março 14, 2011

Mudança de hora - o contraditório

Adoro as chalaças do meu amigo Diogo sempre que recebe um e-mail meu sobre esta minha petição. Desta vez saiu-se com isto:

"E ele a dar-lhe com a mudança da hora!
Pois eu digo que enquanto houver uma criancinha a passar fome em Portugal a hora pode ir para onde quiser.
E já agora porque é que o dia tem de ter 24 horas? No mínimo o dia devia ter 25 Horas para facilitar as coisas.
Além disso eu sou adepto do sistema decimal e por isso proponho a dia das 100 horas e a hora dos 100 minutos porque assim era muito mais fácil e não tinha de andar sempre a fazer contas complicadíssimas.
Mas se acharem que é muito então teríamos o dia com 10 horas e tanto de verão como de Inverno a parte do dia que era dia (espectacular) teria sempre 5 horas e o parte do dia que era noite (ainda mais espectacular) teria sempre cinco horas. Isto sim é que era bonito
Diogo
Acção persus – Os argumentos da força"

Se, mesmo depois de ler o que escreveu o Diogo, concorda com a petição que está disponível aqui, assine-a e divulgue-a.


Consulta e assina a petição

10 comentários:

  1. ADOREI este artigo,veemente e bem esgalhado
    Sendo eu contra esta mudança de horário, que nao resolve coisa alguma e só atrapalha o nosso bioritmo tenho no entanto de observar alguns pormenores
    É um mito de que o sistema decimal seja melhor. Apenas estamos mais habituados a ele. na verdade uma hora tem 60 minutos porque o numero 60 tem muito mais divisores comuns que fazem sentido à nossa noção de tempo. 60 é multiplo de 1,2,3,4,5,6,10,12,15,20,30, tudo números inteiros, porções de tempo que fazem sentido ao nosso viver comum e que casam precisamente com elementos que de algum modo nos determinam. Se repararmos, nesta sequência temos inclusas os números 5 e 10 como porções duma realidade maior, o 60.
    Um dia dividido em 10 horas e cada hora em 100 partes reduziria os nossos cinco minutos, ou o quarto de hora(que são noções bem incorporadas psicologicamente falando) a coisas fraccionárias do tipo 4,38596... 10,416666.... Se reparmos, temos que um quarto de hora actual passaria praticamente o dobro dos cinco minutos, e os dez minutos em 6,9999 e um espaço de meia hora actual expresso em 20.83333... Sendo a nossa sensação de tempo determinada por numeros inteiros, a hora em 60 minutos como se usa hoje num dia de 24 é muito mais racional e prático do que aparentemente se pode julgar.

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  2. Acrescento a propósito no que ao racional diz respeito, que a primeira máquina a que se pode chamar o computador modernos o Eniac 1 , usava o sistema decimal, logo abandonado no Eniac 2, que adoptou o sistema binário, de zeros e uns. Este sistema tem como múltiplos coisas que arrepiam até aos cabelos, (para quem acha que o decimal é que é o must)
    Por exemplo, o Byte, que é um acrónimo de By Eight, ou seja um grupo de oito. O sistema hiperracional da máquina gosta, trabalha com um desempenho mais económico, num sistema em que utiliza o binário, que é um universo de apenas dois valores, acumulados em frases de oito. A evolução da linguagem criou o Hexadecimal, que é um sistema de dois Bytes agregados numa única sequência, ou seja 16 bits que se escrevem, 0,1,2,3,4,5,6,7,8,9,A,B,C,D,F.
    Assim o universo da informática está povoada de múltiplos que em nada dizem respeito ao numero 10. vejamos: 0,2,4,8,16,32,64,128,256,512,1024,2048 and so on, and so on, and so on, pelos visto, mais simples do que 0,10,100,1000

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  3. Ó Charlie, sobre computadores, byte conversar sozinho. Mas sobre as horas decimais darem mau resultado, não concordo. É óbvio que deixaria de ter lógica o quarto de hora actual, por exemplo... mas iríamos adaptar-nos, tal como aconteceu do Escudo para o Euro. Não foi?

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  4. Bem Paulo.
    A questão é que a gente vive realmente num universo não decimal.
    Um ano não tem 100 dias, nem os 365 exactos que o calendário indica, nem terá dez dias se dividirmos o ano por 10, (teria então 36 dias e meio mais coisa menos coisa).
    MAs a lua não tem 10 sucessões de fases ou 100. As estações do ano não são quatro assim como os pontos cardeais. Os dedos do nosso corpo são vinte, e as grandes extremidades cinco. Os olhos, rins, testículos, em número de dois o pénis um, os mamilos visíveis dois, (embora existam mais que não estão desenvolvidos). Nos ciclos dos planetas, não há um único que esteja dentro do padrão decimal. Na natureza, os ciclos de fertilidade seguem cadências que tem a ver com a progressão dos números primos da parte dos depredados, e ciclos múltiplos de dois nos predadores.
    Como se pode observar só por aqui, o número dez é mais um elemento entrado na nossa cultura pela via da religião e cabalística do que pela racionalidade objectiva. Se estudares um pouco melhor este tema, verás como de facto o sistema decimal é apenas mais simples porque raciocinamos em decimal, principalmente a partir de Napoleão. E aí reside a questão: fomos habituados a pensar em grupos de 10 e isso condiciona a tal "facilidade" de usar múltiplos e submúltiplos de dez.
    A verdade do que afirmo remete para o que escrevi no primeiro comentário. Se fosse de facto mais simples o decimal, os computadores que são de uma racionalidade estupidamente eficaz, funcionariam em base 10 também.
    Mas para experimentar a coisa, que tal pegar num relógio velho, ou mesmo novo , desses de 4/5 €uros nos chineses e desenhar uma escala de 10 horas ( teriam de ser 2 X 5 sobrepostas, uma vez que os relógios dão duas voltas por dia) só para ter o gozo de ver como nos encaixamos numa divisão do tempo diferente. :)

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  5. Toma lá, pá: http://en.wikipedia.org/wiki/Swatch_Internet_Time

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  6. Eh, pá... abri tanto a boca e fiquei com ela aberta tanto tempo que apanhei uma caimbra e já engoli duas formigas...

    Isto quando o Charlie começa a desbobinar erudições, saiam da frente...

    Mas a verdade, verdadinha, é que a mudança da hora, a cada ano que passa por cima de mim, mais me custa adaptar-me a ela e isso será muito pessoal e intransmissível, mas se houver muitos a queixarem-se do mesmo, haverá aqui matéria de ponderação.

    Argumentos favoráveis à mudança da hora,com incidência mais «tecnológica», também não me parecem muito curiais, perante a evidência do nosso ameno clima...

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  7. Olá compadre Orca!!!
    Atão que tal homem, tás porreiro???
    Realmente aqui no Alentejo,aprendi a dar o valor ao tempo. E contrariamente ao que diz o Paulo, um dia de dez horas seria uma canseira. Nã tardava nada, em vez dum homem acordar às dez da manhá, passaria a acordar às quatro o que seria uma trabalheira.
    Depois, não bastaria acordar tão cedo senão ainda por cima tiravam-me a soneca da sesta entre as 14.00 e as 18.00.
    Nã....um dia de 10 horas, nem pensar. 24 é ele poucacinho...

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  8. No que isto já vai. A mudança de hora já passou do atraso de vida de uma hora para uma discussão teórica sobre o sistema horário!
    O Diogo, quando ler isto, vai-me gozar o resto da vida...

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  9. hwehhehwhwhwWHWH WWWEWEUuaaalkma sdoijMA SSLM AA cof cof...cof...
    ~
    Ate me engasgo de tanto rir ... :DDDD

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