maio 17, 2011

a História do Carochinho

Era uma vez um homem sessentão, senhor de transcendentes decisões que influenciam o mundo e que se passeava nu (!) pelo seu quarto de hotel, em Nova Iorque.

De súbito e inesperadamente, entra quarto adentro uma inexperiente jovem de trinta e tal anos, presumivelmente guineense, que lhe vinha arrumar o cómodo, sem se ter apercebido que ele ainda estava ocupado pelo tal sessentão, ainda para mais nu (!), que, por mera e fortuita circunstância de enredo, ocorre ser uma das personagens mais importantes do cenário político mundial.

Apercebendo-se da oportunidade, quiçá proporcionada pelos deuses do Olimpo da Alta Finança, o desgovernado e nu (!) sessentão atira-se à inexperiente jovem de trinta e tal anos, guineense, – pode presumir-se que, entretanto, tenha corrido o ferrolho da porta do quarto, por elementar medida de recato e prudência… -  e, habituado como está a decisões de peso, logo ali a agarra, lhe rasga a bata do hotel expondo as inexperientes carnes, a domina, a subjuga – que ele é homem dado a subjugações -  e não é de modas: sexo oral e sexo anal e sexo etc. e tal, como se não houvesse amanhã…! E, já agora, como se amanhã não tivesse agendadas reuniões daquelas que fazem o mundo girar mais depressa ou, até, em sentido contrário ao costumeiro movimento de rotação da Terra.

Podemos imaginar que a inexperiente jovem de trinta e tal anos, presumivelmente guineense, seria tão perdidamente boa que qualquer homem nu (!) no seu quarto de hotel fosse incapaz de resistir e tresloucadamente, dir-se-ia,  num ápice sentisse descontrolados ímpetos de lhe saltar para a espinha.

Depois, coberto de arranhões e de sémen (?), o sessentão ainda nu (!) enverga apressadamente o seu fato e sai a correr, deixando para trás o telemóvel – peça determinante no enredo – deixando também a barba por fazer e sem ter providenciado higiene mínima que o aliviasse do desconforto de ficar com a roupa toda enlangonhada em contacto com a sua curtida e pecaminosa pele.

Ah, deuses das coisas pequenas, valei-nos nestes transes! A jovem inexperiente de trinta e tal anos, presumivelmente guineense, descomposta oral e anal e etc. e talmente, sai cambaleante do quarto, exaurida de forças, mas determinada na atitude, chama a polícia novaiorquina, famosa pela sua operacionalidade em matéria de sexo, cuja vai a tempo de deter o sessentão, agora já mais composto com o seu fato, mas ainda de barba por fazer, em fuga para um qualquer restaurante onde parece que iria ser alegadamente sonegado à longa mão da justiça americana por alguns outros comensais, que já o esperavam para o efeito…

Detido e já presente a juíza competentíssima, o sessentão que, por agora, continua vestido, vê confirmadas as acusações pelo sémen espalhado pelo seu corpo (?) e pelos conspícuos arranhões que a inexperiente jovem de trinta e tal anos lhe terá produzido na cútis, em partes anatómicas até agora não esclarecidas.

Sabem o que é que eu vos digo? Ainda bem que eu não tenho dinheiro nem motivação para ir para um hotel de Nova Iorque… Aquilo é do piorio. Lembram-se da cena do Carlos Castro? Serão coisas que andam no ar e influenciam perniciosa e descontroladamente os europeus que lá caem?

Não, mas desculpem lá, se vocês, leitores machos, estivessem passeando no vosso quarto de hotel novaiorquino, completamente nus, e vos entrasse uma inexperiente jovem de trinta e tal anos, supostamente guineense, quarto adentro, toda ela vassouras e atoalhados, com uma daquelas batas que são um apetecido fétiche… han? Han…?

Em boa verdade vos digo – e é sabido - que um homem não é de pau.

E tramar uma inteira e auspiciosa carreira num ímpeto de carne fraca, derramando sémen com absoluta improvável profusão com uma inexperiente jovem de trinta e tal anos, supostamente guineense… convenhamos, caramba, é de Homem! Estúpido demais para ser verdade, mas de HHHHomem, com tantos H quanta a dimensão da estupidez humana!

Isto, claro, foi tudo quanto respiguei dos extraordinários órgãos de «comunicação social» (ou sexual?) que tão proficuamente nos contam as fábulas das nossas vidas! E, como é evidente, sinto-me esclarecido c’umò caraças.

Possíveis morais da história, sendo verdadeira ou falsa – o que é inteiramente indiferente:

- somos todos feitos da mesma massa;

- no melhor corpo diplomático cai a pior nódoa de sémen;

- é muito arriscado andar nu nos quartos de hotel de Nova Iorque;

- nem sempre uma jovem de trinta e tal anos, supostamente guineense, é atreita a assédios de sessentões todos nus que espalham sémen pela paisagem, como foguetes de lágrimas;

- com tal virilidade inusitada, face à idade, percebe-se porque é o FMI uma potência no concerto das nações;

- enquanto os sessentões choram os seus devaneios de juventude extemporânea, os sarkozys riem antecipando, ainda há pouco improváveis, vitórias eleitorais…

Sic transit gloria mundi.   

12 comentários:

  1. Eu acho que há muitas razões para ver a coisa pelo lado positivo... Primeiro, ficamos todos a saber que isto a partir dos sessenta é que é!! (O que é sempre muito animador). Depois, cai desde já por terra a teoria da invulnerabilidade extrema dos monstros da alta finança... é só enfia-los num hotel e soltar-lhes umas camareiras que ficam logo arrumados...

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  2. Ainda não sabias isso, Libelita?!

    OrQuita, e que tal esta peça também para o blog porcalhoto? Aquilo de vez em quando aceita pornografia... para desenjoar :O)

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  3. Espera aí, se ele é o carochinho ela não é a Joana Ratona?
    Isso poderá explicar muita coisa...

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  4. Na mouche, Shark! Destapaste-lhes o enredo! É a velha fábula com as permissas viradas no avesso pós-moderno: o Carochinho é que é cozido, em lume brando, e a Joana Ratona deve ter ficado com os três reis do chão da cozinha...

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  5. Então, São, lá vai para o porcalhoto...

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  6. Pode explicar o sentido da vida, sei lá eu...
    Estava só a trocadilhar com o títalo, não posso?
    (Cusca...)

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  7. Brinca sempre, Shark, que já sabes que me deixas enSharkada!

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  8. Esta istóira é tão tesquezita, tão armada no ar, cá para os meus botões.... Cheira mesmo a armadilha...
    Mas quanto ao que diz o Orca a propósito dum homem não ser de pau que me lembra a que aconteceu aqui no Alentejo e me foi contado pelo José Carlos Trambolica o Vintesete. Consta que um compadre teria ido a tribunal por ter violado uma galinha. Chegado perante o meretíssimo, este pergunta-lhe se não teria vergonha de ter praticado tão mísero acto, ao que o acusado respondeu:
    ~Sabe, sotôr Juiz. Tá uma pessoa sentada à soleira da porta depois de um dia de trabalho, a enrolar um cigarrinho pra fumar descansado quando passa uma galinha com os pintos atrás. Croó cro cróóoó´.... cro cro...
    Depois, passado um bocada passa outra vez ja sem os pintos, cro cro cro...
    Passado mai um bocado, passa outra vez, cro cro...
    Eu, cá, tava fumando, disse pra mim:- Ahhhg..vossamecezes querem lá ver...pra cá e para lá... hmmm
    Comecei a olhar melhor para ela e......olha que porra, um homem não é de pau, sotôr juiz. :(

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  9. E uma abóbora, madurinha, batidinha pelo sol?

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  10. À queim diga melhéres cu çabe a pôuco e açim, quei como queim le shame um figu, diria o Nelo :DDDDDD

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  11. Um figo, nunca conheci ninguém que experimentasse...

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