março 31, 2011
O meu reino por um joelho ou da felicidade em saquetas de pó solúvel.
Quem quer ser milionário/a? É agora, malta!
Finalmente está a chegar a crise a sério, com os cámónes invejosos das agências de rating a cortarem no que podem (sim, isto tá tudo ligado), despeitados, e os políticos portugueses demasiado distraídos com o apuramento de culpas e de responsabilidades para acordarem a tempo de evitar o pior.
O pior? Isso pensam eles, os pessimistas.
Perguntem a qualquer excêntrico que nunca tenha precisado de apostar no Euromilhões para garantir o estatuto se a sua fortuna nasceu no meio de um clima de prosperidade.
Dizem-vos de imediato que não, que se fartaram de penar em pequeninos, uma crise do caneco, mas acabaram por subir a pulso e hoje olham para a crise com enorme indiferença porque só lhes toca de raspão em meia dúzia de investimentos na Pampilhosa ou nas Berlengas cujas perdas recuperam pelo retorno das Ilhas Caimão.
É verdade, a crise, esse papão que deixa petrificada a maioria de nós perante o susto de um saldo de conta insuficiente para a prestação do carro e logo a seguir a da casa, para não falar dos que nem têm onde ir buscar o suficiente para a conta da mercearia, constitui um mar, um tsunami de oportunidades para os/as mais atentos/as.
No fundo, é só assumir uma postura de contra-ciclo, remando contra a maré que arrasta em sentido oposto os destroços dos náufragos que basta a pessoa ir recolhendo a custo reduzido, quase de borla, para depois atacar a retoma com as mais-valias dessas compras em saldo.
Claro que nesta altura dirão: “e com que instrumento (dinheiro) vamos nós recolher esses dividendos potenciais da desgraça dos outros hoje que nos irá enriquecer amanhã?”.
Ora, isso é uma argumentação pela negativa (pela interrogativa, vá…) daquelas que o nosso actual Governo tem desmentido com veemência e ninguém acredita.
Está tudo sob controlo, não há nadinha, e se acabarem por nos baixar a cotação até ao nível do lixo é só arregaçarmos as mangas e decidirmos se optamos pela co-incineração ou pela reciclagem da coisa e mostrarmos aos lá de fora que nos andam a dar cabo do canastro com quantos paus se faz uma canoa!
Perguntarão vocês nesta altura: “uma canoa? Mas isso não implica o risco de naufrágio de que falávamos mais acima, acabando por nos tornarmos nos destroços que outros recolherão?”
E lá estão vocês a pensarem o pior. Nós vivemos num país de vanguarda, a caminho da auto-suficiência energética, com o melhor treinador do mundo, o melhor futebolista do mundo, o melhor arquitecto do mundo e até podíamos ter o melhor engenheiro do mundo se uns malandros não tivessem levantado suspeitas que nos fizeram ver mais esse título por um canudo. E só em unidades do Magalhães para guisar temos o suficiente para ninguém passar fome (convém acompanhar com umas batatinhas ou assim) durante uns meses!
Pensamento positivo, malta! Já cá andamos há oito séculos a sacar o guito aos outros para o esturricarmos depois numa orgia consumista, onde é que está a novidade?
Ainda vamos agradecer um dia à oposição esta crise política que nos empurra para o fundo e obriga os outros a intervirem com o seu pilim que o tio Sócrates, esperto o gajo, desdenha para eles quererem comprar. Depois é só arranjarmos maneira de os endrominarmos, fazendo como com o dinheiro da CEE, dando-lhe sumiço em bens de primeira necessidade como carros de luxo e assim, e a vida continua!
Claro que no meio disto tudo vai haver uns quantos chorões a carpirem os empregos que perderam ou as reformas que encolheram.
Mas é aí que entram os gajos que aproveitam para despacharem à grande o stock de lenços em armazém…
O Passos baralhou-me e ainda a procissão vai no adro
a) terá o senhor querido animar as hostes e arrancar gargalhadas de estômagos já poucos dados ao riso?
b) pensará que o português médio é tão estúpido, mas tão soco, que nunca lerá o que escreve um fulano que, em termos institucionais, ainda é muito pouca coisa, ainda por cima em estrangeiro?
c) será que o líder da oposição quer, um dia, ser escritor, porque já viu que isto da política é uma maçada e resolveu enveredar pela lírica, a ver como se saía nas figuras de estilo?
d) possuirá Passos Coelho uma secreta, doentia e irreprimível admiração pelo Eng.º José Sócrates e, pensando-o aniquilado, resolveu tomar-lhe a personalidade, começando desde logo pelo tão nosso conhecido jogo do eu-não-disse-o-que-vossas-mercês-julgais-que-eu-disse-mas-justamente-o-contrário-e-eu-é-que-sei-que-o-emissor-fui-eu-e-bosselências-desconheceis-a intenção-por-detrás-da-palavra?
Estou baralhada e a Assembleia da República ainda nem sequer foi dissolvida.
março 30, 2011
Espremam bem e encontram algumas críticas pertinentes
Charlie disse:
"Já tinha conhecimento desta peça, empolgada quanto baste, mas toda ela a expressão da verdadinha pura do que se passa.
E a propósito deste recente corte pelas agências de rating à nossa economia, sou a dizer que a União Europeia é neste momento tudo menos união. Para começar, quem são esses cavalheiros das agências e em que se baseiam para fazer de Marcelos Rebelos de Sousa para dar pontos por aí?
Não seria altura de haver uma agência de rating para os classificar? E a tal porra da UE, serve afinal para quê? Em vez da união se fechar de lança em riste contra essa canalha vampiresca e tratar dentro do escudo da união dos problemas internos, o que se vê? Uns quantos Países, cada um por seu lado a ser mordido pelos lobos enquanto o rebanho bale lá mais adiante e enche a pança cuidando que a entretenga dos lobos com os outros nunca chegará à sua vez.
É que a estratégia é tão evidente, que roça a ingenuidade. Eles vão conseguir dar cabo do €uro, pois o €uro só tem valor efectivo se representar a solidez económica do grupo de países, suporte da moeda. E o conceito dum espaço sem fronteiras criado pela união deveria se-lo em TODOS os sentidos. Sem fronteiras para exercer o comércio e circulação de capitais, questões de segurança etc, mas principalmente para fazer deste espaço um único corpo aquando de ataques a um dos membros.
O que se passa neste momento, é a expressão da mais profunda cobardia e egoísmo e de tal gravidade que põe em risco todo o projecto europeu que durante seis décadas cresceu a partir dum sonho nascido dos escombros desta velha fenix que é a Europa. Seria importante uma actuação concertada de todos os países, como um bloco único. Em primeiro lugar, não dar qualquer crédito às agências, pois elas não o tem de facto: quem classifica com pontuação máxima uma empresa que no dia seguinte abre falência merece tanta confiança no tocante a palpites, como eu a dar as chaves do euromilhões nas vesperas da sua extracção. A segunda medida seria cair na real quanto ao real valor do €uro. A injecção de capital em países pequenos como Portugal, a juros baixos acompanhado das pertinentes receitas para abrandar alguma efervescências e excessos, daria o sinal aos tais mercados de que a União não precisa dos seus favores de agiotas. A inflação inicial seria recuperada mais tarde pelo fortalecimento da imagem da moeda, expressão duma coesão dum espaço económico comum.
Mas isto sou eu a falar, e ninguém nos ouve,..."
março 29, 2011
Dos políticos que (não) o são.
Analisemos a questão: no dicionário online Priberam, e enquanto substantivo masculino, político é "Aquele que se entrega à política. Estadista", sendo que a política é descrita como sendo a "Ciência do governo das nações. Arte de regular as relações de um Estado com os outros Estados. Sistema particular de um governo." Ora, se assim é, não há dúvida de que Miguel Portas é um político, sim senhores. E dos bons, na minha pouco humilde opinião. O facto de, no sentido figurado e enquanto adjectivo masculino, se descrever "político" como "finório, astuto", deriva muito mais do que os seres humanos foram fazendo do nobre exercício da política do que do conceito em si.
E a questão inevitável é se poderemos, com o Charlie, resgatar do âmbito do conceito aqueles que cremos honestos, porque a maioria não o é, ou se, como advoga o OrCa, fazer o contrário: afastar os que privilegiam os favores, o chico-espertismo e os boys (and girls, já agora!), por manifesta incompetência.
Creio que todos estarão com o OrCa por princípio mas acabarão por ir ao encontro das palavras do Charlie por manifesta necessidade. Eu, na utopia dos meus... 37 anos (????? Tinham-me prometido que me deixaria disto lá pelos 30, tinham-me vaticinado um resto de existência entregue ao comodismo e não vejo jeitos...), estou com o OrCa, sem deixar de compreender o sentido do que o Charlie diz.
E se me lembrei disto agora e senti necessidade de o deixar escrito foi porque vi (mais uma lacuna cinematográfica colmatada!) Invictus, de Clint Eastwood, esta noite, e relembrei um outro político que devolveu ao seu país aquilo que o mesmo país lhe retirara: a liberdade. Durante quase 30 anos encarcerado, injustiçado, apelidado de terrorista, Nelson Mandela esqueceu a dor, a revolta, o medo, a sede de vingança e erigiu, como Presidente, um país democrático, onde o apartheid passou a ser apenas um nome feio.
Foi político? Foi.
Dos honestos? Sim, senhores.
E é menos político por isso? Mas é que nem um bocadinho.
É por estas e por outras que os meus heróis nunca estiveram nos livros aos quadradinhos nem nos filmes. São pessoas iguais a mim (mas em bom e em grande), que aparecem na televisão a dizer coisas e a mudar o mundo. Mesmo ao lado dos outros (os finórios, os astutos), sim. Mas estes, pobres!, são aniquilados por poderes especiais que eles nem sonham que existem. (Pelo menos, é assim que o livro/filme acaba, para mim)
Humilitate
Boletim de... quê?!
março 28, 2011
Prostituição - pessoal e intransmissível(?) (Para o A. e para quem (se) pergunta)
Proposta de novo boletim de voto para as próximas eleições da Assembleia da República.
março 26, 2011
Como um enviado da Al Jazeera vê a situação em Portugal
março 25, 2011
Não, os políticos não são todos iguais.
E, sobretudo, gostava de ouvir muitos mais, de todos os quadrantes, pensarem, falarem e agirem como Miguel Portas (não necessariamente na mesma direcção, porque isso seria pedir muito, mas com o mesmo sentido de responsabilidade, a mesma honestidade e fidelidade a princípios que são claríssimos e não têm qualquer gene camaleónico). Assim:
«A crise já vem de longe»
"Em 1892 o rei D. Carlos doou 20% da sua dotação anual para ajudar o Estado e o País a sair da crise criada pelo rotativismo dos partidos."
março 24, 2011
Digam que ele é doido, digam...
While I was cycling
Não que estivesse à espera de nada, mas porque tenho este je-ne-sais-quois de masoquista que me obriga a assistir mesmo a espectáculos que se conhecem de cor (note-se que eu sou daquelas que raramente vê o mesmo filme duas vezes, por opção).
Na hora H, saí e fui pedalar.
(e isto, por si só, daria lugar a uma bela metáfora que, de tão evidente, vou evitar)
Quando um país está parado, à espera do inevitável, e tem de aguentar mais 3 meses até ir às urnas (senhores e senhoras da manif do passado dia 12, não percam a pica, boa?! Lembrem-se que sair para a rua é lindo e faz história mas o que realmente importa é o papelinho depositado na urna, 'tá? Mostrem lá a quem vos chama nomes que estavam a falar a sério e que querem MESMO mudar o rumo da coisa, sim?! "Conseguiram" que o governo se demitisse, certo?! Agora falta o resto, que é o que dá trabalho.), alguém tem de fazer alguma coisa.
Nem que seja produzir suor. Sempre é mais do que nada.
março 22, 2011
falta de CENSOS 2011 pela internet
Mas quem me manda a mim, ao fim destes anos todos, ser tão estupidamente crédulo?
março 21, 2011
Carta aos Dragões-Poetas
Porque és daqueles pássaros que desde tenra idade entregam o corpo à alma e a alma à vida e a vida consagram às linhas. Porque te viveste todo, inteiro, incompleto, até ao último grão. Porque lançaste o teu fogo às chamas, as tuas chamas ao fogo, as chamas e o fogo à vida e às páginas amarrotadas, torcidas se te apeteceu torcer; porque voaste para que o olhar pudesse ver do céu e desceste ao centro da Terra para que pudesse ver as quedas e o Mundo de quem se enterra cedo; porque te consumiste sem dó nem piedade da dor nos teus ossos; sob o teu túmulo nada existirá, tudo existiu acima dos teus ossos.
Sob o teu túmulo existirá o vazio, a imensidão do nada que te permitiste sobrar e tudo aquilo que nunca foste. Quando o Outono te trespassar os dias e o peito e te abrir a pele, poderás receber o Inverno de braços abertos na firmeza de quem nunca terminará frio - o frio inveja a noite que escurece o dia, não deseja a Luz - ele há-de-te encontrar fora de ti, muito além de ti, só terminarás nunca porque nunca será quando te terminares; nada de ti será ali, tudo de ti já se foi.
Os que te chorarem como um poema interrompido vão encontrar conforto nos braços sempre quentes das chamas que foste oferecendo; as chamas alimentadas pelo fogo serão eternas; os que não te conheceram chorarão apenas a sua ilusão, vão encostar-se à pedra fria que talvez lhes pareça irmã da vida que conhecem, talvez se apercebam do próprio vazio e o chorem.
Só a palavra pode tudo, não se prende nos impossíveis, não se detém nos limites da existência, não se acorrenta à realidade; a palavra já feriu de morte, já matou, já criou novas vidas, juntou amantes, quebrou paredes ou atravessou-as, saiu de si e voltou a entrar, voou e caminhou sobre as águas, destronou Reis e Rainhas, foi Cupido, Hermes, Vénus, alma, corpo, sede, medo, esperança, força de gigante e utopia; a palavra é um corpo Divino na Terra, único, tem pele de letras e não tem pele, corpo, sequer limites, pode ter e não ter ao mesmo tempo; a palavra é tudo e é nada e o seu poder, a sua magia, a sua força podem ser soberanos. É por isso que és um Dragão, porque escolheste a mais poderosa e mais arriscada de todas as armas, porque a palavras forjada a fogo é espada universal e eterna, é a lâmpada de Aladino, é a Magia de todos os Castelos e Reinos, exige-te a vida única, enche-te de vidas e arranca-te de ti.
Sob o teu túmulo nada existirá; a pedra não te encarcerará; já em vida te desencarceraste e desenterraste de ti.
The Fatalis Verba
Desfrutar com mais de cinco sentidos aquilo que o livre arbítrio não quis desfigurar.
Semelhante a um conto erótico onde já conhecemos a chave de ouro e saboreamos avidamente, com fulgor e tacto, cada minuto de observação, com engenho de não apressar a chegada do epílogo.
Não dar por concluído e não espreitar o lado de trás da cortina que desvenda e aviva as cores do que em sépia já nos fora ilustrado.
Não destapar o corpo aveludado que na essência conhecemos, onde o nosso tacto já passeou de mãos dadas com o destino, mas completa-se quando deslumbramos os ulteriores detalhes que dão cor e vida à unidade... finita no Ser, infinita na Paixão.
Quando a fábula me ensinou o futuro, esse funesto capítulo onde, entre os demais, se situa o pérfido e escuro, ensinou-me também a aguardar serenamente o vislumbre do dia em que, havendo essa hipótese, o futuro se pode modificar.
Entrevi de seguida que por vezes, o livre arbítrio não tem local para trabalhar, fora despedido das funções que lhe dão nome, nada lhe resta senão erguer-se, retirar-se e aguardar... apenas aguardar.
março 20, 2011
Porque sou anti-nuclear fundamentalista
Com a recente tragédia a acontecer no mundo da energia Nuclear logo a seguir a Chernobil, o Mundo redescobriu de repente, e novamente da pior forma, o enorme perigo que representa a simples existência da ideia de se produzir energia a partir desta fonte.
Os que porventura passarem por aqui e que ao lerem estas linhas as descobrirem simplistas, que me perdoem, mas não há outra forma de chegar a toda a gente que não seja através da objectiva simplicidade.
Os argumentos que tem sido propagandeados sobre as inestimaveis vantagens e inocuidade da Energia Nuclear, pecam desde o seu início por pertencerem ao universo da paranóia. Não se podem usar metáforas, eufemismos, ou ligeirezas de linguagem quando o que está em causa é a monstruosidade representada por este tipo de instalações. O preço por kilowatt, a segurança, o tratamento de resíduos e por aí fora, são na verdade tremendos e só o lobby poderosíssimo que à sua volta gira fez com que as pessoas acreditassem nesta tríade de mentiras. Porque é de facto de mentiras que se trata.
A energia nuclear é realmente caríssima, perigosíssima, e sem tratamento possível no que aos resíduos diz respeito.
Mas como é que é se fazem as contas? Perguntamos e apenas ainda vamos no primeiro item. As contas são marteladas, pois se considerarmos só o preço do plutónio e matérias da mesma família como elemento de cálculo por kilowatt, este fica mais em conta. Mas basta que introduzamos o coeficiente que todas as seguradoras conhecem bem, o risco, para o preço disparar e ultrapassar de imediato o custo do Kw produzido de outras formas. Ao mesmo tempo, devemos acrescentar aos custos, o valor duma grande porção de terra, do seu subsolo e veios freáticos que ficam afectados ao complexo durante os breves 30 ou 40 anos de funcionamento. Depois disso, toda a central e a sua envolvência ficarão como um cemitério durante algum tempo, coisa pouca: 25.000 anos!!!
Se pensarmos só nesta última frase ficamos de cabelos em pé!!!
Nestes dois mil anos que contamos a partir do suposto nascimento de Cristo, quantos Impérios se ergueram e se desmembraram? Quantas centenas de guerras espoletaram, quantas e quantas crises económicas e ambientais ( terramotos com os movimentos de subsolo e desvio de veios freáticos, incêndios e inundações) aconteceram? Como pode alguém decentemente exprimir e assumir um compromisso para 25.000 anos?
Como se podem engolir as patranhas argumentativas a favor da construção destas monstruosidades sem que se processe criminalmente e de imediato os seus promotores sob a acusão de grave ameaça, pela via da mentira, à segurança e vida, não de uma região, não de um país, mas de todo o planeta, de toda a Vida e Humanidade?
Uma central nuclear é na sua essência algo parecido com uma panela de pressão, onde o vapor que saí pela válvula faz mexer uma turbina produtora de electricidade. Em vez do fogão para aquecer a água usam varas de material radioactivo. Essas varas estão imersas num outro circuito de água (cor violeta/rosa na ilustração) que ficará para sempre radioactiva, cujo calor tremendo produzirá o efeito das chamas dum fogão.
Aí começa então o processo dramático chamado de "síndroma da china" : a amálgama radioactiva em fusão irá continuar a fundir e descer através da rocha até atingir um lençol de água. Chegado a esse ponto e uma vez em contacto com o líquido, começa a arrefecer mas toda a água dessa região ficará para sempre fortemente contaminada assim como o ecossistema tornando-o inabitável. Os impactes no entanto não se confinam à região mas sendo o planeta um sistema interactivo complexo é fácil entender como o desastre terá forçosamente repercussões globais.
março 19, 2011
dos copos, da perspectiva, da atitude, do seu esvaziamento, da filosofia e dos comportamentos cívicos
P.S. (honni soit...) 1 - Agora, belíssimo mesmo é quando bebemos esse copo em boa companhia. Isso, sim, é uma alegria!
P.S. 2 - Um esclarecimento que é devido aos meus concidadãos: quando reiteradamente refiro a má frequência a que este nosso país está sujeito, devem obviamente excluir-se destas cogitações cerca de 10.000.000 de indivíduos de nacionalidade portuguesa e de umas outras centenas de milhares de nacionalidades várias. Aqueles a quem eu me refiro são outros... Exactamente, são esses mesmos! Eu sabia que vocês sabiam!
Símbolos Vazios
Foi um sábio quem mo disse.
Ouvi o coração no outono... apenas no outono, quando desde a primavera ele me chamava, cada vez mais alto, cada vez mais ensurdecedor. Não consegui ouvir antes, focado na odisseia a que me havia proposto.
Vai por ali, dizia. E resistente, eu ficava, a perder e a perder, ainda não sabia eu o quê.
Ostentava símbolos vazios, ocos, julgando-os alegremente preenchidos de significado. Na realidade, há muito que só eu os via, há muito que eu deveria ver que eles nunca existiram de facto.
Foi um sábio quem mo disse...
março 18, 2011
Do lado onde bater o sol
Desde sempre, a questão do copo meio cheio ou meio vazio ocupa boa parte do tempo e do raciocínio de quem olha a realidade para tentar traduzi-la. E de facto existem várias abordagens possíveis (e igualmente plausíveis) acerca de um mesmo assunto. De resto, se colocarmos dois observadores em lados opostos de uma casa pintada com outras tantas cores cada um deles afirmará a cor da casa que lhe é dada a ver.
O problema é insolúvel em matéria de valoração de perspectivas. Se a visão do copo meio cheio pode fazer pecar por excesso de optimismo, a do copo vazio pode revelar-se menos adequada precisamente pelo oposto, pecando por defeito.
Nesse caso, resta a escolha individual que deriva da personalidade e/ou da conjuntura de cada pessoa, organização ou mesmo de cada país.
E nota-se, ao longo dos registos históricos e pela própria evolução das nações, o quanto pesa a tal escolha difícil entre o pessimismo prudente (alguns confundem com actuante, embora uma coisa não implique de imediato a outra – falar mal é muito mais fácil) e o optimismo descontraído (alguns confundem com desmazelo ou descuido, embora em muitos casos se tenha revelado essa a escolha mais sensata).
Se a lógica imediata não resolve o dilema, os copos continuariam eternamente por encher ou esvaziar, temos que passar à etapa seguinte, a da racionalização da abordagem, da busca de argumentos em função dos contextos e, acima de tudo, do pragmatismo que acaba sempre por reduzir as coisas à sua mínima expressão e por norma reduzem-nas à utilidade específica.
Ou seja, temos que pensar qual das escolhas serve melhor determinado propósito ou permite alcançar um objectivo no horizonte das ambições e/ou das preocupações individuais ou colectivas.
É aqui que entra também a razoabilidade de quem precisa de obter um qualquer resultado, mesmo tendo que moderar os excessos de ambas as abordagens, nomeadamente para ter em conta com clareza qual o melhor caminho a seguir face às circunstâncias.
E é aqui que mesmo sendo pessimista por natureza entendo não servir os meus interesses individuais olhar para o copo de uma forma que não o enche mais de coisa nenhuma mas preenche-me de desânimo que, bem vistas as coisas, não serve propósito algum.
les portugais sont toujours gais...
março 17, 2011
A voz dos outros
Um buço a precisar de cera ou descoloração.
Uma coxa mais larga.
Ou um vestido que assenta mal.
Pode ser um hálito desagradável.
Ou um cheiro a sovaco.
Pode ser um texto pobre e sem sumo.
Unhas a precisar de manicura
Ou o cabelo a clamar por tinta.
Também serve um dente torto ou um nariz demasiado grande ou achatado.
Uma bengala linguística.
A constatação de que a nossa cadela está mais trôpega.
Ou alguém que não nos liga um corno mas faz de conta que sim porque era suposto ligar.
Enquanto só nós somos cientes do facto defeituoso (ou pensamos que somos), podemos sentir-nos incomodados, mas vivemos bem com ele, sobretudo se nos rodeamos de gente do tipo "sim-senhor", que insiste que o mal está na nossa cabeça.
Mas quando alguém sem filtros nem receios politicamente correctos (com o coração ao pé da boca, quero dizer) diz em voz alta o que gostaríamos de não ousar admitir (sequer em pensamento) de forma estruturada, o mundo, tal como o construíramos até agora, corre o risco de ruir.
(Ou, em alternativa, é afastarmo-nos do falastrão ou da desbocada, que diabo!, que direito tinham de nos vir macular a vida em cor-de-rosa?!)
Carta aberta aos que já não são
As certezas absolutas devoram-nos, sempre esfomeadas, - o estômago é infinito em incontáveis gavetas e capaz de um ruminar eterno de gaveta em gaveta - e deixam-nos paralisados, impenetráveis no nosso imbecil fascínio que blinda o que julgamos grande sabedoria das vozes dos ignorantes - esses loucos personagens menores em forma de ponto de interrogação - que podem tentar virar-nos os olhos noutra direcção.
As certezas absolutas são uma enorme redoma opaca engaiolada. Tão opaca que entramos e imediatamente surge o mais opaco e mecânico reflexo: fechamos a porta. Tão opaca que nem se vê mais mundo, portanto mais mundo nem existe. Tão opaca que nem vemos as grades da gaiola da redoma opaca engaiolada. Tão opaca que nem o som passa e eu não vou gritar por ti aqui fora se nunca te vejo entreabrir a porta.
As certezas absolutas alimentam-se de ti; agora, do que foste só sobram armaduras que protegem o que serias tu se tu ainda fosses. Falei com o homem. Respondeu-me a armadura. Pedi à armadura que me deixasse entrar. Respondeu-me que não havia para onde. Não falo com armaduras.
As certezas absolutas alimentaram-se de caminhos, de palavras, de histórias, de vidas; em troca deram-te armaduras que defendem vazios.
março 16, 2011
"Quando o povo se junta"...
"(...) Mas com inimigos individuais posso eu, ó Alcibíades, e a saliva que à minha passagem lançam para terra em nada me aflige; ao contrário, revigora-me a alma saber-me nas palavras e nas acções diferente dos homens perversos.
O mesmo não acontece, porém, quando o povo se junta. É difícil fazer frente simultânea contra o ulular, o zurrar e o rosnar. São faces que se confundem e corpos que se chocam no idêntico afã da calúnia e da mentira. O povo precisa de bodes expiatórios para que as culpas próprias se reconvertam em aparentes puras intenções. Vota no orador que mais alto fala ou no que transparentemente se dirige ao seu coração. Juntos, os cidadãos são imorais - ninguém nunca me convencerá, mesmo agora que o cepticismo lançou raízes na minha alma, que de muitas vozes e muitos braços nascerá a moralidade de vida. Confesso, Alcibíades, que tenho medo dessa amálgama de corpos e almas que apenas pode identificar-se com uma de três imagens: um passivo rebanho, uma insaciável vara de porcos ou uma faminta alcateia. Não é menor consideração escrever estas palavras sobre o mais elevado povo que os mortais até hoje contemplaram; é que, ainda que os deuses tenham favorecido o espírito dos atenienses, não lhe mudou o fundo humano, e este é irrecusavelmente animalejo. Em suma, de homens tornam-se bestas os meus concidadãos atenienses. Por isso, recuso falar na assembleia e expor-me aos apartes anónimos que dispõem a mente das multidões às grandes chacinas ou às grandes injustiças. (...)"
Preço dos combustíveis - uma abordagem recebida por e-mail
Prezado Dr. Carlos Barbosa
Presidente da Direcção do Automóvel Club de Portugal
Lisboa, 9 Março 2011
ASSUNTO: O DESCARADO AUMENTO DOS COMBUSTÍVEIS - TRÊS PERGUNTAS A FAZER ÀS GASOLINEIRAS
O elevado custo a que os combustíveis chegaram é um doloroso espinho na nossa economia.
Torna-se urgente removê-lo ou pelo menos evitar que se enterre mais, se a quisermos salvar de “morte certa”.
O preço dos combustíveis assenta em quatro custos básicos:
1 – A matéria prima (ramas de petróleo)
2 – O transporte marítimo (frete)
3 – A refinação (transformação do crude nos produtos de consumo)
4 – A distribuição (armazenagem e colocação nas bombas)
Mas as nossas gasolineiras (Galp/BP/Repsol/Shell,etc.) parece só conhecerem o primeiro ou escondem os restantes.
HÁ TRÊS PERGUNTAS URGENTES A FAZER
A primeira grande situação escandalosa do custo dos combustíveis, que abastecemos nas bombas, advêm do facto das gasolineiras, quando trocaram a compra da matéria prima proveniente dos portos do Golfo Pérsico, cerca der 15 dias de viagem, pela dos portos do Norte e do Oeste de África, cerca de 3 a 6 dias de viagem, nem um só cêntimo alguma vez baixaram seus preços! (Alguém soube de tal?)
Por exemplo, se os fretes estiverem a 1 dólar/tonelada/dia de viagem (para usar nºs simples pois o valor é superior) teremos que, no caso dum petroleiro de 100 mil toneladas, com aquela troca de origem resultaria:
De 100.000x1x15 = 1.500.000 dólares
Para 100.000x1x3ou6 = 300.000 ou 600.000 dólares
Uma redução fabulosa!
A pergunta que o ACP deve fazer:
QUEM BENEFICIOU COM ESTA REDUÇÃO DE FRETES?
A segunda grande situação escandalosa advêm do facto (pelo menos no momento actual) da escalada do custo das matérias primas se ter iniciado há menos de um mês e as gasolineiras já fizeram três aumentos. O primeiro escândalo, nesta situação, é o facto de que todo o produto refinado, entregue na distribuição naquele período de tempo, foi primeiro adquirido nos mercados estrangeiros em “spot” a longo termo (talvez seis meses ou mais) com custos muito inferiores aos actuais), depois feito o afretamento dos navios petroleiros estrangeiros (que os não há portugueses) nos “brokers” internacionais, nem sempre de pronto disponíveis. Depois realizam-se as viagens das origens daquela matéria, para os terminais de Sines e Leixões. Seguiu-se o processo de tratamento e refinação, tancagem e distribuição. Tudo levando largas semanas senão meses até ao consumidor.
A pergunta a fazer é:
A QUE PREÇO PAGARAM AS GASOLINEIRAS AS RAMAS QUE SINES E LEIXÕES RECEBERAM NAS ÚLTIMAS SEMANAS?
A terceira situação escandalosa advêm do facto do petróleo bruto ali recebido, primeiro não ser todo proveniente do mesmo terminal de origem, fretes diferentes, depois não possuir as mesmas características (mais ou menos “light” ou mais ou menos betuminoso, etc.) de que resulta produtos refinados de diferente qualidade.
A pergunta a fazer é:
COMO É QUE TODAS AS GASOLINEIRAS CONSEGUEM, COM TAIS PARÂMETROS, FAZER O MESMO PREÇO DE VENDA E NO MESMO DIA?
A minha solicitação a meu prezado Presidente do ACP para que se coloquem estas questões às gasolineiras é porque a mim elas não me respondem. Faço parte daqueles que “elas” consideram de “tansos pagantes”, apesar de ter andado algumas dezenas de anos no transporte de hidrocarbonetos e viajado mais de um milhão de milhas em navios petroleiros por esse mundo fora do petróleo.
Como seria bom ler o que nos vão (se) responder…
E talvez com as respostas dadas o Sr Ministro responsável pelos transportes saísse da meditação em que se encontra e nos ajudasse a resolver o assunto.
E com um muito saudar vos solicito minhas escusas.
Joaquim Ferreira da Silva – Sócio nº 3147
Capitão da Marinha Mercante (Reformado)
Membro da Secção de Transportes da Sociedade de Geografia de Lisboa"
Colunas - Alicerces do Nosso Mundo
Olho em redor e tenho a noção da fragilidade do tecto, sem receios, apenas a consciência do facto. Assim como o tecto, também o chão por vezes oscila deslocando as colunas ou inclinando-as.
As paredes são de vidro translúcido através das quais posso observar o movimento em rodopio dos restantes humanos nas suas salas de vida. Poucos estão em tranquilidade e a maioria tomba por diversas ocasiões procurando o auxílio das suas colunas; os que as têm.
Alguns ostentam uma ou duas colunas quase inquebráveis, quase inderrubáveis. Outros possuem várias... frágeis.
Eu estou na minha sala e observo as minhas colunas, o chão, o tecto e as paredes de vidro translúcido que une umas colunas às outras. O chão e o tecto não mais podem ser alicerçados; as paredes podem durar até ao próximo abanão, e de seguida outras colocarei no seu lugar. Algumas das colunas, as construídas por mim, pequenas, frágeis, ainda em desenvolvimento, irão um dia segurar aquele tecto imenso. Mas só uma dessas colunas me transmite o conforto de não ser esmagado um qualquer dia por aquela pesada e ornamentada estrutura. Essa é a coluna que me serena e tranquiliza o espírito do dia a dia passado naquela sala.
Estou aqui, na minha sala, e olho agradecido para essa coluna.
março 15, 2011
Carveste... e memórias minhas
A malta que lá trabalha está agora em greve, segundo li na página da Rádio Caria:
"As trabalhadoras da empresa de Confecções Carveste, com sede em Caria, encontram-se em greve, desde as 8 horas desta segunda-feira, pelo pagamento do salário de Fevereiro e da parte ainda em falta do subsídio de férias de 2009.
“Há quase três anos que estas trabalhadoras recebem os salários com muito atraso e, com enorme paciência e sentido de responsabilidade têm suportado todos os sacrifícios para salvar a empresa e os seus postos de trabalho”, dá conta em comunicado o Sndicato Têxti da Beira Baixa.
Ao que tudo indica, “não tem havido a mesma atitude por parte da gerência da empresa que, num comportamento que só pode visar o conflito, sistematicamente falta aos compromissos que assume, que dá o dito por não dito e que usa a chantagem, procurando passar para as trabalhadoras e o Sindicato a responsabilidade de qualquer ruptura”, sublinha o sindicato.
Agora, depois de dizer que iria pagar o salário, ou a maior parte dele, até ao dia 11 de Março e de as trabalhadoras terem exigido o seu pagamento integral nesse dia, veio dizer que afinal só pagaria no dia 16 de Março e, ainda assim, se um cliente lhe adiantasse dinheiro.” Pelo que se passou noutros meses não seria de estranhar que no dia 16 viesse dizer que não teve o tal adiantamento e que, por isso, não pagaria a totalidade do salário”, duvidam os trabalhadores. "Note-se que, para colaborar com a empresa, as trabalhadoras fazem horas, trabalham aos sábados e abdicaram do gozo de férias no Natal para tirarem os dias de férias quando deles necessitassem e mesmo assim a empresa tem vindo a colocar obstáculos a esse gozo".
No entanto os trabalhadores da empresa estão disponíveis para encontrar uma solução para o actual conflito mas, desde já deixam claro que, não pactuarão com mais incumprimentos e muito menos se submetem a atitudes de chantagem e de ameaças de levantamento de trabalho. As encomendas existentes são da Carveste e qualquer tentativa de as tentar retirar configura um crime de sabotagem da empresa que não permitem que seja cometido.
“Em face do exposto fica claro que só a gerência da empresa é responsável pela actual greve e pelas consequências que daí advierem”, sublinha o STBB no seu comunicado enviado às redacções esta manhã."
Isto faz-me recordar os meus tempos como administrador-delegado das Faianças Subtil (Caldas da Rainha) e Miderâmica (Coimbra). E a revolta que me provocavam as atitudes de ameaça e de confronto do sindicato. Aliás, como tinha acontecido antes antes quando assumi, por nomeação do tribunal, a gerência da empresa de confecções Colsi (Coimbra), num processo de gestão controlada. Acusavam-me os representantes do sindicato de mentir quando lhes dizia que não havia dinheiro para pagar salários em alguns finais de mês. E apresentavam-me uma «teoria» que já ouvi tantas vezes em reportagens a trabalhadores de empresas em crise: "Como é que não há dinheiro?! Há encomendas!"
Desafiei-os (tantas vezes) a assumirem a gestão das empresas, "se acham que conseguem fazer melhor". Nunca aceitaram, vá-se lá saber porquê...
E sempre tive pena de ver, com estas atitudes, os sindicatos enterrarem ainda mais as empresas em dificuldades.
Sei pelo que passam os gestores de uma empresa em dificuldades, quando têm que negociar com bancos, fornecedores, Estado (Finanças e Segurança Social)... e a empresa pára, por motivo de greve, estrangulando a tesouraria e reduzindo ainda mais a confiança dos clientes.
Admiro-me como a Carveste ainda se aguenta, após tantos anos em crise.
Os Animais sem Espinha e sem Cérebro
Quanto à existência ou não de "espinha", uns existem que apresentam uma coluna vertebral segmentada e crânio onde é permitido o desenvolvimento de um cérebro.
Outros existem cujo corpo molda-se ao espaço, ao tempo, às vontades e seguem o seu caminho em onda sinusoidal sem que ninguém preveja a direcção do trilho.
São os invertebrados que para qualquer lado pendem conforme a circunstância; que alteram o curso sem pejo, gerando a confusão.
É um caminho de atalho sem nexo.
Um percurso sem honra, esse, dos tais animais invertebrados.
março 14, 2011
Mudança de hora - o contraditório
"E ele a dar-lhe com a mudança da hora!
Pois eu digo que enquanto houver uma criancinha a passar fome em Portugal a hora pode ir para onde quiser.
E já agora porque é que o dia tem de ter 24 horas? No mínimo o dia devia ter 25 Horas para facilitar as coisas.
Além disso eu sou adepto do sistema decimal e por isso proponho a dia das 100 horas e a hora dos 100 minutos porque assim era muito mais fácil e não tinha de andar sempre a fazer contas complicadíssimas.
Mas se acharem que é muito então teríamos o dia com 10 horas e tanto de verão como de Inverno a parte do dia que era dia (espectacular) teria sempre 5 horas e o parte do dia que era noite (ainda mais espectacular) teria sempre cinco horas. Isto sim é que era bonito
Diogo
Acção persus – Os argumentos da força"
Se, mesmo depois de ler o que escreveu o Diogo, concorda com a petição que está disponível aqui, assine-a e divulgue-a.
março 12, 2011
Brinquedo de Estranhos, Marioneta de Sonhos - um livro chamado Joana
Foi um sonho e agora é um livro. Já está disponível a encomenda online no site da editora Apenas: Brinquedo de Estranhos, Marioneta de Sonhos. :)))
Mudança de hora? Nada "legal"...
Mas... só eu e mais 125 Portugueses achamos que deveria acabar-se com a mudança de hora?!
"No último domingo de Março, dia 27, às 01h00m, os relógios devem ser adiantados 60 minutos, entrando em vigor a denominada Hora de Verão."
Se não sabe a origem, razões, vantagens e inconvenientes da mudança de hora, tem aqui alguma informação que tenho vindo a reunir ao longo dos anos.
Se concorda com a petição que está disponível aqui, assine-a e divulgue-a.
A maioria só lá esteve para fazer companhia
A esta hora está a sair da rua a manif da geração à rasca e até parece compostinha nos écrãs da televisão.
Contudo, tenho estado atento às entrevistas de rua (as que verdadeiramente definem o calibre de um movimento desta natureza) e fico cada vez mais boquiaberto perante a ausência de credibilidade tanto da causa como, e acima de tudo, da juventude que hoje a protagoniza.
A verdade é esta: a maioria das pessoas na rua não sabem ao que vão. E as que sabem só têm um objectivo e verbalizam-no: fazer cair este Governo, como se estivéssemos a falar do Sporting e estivesse em causa mudar de treinador.
O problema é que não faltam treinadores melhores do que aquele que o Sporting deixou sair, mas as alternativas de poder escasseiam e nenhuma das pessoas presentes na manif faz a mínima ideia ou tem a menor intenção de apresentar a sua.
Cada vez mais é nítido que a malta à rasca quer apenas o sangue de um bode expiatório, procuram a vitória possível de criarem as condições ideais para derrubarem um Executivo cheias de esperança no senhor que se seguir. Mas sem o nomearem, sem soluções para os problemas que os movem e que, quem tem visto o que eu vejo não pode negar, acabam por nem estar directamente ligados ao que serve de mote para esta contestação popular porque sim.
É mesmo, como alguém já referiu, a geração tiririca (tirem os que lá estão porque pior do que está não fica) e utilizam a sua capacidade de mobilização virtual e mediática para algo que feito assim, sem norte, não passa aos meus olhos de uma fantochada.
Das pessoas entrevistadas quase metade dificilmente se podem apelidar de jovens e apresentaram justificações quase sempre ligadas à mobilização de ordem familiar ou se tratava de pequenos grupos representativos de classes que ali se juntaram por oportunismo descarado, para aproveitarem os holofotes dos media e dizerem de suas razões.
Uma manif assim só pode ser um sucesso, chamando por uns (os jovens) mas reunindo outros que se aproveitam do pretexto para darem mais um empurrãozinho na ansiada queda do Governo que, como já se percebeu, dará lugar a um outro capaz de dar a volta a isto numa pressa do camandro.
Eu nem percebo porque insiste o actual Governo em manter-se em funções. Se for verdade que têm garantidos tachos magníficos cá fora não sei o que estão a fazer lá dentro. E se o povo (venham eleições e logo se tiram as conclusões) diz que os que lá estão são maus é porque acredita que os próximos farão melhor e eu sinceramente gostava de ver isso, mas por outro lado tenho que privilegiar os interesses do país e desses não faz parte substituir um Governo baseado num partido que, mal ou bem, está unido em torno de um líder por um outro Governo formado pelo partido alternativo cujo presente (mas sobretudo o passado) esclarecem acerca da forma como se entendem entre si.
Num clima de crise financeira e com vários abutres externos com o cerco montado à espera do safanão que constitui o seu sinal de entrada no castelo, não consigo entender a lógica da malta supostamente tão à rasca que lhes quer abrir os portões com esta sua intervenção queixinhas que continua a dar-me a razão que eu preferiria perder:
Não fazem a mínima ideia do que querem fazer a seguir.
E eu, como muitos outros à rasca propriamente ditos, tenho um presente concreto para gerir e não me compadeço da ameaça de um futuro feito pelos que não sabem por, nem para, onde querem ir.
Governo à Rasca? Deixem de poupar a todo o custo!
Um rapaz de caracóis louros diz para a televisão que quer que "o Estado caia". E entendo que o Shark fique à rasca.
Mas muitos outros sinais fazem-me pensar que, se eu estivesse no Governo (actual ou potencial, que já sabemos que isto é uma dança do «Vira» - "ora agora viras tu, ora agora viro eu, ora agora viras tu, viras tu mais eu") ficaria à rasca se não tivesse soluções concretas para corrigir o que tem vindo a ser feito pela porca da política. Não é preciso ter estudos para se saber o que acontece quando se poupa a todo o custo e, pior ainda, em vez de se dar o exemplo ainda se mantêm mordomias adquiridas. É fazer ao país o equivalente a chegar a uma empresa em dificuldades e começar a cortar a torto e direito nas despesas.
Por (de)formação, a frase que mais gostei de ouvir hoje foi esta: