março 15, 2011

Carveste... e memórias minhas

Fico sempre com um nó na garganta quando leio notícias sobre a Carveste, empresa de confecções da minha terra, já há muitos anos em crise e em risco (sério) de fechar.
A malta que lá trabalha está agora em greve, segundo li na página da Rádio Caria:

"As trabalhadoras da empresa de Confecções Carveste, com sede em Caria, encontram-se em greve, desde as 8 horas desta segunda-feira, pelo pagamento do salário de Fevereiro e da parte ainda em falta do subsídio de férias de 2009.
“Há quase três anos que estas trabalhadoras recebem os salários com muito atraso e, com enorme paciência e sentido de responsabilidade têm suportado todos os sacrifícios para salvar a empresa e os seus postos de trabalho”, dá conta em comunicado o Sndicato Têxti da Beira Baixa.
Ao que tudo indica, “não tem havido a mesma atitude por parte da gerência da empresa que, num comportamento que só pode visar o conflito, sistematicamente falta aos compromissos que assume, que dá o dito por não dito e que usa a chantagem, procurando passar para as trabalhadoras e o Sindicato a responsabilidade de qualquer ruptura”, sublinha o sindicato.
Agora, depois de dizer que iria pagar o salário, ou a maior parte dele, até ao dia 11 de Março e de as trabalhadoras terem exigido o seu pagamento integral nesse dia, veio dizer que afinal só pagaria no dia 16 de Março e, ainda assim, se um cliente lhe adiantasse dinheiro.” Pelo que se passou noutros meses não seria de estranhar que no dia 16 viesse dizer que não teve o tal adiantamento e que, por isso, não pagaria a totalidade do salário”, duvidam os trabalhadores. "Note-se que, para colaborar com a empresa, as trabalhadoras fazem horas, trabalham aos sábados e abdicaram do gozo de férias no Natal para tirarem os dias de férias quando deles necessitassem e mesmo assim a empresa tem vindo a colocar obstáculos a esse gozo".
No entanto os trabalhadores da empresa estão disponíveis para encontrar uma solução para o actual conflito mas, desde já deixam claro que, não pactuarão com mais incumprimentos e muito menos se submetem a atitudes de chantagem e de ameaças de levantamento de trabalho. As encomendas existentes são da Carveste e qualquer tentativa de as tentar retirar configura um crime de sabotagem da empresa que não permitem que seja cometido.
“Em face do exposto fica claro que só a gerência da empresa é responsável pela actual greve e pelas consequências que daí advierem”, sublinha o STBB no seu comunicado enviado às redacções esta manhã."

Isto faz-me recordar os meus tempos como administrador-delegado das Faianças Subtil (Caldas da Rainha) e Miderâmica (Coimbra). E a revolta que me provocavam as atitudes de ameaça e de confronto do sindicato. Aliás, como tinha acontecido antes antes quando assumi, por nomeação do tribunal, a gerência da empresa de confecções Colsi (Coimbra), num processo de gestão controlada. Acusavam-me os representantes do sindicato de mentir quando lhes dizia que não havia dinheiro para pagar salários em alguns finais de mês. E apresentavam-me uma «teoria» que já ouvi tantas vezes em reportagens a trabalhadores de empresas em crise: "Como é que não há dinheiro?! Há encomendas!"
Desafiei-os (tantas vezes) a assumirem a gestão das empresas, "se acham que conseguem fazer melhor". Nunca aceitaram, vá-se lá saber porquê...
E sempre tive pena de ver, com estas atitudes, os sindicatos enterrarem ainda mais as empresas em dificuldades.
Sei pelo que passam os gestores de uma empresa em dificuldades, quando têm que negociar com bancos, fornecedores, Estado (Finanças e Segurança Social)... e a empresa pára, por motivo de greve, estrangulando a tesouraria e reduzindo ainda mais a confiança dos clientes.
Admiro-me como a Carveste ainda se aguenta, após tantos anos em crise.

21 comentários:

  1. Paulo Moura,
    Compreendo o que dizes, mas parece-me difícil aceitar e sobretudo viver como vivem trabalhadores com salários irrisórios e ainda por cima em atraso! Mais difícil ainda deve ser fazer todo esse sacrifício, ver as encomendas entrar, o trabalho sair e o salário não chegar! Temos que concordar que se torna difícil de perceber! Olha, eu nunca aceitaria trabalhar e não receber... por isso emigrei! E hoje só me arrependo de não o ter feito mais cedo! E só uma pergunta, que respondes se quiseres, e que espero que não leves a mal: Também recebias em atraso o teu salário enquanto administrador dessas empresas?! Com um abraço de Laura ;-)

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  2. Laura, pergunta tão pertinente a tua. Que tem muitas questões implícitas e respostas múltiplas, que não cabem numa janelinha de comentários. Até porque me provocam alguma mágoa...
    Mas assim de repente:
    Quem tinha alternativas, procurava-as e frequentemente conseguia-as (a minha maior prioridade sempre foi tentar manter os quadros mais válidos, quando a tendência nestes casos é a contrária). Quem só tinha esse emprego, teria mais uma razão para não destruir ainda mais o que já está mal. A alternativa? Olha, é as empresas fecharem. Muitas das pessoas que trabalharam comigo até há 10 anos atrás, estão há 6 no desemprego. Pergunta-lhes agora o que preferiam.
    Sobre a pergunta do salário como administrador: nunca aceitaria receber fosse o que fosse antes de todos receberem o seu salário. Antes pelo contrário: em situações pontuais, pedi a compreensão dos directores e chefes de secção para recebermos o nosso salário só depois e assim, com o dinheiro disponível no banco, não adiar o pagamento ao pessoal de menores vencimentos. Sempre tive a sorte de trabalhar com uma equipa excelente, com quem podia contar. Uma dessas pessoas, olha, é a Maria Augusta, Mãe da Ana Andrade. E tenho orgulho de manter uma forte amizade com essas pessoas, de todas as áreas, formações e níveis hierárquicos (a propósito, se leres o meu livro «Persuacção» encontras lá a minha ideia sobre "hierarquias").
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  3. Paulo Moura,
    Devo confessar que receei a tua resposta! Mas agora que a li fiquei mesmo feliz por ter ousado colocá-la!! Não só não te zangaste como não me desiludiste! Só tenho pena que haja poucos como tu... porque disos tb tenho a certeza! E vou comprar o teu livro! Volto mais tarde sobre o assunto, agora tenho que sair! Um abraço de Laura! ;-)

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  4. Não te fies no que ele diz, Laura, que o gajo não é de fiar.

    ihihihihih

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  5. Pois olha eu fio-me no qu'ele diz! E vou-te dizer mais, há pessoas (não muitas, infelizmente!) que ao longo de minha existência me provocaram boa impressão desde o primeiro minuto e (o que é mais importante) que nunca me desiludiram... o Paulo parece-me ser uma delas! Pronto, pronto... tu tb! ;-)

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  6. Agradeço-te essa mensagem de conforto para a São Rosas. É que se ela amuasse eu é que tinha de a aturar ;O)

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  7. Fica quase tudo por aquela coisa chamada natureza humana, que pode ser mais trabalhada, muito, pouco ou nada. E tenho, por isso, a certeza que o Paulo também terá conhecido representantes sindicais honestos, muito, pouco ou nada.

    A massa de que somos feitos é sempre a mesma, mas do modo como é amassada ou a qualidade dos ingredientes, pode fazer imensa diferença no produto final...

    Tenho o prazer de conhecer o Paulo e creio que gostaria de contar com ele como administrador da empresa onde me empregasse, tanto quanto gostaria de contar com ele como delegado ou, mesmo, dirigente sindical que me representasse.

    Aqui, não é o hábito que faz o monge... É o monge que é mesmo assim! Tanto que de um tal monge nem interessa saber qual o credo que professa.

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  8. Entendo-te, OrCa, como sei que tu me entendes. Mas tive algum azar sempre com monges e abadessas. Azar relativo. Não a título pessoal, porque sempre gostei de desafios, mas profissionalmente é desgastante e - lá está - cria-me a mágoa de ver situações (tantas) em que se estica a corda... e ela parte.
    Já agora, uma outra vertente sobre monges gerentes: Há 14 anos, saí da gerência da COLSI, no final do período de gestão controlada. O tribunal, que podia decidir pela falência, decidiu que a empresa poderia retomar a sua gestão normal pois foi comprovada a sua viabilidade. Missão cumprida e pude ir à minha vida, certo? Errado! Há 2 anos, recebi uma carta registada da Segurança Social para eu pagar uns 20 mil euros + juros de mora por dívidas da COLSI. Que tal, ahn?

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  9. Esta manhã, ao passar em frente da Carveste a caminho da minha jornada laboral, vi o aglomerado dos trabalhadores à entrada da fábrica. :\ É lamentável ver o ponto a que a Carveste chegou...

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  10. O assunto é sério, pois é uma situação muito delicada para quem precisa de receber o salário e ainda por cima trabalhando mais do que devia!

    Num aparte malandreco diria:
    Faço minhas as palavras da menina São Rosas, que não conheço, mas deve saber de quem fala e do que fala!

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  11. A greve é tida como uma vontade de confronto dos trabalhadores com a sua entidade patronal.
    Nada de menos verdadeiro.
    Vejamos este caso concreto da Carveste.
    É reconhecido que os trabalhadores recebem, há cerca de três anos, os seus salários com muito atraso.
    É reconhecido que os trabalhadores, numa tentativa de salvar os seus postos de trabalho, trabalham aos sábados e abdicam do gozo das suas férias no Natal.
    Fica percebido que há uma ameaça de desvio de encomendas para outra empresa, considerando os trabalhadores que se trata de sabotagem à própria empresa e, portanto, colocando os seus postos de trabalho em situação, ainda, mais precária.
    Perante tudo isto, utilizam o último recurso que têm: a greve.
    E sabem porque?
    Porque o desespero é enorme. Já não conseguem suportar a "greve" que o merceeiro lhe está a fazer, recusando-lhe fiado por falta de pagamentos anteriores, a EDP ameaça-os com "greve" de fornecimento de luz lá para casa, o senhorio vai-lhe dizendo que duas rendas de casa em atraso é o limite, na farmácia já foram avisados que não há mais medicamentos enquanto as facturas anteriores não forem liquidadas, enfim...não quero entrar pelo choradinho de que não há o que dar de comer aos filhos e muito menos dinheiro para lhes pagar os estudos.
    Os trabalhadores e os sindicalistas conscientes - que os há! - decretam a greve como a última arma de que dispõem para tentar chamar os empresários ao cumprimento das suas obrigações. Muitas vezes, tendo a consciência de que correm o risco de ser o ponto final naquela relação de trabalho. É a última tentativa para não continuarem a ser explorados.
    Sim, porque de exploração se trata.
    Onde vai parar a sua mais-valia?
    Que o empresário reserve para si uma parte dela, como compensação do capital investido, é justo. Que não entregue ao trabalhador parte do que produziu é exploração.
    E não vale a pena fugirmos a esta realidade, porque não podemos ficar pela apreciação da mais-valia como se de uma simples forma aritmética se tratasse.
    Ela tem a força que tem porque defende um principio social que nenhum teórico defensor do capitalismo consegue combater.
    Por isso, evitam o seu reconhecimento e até apregoam que se trata de uma mera invenção de um velho barbudo que já morreu há muitos anos...
    Tudo isto, para dizer que tenho por certo que quando os trabalhadores se decidem pela greve o fazem numa última tentativa de salvaguardar a sua sobrevivência.
    Salvaguardemos as greves de classes privilegiadas que tentam conservar e aumentar os seus privilégios. Essas nada têm a ver com este meu inflamado discurso!...

    E, meu caro Paulo Moura, as experiências profissionais que viveste também não.
    Mas essa conversa ficará para uma próxima vez, certo?
    Apesar dos meus maus hábitos nocturnos, começo a querer encostar a cabeça ao travesseiro.
    Um abraço.

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  12. Carlos, no caso da «Carveste» não sei o que se passa "por dentro", só dos meus amigos que lá trabalham (ou trabalharam, porque alguns foram entretanto despedidos e estão actualmente em «lay-off») e que também não sabem os detalhes que me interessaria saber.
    Sim, pelo que sei, ao longo dos anos a Carveste foi uma empresa muito rentável. E poderá ter acontecido uma descapitalização de forma indevida? Não sei. Mas actualmente, com as margens praticadas no sector, não duvides que a "mais valia" de que o barbudo falava é, agora, uma menos valia só suportável artificialmente com renegociações de dívida, perdões da mesma, subsídios e outros apoios. O que me magoa (e revolta, confesso) é, como podes ler no artigo da Rádio Caria, a "lógica do sindicato": há encomendas? Então há dinheiro! O sindicato esquece-se que, além dos custos operacionais, a Carveste deve ter um serviço da dívida lixado (com um F muito grande). E isso é uma espiral. A greve só acelera essa espiral.
    Se me pedissem hoje para assumir a gestão da Carveste, faria o que sempre fiz: antes de mais, um diagnóstico a fundo da situação da empresa. E, quase de certeza, diria: "meus senhores, a empresa tem que fechar portas".
    ...
    É justo subsidiar empresas inviáveis? Mais um tópico para não irmos dormir!

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  13. Caetano, pois é...
    A mim admira-me é como a Carveste se tem aguentado há tantos anos com crises atrás de crises.
    Não sei quantas pessoas lá trabalham hoje em dia mas são bem menos do que aquelas que lá trabalhavam há uma década, que deviam representar, numa estimativa grosseira, 2/3 da população activa de Caria.
    Hoje em dia o impacto de um encerramento da Carveste, sendo forte, é bem menor do que seria nesse tempo.

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  14. Paulo Moura,
    Esse episódio da Colsi é muito infeliz e no mínimo ridículo! Se à altura da tua saída o Tribunal deu a Empresa como viável é evidente que a má gestão e as dívidas por ela geradas são posteriores à tua passagem pela Empresa, logo não é a ti que devem cobrar o que quer que seja!!
    Aqui, e falo com conhecimento de causa, passa-se assim:
    Quem quer que tenha uma Empresa que vá a falência o seu nome entra de imediato na "lista negra" do "Office des Poursuites et faillites" (+- Gabinete de Acusação e Falências) que, depois de ter determinado o montante total das dívidas da Empresa, vai contactar o seu responsável para o chamar à negociação e determinar o montante mensal a pagar até à liquidaçâo total! E não vale a pena o mesmo esquivar-se porque vá trabalhar para onde for e seja qual for o ramo eles vão saber (suponho que por cruzamento de informações com os Impostos e outros serviços)e se necessário vão directamente sobre o ordenado! Entretanto e até ao pagamento do último cêntimo o dito cujo (ir)responsável ficará impedido, de abrir outro negócio, contrair empréstimos ou até alugar casa!! Sim porque aqui pedem (por exemplo a Regie que se ocupa de todo o procediemnto legal necessário ao aluguer duma habitação ou de um espaço comercial, ou determinados empregadores na área da Saúde e Segurança) que se apresente uma declaração do tal "Office" em como está limpinho que nem uma folhina branca ou não o deixam brincar aos Empresários!
    Ora, por aí é conhecida a facilidade com que alguns abrem e fecham Empresas e isto mesmo depois terem sido subsidiados pelo Estado sem que nenhuma responsabilidade lhes seja pedida!!! Lembro-me duma Empresa transportadora que fechou e que nem um mês depois (re)abria a menos de 200m com outro nome, diferentes empregados (apenas 2/3 da antiga) e o mesmo patrãozinho... isto só para fugir de pagar a quem devia!!! E que eu saiba até à data de hoje esta desonestidade passou impune!! É que nesse país ter dinheiro é quase garante de impunidade, como num qualquer "paísinho" do terceiro mundo!! Por essas e outras do tipo é que o País chegou aonde chegou!!

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  15. Cá está a velha questão de tomar a parte pelo todo.
    Tudo faz parte duma dinâmica global, e se estiverem os dados mais ou menos equilibrados, o resultado é bom para todos. O que determina os custos de produção, é um conjunto de factores onde o valor da mao de obra é apenas um deles. No entanto, é esse valor dispendido que ao entrar no mercado que mais retorno produz.
    Benditos sindicatos? Sim
    Malditos sindicatos? Também.
    Benditos empresários,idem
    Malditos? ibidem
    Porque não ser-se apenas...algures entre ingenuidade e a pervérsia, apenas razoável?

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  16. Charlie, camarada, na próxima vez que eu esteja confrontado com uma situação deste tipo, chamo-te para me explicares onde está a razoabilidade. Mas tens que vir depressa, porque já aconteceu receber ameaças. E eu, como sabes, sou muito franzino.
    E não faço leituras indutivas, meu caro. Falo da minha experiência. Não tenho estado a ser claro?

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  17. És clarinho da silva e considero-te uma pessoa (piçôa) assertiva.
    Quando me refiro ao que deixei escrito, não era para ti, meu lindo mas num sentido lato. Excluindo as historias de burla BPN etc....
    Toda a gente sabe dos casos em que havia empresas a ganhar muito pagando pouco, e casos de gente a ganhar demais para o que produzem etc etc, é fastidioso referir todas as combinações possiveis. Eu mesmo tive um empregado em que era eu que tinha que trabalhar para ele, e não ele para a empresa que lhe pagava o ordenado. Por isso, não estou de nenhum lado da barricada, pois acho que não há outra barricada que não seja a do lado de ser-se miminamente inteligente para saber ver que não se podem tirar 50 laranjas duma árvore que só está a dar 15.
    As pessoas ganham mal?
    É verdade, mas também eu, o barco é o mesmo . (também sou pessoa )não achas????

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  18. Se o Charlie operário faz greve, o que faz o Charlie empresário?

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  19. quando o charlie empresário faz greve o charlie empregado fica sem ordenado

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  20. Sobre a rapinagem que o Estado faz sobre os cidadãos e de que falas e com o qual foste bafejado( um bafo de muito mau hálito)não há palavras mas o sentimento de injustiça é tremendo e são esses sentimentos no mundo que alimentam as imagens heróicas dos Bin laden.
    Podíamos ter um Robin dos Bosques a tratar de destribuir as coisas duma forma mais equitativa, mas o que temos é um Rabinho das Matas a raspar o fundo das malgas para os tachos que nunca se dão por cheios.

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  21. "Rabinho das Matas"... ahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahahhhh...

    Agora a sério.
    Sabes que mais? Respondi-lhes que não entendia essa dívida e não a podia aceitar pois:
    1) durante o período em que estive como gerente, nomeado pelo tribunal, a empresa pagou tudo à Segurança Social.
    2) as dívidas a que eles se referiam (só me deram os detalhes após me enviarem a carta, a meu pedido) eram 4 anos depois da minha saída.
    Eles responderam que, pelos registos da sociedade, eu ainda era gerente!
    Lá tive que lhes enviar documentos da gestão controlada e do tribunal, onde se decidiu pelo fim da gestão controlada e pela devolução da empresa à gestão anterior.
    Agora a parte épica:
    Sabes qual foi a resposta das Excelências, ao fim de mais de um ano e após muitas insistências minhas?
    "O processo prescreveu".
    Em suma: segundo eles eu devia... só que prescreveu.
    Sabes o que me apeteceu? Sabes? Sabes?...
    E sabes o resultado? Nunca mais aceitei estes desafios! Eles que vão gerir e tentar recuperar as empresas em dificuldades!

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