outubro 08, 2012

A posta na coragem propriamente dita



A coragem publica-se.

24 comentários:

  1. Sempre e quando é preciso evocar a palavra coragem para que alguém exerça o simples e mais que natural direito de dispôr de si, do seu corpo e da sua imagem, então sim, é preciso acabar com que tão pouco precise de tanta coragem.

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    1. Concordo em absoluto. O ideal seria cortar o mal pela raiz. Não sendo possível... outros modelos surgirão... No caso "querer é poder". E sim, é absurdo que tanta coragem se exija a quem entenda dispor da única (a única) coisa (material) que verdadeiramente lhe pertence: o seu frágil e efémero corpo.

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    2. É por essas e por outras :O) que eu adoro a forma... ou melhor, as formas de luta do grupo FEMEN :O)

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    3. Estava a estranhar e a reprimir-me todo para não ser o primeiro a abordar essa importante temática da forma de luta...

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    4. Epá! Isso é fixe. Vais lutar despindo tubarão? ou apenas discorrer a respeito do teu corpo nu? Por mim os homens aderiam em massa a esta "forma de luta"... todos a descacar para emitir mensagens em poesia e prosa poética do melhor... Isso é que era solidariedade! E que fartura para os meus olhinhos! Que felicidade!... :O) Até parece que já estou a ver... "Descasco-me com elas"... :O) E para os mais envergonhados... vestir saias também dava... "Pela liberdade! A luta continua! Homens de saias para a rua!" :O) E quantos sorrisos não se fariam... e quantas pessoas não se fariam pensar...

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  2. Pérai que o Raim já te põe (ao Shark) de saias ao léu...

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    1. Só o Shark? O Raim pode muito bem pôr a malta toda de saias (incluindo a si próprio). Pronto. Minissaias para as senhoras... Ainda é muito cedo para os cavalheiros usarem minissaias. É muito "à frente". Demasiado avançado. Começar pelas saias já é bonzinho...

      Liberdade é isto, não é? Vestir o próprio corpo conforme se entenda, conforme se ache mais confortável e bonito... Não? Na nossa sociedade não se pode fazer isto (sem que cause espanto ou até agressividade). Estranho... Somos muito atrasados ainda... Isto é o básico. Cada um vestir-se como quiser (e em muitos casos despir-se. Para apanhar sol, por exemplo...) Muitas pessoas nem dentro da sua própria casa são capazes disto: vestirem-se e despirem-se à sua vontade. Estranho. Para mim é estranho... esta falta de liberdade dentro da própria cabeça...

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    2. ... para fazer uma coisinha tão simples...

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    3. Coisas absurdas, erradas, atraso mental e prisão cerebral, não acontecem só do lado de lá do mundo... infelizmente. Por cá estamos um bocadinho melhor, mas vendo bem, no essencial há muitas semelhanças... Basta ver a macacada que para aí vai... fome, violência, violência doméstica (muita), pedofilia violenta, censura, repressão, roubo (descarado), desperdício (imenso),... Todos os anos se matam muitas mulheres à pancada aqui neste nosso terreiro. Demasiadas, talvez, para o excesso de indignação que muitos demonstram com o que se passa do lado de lá, noutros modelos de "sociedade" (muito bem, mas com consciência). Antes de querermos mudar a atitude de outros, melhor seria (parece-me) mudarmos já a nossa (e a do vizinho e a do filho e a do tio e a da mãe e a dos amigos...)

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    4. Por cá é muito necessário amar com vontade. Fazer com que o filho e o tio e o irmão e o pai e o avô (etc., etc.) todos saibam o que é o amor e a beleza e o prazer. E se se puder esticar à senhora da padaria... melhor...

      Está quase tudo por fazer aqui nas nossas barbas. Quem puder contribuir com um pouco de amor e de beleza e de prazer acho que não deve fazer cerimónias... O caso é para se arregaçar as mangas. E propaganda larvar e sofrimento inútil quanto menos melhor. Ser-se positivo o mais possível. Quanto mais amor, mais sabedoria, mais felicidade, mais inteligência. O resto faz-se por si.

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    5. Haja qualidade humana (excelente) em número bastante...

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    6. Não são precisos assim tantos (sábios)(dos tais capazes de se erguer completamente acima do egoísmo larvar do "só eu, só meu") para se levar a "utopia" à prática com sucesso. Cem mil era uma fartura. Mas cinquenta mil já era muito bom. Trocas comerciais a valor justo de produtos e serviços de qualidade (produzidos com todo o amor), simbiose, partilha de propriedade (com auto-determinação mas toda a boa vontade), vontade e capacidade para dar a mão ao amigo do amigo (uma pessoa garantidamente impecável) como se fosse a um irmão... Ninguém a desejar o prejuízo de ninguém. Todos a desejar o bem estar de todos. Violência zero. Não são precisos assim tantos para fazer acontecer o paraíso ao lado (ou dentro) deste inferno. É arregaçar as mangas e amar (com qualidade). Quem puder que ajude. O tempo é escasso. É preciso acelerar o processo.

      ... e depois... no paraíso só entra quem merecer... Quem estiver à altura... seres larvares não passam nesta "porta"... e se por azar algum passar, entre sábios (pessoas muito inteligentes e atentas), não passará desapercebido e rapidamente será posto no seu devido lugar... O paraíso é para os "escolhidos", só para os que merecem (além dos laços de sangue).

      Em suma: quem não ama, não entra.

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    7. ... continuará no inferno, do lado de cá e do lado de lá... até aprender (até amar com qualidade) o bastante...

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  3. ("do lado de cá" (desta existência) e do "lado de lá"... para quem entender... a experiência prossegue...)

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    1. Sim, eu estou sedento de conhecimento.

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    2. O problema é os que querem o paraíso só para eles.
      Têm uma visão particular de paraíso: um sítio onde apoiam a sua alegria privada e exclusiva através do esforço e sofrimentos alheios. São os que criam dificuldades para as vender como facilidades. Os que habilmente induzem em alguns que lhes estão próximos o sentimento de inveja e os transformam assim nas mãos que de um lado os sustentam desde que com isso possam também por sua vez aproveitar uma migalha do esforço alheio.
      Este tipo de sociedade, podre e má, é a que os neoliberais perseguem como ideal. Nada de bem comum, nada de esforço colectivo em prol do bem estar de todos, mas sim, todo o esforço para satisfazer os que se apropriam do que a todos pertence, para que o que era um direito, passe a ser um privilégio, só possivel a troco de dinheiro.
      Se uma sociedade onde o cidadão nada faz para o seu bem estar é insustentável e condenável, já o seu oposto é ainda pior: uma execrável escravatura, onde o chicote foi (por enquanto) substituido pelo espartilho do dinheiro. Dinheiro esse o único meio através do qual se acede a algo que é absolutamente natural e que na génese não precisa de qualquer posse de dinheiro: a felicidade.

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    3. Conhecimento adquire-se estudando, sabedoria adquire-se amando (como deve ser.) Amar mal amado não conta. E se for muito mal, sufocando, por exemplo, tentando enfiar o outro numa gaiola, oprimindo, etc., desconta. A experiência positiva proporcionada a outro, conta, a experiência negativa (sofrimento) desconta. Mas amar também pode ser castigar na hora e medida certa pela razão certa. Acertar conta, errar desconta. É simples. Estar atento. Ver e ouvir com atenção... ter o dom da palavra certa... eu tento... erro muito... mas insisto... e vou melhorando... é uma questão de vontade... ir além... fazer melhor... O essencial é simples. Acertar conta, errar desconta. E propagar sofrimento é campanha larvar. Estar informado muito bem (cada um decidirá). Sucede que esse caminho, alguns já perceberam, entronca num beco sem saída: violência e revolta e ressentimento atrás de violência e revolta e ressentimento. De mal a pior. Sabedoria é saber-se escolher a experiência mais positiva. Sendo o caso, ver o lado positivo do negativo. Hoje encontrei-me com uma pessoa incrível. Era para não ter sobrevivido aos primeiros dez anos. Sobreviveu. Era para não ter sobrevivido aos primeiros doze anos. Sobreviveu. Sobreviveu até aos vinte e oito anos quando teve um problema no cérebro que o imobilizou e o deixou sem ser capaz de dizer "sim e não". Foi operado e sobreviveu. Nos quatro anos subsequentes reaprendeu o nome da mãe e o do pai, a dizer "sim" e "não", falar, andar, pensar, exercer a sua profissão. Foi muito amado e sobreviveu por amor (como ele próprio diz) aos que o amaram tanto. Tem agora trinta e quatro anos. É um rapaz impecável e inteligente. Bonito (por dentro e por fora), cheio de brilho nos olhos, cheio de vontade de viver. Tem pela frente o colapso dos pulmões e do coração, e se os substituir, um cenário de mais dez anos de vida. É uma pessoa extraordinária, "normal" como ele diz... Para mim não. É um herói. Uma pessoa afável. Uma companhia adorável. Só ver aquele brilho nos olhos! Pessoa bonita! Linda! (por dentro e por fora). Haviam de ser todas assim e não são. Há os que sofreram muito e são uns desgraçados. Ainda não se cansaram de sofrer nem de fazer sofrer os outros. Há os que têm tudo e são uns desgraçados. Coitados. Pobres ignorantes que não sabem ainda nada de nada. Não dão valor aos dias que passam. Não sabem o que é o amor. Não têm brilho nos olhos. Perdem a vontade de viver por dá cá aquela palha. Meio mundo deprimido, dormente, cego, revoltado, ressentido, a atirar as culpas ao governo e ao vizinho. Até parece que a escolha não foi sua. Até parece que nada de positivo acontece nas suas vidas. E se calhar não. Para alguns é tudo negativo. Tudo feio. A felicidade passa-lhes ao lado. Não sabem que o amor existe (coitados... ou não... que fazem aos outros a vida negra, o inferno na terra...) Todos atirados ao burro (aos pontapés) e o burro no chão. Nem se levantará. O caminho certo é pelo outro lado... noutra direcção... no sentido oposto... O caminho para a felicidade é o mais positivo. Quanto mais positivo, maior a felicidade. E para determinar qual o seja o mais positivo é precisa sabedoria. Como se adquire? Amando (com qualidade). Acertar conta, errar desconta. É apanhar o jeito... (sem isto nada feito). O humor é maravilhoso. Rir às gargalhadas. Arte (positiva. De vómitos de sofrimento está o mundo cheio. Ainda não chega?). Poesia (positiva). Natureza. Beleza. Amor! E risota do restante. Aprender a ter "jogo de cintura". Por aqui chegamos lá mais depressa... Do lado de lá está um caminho cheio de pedras que não leva a lado nenhum (propaganda larvar). É escolher. O caminho se faz andando e cada um decide o seu... que o faça em consciência é só quanto desejo.

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    4. Meu doce Charlie,

      O problema não são "os outros". Nem o neoliberais, nem os socialistas, nem os comunistas... O problema é a qualidade humana. Separar o trigo do joio (havendo trigo). Se formos os bastantes (de qualidade excelente) viveremos no meio dos outros (larvares) como uns príncipes (e nenhum de nós precisa de sair do seu lugar). Evoluir é também uma decisão do próprio. Alguns parece que não nasceram para isso. Paciência. Só precisamos de ser os suficientes. Os outros, paciência. É preciso esperar mais tempo. Mudar tudo, todos, o mundo inteiro... é preciso ter paciência (se algum dia for possível). Começa-se de onde se pode começar. Por cada um de nós. Soluções existem (práticas). Quanto mais alto se sobe, mais longe se avista... mas tudo tem o seu tempo... Há saltos de entendimento muito difíceis... tem que ser passo a passo...

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    5. ... o paraíso (nesta existência e além) não está ao alcance de nenhum Homo sapiens sapiens larvar. É impossível. Só há um caminho para lá chegar. E ninguém o conquista pela força das armas nem pelo poder do dinheiro. Te garanto. Quem não ama não entra. Nem aqui, bem vivo e com os pés no chão, nem acolá. Quem não ama não entra (ponto). Provar da sabedoria e da felicidade não está ao alcance de nenhum larvar (tenha o dinheiro todo do mundo e milhões de escravos).

      Believe it or not...

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    6. Já estás aqui a gastar munições nos comentários que ficariam bem num post... ou num curso :O)

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    7. Acho que não está a gastar munições, minha doce Sãozinha.
      Está a afinar a pontaria para o post seguinte, tenho a certeza; péreim pla pancada.
      E faço uma observação em relação ao último comentário onde a Salomé diz que não está ao alcance a felicidade pela simples posse do dinheiro. É um facto. A posse de dinheiro é uma emanação da afirmação individual que substitui por assim dizer o primitivo exercício de macho dominante. Os possuidores de muito dinheiro são poderosos, pois possuem o que à maioria falta. Paradoxalmente, é através da circulação de bens por troca de dinheiro que entre pessoas elas provêem o seu bem estar e por extensão, o estado mínimo de satisfação, que é o suporte fundamental. E assim, pela falta de dinheiro, os que o tem em grande quantidade e que são de algum modo donos do sistema, arrogam-se a retirar um dos suportes materiais da felicidade às pessoas. O que quer dizer que as pessoas precisam cada vez mais de diinheiro para começarem a pensar em ser felizes.
      Este fenómeno é tremendo e destrutivo. Aumenta a pressão sobre o individuo, pressão essa que é disfarçada sob o título de bem comum.
      Mas o que vemos e sentimos é que a pressão é sim muito maior, enquanto o sentimento de satisfação individual é cada vez menor.
      E nem nos deixam ser felizes com o mínimo, senão vejamos: dantes, qualquer um de nós podia viver sem dinheiro, bastava um sítio no campo, cultivar meia duzia de metros quadrados, viver disso e ter uma vida contemplativa e voltada ao pensamento e ao interior de si mesmo no processo de crescimento enquanto ser pensante positivo. Hoje em dia é completamente impossivel. Qualquer courela tem que pagar pela posse do terreno e da casa, é os IMI, é as derramas, é as taxas sobre o poço, é o diabo a sete que obriga a todos estar no sistema que o reduz de facto a escravo. E esse mecanísmo, o do corte de todos os atalhos de liberdade, conduzindo à obrigatoriedade da posse de dinheiro determina o sentido que a sociedade toma, que não é, digo de forma absoluta, o caminho da felicidade.

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    8. Ai, Charlie, já sabes que eu sou uma impaciente...

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