março 08, 2011

a luta é uma alegria

O autor desta crónica aqui declara solenemente que está de corpo e alma com os Homens da Luta nesta sua aventura pela Eurovisão.

Contra os fariseus da «opinião pública», arvorados em mentores do pensamento de um povo, dos defensores mais ou menos assumidos do politicamente correcto, e muito a favor da paródia de ir à casa da senhora Merkel gritar, ao som de bombos, que «A Luta É Uma Alegria», estou com o Jel, o Falâncio e os amigos.

Pasmo de ler opiniões de melindrados e de malandrins de vários quadrantes invocando que, assim, se dá uma má imagem da «grande qualidade da música portuguesa». A hipocrisia aliada à estupidez, assanhada pela demagogia, atinge, na verdade, píncaros inexcedíveis! É, então, aquele o fórum preferencial para a música ligeira de qualidade? Muito me espanta...

E, pior, faz-me lembrar comentários que ouvi quando o Fernando Tordo levou a Tourada, do Ary dos Santos, ao mesmíssimo  festival da Eurovisão. Sem fazer comparações espúrias, faço, no entanto, aquelas que me parecem óbvias. 

E, hoje, a Tourada é um ícone. E não tanto pela qualidade literária do poema ou do brilhantismo da melodia, mas muito mais pela ousadia de, ali e então, se ter tido a coragem de chamar os bois pelos nomes, com a agilidade bastante para tourear a Censura, mesmo num espectaculozinho para a burguesia acomodada como é essa coisa do Festival da Eurovisão - comercialão então, como agora. 

Mais: face à piroseira generalizada das musiquinhas que, com ligeiríssimas excepções, ontem por ali passaram, só há mesmo uma atitude a tomar: viva os Homens da Luta!

(Sim, sim, arvorado em burguês acomodado, eu assisti, este ano, ao festival na versão doméstica... Portanto, sempre falo do que ouvi.)       

- Por razões pessoais de oportunidade, esta crónica é publicada excepcionalmente, em simultâneo nos blogs PersuAcção e Sete Mares.

10 comentários:

  1. Grande OrCa: estou contigo e com os Homens da Luta também!!

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  2. Ah camaradas pá!
    Bem!
    Ganhou a canção menos festivaleiro-acomodado-burguesa-dum-mundo-sem-problemas.
    Esta edição do Festival surpreendou pela tremenda pedrada no charco. A canção mais "eurovisão" teve a menor votação de sempre. Composta com todos os pergaminhos e clichés, passou ao largo dos votantes. Aguardo a mensagem dos outros a quem os ricos chamam PIGS. Ganhou a vontade de ir para a rua e fazer da rua a fala dos que não querem caladas as vozes: a luta continua!

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  3. Camaradas, pá! Viram o Jel e o Falâncio no domingo, na televisão, numa entrevista que acabou com o Jel a avisar o Falâncio que havia um monte de merda no caminho?
    "Cuidado, pá! Não pises o governo, pá!"

    OrCa - essa edição em simultâneo é uma excelente ideia... e poupa combustível.

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  4. Claro que vi...
    Toda a gente sabe que pisar os Governos dá montes de chatices...A chatice do mau cheiro, a chatice do mau aspecto, a chatice da limpeza. Acresce-se a tudo que por mais que se insista, nunca se consegue eliminar de forma segura nem cheiro nem aspecto. O melhor é mesmo não pisar: uma pá descartável e atirado tudo prá estrumeira ou melhor (não vá a reciclagem apurar algo que queremos eradicado), central inceneradora, para serem "cromados".

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  5. ora porra, lá me fugiu o pé para o chinelo. Queria dizer, "incineradora"...
    Tá bem assim nã tá?"
    ( nã preciso de ser cromado, já sou um ganda cromo)

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  6. "Em si narradora" soava-me bem...

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  7. E aquilo é música? ou é uma arma?

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  8. Como arma, parece eu na tropa a fazer tiro com uma Walther :O)

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