O difícil é encontrar a outra imagem, a que não percepcionamos aquando do primeiro olhar, aquele que nos ajuda a compartimentar todos os objectos novos que nos são dados a conhecer.
Nas aulas em que abordei esta matéria (no saudoso curso de Cidadania Responsável, lá na UCP, por exemplo, mas também no ensino secundário, já lá vão uns anos), não era raro ter de, com a mão ou uma caneta, simular desenhar os contornos da figura que me interessava que alguém descobrisse, na imagem que estava mesmo à sua frente. E, mesmo assim, por vezes não consegui.
Porque mesmo que as coisas estejam diante do nosso nariz, uma vez tendo o nosso intelecto decidido que ali está X, com as características que imputámos a X, muito arduamente conseguirá visionar Y, pelo menos com o mesmo grau de facilidade (ainda que ele lá esteja, tão nítido quanto o primeiro): num segundo, terceiro ou enésimo olhar, veremos sempre o que percepcionámos primeiro.
E, se isto se aplica a este tipo de figuras, a mesma trabalheira é perfeitamente identificável no dia a dia, onde esta incapacidade de analisar o todo, esta recusa do olhar holístico, nos tolda, muitas vezes, o olhar. Porque mesmo que descubramos a segunda figura, que primeiramente se nos afigurava oculta, e passemos a vê-la antes da outra, o problema subsiste, ainda: a dificuldade está em passar de uma a outra, e desta à primeira.
E é isto, a vida.
E há quem não veja nem o pato, nem o coelho nem a velha nem a nova.
ResponderEliminarE contrapondo (para quem vê tudo), tornar-se-á a vida mais dura, difícil, do que quem não vê (ou não quer ver), mesmo sem ser...distraído.
ResponderEliminarBoa Páscoa para "bocezes"!
Ainda outro dia citava, lá na outra chafarica, um diálogo do Sherlock Holmes (do Guy Ritchie) com o Dr. Watson, que rezava mais ou menos assim:
Eliminar"- What do you see?
- Everything. That's my curse".
"Bem aventurados os pobres de espírito, pois deles será o reino dos céus", diziam... e deles é o reino da terra, digo eu.
Eliminareu vi a nova, eu vi a nova!
ResponderEliminarNada melhor do que um belo repasto a fazer de uma velha amizade uma coisa sempre nova.
ResponderEliminarSim, pode ser coelho à caçador, e de preferência que alguém pague a conta sem que demos por isso, sempre sabe a pato, ó ó, :DDD
O problema é que, no coelho à caçador, nós é que pagamos e o coelho ri-se.
EliminarMais uma vez, a alguém a boca lhe fica a saber a pato hehehe
ResponderEliminarE não somos nós...
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