abril 16, 2012

Alguém descobriu as galinhas dos ovos de ouro...

... e nós é que os vamos pagar!


Excertos da notícia de capa de hoje no jornal i:

"As empresas produtoras de ovos vão ter de abater perto de 3 milhões de galinhas em Julho porque não cumprem uma directiva comunitária que obriga à existência de gaiolas melhoradas, um investimento estimado em 75 milhões de euros. Por causa disso, Portugal passará de exportador a importador.
A directiva não é nova e está em vigor desde Janeiro deste ano, mas como muitos países estavam longe de conseguir cumpri-la, o Parlamento Europeu optou em Janeiro por um “acordo de cavalheiros”, segundo o qual os 13 países em incumprimento teriam mais seis meses para fazer a transição.
Actualmente, Portugal produz 102% dos ovos de que necessita e é exportador, sobretudo para a Alemanha, Inglaterra, França e também Espanha, quer para consumo directo, quer para a indústria. A partir de Agosto, poderá ter de passar a importar 50% das suas necessidades.
Alguns contratos de compra já estão celebrados com países terceiros que não têm condições mínimas comparáveis às que existem em Portugal, o que alguns produtores consideram estranho, tendo em conta as condições exigidas aos produtores da União Europeia.
(...) A proibição de gaiolas “não melhoradas” foi adoptada em 1999, dando aos Estados-membros perto de 12 anos para assegurar uma transição harmoniosa para o novo sistema e aplicar a directiva. No entanto, e até agora, Bélgica, Bulgária, Grécia, Espanha, França, Itália, Chipre, Letónia, Hungria, Países Baixos, Polónia, Portugal e Roménia não alcançaram as metas definidas.
Os que cumpriram, sentem-se lesados e falam em concorrência desleal. Afinal, foram 12 anos de transição e tiveram de fazer investimentos avultados.
A directiva em causa estabelece que todas as galinhas poedeiras sejam mantidas em “gaiolas melhoradas”, com mais espaço para fazer ninho, esgravatar e empoleirar-se. Nos termos da directiva, só podem ser utilizadas gaiolas que prevejam, para cada galinha, pelo menos 750 cm² de superfície da gaiola, um ninho, uma cama, poleiros e dispositivos adequados para desgastar as garras, que permitam às galinhas satisfazer as suas necessidades. 
(...) O eurodeputado Luís Capoulas Santos explicou ao i que “os países nórdicos têm estado pressionadíssimos pela questão dos direitos dos animais, com a qual concordo”, e lembra que os produtores tiveram um período de 12 anos para fazer a transição. No entanto, o ex-ministro da Agricultura do PS concorda que não se devem extremar posições e, até devido às dificuldades financeiras que o país enfrenta, “podia ser concedida uma moratória de alguns meses e o governo deveria considerar prioritários os investimentos nesta área”.
(...) Este ano, verificou-se escassez de ovos no mercado nacional, o que levou os preços no consumidor a subir perto de 60%, atingindo níveis “demasiado elevados, por contraste com o ano passado, em que o preço era muito baixo”, afirmou Paulo Mota, acrescentando que o preço ainda poderá subir 10% a 15%”."

9 comentários:

  1. "Toma lá que é bolos!"... e vai tudo a subir!!

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  2. Sempre me fez alguma impressão essa coisa dos "Direitos dos Animais".
    A vida na Natureza é amoral. Não é nem cruel, nem solidária, é assim como é. Os direitos são uma invenção da Humanidade, sempre em confronto com a besta que em si vive.
    Os animais, não tem direitos. Nós, os Humanos, à luz da sua cultura é que tem para com os Animais DEVERES.
    Para que os animais tivessem direitos, seria necessário que fossem fontes de direito e isso implica a contrapartida da aceitação por parte deles de obrigações, deveres, coisas que fazem parte das leis que regem as sociedades humanas, onde os direitos (em tese) não são mais do que trocas desses deveres. Não sendo possível dotar os animais não humanos (por ora) da noção de deveres sociais, não lhes é possivel alocar a noção técnica de direito. Temos sim é para com eles a inegável obrigação de deveres de humanidade. E convenhamos que é tudo menos Humano, colocar uma galinha a por ovos num espaço onde nem as asas consegue abrir. É um facto. Agora a contrapartida do dever que temos para com as galinhas, poderá custar-nos mais trabalho, ou seja, dinheiro. É isso que nos tentam dizer. Até que ponto isso é uma verdade linear, não sei, mas cheira-me um pouco a aproveitamento....mas se calhar estou enganado...

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    1. Independentemente dos termos (bem ou mal) aplicados aos conceitos, eu tenho tudo a favor do bem-estar das galinhas. E não apenas do das galinhas, mas do de todos os animais que exploramos para nossa alimentação, de forma directa ou indirecta, e ainda do de todos os demais, a quem este planeta (muito embora tenhamos a mania de que somos a obra-prima da criação...) pertence tanto como a nós. O momento é que me parece pouco apropriado para levar à prática esta "prioridade do bem-estar das galinhas", abatendo um sem número delas e deixando de produzir cá dentro (no país) mais um alimento básico para a nossa alimentação, ainda mais não havendo nenhuma garantia de que no futuro alguém nos venha a alimentar lá de fora (de onde vêm as directivas...). Por outro lado... até que nem me parece assim tão mal, dada a natureza dos animais que somos, que possamos vir a passar mais fome à conta do bem-estar das galinhas. Vivam as galinhas!!

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    2. ... e depois... curto galinhas. São coisas da infância... Só de pensar num galinheiro, daqueles com galinhas de raças portuguesas antigas com pescoços depenados e penas de cores e pintinhas, e fico logo com um sorriso de orelha a orelha... Por isso, vivam as galinhas!! E a seguir, se puder ser, vivam também os milhões de espécies que estamos a conduzir rapidamente à extinção...

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    3. Isto dá pano para mangas. Passarinhos [M/F] em gaiolas sempre me causaram confusão. E agora?

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    4. Absolutamente de acordo meninas~!!!!
      E depois, shehehe, quem não gosta de um bom galinheiro :)))
      Mas a sério, é óbvio que os animais merecem viver com as condições mais próximas da sua natureza que for possivel dar-lhes uma vez em cativeiro para nosso proveito.
      O bem estar é uma condição essencial, e naqueles que são criados para abate é mais do que obrigatório que este se faça com todas as condições e sem infligir sofrimento, até para que se cumpra o objectivo último que é fornecer-nos nutrientes com qualidade.
      E de forma extensiva... qualquer pessoa com o mínimo de sensibilidade e bom senso só pode ficar aflita e preocupadíssima com a velocidade a que nós, os Humanos, estamos a exterminar o Paraíso de que dizemos abusivamente ser proprietários.

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    5. Eu, desde que assisti, na tropa, a desmancharem um boi cujo coração ainda batia, tenho muita dificuldade em falar de direitos dos animais.

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  3. Mauricio Arrais15 julho, 2012 09:57

    Paulo MOura:Nasci a 17 de Abril de 1927,já não tenho idade para entrar,no grupo da Seitinha,já tem a equipe formada.Só percebo de combóios e de futebol.Ainda tive coragem de escrever o livro APONTAMENTOS TECNICOS DE FUTEBOL.Se é o capitão do grupo castigue com seis jogos de suspensão a Sãozinha,que falhou e ainda por cima gosou~.Não sei se o Charlie é o capitão do grupo.Tambem sou da Serra dos Valhascos.A São Rósas tem um grande blogue!Incluiu o meu comentário sobre combóios.O Charlie é um bom elemento,deve ser o capitão da equipe!

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