março 28, 2011

Prostituição - pessoal e intransmissível(?) (Para o A. e para quem (se) pergunta)

Claro que posso tentar explicar a dificuldade ou facilidade com que uma mulher se prostitui por características da sua personalidade; cada mulher é única, cada uma sentirá o que faz de uma forma diferente. Contudo, – sabes tu que fui sempre a mesma mulher – quando decidi prostituir-me de bolsos vazios e aflição nos dedos, custou-me, sim, a angústia imperou; quando decidi fazer exactamente a mesma coisa apenas por mais algum conforto, apenas – confesso – porque me apeteceu mais do que contemplar montras com coisas giras, foi incomparavelmente mais "leve". Sim, poderia achar que sou uma criatura estranha, absurda, desconectada com a realidade mas, garanto-te, outras meninas que conheci traziam a dor no olhar se nos bolsos traziam aflição e vazios, e olhos muito mais tranquilos quando em situações menos extremas ou nada extremas. Concluí, então, que, se a personalidade de cada uma é factor que influencia a emoção com que vive esta situação, os motivos que nos trazem aqui também devem ser pesados; da junção destes dois se formam respostas. É bem vindo quem quiser contrapor, comentar, acrescentar, perguntar; é certo que aqui existem tantas verdades quantas pessoas; eu respeito quem tudo procura, é muito mais fácil reduzir do que indagar.

12 comentários:

  1. Olha, a Margot está a indagar :O)

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  2. A leve nuança que existe entre o conceito de prostituição comparado ao prazer puro do sexo entendido na sua plenitude físico-emocional e relacional, é a de que a prostituição reduz a um preço, algo tão bom que não há dinheiro que pague...

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  3. E com essa trocaste-me os olhos ;O)

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  4. Olha, Paulinho, já está no livro das trombas, o troca-bicos, digo, o troca-olhos em bico :D

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  5. Margot, :)
    sou e, neste momento, estou. Já tive momentos em que não estava mas, ainda assim, era. ;) Beijos pa ti. :)

    Sãozinha, :) a pergunta da Margot é uma daquelas fundamentais. :)))

    Charlie, :) não percebi bem. :( Podes explicar?

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  6. Explico: Talvez seja apenas uma questão semântica. Prostituir, é reduzir os horizontes do infinito.

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  7. Agora destrocaste-me os olhos :O)

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  8. Os horizontes do infinito são irredutíveis. Quem vem pagar não aspira ao infinito. Procura apenas o bocadinho do que precisa, o bocadinho que lhe pode estar ao alcance. São apenas coisas diferentes, o sexo como tu o defines não é redutível, o sexo pago é apenas uma outra coisa. Acho eu porque, quando encontrei no sexo pago a plenitude que descreves, não houve mais lugar a pagamento(s)... :)

    Beijos

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  9. Explicado assim torna-se tão simples de entender...

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  10. ....Limpinho e sem osso. Bem explicadinho.
    E faz-me lembrar o casamento de dois destraídos. No dia seguinte à noite das núpcias, ele levantou-se e por rotina, colocou em cima da mesinha de cabeceira uma nota de 100 euros, e ela, também por mera distracção, puxou duma de 50 e deu-lhe o troco.

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