Sempre investi no optimismo moderado no que respeita ao efeito da circulação acelerada da informação na internet. Se, por um lado, as revoluções já iniciadas e as que não tardarão a produzir-se em nações onde tal seria impensável, com as redes sociais a assumirem um protagonismo que me favorecia a melhor expectativa, acabam por constituir uma vitória para valores que nos são gratos, liberdade e democracia, não é menos verdade que a internet pode constituir uma ameaça real para qualquer cidadão pela crescente credibilidade atribuída a tudo quanto circula sem filtro na rede que apanhará sem dúvida muito peixe graúdo pela exposição dos seus esqueletos ocultos mas da mesma forma poderá conferir golpes irreversíveis em reputações comprovadamente imaculadas.
O dilema existe e já deu origem a algumas intervenções do foro jurídico, primeiras investidas do longo braço da lei no mundo virtual onde impera, pela própria dinâmica da net, a da selva. Os mais habilidosos têm ao dispôr uma ferramenta onde estão agora a entrar, depois da fornada inicial de gente maioritariamente jovem ou com formação superior, pessoas de todas as idades e percursos, fascinadas pelo fenómeno e sem o calo que as defenda das múltiplas armadilhas tão fáceis de criar por qualquer espertalhão.
A opinião pública, cada vez mais determinante nas opções dos decisores políticos a nível mundial, está pela primeira vez na História a fazer-se fora do âmbito dos media ou da propaganda tradicionais e já existem sinais claros do quanto cresce a influência deste novo meio na evolução das ideias e na formação de opiniões.
É aqui que entramos no terreno movediço do embuste, da bombástica divulgação de factos e até de alegados documentos cuja autenticidade ninguém pode validar, coisas que acabam por se desmascarar por questões de pormenor tão infantis como os seus criadores. O problema é que os diversos poderes podem dispor dos melhores e a neblina do anonimato é fácil de arquitectar.
Ou seja, é perigosamente fácil dar início a pelo menos um boato suficientemente propagado para obter o efeito da mentira mil vezes repetida e que no caso concreto pode ecoar junto de milhões.
Parece uma questão irrelevante, uma ameaça hipotética. Mas não é. A net, ironicamente um símbolo moderno da liberdade de expressão, é uma ameaça tão séria para as democracias que a promovem como para as ditaduras que a tentam silenciar.
Se para os tiranos em funções a internet pode assemelhar-se a um aríete capaz de fazer desmoronar a muralha da desinformação sempre tão eficaz na subjugação dos povos, para os aprendizes de feiticeiro que tanto se esforçam para dominarem os media pode antes surgir como a chave da porta para a propagação de elementos fulcrais para influenciarem com igual eficácia as multidões necessárias para, por exemplo, alterar o sentido de voto num plebiscito eleitoral.
E se os meios se distinguem em tudo, nos fins existe um paralelo assustador e para o qual o único mecanismo disponível, o recurso à Justiça, assume quase sempre o rosto do papão para a liberdade sagrada que os cibernautas exigem mas em última análise podem com essa euforia libertária hipotecar.
maio 07, 2011
Homens da Luta - ridendo castigat mores
O vídeo, publicou-o uma amiga no Livro das Caras.
E eu não resisto a reproduzi-lo aqui, esperando que tenham pachorra para clicar no play e ouvir o que eles têm para dizer.
Porque estes senhores serão, à primeira vista, apenas uns grandes chalaceiros.
Mas basta um segundo olhar e um ouvido moderadamente atento para perceber que, por baixo dos figurinos à PREC e dos penteados esquisitos, há coisas para dizer, cérebros que não páram e uma inteligência invulgar.
Mais: estes senhores não só não estão a ridicularizar a imagem de Portugal, como temeram os espíritos mais bacocos, como estão a engrandecê-lo. Com eles, talvez o resto da Europa fique iludida, a pensar que representam um povo que sabe o que quer, que luta por aquilo em que acredita e que, finalmente!, substituiu os queixumes pelo humor.
maio 06, 2011
A minha primeira experiência prática de democracia
Alguém teve uma ideia genial:
- Fazemos uma votação.
Ninguém se opôs nem apresentou alternativas, pelo que ele continuou:
- Quem vota no Paulo Moura para guarda-redes?
Todos levantaram a mão... e eu também, mas para lhes fazer um manguito... e fui para o balneário mudar de roupa.
E eis que me pronuncio (finalmente) sobre o acordo ortográfico
Tão contra como sou contra o preço dos bilhetes do cinema e dos Louboutins.
Tão contra como sou contra a temperatura das águas do Atlântico, na costa oeste de Portugal, sobretudo ao largo da Invicta.
Tão contra como sou contra o Luís Filipe Reis vender discos ou o José Castelo Branco existir.
A questão que se coloca é: valerá ser contra algo que é iminente e para que a minha opinião não vale um charuto? Pois. Há coisas que merecem o desgaste de energia; outras, porque constituem clara e prévia derrota, nem por isso.
É verdade que ainda não adoptei as novas regras (e só o farei quando o período de transição findar, no final do corrente ano), mas conheço-as (e ensino-as) porque creio ser perfeitamente disparatada a atitude (que oiço a gente que me merece todo o respeito) do quero-lá-saber-do-acordo-não-faço-tenções-de-o-seguir. Quem assim agir, a partir de Janeiro próximo, passa a dar erros ortográficos, quando pensa ser um arauto do bom português.
Vai daí, e para que não se continuem com os mitos de que facto passará a fato e que homicídio se escreverá sem "h", porque este é mudo (what???) que o acordo mexe no que quer que seja com a pontuação, fiquem-se com um site onde todas as dúvidas podem ser dissipadas.