março 07, 2011

"Dona Cila" - Maria Gadú

Se há coisa que me comove é o amor.
(Tanto que já devo ter usado a frase anterior em vários posts)
Todos os tipos de amor, sim, mas sobretudo o amor entre seres humanos, porque o ser humano não é fácil de amar.
Somos egoístas e refilões e pouco condescendentes e cheiramos pior do que qualquer animal se não tomamos banho (desafio qualquer um a ficar um mês sem um duche, como os cães, ou a lavar-se com a língua, como os gatos - a expressão "cheiro a cão" tornar-se-ia obsoleta) e somos pouco transparentes e medrosos e invejosos e tantas coisas más que já estou a ficar deprimida.
Ainda assim, há sempre quem nos ame. Mesmo como os nossos defeitos, ou apesar deles, o que é absolutamente extraordinário, se nos dedicarmos a pensar seriamente no assunto. Há quem goste de coisas em nós que nem os próprios suportamos. E há por quem estejamos dispostos a dar a vida, se pudermos.
E isso é grandioso e, quanto a mim, muito maior do que a racionalidade que nos fartamos de apregoar (tantas vezes na sua ausência).

É esta infinita capacidade de amar (o trabalho, os bichos, um hobby mas, acima de tudo, os outros, sejam eles familiares, amigos ou amantes) que faz de nós humanos.
O amor é, por isso, algo de delicioso.
Como é deliciosa a canção de Maria Gadú que descobri este fim de semana. Sobre o amor. Um amor maior do que a vida, porque acompanha a morte.
Vale a pena ouvir a letra e assistir, com olhos de ver, ao teledisco (sim, sim, eu ainda digo "teledisco").
Ao pé de amores assim, tudo o resto nos parece comezinho. E menor.

12 comentários:

  1. O amor pode ser uma coisa muito linda...

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  2. O amor é sempre lindo...sempre, sempre... :)

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  3. Eu digo, por vezes, nas minhas sessõezitas de poemas, que invejo o modo como os brasileiros tratam o português, no que toca à área dos afectos. Parece que lhe descobrem outros enlaces, outros volteios e, de modo mais desprendido que nós, portugueses, sabem amar melhor através das palavras.

    Este parece-me um belo exemplo do que fica dito. E da transcendência do gostar-se de... sem peias, sem inibições maiores do que o pudor que apeteça. Enfim, gostar-se e saber anunciá-lo ao mundo que, por isso, rolará mais leve através do universo.

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  4. Os Portugueses são uns enconadinhos!

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  5. E ainda bem, porque se não fossem enconadinhos não tinham inventado os mestiços dos quais a Brasileirada é o tal expoente de que o Orca fala ( e que bem que fala).
    A nossa diáspora foi cama por todo o mundo, foi semente e eles são a árvore. De grande que é, não o seriam sem a semente e essa, é a génese: que nunca a semente seja maior que a planta, mas que a contenha assim como todas as sementes que dela brotarem.

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  6. Ah, sim, claro, a mestiçagem é uma superior prova dos resultados formidáveis da nossa criatividade! :-)»

    A chatice é este irmo-nos acinzentando... Parece que deixamos a força anímica quase toda do outro lado do Atlântico.

    Mas que somos os grandes especialistas da fusão, ah que disso não restem dúvidas. E voltando ao cerne da questão e até porque estamos no Dia Internacional da Mulher - dizem... - que grandeza, também por aí, trouxemos ao mundo!

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  7. Vocês já viram os Bustos da República n'a funda São?
    Ah, Pátria do Catano!

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  8. AnAndrade,

    Gostei, tanto da música como do videoclip (tb se diz assim ou não?)!

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  9. Laura - Não posso agradecer em nome da Maria Gadú, que não conheço, mas ainda bem que gostou.
    Quanto à nomenclatura, acho que sabemos ambas que é exactamente assim que se diz, não?! ;)

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  10. São,
    E que achas de videogarfo?!! lol

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