Uma das hipóteses mais terríveis que me acudiram à ideia quando pensei em alvos mais vistosos para um atentado terrorista foi, pela conjugação perfeita dos factores que tornam relevante o acto de profunda ignomínia em causa, a Eurodisney.
Acabei por concluir, tão fofo, que não, nem mesmo o mais tresloucado operacional de um qualquer grupo de cobardes seria capaz de apontar às crianças a mira do seu ódio.
Porém, a explosão que em Itália ceifou a vida de uma estudante com dezasseis anos de idade e provavelmente desfigurou ou incapacitou mais algumas jovens com o azar de frequentarem uma escola secundária que, na demência assassina de coisas parecidas com gente, foi escolhida para palco de mais um marco na descida ao inferno que cada vez mais os outros podem ser, trocou-me as voltas.
Neste caso, sejam quem forem, esses outros não se enquadram naquilo que defino como ser humano. Um acto terrorista não joga certo com a maioria dos instintos primordiais mais significativos e em nada se relaciona com a racionalidade como a conseguimos interpretar, é uma pura e simples aberração.
Mas não estamos a falar de um gato que ladra como um cão, em causa está a natureza dos vermes capazes de acharem boa ideia fazerem explodir um engenho a poucos metros de um estabelecimento de ensino à hora da entrada, algo cuja crueldade supera os limites suportáveis para os seres humanos propriamente ditos e que nenhuma causa ou justificação poderá, enquanto existir uma réstia de humanidade em alguém, atenuar enquanto exibição do Mal na sua forma mais cristalina.
Nesta altura, e depois de levantada a suspeita sobre a Máfia, ainda não se conhece o móbil da proeza tal como não foram identificados os respectivos autores, mas a baixeza do crime torna irrelevantes quaisquer outros pormenores: perante o conjunto de traições implícitas a alguns dos valores mais importantes para nos distinguirem enquanto pessoas nada mais interessa do que arreganhar o dente sem medo a estes bastardos da Criação e devolver-lhes em coragem e desprezo o ódio desumano e a cobardia mais nojenta que a sua presença no mundo só serve para representar.
É que não se consegue entender o que se passa em cabecinhas que programam fria e "consciente"(!!!)mente esta barbárie...
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